Terra...

Katherine e Jake se entre olham, os olhos de ambos destilando ódio e uma vontade imensa de vencer este combate, pois os dois sabem que há muito em jogo. Katherine quer ajudar Paloma, que encontra dificuldades em lutar com a própria mãe, mas, para isso, terá que passar por Jake, um mago que é bem mais experiente e bem mais forte do que ela.

A jovem Maga da Casa da água começa o embate, lançando contra o Mensageiro da Morte uma esfera rodeada por ondas, da qual Jake desvia sem qualquer dificuldade.

― É só isso que você consegue fazer, projeto de maga? – a voz de Jake é de puro escárnio.

― É claro que não! – Katherine não se deixa intimidar por seu inimigo – Saiba que eu ainda nem comecei!

― Pois então me mostre do que você é capaz, maguinha!

Jake não precisa falar duas vezes, e, Katherine parte para o ataque. A jovem maga da Casa da Água volta a atacar, desta vez criando várias esferas rodeadas de ondas e, mais uma vez, lançando-as contra o Mensageiro da Morte.

Jake contra ataca, criando em suas mãos um imenso tornado de água e o lançando contra a jovem Katherine, fazendo com que as esferas que ela criou se misturem ao seu tornado e se voltem contra ela.

Katherine grita de dor ao mesmo tempo em que é atingida em cheio e lançada para longe. E, antes que possa se levantar e se recuperar deste ataque, o Mensageiro da Morte volta a atacar a sua adversária, lançando mais um tornado envolvido por poderosas ondas e atingindo Katherine novamente a queima roupa.

Com este ataque, as vestes de Katherine se rasgam nos braços e nas pernas, e o sangue começa a ser derramado em cortes profundos que estes ataques lhe causaram.

Antes que a jovem Maga da Casa da Água possa se levantar, Jake, com um sorriso de puro desdém se aproxima dela e, dá um forte chute em sua barriga, fazendo com que Katherine grite de dor.

Os gritos da jovem fazem com que o Mensageiro das Trevas gargalhe de prazer e volte a atacar a jovem, acertando nela outro chute. Katherine mais uma vez grita de dor, e, reúne as suas forças para se levantar. A jovem Maga, já de pé, leva a mão a barriga, e faz de tudo para conter um gemido de dor, ao mesmo tempo em que tenta concentrar a sua energia para usar o seu poder.

Sua concentração é tanta que, consegue fazer com que seus braços sejam envolvidos por tornados de ondas, mas devido a seus ferimentos, sente muita dor e sabe que terá de se concentrar muito, se quiser ter alguma chance contra este Mensageiro da Morte.

Jake não se deixa intimidar pela pirralha na sua frente e se lança contra ela. Katherine tenta acertar um soco em seu adversário, mas ela tem seu ataque bloqueado por Jake, que não sente dificuldade nenhuma em bloquear o ataque da jovem, e mostra uma defesa que parece inatingível.

E, enquanto Katherine e Jake continuam o seu combate, Paloma sente uma grande dificuldade em sua luta contra Paulina, pois a Mensageira da Morte aperta, com cada vez mais força, o chicote que tem contra o pescoço de sua própria filha.

Paloma tenta com todas as suas forças se desvencilhar do chicote de sua mãe, porém, quanto mais ela tenta se soltar desta perigosa armadilha, mais ela se vê presa nela, pois a Mensageira da Morte começa a apertar mais o chicote em volta de seu pescoço, enforcando-a e fazendo com que ela comece a perder o ar.

― Não adianta Paloma. – a voz de Paulina soa vitoriosa – Você jamais vai conseguir escapar, será o seu fim! A menos que você mude de ideia, aceite a minha proposta e se junte aos vencedores, ao Mago das Trevas e se torne uma Mensageira da Morte, lutando ao meu lado e ao lado de seu pai!

Paloma tenta dar uma resposta, dizer a mãe que jamais fará uma coisa dessas. Pode ter o sangue dela, mas não tem o caráter e jamais irá mudar de lado! Luta para vier em um mundo de paz, onde todos possam ser felizes e não haja mais guerra, e este pensamento nunca irá mudar!

