Um toque francês escrita por lufelton


Capítulo 16
Capítulo 16- Um bêbado apaixonado.


Notas iniciais do capítulo

Está aí o capítulo 16, consegui terminá-lo rapidamente.
Eu gostei, realmente, de fazer esse. Foi engraçado até...
Mas, enfim... Não sei se voltarei tão cedo. Então, deixei para vocês mais dois capítulos. Aproveitem. Caso eu não volte, um ótimo natal e um próspero ano novo.
Um grande beijo.
Boa leitura.



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– Não deveríamos tê-los deixados lá. Não deveríamos. Não deveríamos. – eu insistia, enquanto caminhava de um lado para o outro em meu quarto. Desi me observava aflita tentando, de alguma maneira, acalmar-me.

– Acalme-se, Drew. Eles já devem estar voltando. Eles só... Saíram para beber um pouco. Esfriar a cabeça. –argumentava Desi. Mas seus argumentos apenas me faziam sentir cada vez mais culpada. Como eu tive coragem de deixá-lo sozinho em um momento tão preciso?

– Saíram para beber um pouco? Para mim, eles não irão beber pouco, e sim muito. E por acaso você tem noção do perigo que eles podem passar se não se controlarem? – eu dizia em tom preocupado. Não parava de pensar em Morin. Não parava de imaginá-lo passando frio, tristeza e agonia.

E eu o havia deixado sozinho.

Outro lado de mim me dizia para não me culpar. Afinal, ele havia pedido isso. Ele quem disse que queria ficar sozinho e, por isso, deixamos Ed tomando conta dele. Em nenhum momento eu havia gostado da escolha, mas se era isso o que ele queria, eu jamais poderia interferir. Porém, o que me deixava mais preocupada era se Ed seria uma boa companhia e, até agora, ele só provou contrário.

– Os dois já têm 18 anos, Drew. Eles sabem o que fazem. – insistia Desi.

– Para mim, eles continuam sendo duas crianças irresponsáveis, que saem para beber em um momento tão inoportuno. Se eles não voltarem em cinco minutos, eu irei atrás deles. – disse não me importando como eu chegaria ou, que horas voltaria. A única coisa que importava era a segurança de Morin.

– O que faremos? Não podemos ficar sentadas aqui. – eu persistia com o assunto, sem deixá-la responder.

– Quer que eu ligue para eles? – perguntou.

– E o que você estava esperando? – perguntei indignada. – Tome. – joguei meu celular imediatamente para a sua mão.

– Vou ligar para Morin primeiro. – ela digitava o seu número e colocava o celular na orelha para ouvi-lo. Porém, uma face de decepção se formava lentamente em seu rosto delicado.

– Desligado. – disse, tentando não olhar para mim. – Vou ligar para o Ed. – disse em tom nervoso. Ela repetiu o primeiro gesto, mas continuou com o celular na orelha. Continuou, continuou e continuou até, finalmente, desistir.

– Droga... Ele não atende. – disse, fazendo-me gelar. Agora ela não tinha mais argumentos. Ela, praticamente, concordava comigo. Mas não falava isso em voz alta para não piorar a situação.

– Ótimo. E agora? – disse, sem esperanças.

– Eu... Eu não sei. – ela respondeu nervosa, sentando-se na beirada da cama.

– Vou ir atrás deles. – disse colocando meu casaco e indo até a porta.

– Drew, esqueça. Eles não devem estar lá, você vai se perder. – ela levantava-se.

– Não me importa, tenho que buscá-los! - eu insistia.

– Como você vai buscá-los se você nem tem ideia de onde eles estão? – ela gesticulava indignada.

– Eu não sei. Não me importa se terei que rodar Paris. Estou preocupada e acho que você deveria sentir o mesmo, Desirée. – disse furiosa.

Até que escutamos risadas saindo dos corredores. Risadas conhecidas e altas. Fazendo-nos imediatamente abrirmos a porta juntas.

– Deus seja louvado. Vocês chegaram. – Desi ia em direção à Ed.

– É óbvio que chegamos. Ou v-você está vendo outro Ed e Morin por aqui? – os dois gargalhavam e soluçavam ao mesmo tempo. Morin estava suado, mas não parava de rir.

– Era para você ter tomado conta de Morin, imbecil! Não para você ter bebido junto. – Desirée o puxava para o meu aposento. Ed e Morin gargalhavam mais ainda, deixando Desi cada vez mais furiosa.

– Para mim uma Heineken e para você. – apontou para Desi. – um chá de camomila. – disse, rindo e soluçando ao mesmo tempo. Desi o puxou para o canto e começou a falar alto e firme com ele. Enquanto os dois discutiam, Morin estava parado na frente da porta. Olhando para mim.

– Senti sua falta. – ele disse, fazendo-me corar. Ele vinha em minha direção até, de repente, virar-se para vomitar no chão de meu quarto. – Espero que não se incomode. – ele disse rindo após terminar o estrago.

