Um Novo Amor Doce escrita por N Baptista


Capítulo 25
Episódio 11 Corrida de orientação


Notas iniciais do capítulo

Passei o maior sufoco! Quando estava com o capítulo pronto pra postar o notebook caiu no chão. Ele não queria mais ligar, entrei em pânico achando que tinha perdido tudo dentro dele... AS MINHAS HISTÓRIAS ESTÃO AQUI!!! Mas deu tudo certo, já levei pra concertar, e agora está aqui a tão esperada corrida.
Por favor, deixem a opinião de vocês, ela é muito importante pra mim.



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POV Hally:

Cheguei na escola animada para a corrida, não tinha sido surpresa para ninguém, já que Peggy contou para todo mundo antes das férias, mas ainda sim foi uma notícia bem legal. Pedí pulava no lugar de tanta felicidade, ela disse que ainda não acreditava que o pai a tinha deixado participar do evento. Talixka chegou pouco depois, lendo e relendo algo na folha de autorização.

– Como vamos fazer com a questão das duplas? – Perguntou parando à nossa frente.

– Que duplas? – A ruiva e eu perguntamos confusas.

– Vocês leram a folha de autorização? – Perguntou. “Não toda” pensei em responder, mas fiquei calada com um sorriso sem graça – A corrida será realizada em duplas... E nós somos três.

Olhei para minhas duas amigas por um instante (Não tinha pensado nisso, o que a gente faz?). Chibi, Alexy e Armin, por serem alunos novos, não iriam participar da corrida, então SIM, somos 3 amigas em uma corrida para 2 pessoas.

– Tá bom – Pedí suspirou – O que fizermos tem de ser rápido para a pessoa que sobrar poder procurar uma dupla... E se a gente tirasse zerinho ou um?

Na falta de ideia melhor, Tali e eu concordamos “Zerinhoooooum!”. Coloquei um e Pedí também, mas Talixka colocou zero e suspirou derrotada.

– Tudo bem – A de cachinhos falou forçando um sorriso – Vou falar com Violette!

A ruiva e eu nos entreolhamos preocupadas, mas foi o acordo, não podemos fazer nada.

POV Talixka:

Perguntei à Violette se ela já tinha dupla, mas ela ia fazer a corrida com a Kim, Iris faria com Melody e Rosalya não queria participar.

– Algum problema Talixka? – Perguntou-me Lysandre ao me encontrar no corredor.

– Mais ou menos – Respondi – Pedí, Hally e eu sorteamos quem seria a dupla para a corrida, e eu acabei sobrando.

– Verdade? – Ele arqueou uma sobrancelha – Pensei que correriam para fazer dupla com você... De qualquer forma, pode fazer comigo se quiser.

– Sério? – Pisquei surpresa – Pensei que correria com o Castiel.

– Ele tinha me dito que não queria participar, e como não chegou até agora... Bem, acho que não vem.

– Lysandre, eu vou adorar fazer a corrida com você! – Sorri sincera.

– Que bom! Somos uma dupla então.

Todos entregaram a autorização e o nome das duplas para o novo professor de educação física, e não muito depois o ônibus que nos levaria até a floresta chegou. Não tinha dois lugares vagos juntos, então sentei ao lado de uma garota do primeiro ano de cabelo comprido e vermelho. Todos já estavam sentados quando Castiel entrou feito um furacão e se sentou lá no fundo. Nathaniel entrou logo depois com a mesma expressão, mas se sentou em um dos bancos da frente. Logo estávamos na estrada, e a viagem não seria exatamente curta, então demoraria um pouco. Eu era capaz de ouvir claramente “Pretty boy” de 2NE1 tocando além dos fones de ouvido da garota ao meu lado, meus olhos pararam em sua bolsa no chão onde li seu nome escrito: Miya.

– Quem será que vai se perder? – Comentou de repente me dando um susto.

– O que? – Perguntei olhando para seu rosto.

– Você nunca viu animes? – Perguntou tirando um dos fones – Toda a vez que tem um acampamento ou atividade no meio da floresta pessoas se perdem... Geralmente um casal...

