Na Sombra Do Passado escrita por Paola_B_B


Capítulo 22
Capítulo 21 - Resgate


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas, o capítulo saiu mais cedo essa semana. Era para eu ter postado ontem a noite, mas minha bateria acabou... Mas vamos ao que interessa. Espero que gostem ;)



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21 – Resgate

POV Sam


Assim que chegamos à casa dos Cullen encontramos a pequena Alice encolhida no sofá. Sua cabeça escondida entre os joelhos encolhidos de encontro ao peito.


Jasper estava sentado ao seu lado, seu rosto era preocupado. Esme correu até Carlisle o abraçando logo que o viu. Emmett e Rosálie se mantinham mais afastados apenas observando com preocupação o estado de sua família.

– Se Alice não conseguir enxergar nada, o que podemos fazer? - quem perguntou foi Edward que estava sentado nos degraus da escada.


Ele parecia exausto.

– Iremos atrás de algum demônio que nos fale para onde Crowley a levou. - expliquei.

– E se ele não quiser falar? - perguntou novamente.

– Não perguntaremos com educação Edward. - quem respondeu foi Dean. - A vidente realmente não consegue ver nada?

– Tudo o que ela conseguiu até agora foi escutar uma música antiga. - respondeu ele.

– Vamos Sammy, não consigo ficar apenas esperando. - murmurou meu irmão.


Assenti e o segui até a varanda da casa. Bobby também nos acompanhou.

– Vamos invocar um demônio de encruzilhada dentro de uma armadilha. Mas já aviso garotos que não será nada fácil arrancar a localização de Mary, ainda mais por ter sido Crowley a sequestrá-la.

– Os demônios preferem morrer por nossas mãos do que pelas mãos do rei do inferno. - concordei.

– Então daremos a opção de falar e morrer por nossas mãos ou morrer de forma lenta... Eu passei um bom tempo no inferno sendo torturado por Crowley, conheço seus métodos e posso muito bem repeti-los.


Antes que pudéssemos reagir às palavras de meu irmão um grito agudo veio de dentro de casa seguido de rosnados.


Entramos rapidamente nos deparando com a pequena Alice com os olhos sem foco e os braços estendidos a sua frente, seus olhos estavam arregalados e seu rosto apavorado.


Os rosnados vinham de Edward que também tinha os olhos desfocados, porém seu rosto estava completamente torturado.

– Crowley a está torturando. - explicou Castiel virando-se para nós. - Ele vai mantê-la viva até que ela fale onde está a placa. - seu tom era aliviado nos trazendo uma enorme revolta.

– Isso não é bom Cas! - rugiu Dean.

– Ela é mais forte do que vocês imaginam.

– O fato dela ser forte não implica que ela tenha que passar por isso novamente! - dessa vez quem se exaltou fui eu.

– Cas, onde Mary escondeu a placa? - perguntou Dean.

– Você não está pensando em fazer um acordo, está? Sabe no que isso implica Dean?! Os portões do inferno abertos para sempre! O inferno na Terra!

– Não me interessa Castiel! Mary é da família, e família a gente protege! Independentemente das consequências. Porque se fosse você lá, nós estaríamos fazendo de tudo para te libertar. Agora abra essa maldita boca e nos diga onde diabos Mary escondeu a placa!


Cas suspirou.

– Eu não sei onde ela escondeu. - disse em um fio de voz.


Olhamos para ele com incredulidade.

– É sério! Eu não sei. Mary tem essa coisa em seu cérebro que a protege de qualquer invasão mental. - suspirou. - Vou ver o que eu consigo descobrir. - então sumiu de nossas vistas.

– Pelo visto não temos outra escolha, teremos que invocar um demônio. - disse Bobby finalizando a discussão e então virou-se para o patriarca dos vampiros. - Onde fica a encruzilhada mais próxima?


POV Edward


Observei a pequena discussão sentindo minha mente girar. Eu estava tonto com tudo aquilo e não é nada normal um vampiro ficar tonto. Mas depois da visão de Alice eu não me sentia bem. Meu estômago parecia embrulhado e meu corpo tremia.


Edward! O grito mental de Jasper foi forte e preocupado. Ele olhava fixamente para mim enquanto tinha seus braços em volta de Alice. Minha irmã estava em estado de choque pelo que vira e confesso que eu tinha grandes possibilidades de estar também.


