Die With Me escrita por Lívia Black


Capítulo 3
3. Just...Die With Me.


Notas iniciais do capítulo

Yo, pessoas lindas que leem essa short! Fico triste em dizer que estou me despedindo de vocês...É o último capítulo... :C Finalmente estou postando-o! Mas confesso que também estou muito feliz por concluir um projeto aqui no Nyah! haha Eu sempre pareço começar as coisas e nunca terminá-las. :S
Enfim, eu até que gostei dos resultados dessa fic...Espero que o último capítulo não tenha ficado MUITO dramático...Ou meloso demais.
Espero também, de todo o coração, que vocês gostem ♥ e obrigada pelos reviews dos capítulos passados, me fizeram muito e muito feliz! >.<
Até a próxima!
Beijos,
L.



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Sua garganta ardia.


Ah, e como ardia.


Ela gritava para que Yuuki se inclinasse na direção daquele pescoço, e cravasse suas presas naquela pele macia, abrindo incisões para fluir o líquido rubro de gosto tão irresistível...


Implorava.


E era simplesmente inútil resistir aquele instinto, porque não era como se pudesse lutar com si mesma e com quem era: a criatura que queria drenar todo aquele sangue para saciar sua sede.


Não importava o que Zero quisesse, achasse, ou sonhasse...Ela era uma vampira.


Um monstro, talvez, em sua concepção.


E seu lado como vampira queria beber dele, quase tanto quanto seu lado como garotinha queria cultivar aquelas ilusões de amor, cultivar a felicidade dele.


Não havia jeito.


Todas as dores que a consumiram no passado, ou a consumiam de antemão, não eram equiparáveis aquele baque, aquele saber de que era irremediável, e que não havia nenhum final feliz para os dois. Era uma agonia que levava os mais fortes a se tornarem insanos. E nem forte ela conseguia se considerar.



Só não sabia o que havia feito para merecer passar por tantas aflições em sua vida. Mal imaginava que estivera mergulhada num mar de pétalas de rosa, o tempo todo, só para ser arremessada, com as feridas abertas, em um mar de gasolina. Talvez aquele fosse o final certo para os vampiros. Vis criaturas sugadoras de sangue, merecedoras da Dor.


Mas ela não havia pedido para nascer vampira.


Uma pena que era algo que Zero jamais perdoaria, independente de ser voluntário ou não.


Todo gesto que fizera para proteger os mais fracos...Para ser alguém de bem...Eram inúteis diante de sua essência.


Portanto, era mais fácil ir de uma vez cedendo. Era só beber o sangue de Zero e provar que não havia escapatória. Ficar adiando apenas geraria reminiscências ainda mais adstringentes. O ardor de sua garganta, com certeza, estava desejando abdicar. Porém, também havia algo, uma espécie de barreira, impedindo-a de desistir.


A garota.


Aquela garota que tomava Zero como uma parte sua, e que não permitia que ele se afastasse.


Nunca.


Aquela que considerava que se um dos dois estava condenado, o outro deveria acompanha-lo, para ficarem juntos na eternidade.


A garota que achava que já que ambos estavam fadados a agonia, mereciam ser felizes antes. Sinceramente felizes. Nem que por um só minuto.


E foi essa garota que, com esses ideais, ao se inclinar para mais perto de Zero, e receber o aroma delicado do sangue pulsando em suas veias, resistiu a compulsão.


Foi essa garota que cerrou as pálpebras com força, diante dele, e ao invés de morder seu pescoço, puxou-o para mais perto, mordendo seu lábio. Mas mordendo de uma forma delicada, não para ferir sua pele, apenas para poder deixar que seus lábios se unissem depois, num toque que tinha sabor de êxtase.


E o sabor de êxtase, sem dúvida, para essa garota, era bem melhor que o sabor de sangue.


Zero não perdeu seu tempo tentando decifrar as dimensões estratosféricas da própria felicidade. Para ele, aquele resistir, aquele beijo ao invés do sangue, era toda a prova que precisava de que Yuuki não era um monstro. E já que tinha essa prova, nada podia impedi-lo de tê-la para si agora. Nada ou ninguém.


