Um Novo Amor Doce escrita por N Baptista


Capítulo 26
Episódio 12




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– E você não disse nada?! – Chibi se controlou pra não gritar.

– Posso bater nela? – Perguntei pra Talixka me referindo à Pedí.

Estávamos na escola, esperando a aula começar e a ruiva tinha acabado de nos contar sobre a conversa que teve com Nathaniel durante a corrida. Ainda não acredito que o garoto se declarou pra ela e a minha amiga só ficou olhando com cara de trouxa.

– Como está a sua perna?- Tali achou melhor mudar de assunto.

– Tive uma luxação – Respondeu Pedí olhando o gesso – Meu pai está furioso, me proibiu de sair, de ver televisão, e nem almoçar no Fórum eu posso mais! O motorista vem me buscar assim que a aula acabar, e eu vou direto pra casa.

Ela não estava nem um pouco feliz, enrolava e desenrolava a franja com a ponta dos dedos. Estava vestindo uma blusa branca de gola alta, uma saia de babados azuis e em um pé tinha uma sapatilha preta (o outro estava engessado). Minha amiga não gosta de se vestir assim, mas como o pai lhe trouxe esta manhã, não deve ter tido escolha. E ainda vai ficar sem ver o irmão, sem andar de skate (ou andar direito), e pra piorar deu mancada com o Nathaniel. Oh dó!

– Pedí – O loiro apareceu na porta da nossa sala – A diretora quer falar com a gente.

A ruiva ficou de pé, se equilibrando sobre as muletas e acompanhou o garoto pelo corredor.

– Não deviam pegar tão pesado com ela. – Ralhou Talixka quando nossa amiga já estava longe.

– As pessoas não podem perder oportunidades como essas – Chibi apontou para a direção que o casal foi – Elas podem nunca mais se repetir!

– Nossa – Arregalei os olhos – Isso foi profundo!

– Eu sou profunda! – Riu a de cabelo rosa.

– Agora é sério – Tentei ficar séria (tentei) – Esse assunto morre aqui! Não vamos falar pra mais ninguém.

– Concordo plenamente! – Tali afirmou com a cabeça.

– Não vejo por que contar – Chibi deu de ombros – Além disso, vocês são minhas únicas amigas, pra quem eu contaria?

A garota riu de sua própria piada, mas eu sei que foi sério, minha amiga não é a pessoa mais sociável do mundo, e as outras meninas ainda estão virando a cara pra ela. Depois que a aula acabou, eu estava pegando minhas coisas para sair da sala quando, sem querer, chutei a mochila, fazendo o caderno que compartilho com as meninas escorregar pela boca aberta da bolsa.

– Não acredito que você ainda faz isso! – Chibi ria pegando-o do chão – Lembro do oitavo ano, quando sua mãe sugeriu que escrevêssemos. Você achou a ideia mais idiota do mundo e eu levei uma semana pra te convencer a começar.

– Pois é – Sorri – Agora posso pegar os cadernos antigos e curtir o “efeito borboleta”.

(Na verdade não posso, eles estão na casa da minha mãe)

–Saudade dos velhos tempos. – Minha amiga falou nostálgica me estendendo o caderno.

– Fica com ele! – Falei rápido – Vai ser legal você escrever também! Ainda lembra as regras?

– Claro que lembro! Não pode encher de declarações melosas. Embora você mesma já ter quebrado essa regra algumas vezes. DEFINITIVAMENTE não posso mostrar o caderno pra ninguém. E nem podemos ficar lendo o que as outras escreveram. Pelo menos até o caderno estar completo. Esqueci alguma coisa?

– Não... Acho que não.

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Hally me entregou o caderno e saiu da sala. Também saí em direção o meu armário e encontrei a tal da Ambre conversando com as amigas.

– A Pedí é ridícula – Ela falava – Deve ter se perdido de propósito, só pra chamar atenção, e ainda levou o meu irmão junto. Vocês acreditam que a Peggy quer fazer uma matéria com ela e não comigo? Poxa, eu GANHEI a corrida! – “Nós” Tentou dizer a de rabo de cavalo, mas foi ignorada – Ainda bem que a ruiva de farmácia agora é mula manca! E devo dizer que está muito mais graciosa com o casco engessado!

Segurei-me para não rir ou chamaria atenção (Ah, qual é?! Não sou de ferro, foi engraçado!).

– Ambre, diz uma coisa – Falou a japonesa – Como foi que vocês ganharam a corrida?

– Aquele boboca esqueceu de carimbar as mãos na última etapa – Respondeu a loira – Passamos direto!

(Essa é a sua cunhada, Pedí. Boa sorte!)

– Dá pra acreditar nisso? – Alguém falou atrás de mim – E ela ainda admite que roubou, na cara dura!

Era Castiel mexendo no seu armário que fica bem ao lado do meu.

– Gente de índole ruim. – Dei de ombros – Mas e aí, se divertiu na corrida? Tirando o final, claro.

– É, não foi de todo o ruim...

– Fiquei sabendo que você fez dupla com a Hally.

– E o que tem?

– Ainda não entendi por que você não ficou com ela. – Falei como se fosse óbvio (pra mim era).

– E por que eu faria isso? – Ele fechou o armário e ergueu uma sobrancelha.

– Porque você GOSTA dela!

– Ainda não sei de onde você tirou isso. - O garoto começou a andar pelo corredor e eu o segui.

