Um Novo Amor Doce escrita por N Baptista


Capítulo 8
Episódio 4 (a vingança)


Notas iniciais do capítulo

Não me matem! Eu sei que demoro demais pra postar, desculpa T-T



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 Estava caminhando pelo corredor, passos decididos em direção ao meu armário para pegar o livro da próxima aula quando vi a Ambre, ela estava com Charlote e Li ao redor do bebedouro rindo. Lançou um olhar na minha direção e com um sorriso psicótico no rosto veio andando pelo corredor. Meu coração disparou e as pernas tremeram (Não acredito que estou com medo das patricinhas de Beverli Hills) não aguentei a pressão e sai correndo, quando dei por mim estava debruçada sobre a pia do banheiro. Não posso viver assim, tenho que me vingar da Ambre.

 Quase não tive forças para assistir a aula seguinte, estava com raiva de mim mesma (sem chance, não posso ser tão fraca).

- Nathaniel, você precisa me ajudar – Cruzei a porta assim que o sinal tocou e ignorei completamente a presença de Melody (representante subordinada ao Nathaniel) – Isso que a sua irmã está fazendo é terrorismo. Preciso de uma ideia pra me vingar.

 Ele e Melody pareciam estar tratando de assuntos da escola, mas perante a minha interrupção, Nathaniel largou a prancheta sobre a mesa e fez sinal para que a garota desse licença:

- Pedí, em primeiro lugar a sala dos representantes é para os REPRESENTANTES, então se quiser falar comigo, me espere no corredor. Em segundo lugar... Vingança? Não acha besteira querer se igualar a ela?

- Nath, eu nunca me igualaria a sua querida irmãzinha, minha natureza não é tão sombria assim. Mas não vou ficar quieta e aceitar o reinado de terror da Ambre. VOCÊ não pode fazer nada ou ela “conta pro papai”, mas comigo é diferente. Admita Nathaniel, você também quer justiça!

 Ele suspirou e sentou na mesa do presidente do conselho:

- Eu não vou armar contra a minha irmã caçula.

 Joguei-me em uma cadeira bufando:

- Relaxa, eu não estou falando pra gente amarrar Ambre, Charlote e Li e largar nos Jogos Vorazes, ou escrever os nomes delas no Death Note (embora não sejam más ideias). Quero uma coisa boba, só pra ela ficar sabendo que não pode fazer tudo o que lhe apetece.

 Nathaniel passou a mão pelos cabelos bufando e se colocou de pé, eu também levantei e ele apoiou as mãos nos meus ombros quando disse:

- Seja discreta! Se for pega eu não vou poder te aliviar. A Ambre tem medo de aranhas, pode tentar colocar algumas de plástico no armário dela – Ele me virou de costas e me empurrou porta a fora – Não fui eu quem te deu essa ideia.

 Terminada a conversa, segui com um sorriso maligno para minha próxima aula. Mas mal prestei atenção no que a professora falou. Não tem problema, o importante é que o esquema já está todo armado. A Talixka faltou, nem pude pedir ajuda, mas enfim, já tenho o meu plano para colocar as aranhas de plástico no armário da azeda.

- E aí, se vingou da Ambre?

- Ainda não Castiel – Resmunguei a caminho do bebedouro – Mas o plano está em andamento.

- (Afê) Pra que complicar tanto? Picha o armário dela e pronto.

- Não é assim tão... – (Pode ser fácil assim!) Refiz o meu caminho para o portão – Pensando bem, você me deu um novo plano pra analisar. Sei que fica perdido sem mim, mas tente sobreviver que eu já volto.

Ele fez uma careta que eu ignorei como de costume e fui para o mercado de tudo. Tenho que ser rápida para não perder o próximo horário. Passei voada pelos corredores e comprei tanto as aranhas quanto a tinta sprei. Acho que posso combinar as duas ideias.

 Assisti mais uma aula, na verdade só fiquei pensando em que escreveria no armário, depois fiquei escondida no banheiro durante o breve intervalo e esperei até que todos fossem para suas salas. Desde o fundamental, todas as vezes que eu tentei me vingar da Ambre acabei me dando mal. Lembro-me do sétimo ano, quando estávamos na aula de natação e ela me empurrou com tudo pra dentro da piscina, me vinguei ligando o chuveiro gelado encima dela e no fim do dia acabei trancada no vestiário. Claro que não vai acontecer dessa vez, não tem como eu me dar mal de novo (até tem, mas não vou pensar nisso). Fui caminhando pelos corredores desertos, torcendo pra ninguém aparecer, até chegar ao armário da loira. Enfiei as aranhas pelo buraquinho e peguei a tinta sprei.

 A Ambre sempre pegou no meu pé, desde que nos conhecemos a louca me maltrata. Acho que isso tudo começou no quinto ano, que eu era novata e passava os recreios com o Castiel.

 Comecei a pichar, estava escrevendo a palavra LADRA em homenagem ao mais recente feito da azeda, quando ouvi:

- O que você está fazendo?! – Li (uma das clones pra quem não se lembra) estava parada bem atrás de mim.

- E-Eu... – O que ela acha que eu estava fazendo? Decorando pro carnaval?