– M-Mas isso aqui não é um anime. – Respondi com um sorriso nervoso.

– Nunca ouviu falar que a vida imita a arte? – Sorriu olhando brevemente para mim.

– Bem... Espero que isso não aconteça dessa vez.

Miya deu de ombros e tornou a colocar seu fone de ouvido. Quando chegamos ao destino, desci do ônibus e fiquei esperando por Lysandre, que não demorou a vir me encontrar.

– Seu traidor! – Castiel veio bufando ao nosso encontro com Nathaniel ao seu lado, como se um puxasse o outro, mas eles nem se tocavam – Por sua culpa eu tenho que fazer dupla com esse retardado!

– Olha quem fala – Retrucou o loiro – Como se EU estivesse adorando, né?

– Castiel, me desculpe – Lysandre estava sério – Mas você mesmo me disse que não queria participar da corrida. Eu não ia ficar esperando que você mudasse de ideia.

O bad boy estava muito vermelho de raiva quando respondeu:

– MAS EU NÃO MUDEI DE IDEIA! FOI AQUELA VELHA DA DIRETORA QUE NÃO ME DEIXOU FALTAR A CORRIDA!

– Bem – Lysandre olhou brevemente pra mim – Eu não vou mudar de dupla! Sinto muito, mas não posso te ajudar.

Eles estavam tão vermelhos que parecia que iam explodir, mas Lys falava sem a menor preocupação com os rapazes.

– Nós podemos! – Hally se colocou entre os dois puxando a nossa amiga junto – Sabe como é, pra evitar uma tragédia...

Os dois se entreolharam incrédulos por um momento antes de o loiro se manifestar ainda confuso:

– O que querem dizer com isso?

– Pedí faz dupla contigo e eu com o Castiel. – Respondeu a morena.

– Espera... O QUE?! – A ruiva pulou para o lado e eu comecei a rir (acho que as duas não combinaram) – Quando decidimos que eu faria dupla com o Nath?

– Quer fazer dupla com o Cass? – Hally franziu as sobrancelhas – Não tem problema! Eu faço dupla com o Nath...

– EU NÃO VOU FAZER DUPLA COM O CASTIEL!!! – Pedí pulou para trás do Nathaniel como se a outra a tivesse ameaçado.

– Então eu faço isso. – A morena deu de ombros.

O bad boy arregalou os olhos e esbravejou:

– Quer dizer que sou EU quem está sobrando?! – Nathaniel só sabia rir cada vez mais enquanto Pedí fazia o mesmo (um pouco tímida e nervosa com a ideia de ser sua dupla) – E se eu não quiser correr com nenhuma de vocês?

– Quer ficar com o Nathaniel? – A morena o fitou despreocupada e deu de ombros – Você quem sabe! Vem Pedí, a diretora estava juntando os alu...

Ela nem conseguiu terminar a frase, Castiel agarrou em seu braço e saiu puxando-a e resmungando “Vamos falar com o professor”. Nesse momento Nath virou-se para a ruiva, ficando levemente corado:

– Eh, acho que ninguém te perguntou – Ele parecia nervoso – Pedí, você QUER fazer dupla comigo?

– Quero sim Nath. – Ela respondeu um pouco sem graça e os dois também foram procurar o novo professor.

– Meu Deus! – Suspirei baixando a cabeça – Eu nunca teria coragem!

– Em alguns momentos é importante deixarmos a timidez de lado e irmos atrás do que realmente queremos – Comentou Lysandre com o olhar perdido entre as arvores – Pode parecer meio forçado ouvindo assim, mas não é bom deixar as oportunidades passarem.

Ele sorriu para mim e ofereceu seu braço para que eu o acompanhasse até onde os alunos estavam se reunindo. Todos estavam concentrados no espaço onde seria dada a largada da corrida, Ambre estava soltando fumaça, não sei se gritava mais por ver Pedí com seu irmão, ou Hally com Castiel, quase senti pena das suas amigas. Charlote, que era a dupla da garota, fazia das tripas coração para tentar acalma-la (momento “falando como a minha mãe”), enquanto Li e Bia, que eram uma dupla diferente, se afastaram para concentrar na corrida.