– Talvez dessa frase escrita em NEON na sua testa. – Falei rindo – Quer que eu leia pra você? É bem assim ó: “Eu estou afim da...”

Castiel tapou a minha boca pouco antes que eu terminasse de falar, pois uns alunos passavam naquele momento. Quando foram embora, ele suspirou aliviado e eu danei a rir.

– Você é o CÃO garota! – Ele esbravejou entrando na sala.

– Posso escolher a raça? Border Collie é uma graça! – Gritei em resposta e segui pelo corredor.

(Sou muito chata? Ah, que seja!) Caminhei até o bebedouro enrolando os meus cabelos em um coque, e após satisfazer a minha cede, encontrei Hally com os olhos esbugalhados.

– Aconteceu alguma coisa? – perguntei franzindo a testa.

– Acho que to parada aqui há uns dez minutos – Ela falava com cuidado – Acontece que... Eu escutei uma conversa entre Castiel e Lysandre, um pouco, eh... Estranha.

– Estranha como?

– Não sei se contar é uma boa ideia, acho melhor falar com eles primeiro.

– Tá – Dei de ombros – Você quem sabe.

Fui para minha aula, química é a minha melhor matéria. Foi tão legal saber tudo o que a professora perguntava, só quem podia competir comigo era uma morena de olhos azuis que senta do outro lado da sala, acho que se chama Melody.

– Você é muito boa! – Falou a menina vindo na minha direção quando a aula acabou.

– Obrigada, eu... Acho o mesmo de você! – (Ufa, quase falei besteira)

– Sério? Obrigada! Eu me esforço muito.

– Verdade? Tem dificuldade?

– Não é bem isso – Respondeu pensativa – Mas eu faço parte do conselho estudantil, então acabo muito ocupada.

– Deve ser dureza! – Falei sorrindo antes de sairmos da sala.

É mentira, eu não acho dureza coisa nenhuma! Concelho estudantil? Isso não é nada! Na outra escola eu tinha que manter as minhas notas altas em TODAS as matérias pra minha mãe me deixar ser modelo. E aí tinha que conciliar a agenda profissional com o colégio, ser babá da Korina nos fins de semana, e controlar o Ken para ele não envergonhar (demais) a Hally. ISSO sim é dureza!

Encontrei Talixka escorada na parede observando alguma coisa no corredor. Cheguei de mansinho e observei por sobre o seu ombro, mas só vi uma guria de cabelo roxo se lamentando.

– Alexy acabou de sair da sala – (como ela sabia que eu tava aqui?) – E a Violette está agindo estranho.

– Aquela garota com cara de depressiva? – Brinquei e recebi um olhar severo da de cachinhos –... Ah, pergunta pra ela o que aconteceu!

– Vem comigo?

Afirmei com a cabeça e fomos andando em direção à garota, que repetia “Eu nunca vou conseguir” e “Sou uma negação” (Qual é? Isso não é ser depressiva?).

– Vio, está tudo bem? – Perguntou Tali toda cuidadosa, a outra apenas afirmou silenciosa, mas não convenceu – Pode me contar, eu sou sua amiga! E a Chibi também é de confiança.

(Mas hein? Ela tá falando sério?) Sorri ternamente para ver se convencia e ela pareceu um pouco mais segura.

– Por favor, não riam. – (Vou tentar) – Eu... Eu acho que estou apaixonada pelo Alexy.

– Era pra rir disso? E eu aqui achando que ia ser uma coisa interessante... – Nesse momento me toquei que se os olhos pretos de Talixka soltassem lasers eu estaria fritinha – Apaixonada, é? Que coisa fofa!

– Mas eu não tenho coragem de falar com ele. Acho... Que nunca vou ter coragem.

Se eu disser que me vi na expressão sofrida daquela garota você acredita? Resolvi levar a sério.

– Olha, é uma ideia meio infantil – Falei – Mas se você quiser, podemos falar com ele pra você.

– Verdade? – Ela olhou pra Tali que sorriu e afirmou com a cabeça – Isso seria ótimo. Obrigada!

Combinamos que falaríamos com o garoto no intervalo após a próxima aula, pois o professor já estava entrando. Encontramos um dos gêmeos na sala B, mas (apossar de eu não saber quem é quem) suponho que não seja esse.

– Oi Armin, viu seu irmão? – Falou Talixka (sabia que não era esse).

– A gente se vê toda a noite em casa – O moreno riu – Por isso procuramos nos separar durante o dia.

– Que pena, tínhamos algo pra falar com ele.

– Uma declaração de amor? – Ele perguntou e arregalei os olhos.

– C-Como você sabe? – Gaguejei e ele danou a rir.

– Acertei? Foi brincadeira! Vocês estão gostando do meu irmão?

– Nós não – Respondeu Talixka – Mas uma amiga nossa.

– Bem, eu não sei onde ele está. Mas me façam um favor – Armin deu um sorriso maroto – Depois que vocês falarem com o Alexy, poderiam vir me contar?

Nos entreolhamos e assentimos meio confusas (esse garoto tá aprontando alguma!). Por fim, encontramos o gêmeo certo no clube de jardinagem e ficamos empurrando de leve uma a outra como quem diz “Fala você”.