Lágrimas de frustração começam a escorrer de seus olhos, pois mais uma vez está levando a pior. Por mais que ela tente... Por mais que diga que deixará seu sentimento de filha de lado, simplesmente mão consegue... E, enquanto não encontrar uma forma de deixar os seus sentimentos de lado, ela jamais irá conseguir vencer.

Paulina, ao ver as lágrimas de desespero de sua filha, gargalha de prazer e, puxa o chicote contra o pescoço de sua filha com mais força, a fim de acabar com esta luta de uma vez por todas.

― Chorando, filhinha querida? – ironiza a Mensageira da Morte – Não se preocupe, quando eu te mandar para o inferno, estas suas lágrimas vão acabar!

E, após dizer estas palavras, Paulina, com a mão livre, cria uma poderosa foice de gelo, e, a segura, apontando-a diretamente para o coração de sua filha.

― E então Paloma? – Paulina volta a ironizar, com um sorriso que é puro escárnio – Está pronta para morrer?

Paloma não consegue responder, sentindo, cada vez mais, uma grande falta de ar. A jovem maga da Casa da Água também começa a sentir as suas forças lhe faltarem, como se pouco a pouco, estivesse começando a se entregar para a morte, que parece vir de forma cada vez mais lenta e dolorosa para ela...

Lágrimas continuam a inundar a sua face, enquanto, pouco a pouco, começa a sentir todas as suas forças se esvaírem por completo de seu corpo... E, junto com suas forças, começa a se esvair também o seu poder... A energia de sua casa... A energia de sua vida...

Será este o seu fim...?

Ter sua vida ceifada pela pessoa que lhe trouxe ao mundo...? Morrer sem ter feito tudo o que podia por seu mundo...?

Não... Não pode morrer ainda... A senhora Cat está contando com ela para encontrar a relíquia da água...

Com todas as suas forças, Paloma consegue segurar o chicote que está em envolvendo o seu pescoço e, fecha os olhos, tentando evocar toda a sua força. O brilho azulado da energia de seu elemento tomando conta de todo o seu ser e, se concentrando em suas mãos.

E, em um rápido movimento, Paloma consegue estraçalhar o chicote criado por sua mãe, sentindo o seu sangue escorrer por seu pescoço e por suas mãos.

― Não pense que vai ser tão fácil assim me matar, mãe! – Paloma fala, sentindo a sua energia pouco a pouco retornar ao seu corpo.

*****

Merat...

Acorrentado a uma fria e úmida parede de uma cela, Caio grita de dor ao ser atingido por mais um poderoso golpe do Mago das Trevas. Dessa vez, o jovem terráqueo é atingido por várias rochas de uma só vez.

Está descobrindo, da pior forma possível, que ao ganhar poderes do elemento vento, ele também ganhou uma fraqueza, que é o elemento terra, a mesma fraqueza que os magos nascidos na Casa do Vento possuem.

E agora, ele está sentindo na pele as mesmas fraquezas que seus aliados que nasceram na casa do Vento.

O Mago das Trevas, com um sorriso de pura maldade em seus lábios, se aproxima de Cario e, segura o rosto do jovem terráqueo com força, forçando-o a olhar para ele.

― E então garoto? – questiona o Mago das Trevas, com a voz carregada de crueldade – Vai me dizer qual é o seu verdadeiro plano?

― Eu já disse... – a voz de Caio sai entrecortada devido a dor – Não há plano nenhum...! Eu apenas quero ser um Mensageiro da Morte...! Quero me juntar ao lado vencedor...!

― Suas palavras dizem uma coisa, mas seus olhos insolentes me dizem exatamente o contrário!

E, após dizer estas palavras, o Mago das Trevas volta a atacar Caio. Ele solta o rosto do terráqueo, para dar um forte soco na região abdominal de Caio, fazendo com que ele cuspa uma golfada de sangue.