A diretora começou a explicar como funcionaria a corrida, disse que ela estaria dividida em três etapas, cada uma teria no inicio um instrutor para explicar o que faríamos. Nessa primeira etapa, cada dupla receberia um mapa e com ele buscaria o caminho pela floresta. Um professor nos entregou o mapa e Lysandre me pediu que o deixasse guardar, não muito depois deu-se o inicio da corrida e todos os alunos correram por entre as arvores.

– Muito bem Lysandre – Virei-me para ele sorridente – Deixe-me ver o mapa. – A cara que ele fez não era muito contente, parecia meio desesperado – Tudo bem?

– Não exatamente – Lys sorriu culpado – Acho que deixei o mapa cair em algum momento lá atrás...

AI MEU DEUS! ESTAMOS PERDIDOS! Onde é que eu estava com a cabeça quando deixei o Lysandre com o mapa? Será que esqueci que preciso ajuda-lo a achar aquela porcaria de bloco de notas pelo menos umas três vezes por semana?! Ele perde as coisas! É tão certo quanto dizer que Pedí não guarda nome se Hally não chega na hora! Tudo bem, Tali, se acalma. Não é tão grave assim...

– Tudo bem – Falei suspirando profundamente – Podia acontecer com qualquer um.

– Verdade? – Ele ainda estava inseguro – Você não está brava?

– Não. Isso realmente podia acontecer com qualquer um. Agora só precisamos encontrar o caminho certo.

Lysandre me sorriu aliviado e começamos a caminha r para qualquer direção. Ele parecia estar realmente incomodado por ter perdido o mapa, deve ser meio desconcertante precisar da minha ajuda tantas vezes. Ele não falou nada a respeito, mas mesmo assim tentei dizer que não havia problema e que encontraríamos o caminho. Com isso ele me pôs para liderar, disse que se dependêssemos dele acabaríamos mais perdidos do que já estávamos. Uns quinze minutos depois, finalmente encontramos o professor Faraize.

– Vocês demoraram! – Comentou o homem – Tiveram dificuldade para encontrar o caminho?

– Nós perdemos o mapa. – Respondeu o rapaz ao meu lado, meio desconcertado, mas tentando não deixar transparecer.

– Ah, eu devia saber que isso poderia acontecer com alguém – Falou olhando diretamente para ele – De qualquer forma estendam as mãos para que eu as carimbe e vocês possam seguir com a corrida.

Nós fizemos o que ele mandou e esperamos enquanto o homem vasculhava os bolsos, aos poucos ficando com cara de pânico.

– Algum problema professor? – Perguntei preocupada.

– Não encontro o carimbo... – (Ah, então não é só o Lysandre que perde as coisas...) – Mas não entendo, estava bem aqui quando a senhorita Ambre e as amigas passaram.

Lys e eu nos entreolhamos em um entendimento mutuo e suspiramos pesadamente.

– Podemos seguir mesmo assim, não é? – Ele perguntou – Basta o senhor explicar para a diretora.

– Na verdade não – Professor Faraize estava em pânico – Andei tendo problemas com ela recentemente, e não sei como poderia explicar porque deixei dois alunos passarem sem o carimbo.

– Bem, então nós vamos ajudar a procurar. – Falei, mas acho que o professor nem me ouviu.

POV Hally:

– SOCORRO! SOCORRO! IRIS, ME AJUDA!

– Quando eu terminar a corrida, volto para te ajudar Hally! – Ela gargalhou e correu com Melody por entre as arvores.

– Tá vendo?! – Gritei com Castiel que segurava meus braços, me mantendo centímetros acima do córrego – Você fica nessa que vai me jogar na água, e até agora não achamos nem o primeiro item da lista.

– Todo mundo está empacado nessa etapa – Ele me puxou de volta – Mas tudo bem, vamos continuar procurando.