O garoto envolveu os braços ao redor do corpo dela, aninhando-a de uma forma tão protetora, e com tanto desejo, que ela se libertaria mais fácil do que correntes de aço do que dali. Yuuki respondeu a isso com as duas mãos segurando seu rosto, como se estivesse segurando o que de mais precioso ela possuía no mundo. Então, ele moveu seus lábios em sincronia com os dela, e tão logo o desejo mútuo fez com que entreabrissem a boca, oferecendo passagem à língua, e àquele contato arrebatador.


Era simplesmente muita fome, muitos anos reprimidos e aflições descontadas naquele toque, de modo que ele se tornava maravilhosamente desesperador. Suas línguas dançavam juntas, sob a sinfonia das brasas de paixão-correspondida conflagrando...


Yuuki estava impedida de lembrar que era errado estar iludindo Zero daquela forma, deixando-o acreditar que ela não era quem ela era. Simplesmente impedida. A garota queria deixar que apreciasse aquele arrebatamento todo, e que fosse feliz. Mais tarde, se preocuparia com a agonia certa em seu destino. Mais tarde, tentaria mudar o trajeto infeliz, de seu futuro. Por enquanto, tudo que podia fazer era sentir aquele torpor de felicidade...E sentir. Sentir o beijo dele.


E naqueles minutos em que estiveram entrelaçando seus corações com tanta simultaneidade, não existiu mais nada. Nada, além dos dois. Nada além de sua alegria edificada por estarem juntos. Nada além daquele beijo sublime sob o céu alaranjado do nascer do sol. Um beijo que tinha gosto de sonho. Gosto de tudo que sempre desejaram em suas vidas.


Não existia nada agora, além da perfeição.


Foi perfeito enquanto durou.


Foi perfeito se sentir...Feliz.


Mas independente do que se queira, e das lágrimas negras que se chore, não existe uma forma de congelar um momento no espaço.


E por mais desejo que haja num beijo, ele nunca é capaz de reter a necessidade de recuperar o fôlego.


E assim que seus lábios deixaram de se tocar pelo mínimo fragmento de pele...


Yuuki se lembrou que era apenas uma ilusão.


Apenas uma concessão de alegria, à quem viera para viver da dor.


Lembrou-se de que era impossível, errado e dolente continuar se enganando, negando suas origens.


Então, ignorou o sorriso de Zero. Ignorou o sorriso interno de sua garota. Ignorou a dor onipresente de destruir aqueles sorrisos para sempre.


–Estou tão feliz. Eu sabia! Eu simplesmente sabia que que a minha Yuuki não era um vamp...-Ignorou as palavras de Zero, e ignorou que arrancaria toda a emoção delas também. Somente cedeu à aceitação da realidade, de seu instinto, e de si mesma. Cravou suas duas presas na pele alva, macia, e deliciosa do pescoço de Zero.


E enquanto o sangue era sugado, e molhava sua garganta, não se arrependeu do que havia feito. Nem um pouco.


Somente quando estava saciada, e que sentiu o sangue escorrendo no canto de seus lábios, é que pareceu voltar a sua racionalidade habitual. Como se o liame sua humanidade tivesse sido rompido naqueles instantes em que só o vermelho parecia importar.


Zero tinha razão.


Ela era um monstro.


Afinal de contas, o sangue dele deveria ter sabor de culpa... E não ser o líquido mais delicioso que já havia experimentado.


Yuuki esperava sentir as mãos dele arremessando-a. Se sentisse o desprezo dele, fisicamente, seria mais real. Mais fácil para sua ficha cair e aceitar que tudo havia desmoronado, agora. Que não havia mais um caminho de volta. Tudo isso era abstrato demais em sua consciência enquanto continuava sentindo o calor do corpo dele envolvendo o seu. Como se aquele “vamos ficar juntos para sempre” ilusório do beijo, não fosse mais só imaginação.


Mas era.


Zero provavelmente só estava pasmo demais para afastá-la. Decidiu fazer isso por ele, então. Esquivou-se de seu corpo, mas não teve coragem de voltar a olhá-lo nos olhos por um tempo. Além de tudo, era covarde. E com o sangue escorrendo em seu rosto, como uma prova substancial de sua derrota...Era só difícil demais. Enxugou-o com as costas das mãos, mesmo sabendo que isso não representava nada. Os vestígios de seu vil crime já estavam armazenados nas reminiscências, e era muito mais do que suficiente para impossibilitar Zero de aceita-la.