– Não... Deixa para lá. É melhor você sentar. – disse o guiando até a cama.

– Eu estou bem, estou bem, estou bem. – insistia, enquanto ria levemente. – Ela está com câncer. A minha mãe. A minha própria mãe. – ele gargalhava.

– Eu... Sinto muito. Eu sei como você se sente. – eu disse, porém ele voltou a me encarar assustadoramente.

– Você não sabe como é. Nunca passou problema na sua vida de princesa. – ele gesticulava enquanto ria de sua colocação.

– Eu talvez não saiba como é, mas já passei vários problemas. – falava gentilmente, como se estivesse explicando uma situação para alguma criança.

– Tenho que te falar uma coisa – ele dizia segurando, firmemente as minhas duas mãos. Sua cabeça se abaixou instantaneamente e, dessa vez, ele havia vomitado em minhas pernas. – Faça isso parar. – ele implorava, referindo-se ao mal estar.

– Já vai parar, eu juro. Vou só limpar isso e... – mas ele me puxou com força, para que eu não me levantasse. Ele se aproximava cada vez mais de mim, capacitando-me de escutar a sua respiração.

– Não. Por favor. Fica. – ele pediu. E eu obedeci. Ainda segurando as suas duas mãos com força. – Preciso te falar uma coisa. – repetiu.

– Então... Fale. – respondi, ficando nervosa.

– Você gosta de mim? – ele perguntou, de repente.

Eu não sabia o que responder. Eu paralisei em praticamente no mesmo momento em que ele havia dito isso. Por que ele estava falando sobre esse assunto?

– Claro que gosto de você... Você é um bom amigo. – respondi em tom nervoso.

– E você gosta de mim mais do que como um amigo? – perguntou, fechando os olhos de repente.

– Por... Por quê? – foi o que pude responder. Eu não entendia. Eu estava nervosa. Será que ele sabia? Mas por que ele saberia? Nem eu sabia ao certo o que eu sentia.

– Eu gosto de você, Drew. Não só como um amigo. – admitiu, rindo levemente. – Não era para ter acontecido. – disse, mudando sua face para um rosto sério, fazendo-me gelar.

– O-O que? O que não era para ter acontecido? – eu respirava alto.

– Nada disso deveria ter acontecido, mas eu perdi o controle. Você apareceu e eu não consegui... Evitar. – disse, deixando-me paralisada. – Eu... – e ele parou de falar instantaneamente, pois a porta havia aberto com tanta força que até Ed e Desi haviam parado de discutir.

Claire estava parada na porta.

E eu e Morin estávamos de mãos dadas. Muito próximos um do outro. Eu me levantei imediatamente, paralisando-me ou, esperando alguma reação dela. Mas ela simplesmente ignorou o que havia visto.

– Morin! – ela foi até ele. Substituindo o lugar que eu havia deixado vazio. - Vai ficar tudo bem amor. Recebi sua ligação. – disse, deixando-me em desvantagem.

– O que ela está fazendo aqui? – ele perguntou, ainda olhando para mim e fazendo-a enfurecer.

– Você... Você vai ir embora comigo. Você não vai dormir nessa espelunca. – disse firmemente, referindo-se à Strangers Place. – Nem sei como lhe agradecer, Drew. É Drew, não é? – disse, sem sequer olhar para mim.

– Sinto muito por isso, Drew. Você me perdoa? Eu não consegui evitar. – disse Morin, arrancando suas mãos das de Claire.

– Eu... É... – eu não sabia o que dizer. Claire parecia cada vez mais furiosa até que ela pegou-lhe pelo braço e o colocou em seu ombro.

– Vamos logo! Ela vai limpar tudo, querido. Não se preocupe. – disse, indo em direção à saída. Eu apenas concordei com a cabeça, pois estava definitivamente derrotada.

Ele virava-se para mim, tentando me encontrar. Ele não ria mais. Nem soluçava mais. Ele fazia gestos de desculpas, como da vez em que os observei se beijando.

Só que dessa vez, eu não o ignorei. Continuei lhe encarando até ele, finalmente, sumir. Desi e Ed saíram discutindo sem se despedir, deixando-me completamente sozinha. Eu fechei a porta, tristemente. Não me importando se minhas pernas estavam vomitadas ou, se o meu quarto estava coberto de vomito. O que realmente não saía de minha cabeça era Morin ter dito que gostava de mim. Isso me deixava nervosa. Muito nervosa. Eu não conseguia parar de pensar naquela cena. Porém, eu deveria levar em conta de que ele estava bêbado.

É, nada do que ele disse fazia sentido.

Por que eu deveria me iludir com isso?

Até porque ele estava, somente,

Bêbado.



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Notas finais do capítulo

Alcooltece, né? Hahahaha



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