Caminhamos para mais distante da água (Graças a Deus) e acabamos encontrando Talixka e Lysandre.

– Onde vocês estavam? – Perguntei.

– Perdemos o mapa – Respondeu minha amiga fazendo o Cass rir – Mas não dá pra falar agora, vocês viram a Ambre?

– Não – Respondemos juntos e ele completou – Estamos com sorte!

– Aparentemente ela pegou o carimbo do professor Faraize, e não podemos prosseguir na corrida sem ele – Lysandre falava calmamente (como sempre) – Se a virem, por favor, nos avisem.

Concordei prontamente e o bad boy de má vontade enquanto nossos amigos se afastavam.

– Ainda está com raiva? – Perguntei franzindo as sobrancelhas.

– Por ter sido largado à própria sorte na mão da diretora? (sarcasmo) Não. Imagina.

– Own, não chora bebê – Zoei rindo – Eu estou aqui.

– Engraçadinha – Com uma mão ele bagunçou o meu cabelo, jogando tudo na cara – Nem parece que estava implorando pra fazer dupla comigo.

– Como é? Implorando? – Joguei o cabelo para trás – Tirando a Ambre, eu faria dupla com qualquer um, só estava querendo ser caridosa contigo.

– Caridosa?! – Ele riu sarcástico – Tá se achando, hein Hallyane!

– Não preciso – Fui sentar em um tronco cortado – Você faz isso por mim!

Antes que eu me sentasse, Castiel segurou os meus braços e me puxou de encontro ao seu peito, me pegando completamente de surpresa.

– O-O que você... – Gemi com o rosto afundado em seu tórax, mas nem consegui terminar a frase.

– Olha para onde você ia sentar.

Pisquei algumas vezes para voltar a me situar e então olhei para onde ele tinha dito, tomando um susto ao ver um canivete.

– AI MEU DEUS! – Comecei a gritar - ISSO É PERIGOSO! ELES QUEREM MATAR A GENTE?!

Continuei falando, mas tenho certeza de que ele não me ouviu. Apenas andou até o tronco, pegou o objeto e virou-se para mim dizendo:

– “Um objeto criado pelo homem”, pode riscar da lista!

Risquei o item olhando o restante das coisas anotadas e decidida a focar na competição. Chega de distrações, temos uma corrida pra vencer! O item seguinte era “uma coisa que brilha” e encontramos uma pepita falsa na beira do córrego (claro que ele pegou e eu fiquei olhando há uns dois metros de distância, não ia correr o risco de ele cumprir a promessa de me jogar na água). Depois saímos um pouco da ordem quando Cass me desafiou a pegar o inseto, mas eu esculachei pegando um besouro bem grande (mentira. Era uma joaninha, mas também serve!).

– Ok, “uma folha do tamanho de uma mão” – Li o item pensativa – Acho que já sei – Arrastei Castiel até uma arvore gigantesca que vi mais cedo – Essa arvore é enorme! Com certeza tem a folha.

Ele observou atentamente o lugar antes de encontrar o que queria em um dos galhos (problema, a gente não alcança).

– Vem, sobe nos meus ombros!

– O QUE?! – Saltei de susto.

– Sobe-nos-meus-ombros. – Repetiu pausadamente como se falasse com uma criança de cinco anos.

– Eu entendi o que você disse – Fechei a cara – Mas não vou fazer isso!

Castiel cruzou os braços e bufou.

– Por que não Hally?

– Não quero! – Imitei a postura dele – Você vai me deixar cair!

– Não vou nada! – Cass esticou a mão para mim – Vem, é o único jeito de alcançar aquela porcaria de folha, e eu quero ganhar a corrida.

Meio relutante, aceitei a sua mão e ele me ajudou a sentar em seus ombros. Nesse momento, Kim apareceu resmungando com Violette atrás.

– Não sei o que esses professores estão querendo... O-O que... O que vocês estão fazendo? – Ela nos viu.

– Nada não – Dei de ombros fingindo que aquele momento não era super constrangedor – O que aconteceu com vocês?

