Memories escrita por taay


Capítulo 7
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Oi! Eu ia postar só amanhã, mas como eu sou uma pessoa muito legal, postei hoje.
Eu acabei de escrever quase agora,então, não revisei. Desculpem qualquer erro.
Reviews?



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  Eu aqui estou eu, sentada na cadeira da sala de espera do diretor, esperando para ser chamada — para a morte, provavelmente.

  Não me importei realmente por estar ali, mas precisava. Apesar de me perturbar um pouco.

  Não me lembro realmente o que aconteceu depois de chegar a minha aula seguinte. Apenas de discutir com Mr. Gonzáles, o professor. E depois de ser colocada para fora, vi de relance Brianna — que nem havia reparado que tinha essa aula comigo — rindo enquanto me via sair da sala.

  A verdade é que nunca soube realmente por que o ódio do professor por mim; logo eu, por que não um dos milhões de seus alunos em outros horários? Uma vez minha mãe cogitou em me dizer que pensava que era por causa de meu pai. Então conclui que eles deviam ter tido algumas desavenças no passado; mas não compreendi o ódio por mim. Logo eu que não tenho culpa de nada do que meu pai possa ter feito com ele. Logo eu que me lembro vagamente dele, apenas por flashes indistintos do passado; que se tornavam mágicos e coloridos nos meus sonhos quando criança. Nos sonhos em que brincava das muitas coisas, a maioria inventada por mim, das minhas favoritas. E quando acordava, sentia sua presença se esvair com o passar dos segundos junto com a saudade e a enchente de lágrimas que inundava meus olhos.

  Apoiei os cotovelos nos joelhos e coloquei os dedos em volta das têmporas, fechando os olhos. Queria ter me despedido dele, dizer que o amava ou simplesmente implorasse que não saísse mais de casa, se isso fosse hoje,provavelmente teria pegado uma corda e o teria amarrado na sala de casa — pensei enquanto um sorriso tristonho se iluminava em meu rosto.

  Voltei à posição anterior, encostei-me na parede e apertei os olhos; tudo aconteceu muito rápido.

  A imagem era nítida, luminosa e chamativa, brilhava, me chamando. O cheiro de margaridas e rosas inundou meus narizes e me vi em um campo infinitivamente comprido, coberto, como uma manta, por margaridas brancas e rosas vermelhas. Olhei a cima e um céu azul como nunca vi sorria pra mim, com o sol brilhando tanto que tive que desviar o olhar por eles terem ardido a alta luminosidade.

   — Kimberlly...

  Ouviu-se um sussurro ao longe, mas parecia tão perto, de outro ponto de vista.

  Sentimentos confusos me esfaquearam com suas laminas afiadas como navalhas. Meu coração se acelerou ritmicamente, descontrolado, como se eu tivesse acabado de fazer parte de uma daquelas competições de corrida. Era como ter corrido zilhões de quilômetros, com toda a minha força e ter conseguido — de alguma forma — chegar ao final em apenas milésimos de segundos. A sensação era compatível com a adrenalina que me inundou, quase como se afundar em uma banheira de água morna e agradável; em que você esquece-se de tudo e apenas sente o que vem por ai.

  — Meu amor...

  Aquela voz...

  Olhei meu braço esquerdo e meu pelos se eriçavam. Não era medo.

  Eu não tinha medo, e sim uma felicidade imensa — o que me fez estranhar ainda mais.

  Meus pelos do pescoço também se arrepiaram e senti uma mão; senti seus dedos se entrelaçando nos meus, de uma forma estranha me confortou. Senti-me completa pela primeira vez, em anos.

  Ergui meu olhar e encarei os já conhecidos olhos azuis claros intensos me fitando, sorrindo.

  Sua mão livre acariciou minha bochecha levemente, o toque de seus dedos fez as batidas de meu coração ficar audível. Podia senti-lo se esforçando, jorrando sangue para toda parte de meu corpo enquanto eu reagia a um simples toque. Sua mão que estava na minha se libertou; seus braços deslizaram levemente ao meu redor, protetores, me apertando graciosamente. Fiz o mesmo e encostei a cabeça no lugar de seu coração, batia no mesmo ritmo do meu. Senti seu hálito quente em contato com a pele de minha testa quando ele pronunciou levemente cada palavra, sem se preocupar. Os cheiros ao nosso redor me fez fechar os olhos e apenas sentir. Não me importaria de morrer assim, parecia o paraíso.

  — Eu te amo tanto...

