Cassie Black - A Lenda Do Diário Secreto escrita por Alícia Guimarães
Notas iniciais do capítulo
Rose que narra esse capítulo, ele não tem terror, apenas mostra a reação da mãe dela ao encontra-la diferente.
Resolvemos ir ao supermercado naquela tarde de 15 de dezembro. Tudo estava muito perfeito. A Inglaterra realmente era linda. Devido a enorme fila do supermercado chegamos em casa tarde, digamos que, a noite. Quando entramos naquela casa, eu pude sentir um calafrio, mas talvez fosse o sereno. Olhei a cozinha e não pude acreditar naquilo. Estava tudo virado. Tomei um enorme susto, assim como todos os garotos.
– Meu deus! Samantha! Samantha! O que diabos você fez nessa cozinha? – gritei alto, para a Sam escutar.
– Sam? Sam? – Dan perguntava. – Ué, cadê a Sam?
Percebemos que ela não estava em casa. Ou estaria escondida? Reviramos a casa toda e nada da Sam. Estávamos ficando preocupados quando ouvi gemidos do porão. Nós não usávamos aquilo, mas de qualquer forma, era o único lugar a qual não procuramos. Desci as escadas com o Dave, e lá estava ela, dormindo feito um anjo, agarrada a um livro vermelho.
– Filha? O que você está fazendo aqui? Vamos pra cama... – Dave a chamou.
Não deu muito tempo até que ela se levantasse e saísse de cabeça baixa em passos lentos ainda com aquele livro nos braços. Senti-a suspirar fundo. Confesso que nunca havia visto Samantha daquela forma. Talvez fosse sono. Quem sabe?
– Sam... Trouxemos marshmallow pra você. Sei que adora! – Dan como sempre, foi sendo fofo com a sua irmã. Mas, a resposta dela surpreendeu a todos nós. Ela simplesmente o ignorou e trancou-se no quarto. A batida da porta foi algo impressionante. O sentimento dela era de como se tivesse discutido com alguém. Coisa que ela nunca fizera. Foi algo impressionante. Os olhinhos do Dan encheram-se de lágrimas e ele ficou olhando os marshmallows em suas mãos.
– Oh filho... Samzinha está chateada. Vamos dormir, pois amanhã ela estará melhor e você entrega isso, tá bem? – tentei disfarçar para ele não ficar triste.
– Tá mamãe... – ele apenas virou-se de costas e saiu com aquilo em mãos.
Isso me atormentou o resto da noite. Porque Sam estaria agindo daquela forma? Porque ela não soltara aquele livro? E porque ignorou o irmão? Talvez fosse apenas uma fase. Também tentei ir dormir.
No dia seguinte, todos estavam de pé para seu primeiro dia na escola, menos Sam. Corri em seu quarto e bati a porta.
– Filha! Vai se atrasar para o seu primeiro dia de aula. – chamei-a, ela abriu a porta com força, seu rosto demonstrava rancor de algo, olheiras estavam espalhadas pela sua face e seu cabelo, liso. Coisa que ela nunca tivera gostado era que seu cabelo fosse liso. Ela gostava dele ondulado. Estranhei, mais uma vez.
– Saia da minha frente agora! – foi a primeira palavra que pude ouvir dela naquela manhã.
– Olha o respeito, moça! – repreendi, mas ela saiu andando na frente, sem comer, sem agasalho, sem esperar os irmãos.
A partir daquele momento percebi que Sam estava diferente. Mas, diferente de verdade. Ela sempre era a primeira a acordar para ajudar-me no café, sempre esperava os irmãos para ir à escola e sempre levava agasalho, pois reclamava do frio que fazia. Subi em seu quarto para arruma-lo e ele estava trancado. Tentei abrir com outra chave, mas nada. Nem o Mike, que era subitamente “estranho” estava tendo aquelas atitudes. O que estaria acontecendo com minha filha?
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