O Coração Dos Quatro Elementos escrita por MisuhoTita


Capítulo 45
A Maldade do Mago das Trevas




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Merat...

Caio não consegue deixar de encarar o Mago das Trevas, e, sente todos s seus pelos se arrepiarem, ante o medo que sente, pois, a sensação de estar diante deste homem, se assemelha a sensação de se estar diante da morte e, esta sensação, de se estar diante da morte, Caio conhece muito bem.

E, por mais que ele tente manter a calma e pensar com a razão, não consegue. Neste momento, a única coisa que ele realmente consegue pensar é que pode estar diante da morte e que, um movimento em falso de sua parte e todo o plano vai por água abaixo.

― Lícia, quem é este homem e o que ele faz aqui? – o Mago mais perigoso de Merat questiona ao seu braço direito, sem deixar de encarar o terráqueo.

― Eu não sei, Meu Soberano. – responde a Mensageira da Morte – Eu estava justamente fazendo esta pergunta a ele quando o senhor chegou.

― E ele respondeu? – a voz do Mago das Trevas é fria como o gelo.

― Não deu tempo, Meu Soberano. Mas, já que está aqui, sugiro que faça o senhor mesmo a pergunta.

― Não tente me enganar. – a atenção do Mago das Trevas se volta para Caio – Eu sei perfeitamente bem que você não é de Merat. Agora me diga, foi aquela garotinha que se diz sucessora do Mago Guardião da Casa do Fogo que te mandou aqui para me espionar?

― Não, meu Soberano. – fala Caio, imitando a forma como Lícia trata o Mago das Trevas – Estou aqui de livre e espontânea vontade, e, nada tenho a ver com aquela mulher, a não ser, é claro, por ter ganho algum poder dela. Isso eu não posso negar.

― Assume que ganhou poderes daquela mulher, mas diz que nada tem a ver com ela? – o Mago das Trevas volta a falar, com impaciência em sua voz.

― Exatamente, Meu Soberano. – Caio consegue esconder perfeitamente bem todo o medo que sente – Sou um homem egoísta e, pouco me importo com os outros, para mim, só o que realmente importa é que eu tenha vantagem em tudo o que eu fizer e que, me dê bem com isso. Se eu estiver satisfeito comigo mesmo, nada mais importa. E, foi por isso que eu resolvi fingir para a mulher chamada Cat que estava do lado dela, para poder vir a este mundo chamado Merat e me juntar ao homem que, pelo que ouvi falar, será o grande vencedor desta guerra.

O Mago das Trevas escuta com atenção as palavras do terráqueo, e, sem se deixar convencer. Uma de suas principais características é que ele não confia em ninguém, com exceção de Lícia, que sempre esteve com ele, como seu braço direito. Mas, por outro lado, não pode deixar um espécime desses, que vem até ele de livre e espontânea vontade, escapar assim.

Não...!

Tem um jeito, muito eficaz de se provar se o que este terráqueo está dizendo é verdade ou mentira e, ele irá usar este método. E, pensar nesta alternativa faz com que um sorriso cruel de antecipação estampe os seus lábios.

― Como se chama, terráqueo? – questiona o Mago das Trevas, com sua vez ameaçadora e repleta de crueldade.

― Caio, Meu Soberano. – responde o terráqueo, sem titubear.

― Muito bem, Caio, há uma forma de eu saber se o que você me diz é verdade ou mentira. E, antes mesmo que eu inicie este método, se você se recusar, significa que você está mentindo para mim e veio me espionar, a pedido daquela idiota que atende pelo nome de Cat. Mas, se aceitar terá a chance única de me provar que fala a verdade e se juntar aos meus Mensageiros da Morte. Sendo que, de uma forma ou de outra, eu vou acabar descobrindo a verdade, não se engane quanto a isso.

― Me submeterei a esta prova, Meu Soberano. – Caio responde sem nem ao menos pensar.

E, sua resposta provoca um sorriso de pura maldade, tanto nos lábios de Lícia quanto nos lábios do Mago das Trevas.

― Muito bem, siga-me. – anuncia o Mago das Trevas.

O jovem terráqueo começa a seguir o Mago das Trevas e Lícia, o medo começando a tomar conta de seu coração. Soube, desde o momento que o Mago das Trevas lhe fez a tal proposta, que não será algo fácil de suportar, e, a própria Cat lhe disse isso, mas, se quiser ter uma chance, por menos que seja, de salvar a jovem que se propôs a salvar, terá de aguentar seja o que for que o Mago das Trevas quer que ele aguente, e, assim, levar o plano de resgate adiante.

Os três adentram o castelo e, Caio não deixa de notar como o ambiente é deprimente. As janelas fechadas e cobertas com cortinas negras e, poucas velas iluminando todos os cômodos que eles passam, fazendo com que predomine em todos os cômodos uma escuridão.