– Oi meninas. – Alexy cumprimentou sorrindo, mas ficamos caladas com cara de pânico –... Vocês todas estão tão esquisitas hoje! Violette fez o maior esforço para balbuciar algumas palavras ainda pouco.

– Bem, já que falou na Violette – Comecei – O que você acha dela?

– Ah, ela é muito legal e gentil! Foi uma das primeiras pessoas a vir falar comigo quando cheguei na escola.

– Ela gosta muito de você, sabe... – Talixka estava bem sem graça.

– Muito como? – O sorriso do garoto sumiu, acho que está começando a entender.

– Ela está apaixonada por você. – Falei de uma vez.

Alexy respirou fundo meio estático, acho que esperava a ficha cair.

– Temos um problema! – Falou olhando para o nada.

– Por que? – Tali fez cara de sofrida – Você disse que gostava dela.

– Sim, mas... Acontece que ela não faz o meu tipo.

– Você já tem outra garota em mente? – Ergui uma sobrancelha jogando o cabelo para trás (eu tenho mania disso).

– Deixe-me explicar – O garoto suspirou – Não faz o meu tipo de jeito nenhum, nem ela nem qualquer garota. Acontece que eu gosto de um pouco mais eh... Musculoso.

Talixka e eu nos entreolhamos confusas, mas aos poucos a ficha foi caindo ( imagina três pontinhos surgindo sobre a cabeça da pessoa, depois do terceiro ela entende... Foi tipo isso!). A de cachinhos azuis fez um perfeito O com a boca, já eu falei mesmo:

– Que desperdício! – Os dois olharam pra mim – Já quase não tem homem no mundo, aí os poucos que tem, bonitos e legais, não querem saber da gente... É pra chorar!

– (ha ha) Não fica assim – Ele seu uns tapinhas de leve nas minhas costas – Com certeza tem um cara legal pra você por aí!

Meu peito apertou com isso... MUITO.

– E como vamos falar com a Violette? – Perguntou Talixka para si mesma.

– Eu falo com ela – Alexy deu um sorriso terno – Vou tomar cuidado.

Tali assentiu com a cabeça e o garoto foi embora, então... Droga, meus olhos estão embaçando.

– Chibi, você está chorando?

– Não Talixka, eu só... vou espirrar! Tenho alergia a flores.

– É mentira! Você é do clube de jardinagem. A desculpa não convenceu...

– Só estou com pena da Violette.

– Ainda não acho que seja isso. Mas tudo bem se não quer me contar.

Acho que ela se virou para ir embora, não tenho certeza, EU TAVA CHORANDO, OK?!

– É só que... – Esganicei soluçando – Eu sei como é você gostar muito de alguém e nunca ser recíproco. Não importa o que você faz, nunca tem a menor chance!

Acho que eu estava muito mal, porque ela me abraçou para ver se me acalmava.

– Nossa Chibi, você sempre parece tão confiante – Talixka falava sem me soltar – E tem tantos garotos que gostam de você...

– Não o que eu quero! – solucei – Não o ÚNICO que eu quero...

Ficamos alguns minutos em silêncio para que eu parasse de chorar (não sei falar disso, eu NUNCA falei disso!).

– Talixka – Chamei meio envergonhada – Por favor, não conta nada pra Hally?

– Está bem, mas por que?

– Ela tem seus próprios problemas. – Dei de ombros e saímos do clube.

– Vou ver como está a Violette. – Falou a de cachinhos e eu assenti.

Sozinha no pátio, sentei-me em um banco para por os pensamentos em ordem.

Flashback on:

– Será que ela não vê que o cara é um idiota? – Falou o menino de óculos deitando a cabeça na mesa atrás de si.

– Dylan é incrível, você só está com ciúmes. – Respondeu a garota de cabelo rosa cutucando a cabeça do garoto com a caneta para que ele saísse de cima dos seus livros.

– Por que ele é incrível? Porque ele sabe tocar guitarra? – Ele sentou direito e olhou para ela – Eu também posso ser incrível!

A menina deu uma risada debochada e virou o rosto para esconder as bochechas coradas.

– Oi Chibi! Oi Ken! – Uma morena de cabelo comprido se sentou perto deles.

– Hally, meu amor! – O garoto pulou na cadeira – Vamos ao shopping hoje a tarde? A gente podia, sei lá, ir ao cinema.

– Parece legal! – A garota virou para a amiga – Vamos Chibi?

A de cabelo rosa encarou o menino, que negava discretamente para ela, antes de responder:

– Claro, vamos sim!

Nesse momento o professor entrou em sala pedindo a atenção de todos, mas Ken ainda se virou para cochichar:

– Você fez de propósito!

– Fiz o que? – Perguntou Chibi com um sorriso cínico antes de se virar para o professor.

Flashback off.

Quando dei por mim, já estava rindo sozinha (devo ser bipolar, não é possível).

– E aí, como foi com o meu irmão? – Perguntou Armin se aproximando com um braço nos ombros da Hally.

– Você devia ter me contado! – Falei com tom de falsa raiva.

– Aí não teria graça! – Falou com um sorriso ENORME.

Hally deu um pedala no amigo e virou pra falar comigo.

– O manezão me contou o que aconteceu, eu devia ter avisado vocês sobre isso.

– Você sabia? – Franzi as sobrancelhas.

– Me contaram no final das férias. – Ela deu de ombros.

– E eu que achava que VOCÊ era o gay! – Fiz careta para Armin.

