Um Novo Amor Doce escrita por N Baptista


Capítulo 7
Episódio 4 (Pedí)


Notas iniciais do capítulo

Gente, escrevi esse pedaço, daqui a pouco continuo. É só porque já não posto há muito tempo...



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Tinha terminado o penúltimo horário e finalmente a Talixka parecia disposta a conversar:

– Tali, pra dizer a verdade, eu não entendi direito a conversa da Ambre mais cedo. O que ela quis dizer quando acusou a Hally de roubar o seu paquera?

Ela nem me olhou, apenas virou o rosto e disse:

– A Hally saiu com o Castiel ontem. De algum jeito a Ambre deve ter descoberto...

– Queeê? A Hally saiu com aquele acéfalo de jaqueta de couro? Já to achando que a suspensão foi bem feita. É uma punição dos deuses por vender a alma àquele... – Ela só me olhou e eu já sabia que era pra parar de falar – Foi mal. Me exaltei.

– Não fale assim da Hally. O Castiel meio que obrigou ela a ir.

– Também, só assim pra ele conseguir um encontro... Mas, como você sabia? Tudo aconteceu na sua frente?

– Não, eu... Meio que ouvi escondida.

– Ah, entendo. Então é por isso que você ficou murcha o dia inteiro? Está com raiva da Hally?

– Não, não estou com raiva. Na verdade queria falar com ela.

– Bem, só espero que pra Hally ainda tenha salvação e ela não fique presa nas garras do monstro Castiel como você.

Ela me lançou um sorriso de quem diz “Você não é tão engraçada quanto pensa” e eu saí andando pelo corredor.

Fim do último horário, vou pegar a minha mochila e ir pra casa... ou não:

– Olha por onde anda sua... – Droga, com tantas pessoas na escola eu tinha que esbarrar justo na Ambre – Ah, é só a Pedí. Não dá pra exigir nada de inteligente dela.

– Toma cuidado com o que fala Ambre, ou vai querer o par do seu olho roxo?

– Ai ai, que ridículo. Só não vou me estressar porque você chegou em boa hora.

– Boa hora pra que? – isso não tá me cheirando bem.

– Estávamos indo almoçar, só que a Charlote esqueceu a carteira, imagine.

– Os alunos tem conta no restaurante da escola.

– É, eu sei, mas a comida daqui é horrível e nós queríamos ir naquele restaurante do outro lado da rua. Pensei que talvez você tivesse 10$ pra gente.

– Vai sonhando! Eu não vou te dar nada!

– Não estou pedindo.

Charlote e Li me seguraram pelos lados e eu fiquei sem poder reagir, Ambre pegou a minha carteira e levou o dinheiro embora. Isso não pode ficar assim. Estando sozinha e meio sem escolha, tive que apelar pra autoridade e fui direto ver o Nathaniel:

– Você precisa me ajudar. Ambre passou dos limites dessa vez.

– Pedí, a minha irmã tá com o olho roxo, não acha que isso já é punição?

– O que? Não to falando da briga com a Hally!

– Ah não? Então o que aconteceu agora?

– Ela e as cervas me atacaram e roubaram o meu dinheiro.

O coitado do Nath não esperava por essa, ele cambaleou pra trás e quase caiu por cima da mesa do presidente do conselho:

– Isso é muito sério Pedí!

– Eu sei. E a minha carteira também sabe.

– Me diga quanto ela pegou. – Ele pôs a mão na carteira.

– Não é pelo dinheiro Nathaniel, não quero ser ressarcida, quero que ela seja PUNIDA.

Ele colocou 15$ na minha mão e disse (com o rosto praticamente sem cor):

– É o que eu tenho aqui comigo, por favor aceite e deixe que eu vou falar com a Ambre.

Guardei o dinheiro no bolso e saí da sala dos representantes. Me sinto mal pelo Nath, ele não merece uma irmã como aquela.

Peguei a mochila e o skate e saí da escola pensando em um jeito de fazer a Ambre pagar. Normalmente não gosto de vinganças (caô, comigo é olho por olho dente por dente), mas tenho certeza que o que quer que o Nathaniel converse com a irmã, não vai ser suficiente. Atravessei a rua e vi a vaca loira e suas amigas almoçando no Fórum (esse é o nome do restaurante), desejei com toda a força que tivesse laxante naquela comida. Dei a volta como de costume e entrei pela porta dos fundos:

– Demorou pra sair da escola hoje Pedí, o que aconteceu?

– Ah Rick, nem pergunta. A nojenta da Ambre e companhia me assaltaram.

– Não brinca?

– Pareço estar brincando?

– E você não fez nada?

– Eu fui imobilizada tá. Mas de qualquer forma falei com o Nathaniel, ele me ressarciu e prometeu falar com a irmã.

– E você acha mesmo que vai ser suficiente? Aquela garota virou um pote inteiro de cola no seu cabelo mês passado e não aconteceu nada. Falar com ela nunca adianta.

– Ah, e o que você sugere?

– Sei lá, não posso mandar você chegar e dar um soco nela. Tenho que dar o bom exemplo.