O Mago das Trevas continua a sua tortura, dando golpes e mais golpes em Caio, socos, chutes, além de ataques do elemento Terra. O vilão cria vários espinhos pontiagudos, feitos de rocha, tão resistente quanto diamantes e, os lança por todo o corpo do terráqueo, atingindo por completo, rosto, braços, pernas, região abdominal...

A cada golpe recebido, Caio sente as suas forças se esvaindo, pois, acorrentado como ele está, não tem nenhuma condição de ao menos tentar se defender dos golpes deste homem. E, mesmo que tivesse, não o faria, pois passar por este sofrimento que parece não ter fim é a única forma de conseguir enganar o Mago das Trevas, para tentar salvar a vida da prisioneira dele.

O Mago das Trevas dá mais um forte soco em Caio, fazendo com que o terráqueo perca a consciência e, em seguida, deixa a cela, acompanhado de Lícia que, assistiu a toda a tortura com um sorriso de pura satisfação em seus belos e sedutores lábios.

O Mago mais perigoso de Merat caminha pelos corredores do castelo, até chegar em uma sala particular, sentando-se em uma confortável poltrona e fazendo sinal para que Lícia se sente em uma poltrona que está em frente a sua, e, a Mensageira da Morte o faz no mesmo instante.

― Diga-me, Lícia. – a voz do Mago das Trevas se faz ouvir – Alguma notícia dos Mensageiros da Morte que estão no chamado Terra?

― Não, Meu Soberano. – responde a Mensageira da Morte – A única notícia que tenho é que eles se espalharam a fim de procurarem e encontrarem as quatro relíquias.

― E eles conseguiram alguma pista de alguma das relíquias?

― Não, Meu Soberano. Porém, é meu dever informar que, nossos inimigos também não têm qualquer pista das relíquias, então, estamos empatados, no que se refere as buscas pelas relíquias.

― Isso não me agrada, Lícia. No último relatório que tivemos dos Mensageiros que estão naquele mundo, nossos inimigos conseguiram aliados que, estão se tornando mais fortes a cada combate. Não que eles me assustem, pois sou superior a todos, porém, não quero que cheguem perto das relíquias. Elas deverão ser minhas!

― E elas serão suas, Meu Soberano. Nossos inimigos não tem como conseguir estas relíquias. Eles não têm poder. A Sucessora do Mago Guardião da Casa do Fogo não passa de uma tola, que confia demais em um bando de mago fracos e agora, em um bando de terráqueos fracos. Prova disso é este terráqueo que está nas masmorras não aguentou muito tempo de tortura antes de perder os sentidos.

― E pensar que uma criatura tão fraca como esta quer se juntar aos meus Mensageiros da Morte.

― Acha que o terráqueo está dizendo a verdade, Meu Soberano?

― Ainda tenho as minhas dúvidas, Lícia. Porém, se ele aguentar mas algumas torturas eu vou descobrir. Ninguém consegue mentir para mim por muito tempo e você, mais que qualquer outro, sabe disso.

― E como sei, Meu Soberano.

― Mas acho que estou começando a me convencer de que este terráqueo pode estar falando a verdade. Como você bem sabe, Lícia, eu não peguei leve com ele e ele não voltou atrás, continua dizendo que quer se juntar a nós. E, além do mais, os terráqueos são fracos e, muitos deles, sedentos por poder.

― Assim como nós?

― Eu diria que um pouco mais além, Lícia. Anos antes de me tornar o que sou hoje, o Mago Guardião da Casa do Vento me contou eu terráqueos não tem poderes como nós, mas que, por poder, eles são capazes de tudo, até de matar. Naquela época, fiquei sabendo que os terráqueos fazem guerra por muito menos do que nós estamos fazendo. Que eles usam algo que se chama tecnologia para criar armas de destruição.

― Que tipo de armas?

― Isso eu não. Mas, assim que a pedra suprema estiver em meu poder, eu vou descobrir, pois pretendo trazer algumas destas armas de destruição para o nosso mundo, e ver do que elas são capazes!