– Ei! – Ele se fez de ofendido enquanto gargalhávamos – Mas eu entendo, é pelas roupar, não é? Tenho preguiça de comprar, então o Alexy quem escolhe pra mim... Não é uma boa ideia!

Rimos mais um pouco e fizemos piadas até Hally e eu resolvermos entrar no prédio.

– Desembucha! – Ela falou me dando uma cotovelada de leve – Tava pensando em quê sozinha no pátio?

– Na minha carreira. – Menti descaradamente e nem ligo.

– Você teve que dar um tempo quando saiu de Paris, não é?

– Ville Kiss é pequena. – Falei balançando a cabeça de forma positiva, tudo isso era mesmo verdade, só não me incomodava mais tanto assim.

– Sabe, esta paixão é como um veneno... Preciso do seu corpo junto ao meu... – Escutei alguém falar ao longe, mas nem dei importância.

Foi então que percebi minha amiga paralisada, olhando algum ponto no corredor, e foi aí que eu notei que quem falava era o Lysandre... COM O CASTIEL! Tive uma súbita vontade de rir, mas Hally me puxou para dentro de uma sala de aula.

– (ha ha ha) Foi isso que você viu mais cedo?! – Eu já não me continha.

– F-Foi, mas não conta pra ninguém! – Ela parecia desesperada – Nós não sabemos o que está acontecendo.

– Pra falar uma coisa dessas no meio do corredor, acho que eles não se importam com a opinião alheia...

– CHIBI!!!

– Tá bom, tá bom. Eu não conto pra ninguém.

– Ela respirou aliviada e se jogou em uma carteira.

– Por que você não fala pra ele? – Perguntei e ela me olhou com cara de “Que?” – Pro Castiel, por que não fala o que sente?

– Não to entendendo. – Hally desviou o olhar para o celular que pegava do bolso da calça slim preta.

– Você não engana ninguém Hallyane! Está na cara que você gosta do garoto. Precisa falar o que sente, ou vai ficar que nem a Pedí...

– Que tem eu? – Perguntou a citada entrando na sala apoiada nas muletas e com Talixka em seu encalço.

– Você falou com o Nathaniel? – Perguntei como uma mãe que cobra as obrigações do filho – Contou pra ele que o sentimento é recíproco?

A garota só baixou a cabeça culpada, a resposta era “não”.

– Coitada, Chibi! – Tali fez uma cara de pena.

– É uma mula manca mesmo! – Brinquei fazendo todas rirem.

– Verdade – Hally guardou o celular no bolso – Ambre tá te chamando assim.

– É, to sabendo. – A ruiva deu de ombros analisando seu gesso – Falou com o Ken?

Gelei... Como assim? Essa garota é mutante? Ela leu aminha alma? O que? Como? O que?

– Não – Respondeu Hally – Como sabe que eu estava ligando pra ele?

– Te vi com o celular na mão. – Respondeu Pedí (então ela não tinha falado comigo...) – Você não desiste nunca?

– Quando nos falamos pela última vez, que foi por mensagem pouco antes de ele entrar para o colégio militar, o Ken me garantiu que voltava no inicio do semestre. No momento achei aquilo horrível, mas agora com a Chibi aqui... Não vejo a hora!

Ela falou isso com o maior sorriso no rosto, será que mudou de ideia quanto o Ken? Será que eles vão ficar juntos? NÃO! A Hally gosta do Castiel, não é? Ela não pode... Colégio Militar?

– Colégio Militar? – Perguntei em voz alta.

– É, não te contei? – A morena fez uma cara confusa – O pai dele o mandou pra lá, visto que foi maltratado pela Ambre.

– AQUELA VACA FEZ O QUE?! – Gritei e as três me encararam espantadas, então tentei disfarçar – Maltratando um amigo meu?! Pedí, mantenha a sua cunhada na coleira!

– Espera – Gargalhou Hally – Ela é vaca ou é cachorra?

– Um hibrido mal feito! – Dei de ombros e todas riram muito.

Nesse momento a garota de cabelo branco que namora o carinha da loja de poupas entrou na sala.

– Meninas, vocês viram o Lys-fofo? – Ela perguntou encarando cada uma, exceto eu.

– Não está com o Castiel? – Perguntou a morena olhando para o chão (e provavelmente relembrando a cena do corredor).

– Os professores combinaram de usar os próximos horários para um jogo de basquete entre os meninos, e o Sr. Boris me pediu que lembrasse o Lys de pegar a sua roupa de ginastica.

– Quer que eu vá com você Rosa? – Perguntou Talixka.

– Na verdade eu quero ir embora – Respondeu a outra com cara de tédio – Você pode fazer isso no meu lugar Tali?

A garota de cabelo azul hesitou um pouco, mas logo confirmou com a cabeça, fazendo a outra sair sorridente pelos corredores.

– Se quiser companhia, eu vou com você – Dei de ombros – Mas nem pense em tentar empurrar pra mim, eu não faço mesmo!

Acenei para Hally e Pedí enquanto saia com Talixka em direção o pátio. Não demoramos a encontrar o garoto em questão, e ele pareceu contente em falar com a minha amiga, a olhava atencioso (Nossa, ainda não tinha notado que ele é heterocrômico, é uma mutação não muito comum. Um olho verde e o outro castanho, esse Lysandre é mesmo um cara bem exótico!) Logo ele se afastou e a garota virou para mim.