– Então – Ela balançou a cabeça para se concentrar – Nós tivemos o maior trabalhão para pegar esse esquilo e os professores riram de nós. Disseram que não se encaixava na categoria “um habitante da floresta”, tem que ser algo que eles colocaram aqui de propósito. E agora, o que eu faço com o esquilo?

– Acho que você devia soltar. – Falei recebendo um olhar mortal da garota.

– Foi difícil pra caramba pegar esse bicho, eu não vou soltar assim.

Violette deu um suspiro cansado e seguiu Kim pela trilha.

– Ok – Castiel me balançou pra chamar a atenção e eu me agarrei com força aos seus ombros – Pega logo a porcaria da folha antes que chegue mais alguém.

Engoli em seco só de pensar que teria de soltar as minhas mãos para pegar a folha, mas precisei confiar que o rapaz me seguraria, então me estiquei ao máximo pegando o item. Logo senti meus joelhos escorregarem dos ombros de Cass e acabei soltando um berro de pavor.

– O que foi? – Castiel perguntou preocupado.

Aos poucos percebi que não tinha me estatelado no chão, o garoto é que tinha dado um jeito de me segurar no “estilo princesa” e eu teria achado fofo se não estivesse a beira de um colapso nervoso.

– E-Eu pensei – Escondi o rosto na curva de seu pescoço – Que você ia me deixar cair...

– C-Calma – Ele parecia um pouco nervoso enquanto me abraçava de volta – Eu disse que não ia deixar.

– Mas me assustou! – Choraminguei sem querer.

– Desculpe. – Cass esperou um momento antes de voltar a falar – Hally, vai ser mais fácil se você soltar o meu pescoço.

– Nãaao. – Gemi contra a sua pele, o fazendo estremecer.

Foi impossível não rir com isso, e ele aproveitou pra se desvencilhar dos meus braços e me colocar sentada próximo a uma rocha, enquanto decidia que a melhor forma de se conseguir “uma impressão”, seria colocar a folha se papel sobre o tronco da arvore e passar o lápis por cima. Tateei a rocha distraída e acabei por encontrar um vão entre ela e a raiz da arvore próxima, dentro tinha vários coelhos de plástico.

– O que você está fazendo? – Perguntou Castiel voltando para perto de mim.

– “Um habitante da floresta”. – Respondi erguendo um dos achados.

– Você encontrou?! É o último item! Quantos ainda tem aí?

Ele se inclinou ao meu lado e começamos a contar os coelhos.

– Cass, falta um. – Falei ao terminar a conta.

– Então temos que correr!

POV Pedí:

– Se vocês estão aqui para me pedir uma dica, sinto muito, mas não posso ajuda-los. – Disse o professor Faraize quando fomos até ele.

– Não é isso professor – Respondeu Nathaniel – Nós completamos a lista.

Mostramos os objetos recolhidos que tínhamos conosco e o homem pareceu realmente surpreso.

– Vocês encontraram até o coelho – Falou arrumando seus óculos sobre o nariz enquanto conferia a lista – Pensávamos que acabaríamos por ter que dar dicas.

– Podemos prosseguir? – Perguntei impaciente (eu quero ganhar!).

– Sim claro. Sigam por esse caminho e logo encontrarão a próxima etapa.

Ele mal tinha terminado de falar quando demos as costas e voltamos a correr pela mata. Não demorou muito para que encontrássemos uma placa indicando a terceira etapa e também um conhecido.

– Jade! – Disparei até ele que me recebeu com um abraço – Você está responsável pela terceira etapa?

O garoto de cabelos verdes sorriu docemente enquanto nos soltávamos.

– Pois é, os professores queriam alguém que conhecesse a natureza.

– Uau, isso é incrível...!

– Tá bem, tá bem – Nath me cortou – Será que pode dizer o que precisa para a terceira etapa?! Temos uma corrida pra vencer!

