Na Sombra Do Passado escrita por Paola_B_B


Capítulo 21
Capítulo 2o - Crowley


Notas iniciais do capítulo

ATENÇÃO! Capítulo com alto teor de violência.
Como eu disse o negocio vai ficar tenso. Espero que gostem o cap ;)



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20 – Crowley

POV Edward

Quando Carlisle ligou para casa no meio de seu expediente imaginei que algo estava errado. Quando ele mandou que eu fosse até ele eu tive certeza. Esme ficou preocupada e disse que ligaria para os outros que estavam em viagem de caça para que voltassem imediatamente. O tom de meu pai era muito tenso para que fosse alguma bobagem.

Rapidamente entrei em meu carro a acelerei em direção ao hospital. Tínhamos nos mudado há pouco tempo. Mas como ainda estávamos na metade do ano letivo resolvemos esperar seis meses para voltar a estudar. Enquanto o tempo não passava a história era que meu pai mudou-se primeiramente e aguardava sua esposa e filhos mudarem-se quando as “crianças” terminassem o ano letivo na antiga cidade.

Isto nos dava a chance de ficar mais tempo em um lugar, porém não poderíamos ficar circulando na cidade. Tínhamos que nos manter em casa, longe dos humanos. Por um lado era bom. Não precisava aguentar tantas mentes em minha cabeça e nem esconder quem eu realmente sou. O lado ruim era que minha mente ficava muito tempo livre pensando em minha Bella e eu não conseguia evitar pensar na visão que Alice teve há tempos atrás. A irritação tomava conta e meu ciúme fazia com que eu tivesse de quebrar metade da casa.

A verdade é que eu não sentia apenas ciúmes, sentia inveja também. Eu queria estar ao seu lado assim como os dois caçadores estavam. Vivendo e convivendo com Bella.

Suspirei ao estacionar o carro. Segui para a porta principal e se eu já estava preocupado com a situação fiquei ainda mais.

Carlisle estava na recepção visivelmente impaciente. Quando me viu praticamente correu ao meu encontro.

- Edward! – disse alto fazendo com que algumas enfermeiras olhassem curiosas em nossa direção. – Filho, você não sabe quem deu entrada hoje no hospital. – disse nervosamente me puxando para o corredor.

Sua mente estava uma bagunça. Ele tentava organizar todos os exames que ainda tinha que fazer no dia e conversas com médicos na área da oncologia. Mas meus pés pararam de se mover quando a imagem dos dois caçadores passaram na mente de meu pai.

Eles estavam embolados no metal retorcido que era o tão amado carro de Dean. Pelas lembranças de meu pai ele ajudou no resgate. Imediatamente meu corpo gelou.

- Bella? – minha voz saiu como um sussurro.

Carlisle continuava me arrastando pelos corredores.

- Ela não estava no carro.

Senti o alívio me dominar por alguns segundos.

- Você não imagina a minha surpresa quando fui chamado para ajudar em um acidente extremamente grave na estrada e me deparei justamente com Sam e Dean Winchester. Eu não sei ainda como esses garotos sobreviveram. Mas o que me preocupa filho é que Bella não estava com eles, mas o cheiro do seu sangue estava dentro do carro. Alguém a tirou de lá antes que eu e os paramédicos chegássemos.

O alívio se foi do mesmo jeito que chegou. Senti meu corpo tencionar mais uma vez.

- Talvez aquele anjo a tenha ajudado. – disse ao me lembrar do estranho homem que ajudou os caçadores no do Cupido.

- E porque ele ajudaria somente ela? – perguntou.

Levei minha mão aos meus cabelos de maneira nervosa.

- Eu não sei.

- Desculpe filho... Não vamos perder as esperanças. De certo o anjo a ajudou mesmo. – disse meu pai ao notar o meu desespero, mas eu sabia que ele só estava tentando me acalmar.

Não estava dando certo.

- Como os dois estão? – perguntei incerto.

Carlisle suspirou.

- Estão bem... Na medida do possível. Só vou saber mesmo quando eles acordarem. O problema é que eu realmente não sei quando isso vai acontecer. Cada corpo reage de uma forma diferente.

Assenti. Meus pensamentos ainda estavam perdidos em minha Bella. Onde diabos ela estaria? Mas novamente Carlisle me tirou de minha própria cabeça.

- Eu consegui pelo celular dos garotos o telefone de um tal de Bobby, lembro-me deles comentando algo sobre ele quando estiveram em nossa casa. Achei que era de confiança. Ele está a caminho e chega em algumas horas já que está vindo de avião.

Assenti mais uma vez.