– Vamos?

– Vocês já falaram? – Assustei-me.

– Você não estava ouvindo? – Ela franziu as sobrancelhas.

– Acho que me distraí. – Falei olhando para um desenho meio escondido soba manga na camiseta branca dela – Isso é uma tatuagem?

Talixka seguiu o meu olhar e riu sem graça mostrando o desenho da pena em seu ombro.

– Não é de verdade! Rosalya colou aí mais cedo dizendo que assim eu combino mais com o Lysandre. Tentei protestar, mas ela não me escutou... Pelo menos não é definitiva!

– O Lysandre tem uma tatuagem?

– Tem sim, nas costas.

– E você já viu? – Perguntei interessada.

– NÃO! – Tali ficou vermelha e EXTREMAMENTE sem graça – Quero dizer, admito que me deixa um pouco curiosa, mas não tive a oportunidade.

– Então vem comigo.

Segurei no braço da garota e saí puxando para o ginásio, alguns garotos já estavam se aquecendo, e eu quase parei pra olhar, mas tenho uma missão mais importante no momento. Talixka me obrigou a parar antes que estrássemos no vestiário.

– O-O que você está fazendo? – Parecia que ela ia ter um treco.

– Vamos entrar e nos esconder – Falei como se fosse óbvio – O Lysandre vai ter que vir trocar de roupa, aí nós vemos a tatuagem.

– M-Mas eu não quero ver o Lysandre trocando de roupa. – Tali sussurrava para que ninguém mais a ouvisse.

– Sério? Mas ele é tão gatinho... – Brinquei e vi que a garota quase caiu dura – Calma Talixka, nós só precisamos ver as costas dele, se as coisas começarem a ficar mais... eh... quentes, você fecha os olhos.

– Eu não vou fazer isso, boa sorte pra você.

A de cachinhos saiu de mansinho do ginásio e eu entrei no vestiário (ah, se eu disse que ia fazer, agora vou fazer). Procurava um lugar para me esconder quando ouvi passos se aproximando, então corri para dentro do primeiro armário que vi (eita cheiro de meia suja!). Um garoto apareceu não muito tempo depois, e eu admito que me senti meio culpada, afinal isso não era para mim. Mas talvez eu possa tirar uma foto e mostrar para a Talixka. Assim que eu consegui alcançar o meu celular no bolso da jaqueta branca (tenta fazer isso dentro de um armário pra ver se é fácil!), o garoto tirou a camisa e eu vi, ao invés de uma tatuagem, vários hematomas bem roxos e feios, como se ele tivesse levado uma surra, e o pior foi ver quem era. Tirei uma foto rápida sem flash e saí do esconderijo.

– O que aconteceu com você? – Perguntei com os olhos arregalados.

– O QUE? VOCÊ? CHIBI? – Ele tomou o maior susto pulando para trás e batendo o ombro na outra fileira de armários (nem preciso dizer que ele se contorceu todo de dor, não é?) – O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI?

– Eu... Me perdi! – Pisquei os olhos de forma inocente.

– Não espera mesmo que eu acredite nisso, não é?!

– Não. – Joguei o cabelo para trás – No inicio isso era uma ideia para ajudar uma amiga, mas ela acabou amarelando e nem veio.

– Não está certo ficar escondida para ver os rapazes trocando de roupa! – Ele colocou a mão na testa.

– Primeiro, não era nem você quem eu queria ver. Segundo, o plano não era ver “os rapazes trocando de roupa”, era ver “a misteriosa tatuagem do Lysandre”. Muito mais simples, e muito mais inocente.

– Inocente? – Perguntou incrédulo – Não tem nada de inocente nisso!

– Ai que escândalo! Relaxa, eu só vi suas costas...

– Sai daqui, Chibi! – Nathaniel me cortou, eu quis responder, mas – SAI DAQUI!!

Bufei e saí. Quando atravessei o ginásio, nem me preocupei em ser discreta, quem quiser ver, que veja! Quem quiser falar, que fale!

– E aí – Pedí estava sentada em um dos bancos do pátio tentando desenhar alguma coisa em seu gesso – Viu a tatuagem do Lysandre?

– Talixka contou pra todo mundo? – Perguntei sentando ao seu lado.

– Se com “todo mundo” você quer dizer “Hally e eu” então contou. – Respondeu mudando a cor da caneta (que era tipo 4 em 1).

– Nem deu pra ver – Dei de ombros – Nathaniel entrou lá primeiro.

– O QUE?! – A guria tomou um susto tão grande que deixou a perna cair (logo se arrependei disso, ficou olhando para saber se não tinha quebrado o gesso).

– Relaxa, ele só tirou a camisa... E foi bem estranho!

– A Tali não podia ter te deixado entrar naquele vestiário, eu pensei que você fosse ser pega, morrer de vergonha e nunca mais cogitar algo assim, mas... Ei!... Eu já vi o Nathaniel sem camisa na praia e afirmo que não tem NADA de estranho!

– Não era o corpo dele, mas as marcas – Mostrei-lhe a foto no meu celular – Ele estava cheio de marcas roxas... Se machucou na trilha também?

– Não – O olhar da ruiva era mais que preocupado – Ele ainda me carregou quando me machuquei, só pode ter sido depois... mas o que? Por que? Je ne crois pas que ce qui se passe! Pas avec Nathaniel! Pourquoi? ll est si bon...