*****

Tom não perde tempo e começa a sua investida inicial, ciando um poderoso tornado envolvido por chamas e o lançando contra Benn e Misuki. Benn não perde tempo e contra ataca, lançando contra o seu inimigo poderosas ondas, que se chocam contra o tornado do mensageiro da Morte.

O choque de fogo e água é tamanho que uma grande névoa se forma no local, os três magos no centro dela, prontos para o vencer ou morrer.

Antes que a fumaça possa se dissipar, Tom parte para o ataque, lançando contra os seus adversários várias esferas rodeadas de chamas, e, tem seus ataques rebatidos por Benn, que não perde tempo em contra atacar com esferas rodeadas por poderosas ondas.

Mais uma vez, água e fogo se chocam, o vapor tomando conta novamente do local e, antes que toda a cortina de fumaça formada pelo impacto das magias se desfaça, Tom parte para o ataque, com a mão fechada em punho e com a clara intenção de atingir Benn.

O Mago da Casa da Água imediatamente se defende, bloqueando o ataque de seu inimigo com perfeição, com os seus braços. Tom não se deixa abater e continua a atacar, dando uma sequência de socos em uma velocidade muito grande, da qual Benn se defende com perfeição e, sem ao menos piscar. A cada golpe defendido, a raiva de Tom vai aumentando e, isso se reflete em seus golpes, que são cada vez mais violentos e que continuam a ser defendidos por seu adversário com uma grande perfeição.

E, enquanto os dois homens lutam, Misuki apenas observa, pensando no que fazer. Sabe que a atitude certa a se tomar é ajudar Benn, e lutar contra um dos mais leias Mensageiros da Morte, mas, mesmo assim, uma parte de si ainda hesita em fazê-lo.

Mesmo que agora o Mago das Trevas a trate como inimiga, no mais fundo de seu coração ainda se sente confusa... Se sente em cima do muro, dividida pelos sentimentos que outrora dividiu com o Mago mais temido de Merat... No mais fundo de seu coração sente que, se atacar Tom, ele jamais irá perdoá-la e então, definitivamente, os dois se tornarão inimigos e não haverá volta para eles... Para o grande amor que um dia, muito tempo atrás, sentiram um pelo outro...

Mesmo que tenha acabado com qualquer chance de viver com o Mago das Trevas no momento em que decidiu ser livre, no mais fundo de seu coração, ainda existe algum sentimento por ele e, é exatamente por isso que não consegue atacar o Mensageiro da Morte...

Benn e Tom continuam se atacando. O Mensageiro da Morte consegue achar uma brecha na defesa de seu inimigo e sorri de forma triunfante. Tom dá outro soco em seu inimigo que, mais uma vez, é defendido com perfeição por Benn, e, é neste momento que Tom aproveita e dá uma rasteira em seu inimigo, fazendo o seu inimigo perder o equilíbrio e cair.

O Mensageiro da Morte não perde tempo e, mais uma vez, se aproxima de seu adversário, pisando na barriga de Benn e, impedindo que ele se levante, para então encarar o seu adversário com seus olhos frios como o gelo e um sorriso de puro escarnio em seu rosto.

― Vocês, magos que lutam por esta coisa tola chamada justiça não passam de uns inúteis! – fala Tom, sua voz um claro tom de deboche – Como são fracos! Todos vocês!

Tom então concentra toda a energia do fogo em sua perna, que entra em combustão, poderosas labaredas envolvendo-a. Benn sente sua pele começando a queimar, a sua camisa se desfaz em segundos e, sua pele começa a arder no local em que está sendo queimada, e o mago não consegue conter gritos de dor, que escapam de sua garganta sem que ele consiga controlar.

― Isto mesmo, maguinho de araque! – Tom não consegue conter uma gargalhada de prazer – Grite mais! Grite muito mais! Até que você morra queimado de uma vez!

Benn tenta se concentrar e evocar o poder de sua casa, mas a dor que ele sente é tanta, que todas as suas tentativas se mostram totalmente inúteis. O Mago da Casa da Água fecha os seus olhos, tentando sentir toda a magia que há em seu interior. Sente, no mais íntimo de seu ser, o poder da água, seu elemento mãe... Mas, por mais que tente, ele não consegue evoca-lo, tamanha a dor que se espalha por todo o eu corpo... Mas, se continuar assim... Sem conseguir chamar o seu poder... E, não pode morrer agora... Não pode... Ainda tem muito o que fazer.... Ainda tem uma missão a cumprir...