- Vou avisar aos outros o que está acontecendo. Esme ficou preocupada com o seu tom ao telefone.

- Faça isso. Não poderei sair desse hospital nas próximas horas.

- Quando Bobby chegar, me ligue, por favor, acho que ele pode ter alguma pista de onde Bella está.

- Tudo bem filho. – Carlisle colocou uma de suas mãos sobre o meu ombro em um gesto de amizade. – Tente se manter calmo, vamos achá-la e se Deus quiser ela estará bem.

Acenei com a cabeça e corri até o carro. Porém em vez de seguir para casa eu segui para a estrada onde o acidente aconteceu.

O Impala e o caminhão ainda estavam ali. Não atrapalhavam a estrada, mas davam um belo aviso aos motoristas imprudentes. A frente do caminhão estava toda retorcida e tenho quase certeza que o motorista não sobreviveu. Já o Impala parecia um amontoado de ferro. Carlisle tinha razão em tamanha surpresa por eles terem sobrevivido.

Estacionei no acostamento e segui até as ferragens. Farejei o cheiro de sangue e eu pude captar o de Bella. Eu nunca me enganaria quanto a isso, demorei muito tempo para me controlar diante seu cheiro para confundi-lo com qualquer outro.

Mas existia algo a mais que meu pai não conseguiu perceber. Tinha um rastro. Era o cheiro de Bella e de um humano. Seguia na direção da floresta e eu fui atrás dele.

Não pude evitar que minha mente criasse uma história. A esperança esmagava minha racionalidade. Alguém poderia ter visto o acidente, pensado que ninguém tinha sobrevivido exceto minha Bella. Então essa pessoa gentil a levou para uma cabana dentro da floresta para cuidar dos seus leves ferimentos, por isso não a levou ao hospital, pois seus ferimentos eram leves... A quem eu quero enganar com essa história tola? Nada nela faz sentido.

Mas o rastro terminar no meio do nada também não fazia sentido. E foi exatamente o que aconteceu.

Sentindo mais uma vez o desespero se apoderar de meu coração corri para meu carro e fui para casa encontrando a família reunida na sala. Pelos pensamentos de todos Alice já tinha previsto o que Carlisle me contaria e comunicou a todos.

- Vai gostar de trabalhar na reconstrução do carro dos caçadores, Rose. – murmurei me sentando em uma poltrona vazia.

Apoiei meus cotovelos em meus joelhos e meu rosto em minhas mãos. Deus! Eu tinha que encontrar Bella. Essa angustia em meu peito não pode ser apenas medo do desconhecido. Algo está muito errado nessa história.

[...]

POV Dean

Tenho um sério pressentimento de que eu morri mais uma vez. Pela dor eu deveria estar no inferno... Mas o inferno não tem esse bip chato, o som é mais parecido com gritos de agonia durante a tortura das almas. E o cheiro daqui era muito... Desinfetado. Nada parecido com carne queimada.

Abri meus olhos me deparando com o teto branco. Definitivamente aquilo não era o inferno.

Logo as lembranças invadiram minha mente. Sammy e Mary!

Imediatamente tentei me levantar.

- Hey! Não se mexa! - mandou a enfermeira me empurrando para a cama.

- Como está meu irmão? - perguntei.

- Melhor do que você, não se preocupe. O tio de vocês veio visitá-los, eles estão conversando agora. - tio?

- Pode me levar até lá? - perguntei me levantando, mas novamente fui empurrado para a cama.

- É claro que não! Seja um bom menino e fique aqui. Vou chamar o doutor Cullen.

Cullen? O que ele fazia aqui?

- Hey! Enfermeira! - chamei.

A mulher de meia idade me olhou irritada. Dei um sorriso sem graça.

- Pode me dizer o estado da garota que estava conosco no carro?

Ela franziu a testa e me olhou preocupada.

- Acho melhor eu chamar o doutor Cullen. - então saiu em disparada pela porta.

Sua atitude me alertou e me esforcei para levantar. Arranquei as agulhas de meus braços e joguei minhas pernas para fora da cama. Não foi uma escolha muito sensata. Minha perna estava quebrada e tenho certeza que algumas costelas também. O resultado foi eu ir diretamente para o chão.

Gemi de dor e de frio. Aquela maldita camisola deixava minha bunda descoberta. Tentei me levantar com um pouco de dignidade, mas o máximo que consegui fazer foi sentar no piso gelado.

A porta se abriu mostrando um vampiro surpreso por me ver no chão.

- Dean! Você está bem? Caiu da cama? - perguntou correndo em minha direção e me ajudando a levantar.