– Já deu, Pedí! – Sacudi-a pelos ombros – Foco, vamos falar uma língua só, okay? – Esperei até que ela afirmasse levemente e a soltei – Será que alguém sabe de alguma coisa?

– Não vamos contar sobre isso! – Pedí me repreendeu – Nath não gostaria, mas se alguém sabe de alguma coisa, é a Ambre! Vou procura-la, você vem?

– Não, vou procurar a Talixka. Depois a gente se vê!

Entramos no prédio e fomos cada uma para um lado. Senti meu celular vibrando e peguei para olhar a mensagem da Korina, minha irmã tinha fotografado uma pedra marrom com manchinhas roxas... Era até bonitinho, mas quem é que para pra tirar foto de uma pedra? E ainda manda pros outros? Korina tem problema, só pode!

Quando levantei meu rosto, fiquei estática. O garoto mais lindo de todo o planeta terra estava do outro lado do corredor. Falo sério! Cabelo castanho, olhos verdes, forte... Parecia meio tenso, mas eu não tinha como saber realmente isso. Onde ele andou esse tempo todo que eu não o tinha visto ainda? Pensei que já tivesse visto todo mundo nesse colégio. (Vai falar com ele, Chibi!) Tentei dar um passo a frente, mas não consegui. (Eu travei? Como assim travei? Eu nunca travo!) Não consigo... Não consigo fazer nada, nem sair daqui. Senti uma pancada forte e... Dor, dor, dor!

– Chibi, desculpa! – Uma ruiva de trança se abaixou para me socorrer no chão.

Explicando: Ela abriu a porta do banheiro com tudo bem na minha cara, e eu fui direto para o chão. Quando olhei de novo, o garoto não estava mais lá.

– To tonta! – Falei jogando a cabeça para trás – Acho que vi um anjo!

– AAHH! NÃO! CHIBI, FICA LONGE DA LUZ! – A garota (acho que se chama Iris) gritava me sacudindo pelos ombros.

– PARA DE ME XAQUALHAR! Meu cérebro está quicando dentro da cabeça!

– O que aconteceu? – Perguntou Alexy que saiu sei lá de onde.

– A Chibi tá morrendo! – Dramatizou Iris.

– AAHH! NÃO! CHIBI, FICA LONGE DA LUZ! – Ele se jogou ao meu lado, me pegando pelos ombros e sacudiu como a garota.

– GENTE, PARA! EU NÃO TO MORRENDO! – Reclamei me soltando e ficando de pé.

– Mas você disse que tinha visto um anjo... – Ela fez cara de confusa.

– Foi antes da pancada. – Falei sentindo as minhas bochechas esquentarem, elas corariam se o meu rosto já não estivesse todo vermelho por causa da porta que me acertou.

– Ah, então acho que você trouxe ela de volta! – Gargalhou Alexy falando com a garota.

– V-você viu tudo? – Perguntei pensando se ele teria visto a minha ceninha patética com aquele garoto.

– Só de relance até a Iris gritar. – Falou se levantando igual a Ruiva.

– Okay. – Pensei em voltar ao propósito original – Alguém viu a Talixka?

– Serve aquela? – O garoto indicou algum ponto atrás de mim e eu me virei encarando a garota de cachinhos, vermelha até a raiz dos cabelos, sendo guiada por Lysandre que puxava de leve seu braço – Acho que está meio ocupada.

Concordei e despedi-me dos que estavam comigo antes de ir em direção o refeitório, mas não sem antes passar na enfermaria para pegar um pouco de gelo.

– Chibi, fala pra ela que é burrada! – Hally quase pulou em cima de mim quando cheguei perto.

– O que “É burrada”? – Fiz cara de “do que é que você está falando sua ET?”.

– Essa demente quer dar um smatphone para a Ambre!

– Eu não vou dar um smatphone pra Ambre! – A ruiva revirou os olhos antes de foca-los no meu rosto – O que houve com o seu nariz?

Nesse momento Hally pareceu se dar conta também. Neguei com a cabeça, como se dissesse que não era nada e Pedí continuou.

– O celular seria apenas parte de uma troca de favores.

– Para mim não paga! – A morena bateu o pé.

– Dá pra alguém me explicar direito? – Joguei o cabelo para trás.

– A Barbie falou que esse seria o preço para contar o que de fato aconteceu com o Nathaniel. – Hally falava irônica e indignada.

– Pedí, ela não vai falar nada... – Tentei faze-la entender.

– É isso ou ser escrava por uma semana. Eu não vou ser escrava!

– Então manda a vaca pastar e esquece isso! – Hally jogou as mãos para o ar e fez cara de quem dizia uma coisa óbvia.

– Ah, eu preciso saber se o Nath está bem! E se ele estiver com problemas? Além disso, eu posso pagar o celular.

– Tá cagando dinheiro, hein minha filha! – Sobressaltei-me.

– Não é tão caro assim! – Novamente revirou os olhos azuis.

– Falar com gente rica é fogo! – A morena bufou revirando os olhos castanhos.

Pedí respirou fundo e ficou de pé apoiando-se nas muletas, resmungou alguma coisa sobre o quanto aquele gesso estava incomodando e se despediu dizendo que ia comprar o celular. Fiquei pensando se tudo bem ela ir sozinha nesse estado, mas Hally não estava com a menor cara de quem queria ir junto, então dei de ombros. Comecei a contar sobre o garoto lindo que tinha visto agora há pouco, e não muito depois apareceu uma Talixka roxa de vergonha se encolhendo no ombro da morena.