– Está certo! – Jade mantinha o bom humor inabalável, já Nathaniel estava com os braços cruzados, a cara amarrada e balançava a perna de forma impaciente (O que deu nele?) – Bem, nesta etapa, cinco letras foram gravadas nos troncos das arvores, e elas não se repetem. Vocês tem aqui papel e caneta para anotar o que encontrarem. Quando tiverem todas as letras, voltem a mim e eu lhes farei uma perguntam então terão de usa-las para montar a resposta. Entendido?

Concordamos com a cabeça e Nath me puxou para mais distante para procurarmos as letras.

– Você podia ter sido um pouco mais simpático. – Comentei com o loiro olhando o tronco das arvores.

– Não podia não... “R”! – Indicou a parte baixa da arvore atrás de mim e anotei a letra.

– Sé te vejo sendo grosso assim com duas pessoas, Jade e Castiel... “I”! – Apontei a letra acima da cabeça dele e anotei.

– Não gosto desses dois... “P”! – Anotei também essa letra, mas nem olhei para onde ele apontou.

– Do Castiel eu entendo, ele é mal educado, preguiçoso, nervosinho, faz piadas horríveis, entre outras coisas. Mas o Jade é legal, e que eu saiba, nunca te fez nada... “S”! Qual é o problema?

O silêncio foi breve, logo senti o garoto segurar o meu pulso e me puxar de encontro ao seu corpo, olhando direto nos meus olhos.

– Você quer mesmo saber? – Perguntou com uma expressão estranha – Não vou com a cara dele porque...

– Anda logo sua lerda – (É a voz do Castiel?!) – Ainda dá pra vencer!

– Ah, não me xinga que eu não sou “suas nega”! – Agora era a Hally.

Escutei barulho de folhas e de repente vi uma Hallyane estática olhando pra mim. Deixa eu descrever a cena que ela viu: Eu, toda a vermelha, com o corpo colado no do Nath (que agora também estava vermelho), que mantinha as mãos na minha cintura.

Acho que se fosse a situação contrária, eu teria a mesma reação que a minha amiga. Logo Castiel apareceu atrás dela.

– O que você...? – Ele parou de falar com a garota quando nos viu –... Eca! Amor de nerd!

Nem cheguei a pensar, separei-me de Nathaniel como se tivesse levado um choque.

– Vem – O bad boy agarrou o braço de Hally – Vamos terminar a etapa.

– Vocês acharam todas as letras?! – Quase gritei de susto.

– Hã? Ahan! – A resposta da morena foi meio avoada, enquanto ela corria para acompanhar Cass sem que este lhe arrancasse o braço.

Senti Nathaniel arrancar a folha de papel da minha mão.

– Temos quatro letras. EU NÃO VOU PERDER PRO CASTIEL! Depressa, só falta mais uma.

– “A”! – Encontrei a última letra ainda meio anestesiada com os acontecimentos recentes.

Quando dei por mim, já estávamos parando em frente ao Jade.

– Faz a pergunta! – Nath falou autoritário, olhando a floresta em busca de Cass e Hally que haviam sumido.

O outro torceu o nariz com a ordem do loiro, mas resolveu ignora-lo e falar diretamente comigo.

– Qual é a capital da França?

Alguém precisa ensinar esses professores a fazer charadas! Como se eu precisasse dessa busca toda para saber que a capital da França é:

– PARIS! – Falei rindo com a simplicidade.

Jade também começou a rir e ergueu os ombros como se dissesse que não foi ele quem inventou essa bobagem. Nathaniel pigarreou e então o outro nos indicou qual caminho deveríamos seguir. Quase não tínhamos avançado na trilha quando meu parceiro me puxou por um caminho diferente.

– O que você está fazendo? – Esganicei surpresa.

– Eles estão muito na frente, se seguirmos o mesmo caminho, nunca vamos ganhar. É melhor pegar um atalho!

– Mas... – Mordi o lábio indecisa – Tem certeza?

Ele apenas me olhou confiante e assentiu com a cabeça. Demos as mãos e avançamos por um caminho diferente.