Se os laços uniam os dois eram mesmo inquebráveis, como Yuuki quisera crer durante toda sua existência... Então eles continuavam firmes, porém inteiros sujos de pecados... De manchas escarlates... E o invés de aproximá-los, estes laços afastavam.


–Zero...- Yuuki respirou fundo. Monstros não podiam ser covardes. Se a dor que a engolia era violenta e perpétua, era porque merecia ter de abraça-la como sua melhor amiga. Levantou a cabeça para olhá-lo nos olhos, e se estava querendo receber a dor, então tinha tomado o rumo certo. Não havia nada do calor de outrora na expressão dele. Absolutamente nada. Apenas frieza. Apenas gelo. A dor dele era infinitas vezes maior que a sua. Ele estava sozinho. Tão sozinho. E tudo que Yuuki queria era sentir essa tristeza dele. Roubar a dor dele para si. O sorriso dele sempre fora mais importante que o seu. E se tinha uma forma de deixá-lo melhor, mesmo que exigisse sacrifícios particulares, não importava. Através das manchas escarlates, os laços continuavam a protestar. - Se você perdesse sua humanidade, eu prometi a você que iria matá-lo. –Sim. Há muito tempo, na aurora dos dias mais revigorantes, nos dias de uma garota iludida, ela havia prometido. Eram tempos aflitivos, mas o nada comparado aos atuais. Zero havia estendido a arma em suas mãos, e ela havia prestado um juramento solene à ele. Ela o deixaria ir, sim, se ele perdesse sua humanidade. -Mas o que aconteceria se eu perdesse a minha humanidade?


Verbalizou a pergunta que atravessava seus pensamentos. E deixou que ela pairasse no ar, por mais de minutos. O tempo era também um detalhe insignificante, diante dos juramentos e dos sacrifícios que ela queria prestar. Só queria arrancar com unhas e dentes toda a agonia que poderia estar nele.


–Você é mesmo um vampiro.


Se ele estava inconformado com isso, não deixava transparecer. Estava querendo apenas ter uma última certeza. E Yuuki não poderia negar isso para ele.


–Sim. –As próprias marcas no seu pescoço são a prova disso.


–Então, nós dois... Não podemos viver neste mundo juntos.


–Não.


Não, eles não podiam.


Não quando Yuuki era a criatura que ele mais desprezava.


Aquele sentimento a derrotava, a fragmentava, a consumia, e não valia mais a pena viver com ele. A sensação de que só poderia arrancar o desprezo de Zero e lhe dar paz de espírito deixando de ser um monstro, era mais forte do que a sensação de que era importante continuar respirando.


–Você...Será morta por mim.


O sorriso de resignação que enviou a Zero, após ouvir aquelas palavras, não era masoquista. Assim como a sentença não era uma ameaça. Muito pelo contrário. Era sua liberdade. A única forma de escapar sob aquela pressão. A única maneira de retirar a agonia dos olhos dele, e talvez matar a sua própria. O único jeito de não ser mais uma vampira.


E Zero parecia compreender isso muito bem.


Ele era um Hunter.


Ele sabia o que deveria fazer.


–Eu não vou fugir. -Yuuki nem queria fugir. Estava traindo todos os seus amigos...Seus pais...E também a Ele. Também a Kaname. Mas tais traições não tinham o menor valor, comparadas a traição que havia acometido a Zero. E se podia consertar as coisas com ele... Não iria hesitar. Pegou Ártemis, simplesmente, e estendeu-a a ele. –Ceife minha vida com esta lâmina. Então nós dois descansaremos em paz.


Paz.


Paz.


A maldita palavra escorria e ecoava em cada canto, em cada mínimo fragmento do ar.


Zero não estava compreendendo porque ela compactuava com aquilo. Tomou Ártemis da mão dela num gesto violento, para demonstrar pelo menos um pouco do ódio que o consumia, equiparável àquela dor inexorável. Queria que ela se ofendesse e mostrasse as garras por isso, mas tudo que ela sabia fazer era sorrir daquele jeito resignado. Quase infantil.


Ele a amaldiçoava muito por isso. Tudo era por culpa dela.


Seria mais fácil se ela estivesse correndo ou querendo fugir.


Mas não.