Com os olhos repletos de lágrimas, Misuki assiste a horrível cena que se desenrola bem diante de seus olhos. Se não fizer nada, Benn irá morrer... E, logo ele que fez tanto por ela, sem pedir nada em troca... Logo ele, que lhe devolveu a tão sonhada liberdade, após tantos anos vivendo presa em uma casa, sempre esperando a chegada do Mago das Trevas...

Antes de Benn aparecer, ela não tinha uma vida, pois vivia apenas esperando o Mago das Trevas, para que ele pudesse satisfazer seus desejos com seu corpo. Mas, depois de Benn, tudo mudou...

Lágrimas inundam a sua face, ao mesmo tempo em que sente todo o seu corpo sendo tomado pela energia de sua casa. Todo seu corpo começa a ser tomado por uma aura azul e, sem pensar, ela cria em suas mãos uma poderosa onda, lançando-a contra o Mensageiro da Morte.

Tom é atingido a queima roupa, e, lançado para longe. Misuki não perde tempo e corre até onde Benn está caído, ajudando-o a se sentar.

― Você está bem? – pergunta Misuki, sua voz carregada de preocupação.

― Estou. – responde Benn, olhando para a grande queimadura em sua região abdominal.

Os dois não tem tempo para trocar qualquer outra palavra, pois Tom volta a se levantar, com os olhos brilhando de ódio e com dos tornados de chamas em suas mãos.

*****

Aisha está na porta de casa, olhando de forma apreensiva para a floresta que se estende a sua frente. No céu, o sol começa a se por, anunciando mais um crepúsculo e ela teme que Tróia não chegue a tempo com a senhora Cat, para que a vida de Tommy possa ser salva.

A cada dia que passa, aumentam os riscos de Tommy morrer e ela teme que a vida dele não possa ser salva. Não gosta de guerra... Não gosta de lutar e, se tivesse escolha, certamente não estaria envolvida nesta guerra... E, como detesta violência, também não gosta de ver pessoas morrendo...

A forma como o Mago das Trevas quase matou Tommy e Tita, forçando a pobre Lia a escolher entre os dois, foi cruel demais... Nunca, em toda a sua vida, presenciou o que o Mago das Trevas a obrigou a presenciar, e, prefere a morte a ter que presenciar algo assim novamente.

Aisha está tão distraída que, não percebe a aproximação de Nicholas, que se coloca a seu lado.

― Você parece pensativa, Aisha. – a voz do Albino se faz ouvir.

Ao ouvir a voz de seu amigo, a atenção de Aisha se volta para ele e, ela sorri de forma triste para em seguida dizer:

― E de fato estou, Nicholas.

― E será que eu posso saber em que você está pensando? Você parecia tão distante, Aisha.

― Ahá, Nicholas, eu estava pensando em todo este sofrimento que estamos passando... Em todas estas lutas que travamos, na esperança de vencer... Mas, o Mago das Trevas é tão poderoso, que as vezes eu me pergunto se realmente temos alguma chance de vencer, ou se todos os nossos esforços serão inúteis e no fim das contas ele irá ganhar...!

Ao ouvir as tristes palavras de Aisha, Nicholas consegue perceber claramente todos os sentimentos da loira e, em um gesto instintivo, ele a abraça, demonstrando neste gesto uma grande compaixão.

Aisha se deixa envolver pelo abraço caloroso de Nicholas, sentindo não apenas o calor do homem, como também seu cheiro... Sua essência... E, pouco a pouco, vai conseguindo se acalmar...

No mais íntimo de seu coração, ela ainda sente todo o temor e tristezas causadas por esta guerra que parece não ter fim, mas, graças a este abraço de Nicholas, consegue se sentir um pouco melhor.