– Bom exemplo? Você tem 18 anos e é dono do melhor restaurante jovem da cidade. Isso já é bom exemplo o suficiente, fica a vontade pra me mandar ir lá e quebrar a cara dela.

Rick sorriu e olhou para Ambre da janela da sala do gerente:

– Se bem que parece que alguém chegou antes de você.

– Ha ha ha, tem razão. O soco que a Hally deu nela ficou bem marcado.

– Hally? Não é a novata de quem você falou?

– É sim, ela mesma.

– Taí, já conseguiu o meu respeito.

Tenho que concordar com ele, apesar de o motivo da briga me dar náuseas (Castiel) a Hally realizou o sonho da maioria dos estudantes da Sweet Amoris e deixou uma marca roxa merecida na cara de boneca da Barbie travesti.

Vi outra pessoa entrar no restaurante, era Chinomiko a representante do 3° ano, no conselho estudantil ela é a presidente, o que a torna chefe do Nathaniel. É responsável pela maioria dos eventos que ocorrem na escola e os professores contam com ela pra quase tudo. Vi Rick se encolher por trás da mesa quando ela entrou:

– O que você fez dessa vez?

– Por que acha que eu fiz alguma coisa?

– Seu comportamento te denuncia querido.

– Vem cá, você não tem dever de casa hoje não?

– Hum, não. Hoje não.

Ele me lançou um olhar assassino:

– Vai pra casa Pedí.

Ri do desespero do coitado, mas concordei que era melhor ir embora. Passei primeiro no vestiário dos funcionários pra poder me trocar, se eu chegar em casa de calça jeans e camisa com capuz vou ser escorraçada. Peguei a mochila que deixo guardada aqui e coloquei aquele vestido irritante de lacinhos. Guardei o skate, peguei a bicicleta e saí pelo beco. Tomei o caminho mais longo e mais deserto, como de costume, subi a colina e logo estava em frente aos portões da mansão da minha família.

Papai estava na biblioteca como sempre e eu subi as escadas em silêncio me trancando no meu quarto. Tirei o caderno da Hally da mochila e comecei a folhear, um diário de bordo onde falamos as doideiras que acontecem no colégio, parece bom pra mim.

Quinta feira começou, ou deveria chamar, o dia em que vou me vingar da Ambre. Mas primeiro tenho que chegar na escola seguindo a rotina. Tomei café da manhã com o meu pai, ele estava lendo o jornal e ninguém disse uma palavra, depois peguei a bicicleta e fiz o caminho até o Fórum pra poder trocar de roupa e não aparecer a Sweet Amoris parecendo uma garotinha kawai de quatro anos. Então finalmente de jeans desbotado, tênis cano longo e uma camiseta qualquer, pude pegar o skate e atravessar a rua pra esperar a hora da entrada.

– Nathaniel, resolveu aquele problema? – Entrei na sala dos representantes logo depois do fim da primeira aula.

– Ah Pedí, eu falei com a Ambre e ela me confessou que tinha pego o seu dinheiro.

– E aí, o que aconteceu?

– Aconteceu que ela disse que eu não posso fazer nada contra ela, e ameaçou fazer uma cena pros nossos pais se eu tentasse puni-la de alguma forma.

– E você está surpreso? A Ambre nunca foi flor que se cheire.

– Mesmo assim, eu não esperava uma coisa dessas.

Ele parecia realmente desapontado e eu achei melhor deixa-lo sozinho. No corredor passei pela Chino, ela estava discutindo com a Peggy (jornalista da escola) provavelmente por causa de algum assunto que os alunos não deveriam nem saber, quanto mais ler no jornal da escola, mas a Peggy não se aguenta, ela é a maior fofoqueira que eu conheço e está sempre xeretando na sala dos professores.

Ainda não tinha encontrado com a Talixka hoje, então fui procurar por ela no pátio, mas seria melhor se eu não tivesse ido:

– Ei Pedí, você não tem dinheiro pra me dar também?

– Vai procurar o que fazer Castiel!

– Ué, soube que você tinha virado caixa rápido dos alunos, só to aproveitando enquanto posso.

– (sarcasmo) ha ha, muito engraçado. Você devia virar profissional.

– É, vou pensar no assunto. Mas e você, vai deixar a Ambre se safar dessa?

– Se tiver alguma ideia de vingança pra mim eu to ouvindo.

– Pensei que você tivesse desistido de vinganças depois do incidente com a cola mês passado.

– Velhos hábitos não morrem. Então, o que me sugere?

– Por que eu é que tenho que pensar em alguma coisa? Ah, se vira.

– Tá, é o que eu vou fazer. Mas mudando de assunto, você viu a Talixka?

– Por que eu iria querer ver essa garota?

– Castiel, você viu ou não?

– Talvez eu tenha visto, mas pra te falar vou querer algo em troca.

– Esquece, eu encontro sozinha.

Dei as costas e fui pra minha aula.


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Notas finais do capítulo

To loca pra saber o que vocês acharam da Pedí



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