Tudo o que ele mais queria, sim, era ter a paz.


Mas por que Yuuki a ofereceria de presente, assim tão fácil?


Um monstro não era capaz de amar. Não era capaz de desistir por amor.


Por que aquilo não se parecia nem um pouco com um truque?


Só podia ser um.


Ela provavelmente estava esperando que fosse se comover com aquela tática suicida...


Aqueles olhos, tão brilhantemente enganosos ...Aquele sorriso docemente manchado de vermelho...Já havia sido o motivo de seu mundo continuar girando... Já foram capazes de iludi-lo, e cegá-lo uma vez. Mas não deixaria que isso se repetisse.


Porque aqueles olhos eram apenas os olhos da sombra que ele havia amado...Aquele sorriso, era apenas uma estratégia que embaralhava seus pensamentos... Aquelas lágrimas eram a falsidade se desfazendo...


Jamais poderia encontrar a Yuuki que desejava ali. Acreditar que ainda havia um pouco daquela criatura frágil que amara tanto ali... Era negar as marcas em seu pescoço. Era negar a existência do sangue.


Zero fechou os olhos.


Cuspiu sobre a incredulidade e as ilusões. Bateu a porta na cara de seu amor ferido.


Apenas seguiu seus instintos como Hunter e empunhou Ártemis. Sentindo o poder da arma percorrer cada veia sua, arremeteu-a contra o corpo à sua frente, como arremeteria contra qualquer outro ser sanguinário...


Como se aquela não fosse Yuuki. Como se não tivesse sido o abrigo da criatura que havia amado tanto, durante todos aqueles anos.


A lâmina atravessou pele, carne, veias, músculos e perfurou o coração da vampira como se estes fossem feitos de papel.


Ser um pertence de Yuuki não ajudou-a a se proteger de seu corte fatal.


Não gritou.


Seu corpo simplesmente caiu sem forças de continuar e colidiu com o chão num baque surdo... Lágrimas puídas escorreram freneticamente de suas pálpebras, silenciosas. Mas não eram lágrimas de tristeza ou dor. Eram lágrimas de alegria. Havia finalmente encontrado uma forma de compensar Zero por tudo que ele havia passado. E isso era mais do que suficiente para que morresse feliz...


A dor física era transmutada numa sensação de real ressureição.


Morrer era só um despertar mais ameno.


Apenas isso...


Zero só teve coragem de abrir os olhos e encarar o que havia feito depois de muito, muito tempo.


Era um pouco estranho encarar aquela cena... O corpo da vampira estava estatelado no chão, sem mais nenhum resquício vital...Suas pálpebras estavam cerradas, indicando que a morte já fora rápida para lhe dar o beijo.


Seu lado como Hunter, de fato, havia encontrado a paz de espírito naquela cena.


Havia apenas destruído mais um ser sem humanidade.


Mas seu lado mais instável, perguntava-se a que preço haveria destruído aquele ser sem humanidade.


Havia tanto sangue naquele chão... Tanto sangue em Yuuki, no corpo de Yuuki, no rosto de Yuuki, nas mãos de Yuuki, na boca de Yuuki...Mas não...Não podia pensar nela como se ela ainda fosse Yuuki. Era apenas um monstro. Ele havia destruído um monstro.

Só que em troca disso, havia se tornado um também.

Zero riu.


A ironia era tão amarga que também fez lágrimas, iguazinhas a da vampira, se desfizessem sob suas pálpebras...


Debruçou-se sobre o corpo que jazia, sem se lamentar. Afinal de contas, havia cumprido o seu dever.


E não era como se tivesse matado a garota que amara.


Ela estava perpetuada nas suas recordações. Estava em seu coração. Apenas lá.


Nunca estivera ali naquele corpo que acabara de destruir.


“Você está enganado, Zero.”


A voz dela ressoou em sua mente, fazendo um arrepio correr da base de sua nuca por todo o resto da coluna.


Frio.


Zero olhou para o corpo, esperando vê-lo acordado...


Mas ela continuava morta...Tocou o seu corpo e o balançou, de um lado para o outro...E tudo que ganhou foi as manchas de sangue em suas mãos.


Procurou pelos lados, em busca de quem havia dito aquelas palavras perturbadoras...


Só então pode notar que elas estavam dentro de sua cabeça.