 A japonesa começou a tentar arrancar a lata de tinta da minha mão e eu também puxava com força, e assim ficamos cambaleando pelo corredor.

- Mas o que é isso aqui?! – A diretora parecia possessa.

 Li e eu largamos a lata e nos endireitamos para tentar explicar tudo à diretora (lê-se se defender da velha encapetada).

- Diretora, eu não fiz nada – Li afastou os cabelos pretos do rosto – Foi essa garota que...

- Não quero saber – A senhora batia o pé nervosamente – Então foram vocês que fizeram aquela confusão na escadaria?! Quero as duas aqui depois da aula para limpar isso tudo!

 Dizendo isso a diretora foi embora, com o coque já desfeito e a cara toda vermelha, isso acontece sempre que ela se estressa. Sentei-me no chão contra a parede e cruzei os braços sobre os joelhos apoiando neles a cabeça e suspirando. Nem me importei com o chilique da outra, apenas fiquei ali sentada até o sinal tocar (aconteceu de novo).

- Ah, minha nossa – (ironia) Ambre chegou! – Só podia ser você, né garota!

- Não sei do que está falando.

 Coloquei-me de pé e fui saindo enquanto Li tentava explicar o que tinha acontecido.

- AAAAAHHH!!!!! – O grito da loira preencheu o corredor quando ela abriu o armário, já tinha até esquecido das aranhas.

 A cena da Ambre pulando de um lado para o outro, gritando toda desesperada e batendo a juba nervosa foi tão hilária que eu quase caí no chão de tanto gargalhar, até as clones estavam abafando o riso, eu devia ter filmado pra mostrar pra Tali e pra Hally.

- E não filmou por que? – Perguntou Hally no meio de uma das suas crises de riso quando eu liguei pra contar.

- Sorry, estava sem celular (hahaha).

- (Afê) Por que eu tinha que estar suspensa? Queria tanto ter visto essa cena épica.

- Pode crer, foi épico mesmo, nem ligo de limpar a escola, lavaria até os banheiros.

- Cuidado que as palavras tem poder! – Disse Castiel passando por mim para pegar as coisas no armário.

 As aulas tinham acabado e todos já estavam indo embora, todos exceto eu, claro, que tinha que encontrar a Li e ir atrás do zelador pra pegar material de limpeza. Aparentemente as letras garrafais no armário da jararaca de peruca não eram a única coisa que teríamos de limpar, a diretora tinha comentado (lê-se gritado) que havia algumas coisas na escadaria, então dei uma passadinha lá há pouco e vi vários símbolos estranhos espalhados pelas paredes, todos feitos com tinta sprei. O sorriso debochado do aspirante a bad boy foi como um estalo na minha cabeça, joguei minha mochila em suas pernas que se dobraram com o impacto.

- Tá maluca?! – Ele se apoiou nos armários pra ficar ereto.

- A culpa é toda sua! – Berrei em plenos pulmões.

- Minha? – Perguntou Hally do outro lado da linha, completamente alheia a o que estava acontecendo.

- Não Hally – Eu estava furiosa – Foi o Castiel que me deu uma ideia furada, sabendo que eu seria pega e levaria a culpa por uma outra merda que ele fez.

- O-O que? Ela gaguejou – Como assim?

 Abri a boca para responder, mas o Castiel foi mais rápido e arrancou o celular das minhas mãos, o cara não parecia disposto a me deixar falar qualquer outra coisa que o depreciasse para a ela.

- Ô Hally, diz pra sua amiguinha que encher a cara na escola não é boa ideia.

- Seu cretino – Voei encima dele – Devolve o meu celular!

- Nem pensar – Ele segurou a minha testa, impedindo o meu avanço e me mantendo numa ridícula posição em que eu agitava os braços no ar numa tentativa inútil de alcançar o telefone (ele voltou a falar com a minha amiga) – Então Hally, a Pedizinha aqui só está frustrada por ter sido punida ao enfrentar a pestinha da escola, pelo menos VOCÊ concordou que quebrar a cara dela valia a suspensão... por falar nisso, estão dizendo por aqui que vocês brigaram por minha causa, é isso mesmo?

 Parei de brigar pelo celular, na verdade só queria escutar a resposta da Hally, mesmo isso sendo impossível.

- Tá – Castiel sorriu malicioso – Vou encarar o seu silêncio como um sim.

 Ele me entregou o aparelho e tornou a se virar para o seu armário. Pisquei algumas vezes incrédula antes de colar o telefone à orelha:

- Hally?

- Arrrgg! Eu só estava me recuperando do choque! Passa o telefone pra ele!

- O que? – Logo agora que ele devolveu...

 De MUITA má vontade, passei o aparelho para o bad boy que arqueou uma sobrancelha:

- Fala. – Ele ficou um instante ouvindo o que me pareceu um ataque histérico antes de cair na gargalhada – Relaxa estressadinha, eu só estava brincando. – Mais um minuto ouvindo – Tá bom, tá bom, você estava defendendo a Talixka, acredito. Calma.

 Castiel ainda ria muito quando me entregou o celular e pegou a mochila comentando consigo mesmo “Da até pra imaginar ela ficando vermelha”. Observei enquanto ele sumia no fim do corredor antes de perceber que a Hally tinha desligado.


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