  O senti apertando mais o abraço enquanto deslizava seu rosto na curva de meu pescoço, sua respiração naquela área me fez querer poder dizer alguma coisa; mas estranhamente, não conseguia, queria poder dizer que também o amava. Vi uma névoa espessa vir de algum lugar e nos rodear, era branca e parecia uma nuvem um pouco mais fina; como também parecia algodão. Quando a névoa nos rodeou por completo quase não se via o campo de flores, eu só o via e o sentia em meus braços e agradeci por isso. Queria poder tê-lo ali para sempre.

  Quando me soltou, encostou sua testa na minha e olhou fixamente, quase imóvel, meus olhos. Não pude deixar de afagar sua face; ele me parecia tão forte, mas também tão frágil. Desejei poder protegê-lo.

  Eu sabia quem ele era; sabia dos riscos que passamos, sabia do que tinha feito para me salvar. Sabia que desejei morrer assim que fiquei sabendo que seu coração não mais batia, junto com a sensação de ser jogada de uma ponte, ao redor tudo negro, uma cor que quase não se via, mas nada, uma queda sem volta e nem fundo. Não havia mais motivo para viver...

  — Senhorita Kimberlly, o diretor irá recebe - lá. — Charlotte, a secretária do Mr. Jones me tirou de meus devaneios. Estranhamente, desejei poder entrar naqueles devaneios.

  E eu sabia que havia alguma coisa a mais, sabia que não era coisa da minha imaginação. Dei nota a mim mesma para pensar sobre isso mais tarde. Coloquei a mão na região do coração, sentindo-o se acalmar quando a fitei.

  — Obrigado Charlotte. — Vi-a sorrir quando caminhava de volta a sua mesa.

  Levantei-me vagarosamente, minhas pernas tremiam levemente. Chequei minha mão, estendendo-a diante do corpo e estava trêmula. Meus nervos estavam abalados.

  Apesar de não querer fazer tal feito, afundei meus recentes pensamentos no fundo de minha mente, numa parte onde os convocaria facilmente mais tarde e em passos largos caminhei até a sala do Mr. Jones.

  Bati duas vezes na porta e ouvi um entre Kimberlly, é; dessa vez parece pior do que da última.

  Dei um sorriso falso e me sentei na cadeira a sua frente.

  — Em primeiro lugar: bom dia, e segundo, não se exaspere, querida. Não está aqui por causa de seu professor de filosofia. É de outro assunto que mandei lhe chamar, desculpe-me se lhe assustei.

  — Bom dia Mr. Jones. Bom, então qual seria o assunto? — Fitei os olhos castanhos escuros do homem a minha frente, desviei-me um pouco para seu cabelo preto,liso, com alguns fios brancos apesar da aparente pouca idade para tal. Pelo que sei, ele é apenas um ano mais velho que minha mãe.

   — Como já deve saber, temos alguns alunos novos na escola esse ano. Quando chegava á pouco, percebi que conhece dois deles. Espero que não se importe em mostrar a escola a mais três. Sinto-me culpado por colocar tal carga em suas costas, Kimberlly, mas você foi a primeira pessoa em que pensei quando vi que tantos alunos novos estariam por aqui esse ano. Não me entenda mal, apesar de todas as suas desavenças com o Mr. Gonzáles, eu gosto muito de você. É uma boa menina, posso lhe confirmar que nem eu me dou bem com ele. — Rimos levemente enquanto sentia minhas bochechas corarem com tal elogio.

  — Pode me explicar melhor, por favor?

  — Claro, bom, terá mais três alunos novos na sua série esse ano, além dos que você já conhece. Pensei em você quando queria que alguém lhes mostrasse as escolas, e as redondezas da escola, as salas e assim por diante. Não quero que se sinta pressionada; apenas sei que não há muitas boas influências nesses corredores e eles são bons garotos, não quero que desviem de seu caminho. Mas, se for muito para você aguentar eu entendo, posso mostrar-lhes a escola.

  — Não, tudo bem Mr. Jones. Eu sei o quanto é ruim se mudar e não conhecer ninguém, e ter o diretor do colégio lhes mostrando a escola é meio desconfortável, sem ofensas.

  — Não me ofendeu, fique tranqüila. E ah, teria outra questão que queria conversar com você. — Sua expreção mudou de simpática para ansiosa e com expectativa.

  — E o que seria?

  Ele corou quando começou a falar, não ri, mas o ver ruborizando era muito engraçado, apesar de nem saber direito sobre o que era.

  — Bom, eu sei que isso é estranho, mas como você mora apenas com sua mãe, eu... gostaria de perguntar a você se eu perguntasse a sua mãe se ela sairia para jantar comigo amanhã a noite, ela iria e...

