A Filha Da Morte escrita por Messer


Capítulo 10
Year Zero


Notas iniciais do capítulo

Agora quem vai contar a história é o Jared. Vai ficar se invertendo assim, daqui em diante, ok? Os capítulos ímpares são dele e os pares de Bianca.



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Chegou uma semideusa nova. Ela é bem bonita, só que estranha. Seu nome é Bianca.

Ah, meu nome é Jared Riterponsoon. Eu sou brasileiro, mas meus avós são americanos e minha mãe fanática por inglês. É dai que surge o meu nome. Tenho 13 anos, sou filho de Zeus e estou no acampamento há dois anos.

Eu segurava o cadeado da pulseira, quando ela olhava com aqueles olhos cinzentos arregalados pra mim. Seu cabelo loiro acastanhado estava com algumas folhas e pequenos galhos, presos em um rabo de cavalo mal arrumado. Sua capa preta estava rasgada e suja de lama, sem contar que estava chamuscada da quimera. Sua calça rasgada, e a blusa azul-escura suja. Ela havia passado por muita coisa. Tanto que nem quis falar sobre isso.

- Bem... - Ela começou, depois de ter puxado o braço - Será se vocês podem me mostrar a acampamento? Desde que não preguem peças? - Acrescentou, enquanto ríamos.

Nós mostramos a arena, parte do bosque, os chalés, a casa grande, que ela dizia já ter conhecido, o refeitório, o lago e outras coisas de um acampamento.

- Como nenhum mortal entra aqui? - Perguntou.

- Está vendo o penhasco? - Falei.

- Aham.

- Então - Aline me interrompeu -, eles passam reto. Somente os semideuses, mortais que enxergam pela névoa e monstros conseguem ver.

- Mas daí eles conseguem entrar? - Disse ela com uma cara preocupada.

- Não. Ainda tem um campo mágico que protege. Enquanto os semideuses continuarem acreditando em sua existência, esse campo se manterá forte. Tudo isso depende da nossa fé.

Bianca assentiu.

Houve um silêncio estranho, como se ela quisesse acreditar naquilo. Como se ela estivesse decidindo se isso era ruim ou bom.

- Será se eu poderia começar a treinar? - Bianca perguntou, olhando para mim e Aline - Não é muito fácil fazer as coisas sem treinamento - acrescentou, com um meio sorriso no rosto.

- Claro. Qual foi sua arma até aqui? - Eu perguntei.

- Uma capa da invisibilidade e uma faca. Mas eu arremessava a faca.

Eu e Aline nos entreolhamos.

- Uma capa da invisibilidade? - Disse Aline, curiosa - Onde conseguiu?

- Atena me deu, quando fugia de um ciclope. Já a faca consegui com Afrodite.

- Bem... Você pode começar com esgrima.

- Ok, então.

E daí nós seguimos para a arena de esgrima. Bianca colocou uma armadura e pegou uma espada. E eu outra.

E começamos.

Ela era boa em se defender, mas no ataque era péssima. Mesmo pegando leve, conseguia atingi-la facilmente.

- AAAAAHH! -Ela gritou e arremessou a espada em um boneco, que, por acaso, acertou no meio do que seriam seus olhos - Chega! Eu sou péssima nisso! - E se afastou com passos pesados.

- Bianca! Volta aqui! - Chamei.

- Não! Você não viu que sou péssima? - Gritou, olhando para mim.

- Olha a direção em que você arremessou a espada.

E ela olhou. E ficou tão surpresa que seu queixo caiu.

- Vem - disse, me aproximando e segurando seu braço -, vamos na secção de arco-e-flecha.

Quando apoiei meu braço no dela, pude sentir um belo arrepio. Será se ela tava...

Mas então, nós chegamos na secção de arco-e-flecha. Alguns campistas estavam treinando, e ela pegou o armamento, e foi atirar.

- Você está segurando com a mão errada - disse um deles.

- Bem, eu sou canhota. Não consigo usar a mão direita.

Ele assentiu e ela atirou. Acertou em cheio. O campista que a advertiu ficou com o queixo caído, igual a mim. Mas a Aline chegou e falou:

- Tente de novo, pode ser sorte de principiante.

Então, ela foi até o alvo, retirou a flecha, e acertou em cheio novamente.

- Para trás - disse o campista.

Ela arrancou a flecha do alvo, andou uns cinco passos a mais a atirou em cheio.

- Não... Deve ter algo errado. Tente mais atrás.

Achei que ela iria matá-lo com o olhar que mandou, mas andou pesado, arrancou a flecha com raiva, pegou mais uma e andou uns 20 passos atrás, chegando bem perto do chalé de Hipnos, de onde atirou a flecha certeira, e colocando a outra em posição, acertou uma pomba que voava no céu, fazendo-a cair nos pés do campista.

- Assim tá bom? - Berrou ela no mesmo lugar. Eu respondi para o garoto, pois ele olhava chocado a pomba morta em seus pés.

Ela voltou, devolveu o arco, e saiu caminhando.


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