A verdade era que em meu corpo não sabia reagir aos potentes sentimentos que cresciam em meu coração. Tudo o que se passava em minha mente era Bella.


Ela estava sendo torturada por um sádico que não possuía um pingo de piedade. E vê-la toda ensanguentada, cheia de cortes por seu corpo e o rosto praticamente desfigurado libertou o monstro sanguinário que há tanto tempo venho aprisionando dentro de mim.


Meu extinto mais puro e feroz. Eu iria caçar aquele desgraçado, nem que eu tenha que ir direto ao inferno.


Finalmente meu corpo parou de tremer. Fechei minha expressão e tratei de fazer minha mente trabalhar. Escutei Carlisle indicando aos caçadores a tal encruzilhada.


Peguei minhas chaves em cima da bancada e andei em direção à porta.

– Eu levo vocês. - disse sem dar espaço para recusas. - E acredito que precisarão de algum material. Rose e Emmett trouxeram o que sobrou do Impala para cá. Acho que suas armas ainda estão nele.


Os levei para a garagem e Dean quase chorou ao ver o estado de seu carro. Mas seu drama não durou muito tempo e os Winchester logo pegaram tudo aquilo que precisavam e entraram em seguida no carro. Bobby também veio conosco e se manteve em silêncio enquanto os garotos chegavam a um acordo na questão da armadilha.


Tentei ao máximo manter minha cabeça no agora. Se pensasse naquilo que Bella estava passando eu entraria em desespero. E agora não é hora para isso.


Acelerei o carro e não demorou para chegarmos ao encontro de duas ruas perpendiculares.

– Precisamos desenhar uma armadilha que envolva toda a encruzilhada. - falava Sam com um pequeno balde de tinta vermelha.

– Qual o desenho? - perguntei.


Ele desenhou rapidamente uma miniatura no chão de terra. Assenti.

– Deixa comigo. - peguei o pequeno balde de tinta e o virei despejando e correndo.


Em dois segundos o desenho estava pronto.

– É isso? - perguntei.


Eles assentiram.


Não demorou para Dean enterrar uma pequena caixa enquanto proferia algumas palavras em latim.


Aguardamos alguns segundos e então um homem vestido de terno preto apareceu. Seus olhos completamente pretos.

– Winchesters! Acho que hoje não. - sorriu irônico.

– Acho que hoje sim. - retrucou Dean sorrindo com cinismo e apontando para o chão.


O demônio bufou quando viu a armadilha e então sorriu forçado para nós.

– O que querem?

– Para onde Crowley levou Mary? - perguntou Sam.

– Quem? - perguntou sorrindo.

– Não brinque com a nossa paciência! - deixei que o rosnado saísse de minha boca.


O demônio me olhou com curiosidade, mas sua mente que antes era só escuridão gritou.

– Eu posso escutá-lo. - avisei e então escutei um grito de socorro. - Tem alguém preso na mente do demônio.


Os três caçadores me olharam surpresos.

– Isso quer dizer que o corpo que o demônio está usando ainda tem vida. - declarou Sam.


Dean então se adiantou para dentro do círculo desenhado e jogou um balde de água benta em cima do demônio que começou a queimar e berrar.

– Para onde Crowley a levou?


A mente do homem começou a gritar em desespero. Mas o demônio riu de maneira sádica.

– Vocês realmente acham que vão conseguir alguma informação minha?


Dean despejou mais um pouco de água benta sobre ele que gritou ainda mais.


"Por favor! Pare, por favor! Tirem ele do meu corpo! Eu não aguento mais isso!"


Olhei para Bobby e perguntei em tom baixo.

– Tem alguma possibilidade do humano saber o que se passa na mente do demônio?


Ele ficou pensativo por alguns segundos. Tudo o que eu escutava eram gritos sufocados já que agora Sam segurava o homem e Dean fazia ele ingerir água benta queimando suas entranhas.

– Talvez. É possível que a pessoa escute alguma informação, apesar de que os demônios blindam suas mentes.

– Eu acho que esse demônio não blindou sua mente o suficiente. - murmurei e segui para dentro da armadilha. - Será que eu posso tentar do meu jeito? - perguntei aos garotos.


Os irmãos me olhavam indecisos.

– Confiem em mim, eu posso tirar a verdade dessa criatura. - os olhei significativamente.


Sam o largou e Dean deu um passo para trás.