Ao sentir que está mais confortada e até mesmo um pouco mais calma, Aisha se separa de Nicholas, mas não antes do albino, com gentileza, usar um de seus dedos para secar uma solitária lágrima que escorre pelo delicado rosto da Maga.

― Não se preocupe, Aisha. – Nicholas volta a falar – Tudo vai ficar bem. A senhora Cat chegará a tempo e a vida do Tommy será salva.

― Eu sinceramente espero que sim. – fala Aisha, sorrindo de forma sincera para Nicholas.

Os dois voltam os seus olhares para a floresta, onde, começam a ver três sombras se aproximando. Com medo de mais um inimigo, os dois se colocam em posição de alerta, mas, relaxam ao reconhecerem Tróia, Alexei e a Senhora Cat.

Um sorriso de puro alívio surge nos lábios de Aisha e, ela e Nicholas correm de encontro aos três.

― Senhora Cat, que bom que está de volta. – a voz de Nicholas se faz ouvir.

― Eu agradeço por suas palavras, Nicholas. – fala Cat, voltando sua atenção para ele e Aisha – Uma pena que minha volta tenha sido em uma situação tão ruim. Mas como está o Tommy? Ele ainda está vivo?

― Ele ainda está vivo. – responde Aisha – Mas está entre a vida e a morte. Belinda está cuidando dele. É melhor a senhor ir rápido, pois a cada minuto ele se aproxima mais e mais da morte.

― Então por favor me levem até ele, pois não temos tempo a perder. – Cat volta a falar, sua voz carregada de determinação – Não vamos deixar que o Mago das Trevas leve a vida de Tommy!

Cat não precisa dizer mais nada, e, Aisha e Nicholas saem na frente em direção a casa, seguidos por Cat, Alexei e Tróia. Eles adentram a casa e, encontram Hatara e Lia na pequena sala, onde Tróia, Alexei e Nicholas permanecem e, Aisha guia Cat até o quarto, onde Belinda continua a cuidar de Tommy.

― É bom revê-la, senhorita Cat. – fala Belinda.

― Também é bom revê-la, Belinda. – Cat sorri – Mas agora vou pedir a você e a Aisha que me deixem a sós com o Tommy, preciso ficar sozinha com ele para que possa curá-lo.

Sem dizer mais nada, Belinda e Aisha deixam o quarto, fechando a porta ao saírem. Cat se aproxima da cama e, toca a testa de Tommy, percebendo que ele está muito gelado, além de muito pálido, quase mórbido.

― Não morra, Tommy...! – sussurra Cat – Eu vou salvar sua vida...!

E, após dizer estas palavras, Cat tira o colar com pedra vermelha que está em seu pescoço e, o coloca nas mãos de Tommy. Junto com o colocar ela segura as mãos de Tommy, fechando os seus olhos e começando a murmurar:

― Pelos poderes da Casa do Fogo...! Com a energia vital de minha vida...! Eu ordeno que voltei a vida...! Fogo que abrasa...! Fogo que consome...! Ouça a minha voz e desperte no filho de sua casa...! Ouça a minha voz e reascenda a chama da vida deste teu filho...! Do fogo ele nasceu...! E ao fogo ele voltará!

E, enquanto pronuncia estes versos, o corpo de Cat começa a emitir uma forte aura vermelha, e, ela começa a queimar a energia de sua vida, enquanto continua a pronunciar frases, agora, na língua mais antiga de Merat, que somente os Magos Guardiões conhecem.

A cada palavra proferida por Cat, a aura vermelha em seu corpo vai se intensificando e, passando para o corpo de Tommy, que pouco a pouco vai sendo tomado por esta aura. Cat se esforça mais e mais, queimando a energia de sua vida para que Tommy possa voltar a vida.

Pouco a pouco, sua energia vai diminuindo, até que some totalmente, sua voz para de ecoar e seus olhos se fecham, até que toda a aura vermelha desaparece e Cat perde totalmente os sentidos. E, é neste momento que as mãos de Tommy começam a se mexer e seus olhos azuis pouco a pouco começam a se abrir.