Machucou meu ego quando sem esforço algum me colocou na cama como se eu fosse uma criança.

- Como está meu irmão? E Mary? - perguntei.

- Seu irmão está bem, já está acordado. Bobby está conversando com ele. Quanto a Bella... Ela não estava nas ferragens.

- Ela... Voou pelo vidro? - perguntei engolindo em seco.

Ele negou rapidamente.

- Não. Eu senti o cheiro do sangue dela nas ferragens, mas ela não estava em lugar algum. Edward está se prendendo a esperança de que aquele anjo amigo de vocês a ajudou de alguma forma. Mas pelo o que eu já conversei com Sam, seria muito difícil ele salvar somente ela e deixá-los feridos.

- Cas! - chamei. - Cas seu anjo filho da mãe! Aparece porra!

- Eu não tenho mãe Dean. - disse ele atrás do doutor.

O vampirou pulou com o susto e virou-se rapidamente.

- Onde está Mary? - perguntei.

- Crowley. - respondeu simplesmente.

- Quem é Crowley? - perguntou o doutor.

- O rei do inferno. Ela estava certa... Ele realmente veio atrás dela. - grunhi tentando me levantar.

- Não pode levantar! - adiantou-se Carlisle em minha direção.

- Desculpe doutor, mas eu não posso ficar parado enquanto Mary está nas mãos de Crowley... Ela vai viver o inferno na Terra. Literalmente falando.

- Eu quero Bella salva tanto quanto você, minha família ajudará no que for possível. Mas você não vai conseguir fazer nada se estiver novamente no chão por causa da dor.

- Eu cuido disso. - Castiel se aproximou colocando sua mão sobre meu peito.

O estranho calor invadiu meu corpo e em segundos eu já podia levantar com o meu corpo completamente curado. Arranquei as faixas de meu peito e a bota ortopédica da minha perna. O vampiro estava chocado, mas aliviou-se e nos guiou até o quarto de meu irmão.

O encontrei conversando com Bobby.

- Dean! Mary su...

- Foi raptada por Crowley. - o cortei e olhei para Cas que imediatamente foi curar meu irmão.

- Eu vou avisar que preciso ir para casa e então sigo com vocês até minha casa. - avisou o vampiro.

- Não precisam se meter nisso. - disse sinceramente, mas me arrependi imediatamente.

O doutor me olhou irritado.

- Sabe como eu me tornei um vampiro? - perguntou com a voz controlada.

Apenas neguei com a cabeça.

- Meu pai caçava bruxas, vampiros e tudo o que ele considerava satânico. - arregalei os olhos, nunca imaginaria isso. - Ele não costumava achar criaturas sobrenaturais, matou muita gente inocente, mas eu seguindo seus passos achei um verdadeiro clã de vampiros que vivia nos esgotos de Londres. E desta forma eu fui transformado. Então se formos analisar sou de uma família de caçadores muito mais antiga que a de vocês. Não me deixem no escuro apenas porque sou um vampiro diferente do que estão acostumados a matar. Ou porque sou uma criatura. Tenho Bella como filha e se for possível eu fazer qualquer coisa para resgatá-la eu não hesitarei.

Apenas assenti para o seu discurso.

- O lugar deve estar protegido contra anjos, pois eu não consigo encontrá-lo. - comunicou Castiel.

- Alice pode ter alguma pista. - lembrou Sammy já de pé ao meu lado.

- Então vamos logo conversar com a vidente.

[...]

POV Bella

Uma música antiga tocava, parecia um blues dos tempos de meus avós. O disco estava meio arranhado e algumas notas da suave voz feminina não eram ouvidas.

Abri meus olhos confusa. Sentia meu corpo dolorido e um crescente enjoo. Algo estava errado.

Pisquei rapidamente tentando clarear minha visão turva. Finalmente consegui descobrindo de onde vinha a música.

Em minha frente uma parede escura cheia de símbolos pintados. Os identifiquei como feitiços contra anjos. Apoiada na parede uma pequena mesa e sobre ela uma antiga vitrola.

Ainda confusa tentei me levantar sendo impedida imediatamente.

Percebi que eu estava sentada em uma cadeira de madeira. Pernas e braços amarrados. Perfeito!

Tentei me soltar, mas eu sabia que o esforço era inútil e tudo o que consegui foi cair ao chão. Com a queda veio uma risada. Eu conhecia aquela maldita risada!

- Continue, por favor continue, querida. - disse ele.

Ergui minha cabeça o máximo que consegui e avistei Crowley do outro lado do cômodo. Senti meu corpo gelar ao avistar tudo o que tinha a sua volta. O sorriso do demônio me apavorou.