– O que aconteceu? – perguntamos ao mesmo tempo.

– Eu vi a tatuagem do Lysandre. – Respondeu a de cachinhos com um fio de voz.

Minha cadeira balançou, mas continuei no lugar, ao contrario de Hally que se estatelou pra trás.

– Como isso aconteceu? – Quis saber completamente incrédula.

– Não sei o que você disse ao Nathaniel – Os cabelos azuis cobriam o seu rosto – Mas os dois conversaram e chegaram a conclusão de que sua amiga era eu. Então Lys me perguntou e eu quase morri de vergonha, mas disse a verdade, tentando explicar de todas as formas possíveis que eu não entrei no vestiário e não faria uma coisa dessas. Ele falou que se eu quisesse saber como era a tatuagem, bastava ter perguntado, e me puxou até o vestiário para que pudesse tirar a camisa... Aí eu vi.

Ficamos em silêncio, estava difícil de assimilar as ideias, e acho que isso deixou Tali com ainda mais vergonha (se é que isso era possível). Senti o celular vibrar de novo, dessa vez Korina me mandou uma foto de um chiclete que grudou no tênis dela (E EU LÁ QUERO SABER DISSO?!). O que tem na cabeça dessa menina?

– Eu juro que ainda vou internar a Korina em uma casa de loucos! – Falei guardando o aparelho no bolso da jaqueta.

– Korina! Que saudade da nossa mascote! – Talixka fez uma cara confusa para Hally que continuou – É a irmã da Chibi.

A outra fez cara de quem entendia e nós três passamos a caminhar pelo colégio enquanto eu contava sobre as fotos que minha irmã mandou.

– O desejo me consome, te tocar tornou-se vital para mim... – (E lá vamos nós de novo!) Lysandre falava coisas bem... Estranhas pro Castiel.

A de cachinhos e a morena estavam vermelhas, paralisadas e com cara de “O que diabos está acontecendo?”. Não deu outra, comecei a rir.

– Vocês ainda vão matar essas duas do coração! – Falei alto chamando atenção e apontando para as minhas amigas.

– O QUÊ??!! – Hally esganiçou de um jeito que assustou nós quatro e me deu vontade de rir ainda mais.

– O que vocês têm? – Perguntou o de cabelo claro franzindo as sobrancelhas.

– É que vocês estavam falando coisas um pouco... – Tali deixou a frase morrer no ar.

– Lysandre estava me mostrando a nova música que ele está compondo – Falou Castiel sério e depois arregalou os olhos como se tivesse entendido – Vocês não pensaram que... nós dois...

– Não sei se acho graça ou fico ofendido... – Os dois estavam com cara de incrédulos – Talixka?!

– Eu não disse nada! – A garota estava com cara de desespero.

– Hally?! – O ruivo fez igual ao amigo.

– Quê? A culpa é de vocês que ficam fazendo essas letras... quentes... – Ela estava prendendo o riso, que provavelmente sairia nervoso.

Ele também começou a querer rir (mas pela cara da minha amiga) e foi andando na direção da garota a encurralando em um canto mais afastado da escadaria (mas nós fomos atrás para ver o que iria acontecer, aqui todo mundo é curioso!).

– Achou mesmo que eu tinha alguma coisa com o Lysandre?

– M-Mas, olha o que vocês estavam falando, eu tinha motivo pra ficar confusa... Justamente pelo contexto é que você deveria saber que não tem como ele me dizer uma coisa daquelas sem ser agredido!

– Verdade, olhando por esse ângulo...

Castiel a prensou contra a parede e segurou o seu queixo (AIMEUDEUS, ELE VAI FINALMENTE TOMAR UMA ATITUDE!).

– Pensou que não tinha mais chances comigo? – (Preciso dizer que a Hally parecia um pimentão?) – Quer que eu te prove que gosto de garotas?

O garoto foi chegando o rosto perto do dela, e eu juro que nunca vi a minha amiga tão vermelha em toda a vida! Talixka cobriu a boca com as mãos e Lysandre balançou a cabeça em reprovação. Reprovação? Por... O Castiel está rindo? Por que esse idiota está rindo?! Aff, ele não vai beijar!

– A sua cara(ha ha ha)!

– Idiota! – Hally empurrou o crianção para longe.

– Você está da cor do meu cabelo!

– E você está falando igual a Pedí! – Ela começou a dar tapas no braço dele, mas nem fazia efeito.

– Imagina quando alguém for te beijar de verdade!

– Ah, eu sei que você vai lamentar não ter feito isso quando deitar a cabeça no travesseiro a noite, só tenta não babar muito nele enquanto estiver sonhando comigo, ok? Agora SOME DA MINHA FRENTE!

O boboca saiu rindo e arrastando Lysandre pelo corredor.

– Tudo bem, Hally? – Perguntei, mas ela estava rindo... MUITO.

– Ih, deu crise! – Falou Tali do meu lado me fazendo rir também.

– Entrei na ala dos loucos? – Perguntou Armin chegando perto de nós.

– Então está no lugar certo! - Comentou Hally meio engasgada com as risadas.

Ele sorriu e começou a olhar a escadaria como se procurasse alguma coisa.