  — Não posso responder por ela, sinto muito. Mas sem ser grossa, ligue para ela. Ela deve estar trabalhando, mas ela te atenderia, pensaria que eu fiz algo de errado de novo, mas creio que ela aceitaria sim Mr. Jones. Não tem por que não aceitar. — Ele sorria abertamente, os olhos brilhavam de ansiedade. Sorri e me lembrei de uma coisa. — Mr. Jones, eu poderia fazer uma pergunta?

  — Claro, Kimberlly.

  — Você sabe por que Mr. Gonzáles parece ter ódio por mim? Sabe se tem alguma coisa a ver com meu pai?

  — Não sei Kimberlly, acho que era possível. Uma vez, há muitos anos atrás, se não me engano o ouvi dizendo que já estudou junto com sua mãe, e ele a amava. Aparentemente seu pai era melhor amigo do Mr. Gonzáles, acho que ele considerou traição. Mas não acho isso possível, sempre que vejo sua mãe, vejo que ela não é e nunca foi interessada por ele.

  — Obrigado, Mr. Jones. E quanto aos alunos novos? — disse me levantando. Vi que faltava pouco para o sinal indicando o intervalo bater.

  — Ah sim, aqui está — Ele me estendeu uma pasta transparente, com um bom rolo de folhas dentro. — Não perca está pasta. Contém os horários deles, nomes e tudo que eles precisaram para o ano letivo. Eles começaram amanhã, começariam hoje, mas gostaria de falar com você primeiro.

  — Claro, claro.

  Sorri para Mr. Jones quando saia da sala, e respirava fundo. Eu acho que me assustar estava virando um passa tempo para as pessoas que eu conheço. Acenei para Charlotte, passando por sua mesa, e caminhando calmamente pelo corredor até a sala de filosofia. Ri ao imaginar a expreção de minha mãe quando vir que o diretor da escola está a ligando; sem dúvida nenhuma pensaria que me meti em alguma confusão mais séria, pois depois de todos esses anos, nunca precisaram ligar para ela. Convocar para uma reunião a parte, talvez. Mas ligar, não.

  Não bati na porta quando fiquei em frente a porta com “Filosofia” escrito em negrito.

  Entrei e o professor explicava alguma coisa, parecia estar no final; mas não tive certeza disso. Agradeci por ele apenas ter me ignorado e continuou a falar.

  Andei sem me preocupar até minha carteira e observei a cara de “mas o que você está fazendo aqui?” de Luke. Neguei com a cabeça e sussurrei “daqui a pouco explico” direcionada a Giovanna que também prestava a atenção em mim.

  Peguei meu celular, e vi que faltavam ainda vinte e dois minutos para a aula acabar. Não tive vontade de ler, então encostei a cabeça na parede ao meu lado e tentei relembrar como me sentia segura junto dele. Mas só conseguia me lembrar de seu último sussurro. Só conseguia pensar em como sua voz tinha um timbre melodioso. Em como sua pele era como uma pluma.

  Eu o desejei. Mesmo sem saber direito quem ele é, eu o desejei como nunca desejei ninguém na vida. As sensações que provei brevemente eram viciantes, como uma droga, se apoderando mais e mais de você até se entregar totalmente a ela; sem se importar com nada e ninguém.

  Apesar de serem iguais em aspectos, eram diferentes em outras.

  Temi por minha sanidade. Lembrei-me há dois anos, numa conversa no quarto de minha prima, em que falávamos sobre vidas passadas. Eu havia feito uma pesquisa rápida sobre o assunto e a parte que mais me interessava agora era que pessoas podiam se lembrar de suas vidas passadas; em qualquer faixa etária de idade. Podiam se lembrar através de sonhos ou fazendo uma sessão com um especialista. Apesar de com um especialista ser muito mais eficaz e evitar nós e, mas nós na mente, com sonhos, era mais intenso e a maioria se lembrava primeiro dos momentos mais marcantes. Arrepiei-me ao pensar que aquilo podia ter sido um flashback em vez de um devaneio. E então me lembrei também do meu sonho.

  O sinal tocou estridente, cortando minha linha de raciocínio.

  Olhei ao lado e Giovanna me olhava furiosa. Luke parecia estar mais confuso, ou curioso.

  — Você tem muita coisa para explicar, O’Connor!


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Notas finais do capítulo

Eu sei q fico chato e intediante, o próximo vai estar melhor!
Revieeeew!!!
Até o próximo capitulo!



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