Vinham da garota que habitava o seu coração.


–Eu não estou enganado! Isso era apenas um monstro! Eu tinha que apagar o monstro!


Seus protestos foram ditos ao vazio. Sentia-se quase patético por isso. Mas não demorou que pudesse enxergar a figura da garota diante de seus olhos... Com aquele mesmo sorriso resignado que presenciara alguns minutos atrás.


Ela existia apenas em sua mente, não era?


Então por que parecia ser tão real?


“Você mesmo afirma que um monstro não morreria por amor.”


O sangue...


Parecia estar aumentando progressivamente no contraste sobre sua pele....


–Por amor?


“Estive feliz em morrer por você. Do que chamaria isso...?”


Não.


Era ... Amor??


Poderia mesmo ser amor??


Não.


Era improvável!


Não havia como ele ter certeza e...


Ele era um idiota.


Poderia ter se esforçado mais para saber o que era aquele ceder.


Mas somente havia preferido fechar as portas para a realidade e deixar o ódio consumir seu interior.


Sim, ela era um vampiro...Mas se era um vampiro que sabia amar...Se era um vampiro que o amava...



–Yuuki. Perdoe-me, Yuuki.


As lágrimas de Zero conseguiam embaçar tanto a sua visão agora, que ele mal conseguiu notar que o motivo de parecer haver tanto sangue ali, naquele local. Tudo estava manchado de vermelho.


Mas era porque os tons rubros e escarlates não pertenciam apenas aos resquícios corpo morto de Yuuki.


O fato de estarem aumentando tanto sobre suas mãos...


Era porquê o sangue era dele também.


“Morra comigo, Zero. Eu aceito o seu perdão. Contanto que morra comigo...”


Foi nesse momento que ele percebeu que, involuntariamente, Ártemis também fizera um corte em seu corpo, logo após que arremetera contra ela... Um corte tão desastroso, que estava quase que rasgando-o ao meio.


E ainda assim, sob o remédio do arrependimento, não doía. Não fazia nem diferença que fosse tão intenso, profundo, e que sangrasse tanto... Não fazia diferença que estivesse sugando sua vida...


–Yuuki...O que foi que você fez?


Esta foi a vez dele de dar um sorriso resignado.


Apoiando a mão na ferida, mas sem estancar o sangue, deitou-se em cima do corpo morto dela.


Abraçou-o.


Era bem compreensível o que lhe iria acontecer se não fizesse nada além disso.


Ele era o caçador mais forte que já havia sido projetado...Mas nem ele resistiria a um ferimento daqueles se ficasse apenas inerte.


Fechou os olhos, porque além de eles também estarem sangrando, conseguia enxergar mais nitidamente assim a imagem de sua doce garota, falando no seu inconsciente.


O ar ao seu redor estava temperado por aquele cheiro silvestre dos cabelos dela.


E Zero só conseguia achar que era um cheiro perfeito para se levar desta para outra.


“O que eu fiz foi o que você também queria.” Esta foi a resposta que ecoou em sua mente. A sinceridade contornando os entalhes de cada sílaba dela. Era tão perfeito vê-la sincera, sem nenhuma só distorção... “Morra comigo, Zero. Porque além da morte não existe nada disso. Não existe vampiro. Não existe sangue. E não existe o caçador.”


Kiryuu Zero deixou-se soltar uma última respiração. sorrindo. A Última.


Estava satisfeito.


Finalmente havia entendido o que a garota queria dizer.


Não podia estar com Yuuki num mundo onde todas as outras coisas falavam mais alto que o amor. Ódio. Rancor. Vampiro. Caçador. Vingança. E este era o mundo que habitavam enquanto estavam vivos...


Mas no Mundo da Morte...


O Mundo da Morte era o único Mundo em que seus laços estavam concretizados e puros. Era o único Mundo que entregava a garotinha em seus braços, protegida. Era o único Mundo em que poderiam estar juntos, com as almas entrelaçadas... Era o único mundo que permitia que se amassem, sem nenhum entrave... Para toda a Eternidade.


Então, somente estendeu os braços e agarrou as mãos do anjo. Feliz, pelo futuro que o aguardava no Outro Mundo.


Realmente feliz.


Zero morreu com ela.





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Notas finais do capítulo

Reviews? :3



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