POV Talixka:

Lysandre e eu fomos uma das últimas duplas a cruzar a linha de chagada, mas nem ligamos, não queríamos realmente ganhar. Castiel estava encostado na lateral do ônibus com os braços cruzados e Hally estava sentada numa pedra logo em frente com o rosto apoiado nas mãos e os cotovelos nos joelhos, nenhum dos dois estava com uma expressão agradável.

– Não conseguiram? – Perguntei enquanto nos aproximávamos.

O garoto pareceu que ia dar uma resposta irônica, mas minha amiga foi mais rápida.

– Ambre ganhou – Disse indo em direção ao Castiel e encostando sua testa no peito dele que abriu os braços para recebe-la (mas não a abraçou) – Não me pergunte como! – Completou com a voz meio abafada.

– Trapaça – Castiel revirou os olhos – Não é novidade! A garota derrubou Violette na largada, roubou o carimbo quando vocês iam passar pra segunda etapa, e tá rolando um boato de que ela andou fazendo terrorismo pra cima de umas garotas do primeiro ano para conseguir os itens da busca.

Suspirei meio cansada e vi Lysandre balançar a cabeça para o que o amigo contava. Nesse momento comecei a passar meus olhos pela multidão de alunos para procurar a Pedí e...

– Cadê a Pedí? – Meu pensamento saiu pela boca.

– Não sei – Respondeu a morena se virando para mim com as sobrancelhas franzidas em uma expressão de “Eita poxa!” – Ela estava bem atrás da gente da última etapa, mas até agora não chegou.

– Espero que os dois sejam comidos por algum animal. – Comentou o bad boy tornando a cruzar os braços.

– Castiel! – Censurou Hally olhando incrédula pra ele.

– Está ficando tarde e logo vai escurecer – Observou Lysandre – É melhor falarmos com algum professor, eles podem ter se perdido em algum momento da trilha.

– Detesto defender o nerd – Castiel riu – Mas se até VOCÊ achou o caminho certo...

– O que quer dizer com isso? – Perguntei realmente incomodada com a piada a respeito do Lys.

– Que Lysandre é meu amigo – Respondeu me encarando – Mas é um CABEÇA DE VENTO!

– Bem, pelo menos ele se importa com os colegas de classe. Não é como uns e outros cuja única preocupação é choramingar porque perdeu para a A-M-B-R-E!

– Ah, ela resolveu mostrar as garras! – Castiel falou irônico avançando na minha direção.

– Ou, ou, parou! – Hally se colocou entre nós dois – Vamos falar com o professor Faraize que está mesmo ficando tarde.

Assentimos com a cabeça, ainda nos encarando e então fomos todos atrás do professor.

– Hey garota! – Miya veio na minha direção – Acho que me enganei.

Neguei com a cabeça e ela me encarou confusa.

– Na próxima excursão – Falei rindo sem humor – Deixe a bola de cristal em casa.

POV Pedí:

Tentei ao máximo evitar falar o óbvio, mas Nath resolveu o problema por mim:

– Estamos perdidos! – Exclamou jogando os braços para o ar e se sentando em uma pedra.

– É – Fui inevitavelmente irônica – Comecei a desconfiar disso uma hora atrás.

Eu não estava brava, e minha expressão era indiferente, mas Nathaniel estava realmente incomodado.

– Desculpe-me, eu não devia ter te arrastado para fora da trilha, fiz sem pensar.

– Tudo bem Nath, é só ficarmos aqui, alguém já deve estar nos procurando.

–Não, não está tudo bem! Era para eu ser o cara responsável.

– Qualquer um pode se perder...

– Mas o Jade não se perderia, não é? – Ele me interrompeu gritando – Fala! Você gostaria de estar aqui com ele, não é?!

– Nathaniel! – Gritei também – VOCÊ é a minha dupla, e em momento nenhum eu pensei em mudar isso!

– Hally te jogou pra cima de mim! – Nath jogou os braços para o ar.

– EU escolhi ficar contigo. Tenho vontade própria, sabia? E além disso, se não queria fazer dupla comigo, por que não reclamou com a diretora?

– Porque eu QUERIA isso! Eu... – Nathaniel ficou de pé com os punhos apertados – Eu esperava que... – Mordeu forte o lábio.