Antes mesmo que o homem caísse ao chão eu o segurei pelo pescoço o tirando do chão. Rosnei o aproximando do meu rosto.

– É melhor começar a abrir a boca.

– O que um vampiro faz com caçadores? Mudou de lado sanguessuga?

– Sabe... Essa carcaça que você escolheu para usar tem um cheiro muito bom... Fico me perguntando se um demônio também pode sentir a dor do meu veneno.


Ele ainda me olhava com escárnio.

– Seria algo como amarrar uma pedra em suas pernas e mandá-lo para dentro de uma piscina cheia de água benta e te manter lá por alguns dias. - sorri. - Será que seu corpo morreria afogado?


O humano começou a se desesperar. Eu ouvia as súplicas de sua mente.

– Não sou o vampiro mais sádico que existe, eu poderia poupá-lo... Basta me dizer para onde Bella foi levada. - sussurrei em seu ouvido de maneira sombria.


Ele poderia ser um demônio, mas seu corpo era humano e os humanos são minhas presas. O extinto é mais poderoso que um parasita.

– Você cheira a medo. - sussurrei lambendo seu pescoço e roçando meus dentes no local.


Eu podia claramente escutar o martelar desesperado do coração.

– Se você não falar iremos matá-lo e depois poderíamos invocar outro demônio. Tenho certeza que alguém falará onde está a caçadora. Não se sinta tão importante.


"Fale maldito! Diga onde ela está! Eu não quero morrer!" - quase sorri com o desespero do humano.


Me afastei para observar seu rosto. O demônio me deu um sorriso nervoso.

– Meu corpo pode até sentir medo, mas eu não vou falar. Prefiro morrer nas mãos de vocês do que nas mãos de Crowley.


"Eu não quero morrer! Diga! Diga que ela está no sanatório abandonado da cidade! Diga!"


Virei apenas meu rosto na direção dos caçadores.

– Ela está no antigo sanatório da cidade. - disse largando o demônio no chão. - Podem exorcizá-lo.


Joguei minhas chaves para Bobby e corri como nunca em direção ao local. Eu tinha que salvar minha Bella.


POV Bella


Admito que entre ser torturada no inferno e ser torturada na Terra prefiro ser torturada na Terra. Porque quando a dor fica grande demais eu perco a consciência.


Eu começava agora a acordar pela... Bem, eu perdi as contas de quantas vezes apaguei. Mas cada vez que eu acordava Crowley se mostrava mais impaciente. Ele começava a perceber que não conseguiria tirar nada de mim.


Abri meus olhos com dificuldade, eu sentia meu rosto inchado e o gosto de sangue na boca. Meu corpo estava dormente e eu preferi não tentar me mexer.


Estranhei Crowley não me dar as boas vindas ao acordar. Já que cada vez que eu abria os olhos ele vinha com algum "carinho".


Agucei minha audição e pude ouvir alguns sussurros.

– Teremos que movê-la senhor. - a voz parecia nervosa.

– Como eles conseguiram descobrir onde estávamos? - era o rei do inferno e seu tom possuía um misto de calma e curiosidade.


Eles continuaram a conversar, mas eu não conseguia ouvir direito. Acho que se afastaram de onde eu estava. Fiquei concentrada em minha respiração apenas rezando para o tempo passar rápido e quando eu menos esperava o som de vidro se partindo soou alto.


Não consegui identificar muito bem o que estava acontecendo. Meus olhos não me mostravam muita coisa além de vultos e tudo o que eu escutava eram rosnados furiosos e coisas sendo quebradas. Escutei alguns gritos de dor também, mas acho que eu estava tão cansada que não consegui sequer imaginar ou sentir medo do que estava acontecendo.


Então tudo ficou em silêncio, ou quase silêncio, já que minha respiração estava bastante ruidosa.

– Bella... - um murmúrio sofrido chegou aos meus ouvidos.


Então ele apareceu em minha frente. Eu sabia que era Edward, mas não porque eu podia enxergá-lo, porque tudo o que eu via através da minha visão embaçada era algo branco, algo bronze e algo vermelho. Mas sua voz sempre faria meu coração bater mais rápido e sua presença sempre me faria sentir segurança.

– Oi... - consegui dizer em um sussurro.

– Você vai ficar bem. - garantiu ele.


Senti seus dedos em meus pulsos e o ferro que me prendia foi estourado como se fosse um elástico qualquer.