Fechei meus olhos com força tentando acordar daquele pesadelo. Entretanto sua risada soou divertida enquanto o som de metal chocando com metal me fazia estremecer.

Engolindo em seco abri meus olhos novamente.

Crowley mantinha seu olhar fixo ao meu. Ele vestia um avental de açougueiro e afiava uma grande lâmina. A sua volta diversas mesas prateadas com inúmeros instrumentos cortantes sobre elas. Pude notar uma cadeira que parecia de dentista, com a diferença que ela possuía amarras de ferro nos encostos das mãos e dos pés.

- Oh Bella, querida, eu realmente senti falta do seu olhar de menina assustado.

Estremeci.

O demônio desviou os olhos de mim e fez um sinal com a cabeça. Logo dois outros demônios erguiam minha cadeira e desamarravam minhas mãos e pernas.

Eu deveria aproveitar a oportunidade para fugir. Sei que não conseguiria. Deveria ter um exército de demônios em volta do lugar onde estávamos. Eu deveria ao menos tentar, entretanto meu corpo estava paralisado. E não pense que era por causa de alguma substância que Crowley aplicou, eu estava paralisada de puro e irrefutável medo.

Os dois homens me arrastaram até a cadeira de dentista e novamente eu estava atada.

O ferro soou quando minhas mãos ficaram definitivamente presas e algo no alto eco fez com que meu corpo finalmente reagisse. O problema era que minha resposta veio tarde de mais.

Me debati tentando me soltar apavorada com as cenas que minha imaginação projetavam.

- Me deixe ir! - pedi olhando fixamente para o demônio que parecia se divertir com as minhas reações.

- Mas é claro querida. - aproximou-se com sua faca em mãos.

Arregalei os olhos quando ele a colocou suavemente sobre minha cocha e a deslizou suavemente.

- A deixarei ir assim que me disser onde está a placa.

Trinquei os dentes.

- Ela está destruí... - antes mesmo que eu terminasse a frase o demônio sem pena alguma apunhalou faca em minha cocha.

Gritei fechando os olhos e jogando minha cabeça para trás. Respirei fundo tentando controlar a dor e abri meus olhos novamente.

- Bella, Bella... Você sabe que é uma péssima mentirosa... - alertou ele indo até as mesas e pegando mais uma faca.

Desta vez ele se concentrou em minha outra cocha. Me preparei para a dor.

- Já disse que ela está... FILHO DA PUTA! - gritei ao sentir a faca rasgar minha pele.

O demônio suspirou e sorriu.

- Eu realmente senti falta das suas frases de afeto. - arrancou a faca enfiada em minha cocha.

Agora ele brincava com os dois instrumentos os jogando para o alto. Então os observou encarando o meu sangue escorrendo.

- Será que tenho que refazer a pergunta? - agora ele rasgava a pele de meus braços.

Gritei de dor, xinguei aquele maldito demônio de todos os nomes feios que eu conhecia. Mas nada o fazia parar. E ele continuou com sua tortura. Perdi a noção do tempo depois que ele me esfaqueou pela quinta vez. Acho que perdi a consciência, pois acordei com um balde de água fria jogado em meu corpo. Senti as feridas arderem e então veio o choque.

Eu não conseguia mais gritar, apenas chorava sem saber quanto tempo eu aguentaria tudo aquilo.

Crowley se aproximou com um sorriso e retirou os fios ligados em meus dedos. Os mesmos fios que me eletrocutaram.

- Sabe, eu posso ficar aqui por toda uma vida... Na verdade posso fazer isso eternamente.

- Eu aguentei... - falei com dificuldade, meu rosto estava completamente desfigurado após alguns socos do demônio. - Por 40 anos... Ser torturada no inferno... Posso aguentar mais 40.

Seu sorriso foi um pouco mais duro desta vez. Minhas palavras tiveram efeito sobre ele, mesmo que ele não quisesse demonstrar ou admitir.

- Sua ideia até que é divertida... Mas seu corpo não vai aguentar mais 40 anos... É uma pena. - ele se fez de chateado.

O rei do inferno andou até suas mesas e pegou um pequeno objeto. Ele voltou até mim e percebi que era um aparelho que cortava charutos. Meu corpo tencionou já sabendo o que ele iria fazer.

Crowley segurou minha mão com delicadeza e enfiou meu minguinho no pequeno buraco.

- Onde está Bella?

Apenas fechei os olhos sentindo o demônio cortar meu dedo fora.


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Notas finais do capítulo

Não me matem! Próximo cap é o resgate ;)

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