– Esperava que...? – Incentivei impaciente.

– Não importa, a última etapa só me mostrou o que eu já sabia desde que você resolveu continuar naquele maldito clube!

– Mas que droga! Essa sua insistência chata! O Jade é meu amigo. O que você tem contra ele?

– Acontece que aquele idiota nunca soube dar valor a o que ele tem e eu mais quero! – Falou se aproximando.

– E o que seria? – Encarei-o de perto, completamente impaciente.

– Você!

POV Hally:

Castiel, Talixka, Lysandre e eu acompanhávamos o professor Faraize na busca por nossos amigos. Já estava frio, escuro, e frio... Já falei que estava frio?

– Será que não tem leões da montanha? – Tali estava se assustando até com as folhas secas.

– Claro que tem – Provocou Cass – E é bem nessa hora que eles saem pra caçar!

A de cachinhos olhou assustada para o bad boy e acabou tropeçando em alguma coisa, mas Lysandre a segurou, retomando a caminhada.

– Não se preocupe Talixka – Falou o rapaz (o educado para ser mais exata) – Ele só quer te assustar.

– Isso mesmo Tali, não leve tão a seri... – Não consegui terminar a frase, porque meu pé prendeu na raiz de uma arvore e eu me estabaquei no chão.

– Você caiu no mesmo lugar que ela! – Gargalhou Castiel – Não tem olhos não?

– Olhos eu tenho – Reclamei ficando de pé – O que eu não tenho é um cavalheiro pra me ajudar!

– Então você caiu de propósito para que eu te segurasse? – Ele deu um sorriso presunçoso.

– Prefiro o Leão da montanha! – Respondo dando língua.

– Por favor – Pediu o professor – Concentrem-se na busca.

Murmuramos todos um “desculpe” e continuamos andando. Guiados pela lanterna do professor Faraize, fomos avançando pela noite fria, escura,, e fria... Já falei que estava fria? Eu estava tremendo.

– Isso tudo é frio Hally? – Perguntou Castiel vendo que eu estava me contorcendo.

– Imagine – Falei irônica – É só a emoção de estar perto de você!

Dei-lhe as costas para seguir os outros, mas parei quando um pano cobriu a minha cabeça. Puxei o casaco que ele tinha jogado em mim e me virei para discutir, mas Cass já tinha voltado a andar. Sorri para mim mesma vestindo o agasalho e retomando a caminhada (OBS: Que menino cheiroso!).

POV Pedí:

O clima ficou estranho depois da nossa discussão. Nath se sentou afastado e eu fiquei encostada numa rocha grande, não tínhamos trocado nem mais uma palavra até então.

– O que você está fazendo? – Ele perguntou me vendo escalar a rocha.

– Quero chegar ao topo e tentar ver algum movimento.

– Pedí, desce daí. Vai acabar se machucando!

– Não vou não. – Encarei a floresta noturna enxergando uma pequena luz em movimento – Acho que tem alguém ali.

Na tentativa de ver um pouco melhor, dei um passo a frente, mas meu pé prendeu em uma fenda e eu caí.

– PEDÍ!!! – Nathaniel correu ao meu socorro – Você está bem?

– Meu pé... Tá doendo...

– Eu falei pra não subir na pedra – Ele estava agachado ao meu lado – Consegue ficar de pé?

Não conseguia fazer força nenhuma na perna, então apenas neguei com a cabeça. Nath permaneceu agachado, mas se pôs de costas pra mim.

– Vem, sobe nas minhas costas – Falou ele – Vamos até o que você viu.

Fiz como ele havia dito e logo estávamos encontrando o professor Faraize, Castiel, Lysandre, Talixka e Hally. Nathaniel contou que eu tinha me machucado, e o professor falou que me levariam para o hospital e avisariam o meu pai. Cass fez questão de trocar de lugar com Nath, e este não hesitou ao me passar para as costas do outro. Acho que o magoei... Mas ele me pegou de surpresa! Eu nunca iria imaginar... O amor é MUITO complicado!


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