– Alguém viu... – Ele nem completou a pergunta, pois Talixka já havia estendido para ele uma capinha de jogo.

– Deve ter deixado aqui mais cedo – Comentou ela – Estou ficando boa em achar itens perdidos!

– Então me ajuda a achar os parafusos da Hally? – Brinquei vendo a morena fechar a cara.

– Acho que esses se foram para sempre! – Comentou Armin piscando para a emburradinha antes de entrar na primeira sala que viu e se jogar em uma cadeira para jogar.

– Não falei que ele estava no lugar certo? – Hally apontou para o garoto – É doido também!

– Já parou de rir, é? – Zoei puxando a morena pelo corredor enquanto a outra nos seguia.

– Odeio essas crises! – Ela resmungou esfregando a bochecha que devia estar doendo.

– Hally sempre teve esse tipo de coisa? – Perguntou Talixka ficando do outro lado da garota.

Foi quando eu me dei conta de que nós duas somos as mais altas do grupo. Sorri debochada e apoiei meu cotovelo no ombro da menor (Hally).

– Ela é meio esquisita! – Falei e a morena fez careta – Mas as crises são algo meio recente.

Paramos no meio do corredor quando ouvimos vozes na sala de aula.

– Chibi não devia ter te contado – Era Nathaniel – Mas fico feliz que não tenham comentado com os outros.

– Eu não me vejo falando para todo mundo. – Respondeu Pedí.

– Mas você podia ter evitado de lembrar a Ambre disso. O que foi que ela te disse?

– Só que você tinha se machucado em casa.

– Então pense apenas que eu caí, e não se preocupe mais com isso.

– Você está bem mesmo, Nath?

– Eu... Estou! – Ele pareceu hesitar, o que será que aconteceu?

Pouco depois a porta se abriu e o loiro passou por três garotas que sorriam flagradas (nós). A ruiva saiu logo atrás, e parecia preocupada.

– Então Ambre foi inútil?! – Deduziu Hally vendo a cara da amiga.

– Na verdade ela foi bastante útil para os padrões dela. – A outra respondeu sorrindo.

– Pedí? – Chamou Melody se aproximando – oi meninas! Pedí, você sabe por que o Nathaniel anda tão estranho? Ele parece desconfortável.

– Ele está agindo estranho? – A ruiva se fez de desentendida – Deve ser alguma coisa do concelho, não consegue pensar em nada?

A outra ficou pensativa enquanto Hally, Talixka e eu assistíamos em silêncio.

– Agora que você falou, a diretora está muito brava pelo fracasso da corrida de orientação. A Chino já não aguenta ouvi-la gritar. Nathaniel como é o culpado, deve estar ainda pior. Você acha que eu devo falar com ele, Pedí?

– Não – Respondeu a ruiva de forma amigável – É melhor deixa-lo em paz por um momento.

Melody concordou com a cabeça e foi em direção ao grêmio, nesse momento Tali baixou a cabeça e riu discretamente.

– Ela também gosta do seu representante, não é? – Perguntei olhando para a direção que a garota tinha ido.

– É. – Respondeu Pedí sem animação nenhuma na voz.

– Ah, relaxa – Dei-lhe um tapinha nas costas – A gente sabe que é de você que ele gosta.

Ela sorriu sincera pra mim. Foi nesse momento que reparamos que Talixka fazia vários movimentos com os braços na frente de Hally que permanecia quase sem piscar.

– É assim, ó... – Dei um pedala na garota que despertou do transe imediatamente.

– Tá com a pilha fraca é? – Brincou Pedí.

– Essa aqui só pega no tranco! – Respondi rindo.

– Não suas bobocas – A morena fez uma careta engraçada – Mas eu tive uma ideia! – (Oh medo de quando ela fala isso!) – Lysandre e Castiel têm uma banda, e se eles fizessem um show na escola? Podemos cobrar a entrada e dar o dinheiro para cobrir o prejuízo da corrida, assim os professores fazem o que eles queriam desde o início. O que vocês acham?

– Você sabe que eu adoro bagunça! – Falei de uma vez.

– É uma ótima ideia! – Concordou Pedí.

– Parece divertido! – Talixka sorriu – Vamos falar com o Lysandre.

Sorrimos todas e fomos andando para fora do prédio, nesse momento eu vi uma cena chocante (pra não dizer traumatizante)! Aquele gatinho de mais cedo, com toda a sua perfeição, beijando a... a... AMBRE!

– AAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


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Notas finais do capítulo

Certo, estou começando a escrever o show, e para isso quero encher o colégio. To pensando em fazer um capítulo só sobre isso, então quem quiser uma participaçãozinha é só falar! Precisa me dizer o nome da sua docete ou como ela gosta de ser chamada (se tiver números, é melhor dar um apelido). Como é a personalidade dela. Se ela vai ou não com a cara da Nina (acredite, isso é importante). E qual o seu paquera favorito (entre os que tocam no show, né gente).
Pode entrar em contato aqui ou por MP no jogo.
Só lembrando que é uma participação, NÃO vai virar personagem fixo!
Outra coisa ó que, como sempre, eu estou seguindo o jogo, então ainda tem coisa pra acontecer antes da apresentação, não vou colocar o show no próximo capítulo, mas isso dá mais tempo para vocês se manifestarem.
Bjs e comentem esse também hein XD



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