– Eu sei. - tentei sorrir, mas tenho certeza que meu rosto estava inchado demais para demonstrar minha alegria e alívio.


Edward soltou minhas pernas também e então me pegou no colo. Não pude evitar que o gemido de dor saísse de meus lábios. Eu estava arrebentada, literalmente.

– Desculpe. - sussurrou ele com dor.


Até revirar meus olhos doía.


Comecei a escutar mais vozes conforme íamos para fora daquela sala. O vampiro andava num ritmo lento para eu não sentir ainda mais dor. Minha visão ainda estava turva, mas pude identificar a claridade do dia.

– Caralho Mary! - escutei a exclamação de Dean. - Você está...


Eu sabia que eu neste momento era apenas um saco de carne, mas ele poderia ser um pouco mais educado.

– Vai se foder. - murmurei.

– É, ela está bem. - eu podia escutar o sorriso na voz de Sam. - Cas...


Então eu senti algo quente sobre meu rosto. Então o calor correu para o meu peito e seguiu para os meus braços e pernas. Suspirei mexendo os meus dez dedos das mãos novamente.


Cas tirou sua mão do meu rosto e eu pude enxergar o que estava acontecendo.


Pisquei rapidamente notando os dois caçadores sorrindo. Ao lado deles estava Bobby apoiado em um carro prateado.

– AH Bella! Eu sinto tanto! - pisquei confusa com o pequeno ser que me abraçava com toda a força que conseguia.


Ela chorava de maneira sentida.

– Alice, tudo bem. - murmurei.


A situação estava estranha, já que Edward ainda me segurava em seu colo.


Virei meu rosto em sua direção e notei que ele estava coberto de sangue. Arregalei meus olhos me virando para os outros vampiros.


Nenhum dos Cullen tinha um pingo de sangue em suas roupas.

– Alice! Está sufocando Bella. - avisou ele e imediatamente a fada me soltou.

– Desculpe. - disse envergonhada e então me olhou profundamente. - Eu não conseguia te ver... Desculpe demorarmos tanto para resgatá-la... - dizia chorosa.

– Tudo bem Alice... Ossos do ofício. - dei de ombros.


Virei meu rosto para Edward.

– Você pode me por no chão agora.


Ele fez o que eu pedi.

– Porque está cheio de sangue? - perguntei em um sussurro.


Edward pareceu um pouco sem graça ao olhar suas roupas.

– Digamos que eu perdi o controle por alguns minutos. - levou sua mão aos cabelos de maneira nervosa.

– Edward não sabe brincar em grupo, sempre tem que agir sozinho. - resmungou Emmett com um ar divertido.


Carlisle olhou para o filho de maneira enfezada e começou a dar uma bronca em tom inaudível.


Notei que Esme, Rosálie e Jasper não estavam ali. Jasper eu imaginava que era por causa do excesso de sangue em minhas roupas. Esme por ser pacífica demais e Rosálie... Bem, ela nunca foi com a minha cara mesmo. Ela não deveria se importar.


Voltei meu olhar para Edward que parecia meio perdido em seus próprios pensamentos.

– Você me salvou. - sussurrei segurando sua mão.


Seus olhos pareceram brilhar quando me olhou quase em desespero. Eu sabia que ele segurava a esperança de eu perdoá-lo.

– Obrigada. - disse sincera.


Edward assentiu me olhando profundamente e ali eu fiquei presa. Não sei quanto tempo ficamos ali, apenas no olhando, mas Alice nos despertou.

– Acho melhor irmos todos para casa. Todo mundo precisa de um descanso.


Olhei para os garotos que conversavam com Bobby. Cas estava encostado no carro com ar pensativo.

– Cas. - chamei.


O anjo me olhou.

– Precisamos achar um jeito de destruir a placa.

– Não há jeito. Tentamos de tudo no passado.

– Deve ter algum jeito Cas, use sua rádio anjos, tente escutar alguma coisa.

– Não posso garantir nada.

– Eu sei. Só tenha em mente que agora eu não estou mais sozinha. Há pessoas pelas quais eu me importo a ponto de colocar um foda-se e entregar a placa a Crowley.

– Família. - disse ele.


Apenas assenti e então o anjo sumiu de nossas vistas.




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Notas finais do capítulo

Hoje é meu aniversário... Um presente ótimo seria algumas recomendaçõeszinhas #fikdik

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