Caio sente que este lugar lhe transmite a sensação de medo e até de uma doença, pois tudo é mais do que deprimente e sombrio, muito pior que os covis dos vilões das histórias infantis que sua lhe contava quando era menino, do herói que adentrava o covil mau assombrado do vilão e sempre salvava a donzela em perigo. E agora, ele está começando a se sentir como um herói destas histórias, pois encontra-se em um covil de cobras, pronto para dar a sua vida e salvar a donzela em perigo.

Caminha por vários minutos, por vários corredores e escadarias e, Caio tem a impressão de estar em um labirinto e não em um castelo, pois todos os corredores, por conta da pouca iluminação, parecem todos iguais.

Não demora muito e, chegam a uma porta que parece estar trancada. Sem que o Mago das Trevas diga qualquer coisa, Lícia abre esta porta e faz sinal para que Caio entre, e, ele o faz no mesmo instante, agindo praticamente de forma automática, pois tudo o que vem em sua mente é o plano e, ele sabe que não pode falhar.

Mas, ao adentrar a sala, seus olhos perdem o foco e seu rosto fica branco como o rosto de um fantasma, pois, ele vê, pendurada nas paredes, grossas correntes, além das paredes e do chão estarem completamente manchadas de sangue. No mesmo instante, ele entende o que isso significa e, sabe que o próximo sangue a sujar as paredes e o chão será o seu.

O Mago das Trevas não perde tempo e, faz um movimento com a mão direita, como se fosse cum comando, e, com isso, faz o corpo de Caio levitar e, o lança contra a parede, para que Lícia possa acorrentá-lo.

― Agora, terráqueo, vamos ver o quanto de verdade tem em suas palavras! – a voz do Mago das Trevas é um requinte de pura crueldade.

*****

Terra...

Katherine e Paloma estão no centro da pequena cidade, onde vários prédios de alturas variadas estão por todos os lugares. Elas veem o movimento de pessoas e de carros, completamente maravilhadas com tudo, pois, é tudo tão diferente de Merat que, para elas, é como se elas estivessem em um sonho, e não vivendo esta realidade.

Desde que chegaram a Terra, não tiveram tempo de nada, de admirar este mundo que é tão diferente do lugar de onde vieram e, como as duas são jovens, é mais do que natura que elas admirem este lugar e que achem que tudo o que veem seja uma grande novidade.

Mas, as duas não esqueceram a missão e o porquê de estarem ali. Elas sabem que precisam encontrar a espada da água antes dos Mensageiros da Morte e sabem que eles, a esta altura do campeonato, também devem estar a procura das relíquias.

E as duas estão dispostas a tudo para encontrarem a relíquia que estão encarregadas de encontrar e, é justamente por isso que foram parar no centro da cidade, pois, sentiram o poder do elemento da casa na qual elas nasceram chamando-as para este lugar.

Na calçada do maior prédio do centro da cidade, que é o prédio do Centro Empresarial, está localizado uma bela fonte, em que a estátua de uma mulher segura um cristal e, deste cristal jorra a água que caí por cima da mulher para a frente, proporcionando uma linda cena para todas as pessoas que passam diariamente por este lugar.

As duas magas da casa da Água se sentam na beirada da fonte, a fim de descansar um pouco e prosseguirem a jornada, e, ficam ali, em silêncio, apenas observando o movimento das pessoas.

― Será que nós estamos perto? – questiona Katherine.

― Eu não sei. – responde Paloma, dando de ombros –Tudo isso é muito complicado e, a senhora Cat não nos deu muitas pistas.

― Isso é verdade. Mas eu acho que a Senhora Cat nos disse tudo o que ela sabe, pois, se ela soubesse de algo mais, que nos deixasse a frente dos Mensageiros da Morte, ela certamente nos diria.

― Sobre isso você está mais do que certa. Afinal, nós, por mais que imaginemos, não conseguiremos saber nunca o tamanho da responsabilidade que está nas costas da Senhora Cat.

― Nisso você está mais do que certa.

As duas continuam paradas, olhando o movimento das pessoas e, pensando em qual será o próximo passo a ser dado, e, mais importante, como vão fazer para encontrar a tal relíquia da água.

Estão tão perdidas e concentradas em seus pensamentos que não notam Jake e Paulina, misturados no meio da multidão. Paulina rapidamente vê a sua filha, junto de outra maguinha que luta pela justiça. A Mensageira da Morte manda para o seu marido um sinal, mostrando onde estão a filha e a outra maga. Jake rapidamente entende o sinal e sorri de forma satisfeita para a esposa, que retribui o sorriso do marido.

Ainda misturados as pessoas, Jake vai se aproximando e, quando está a apenas alguns metros de distância, o Mensageiro da Morte cria em suas mãos uma esfera rodeada de ondas e a lança contra as duas magas, que são pegas desprevenidas e atingidas a queima roupa, caindo na fonte.

O ataque do Mensageiro da Morte faz com que as pessoas que passam por ali se assustem e, comecem a correr, abrindo espaço para que Jake e Paulina se aproximem da fonte.

― Há quanto tempo, minha querida filha Paloma. – a voz de Paulina se faz ouvir.

Paloma e Katherine se levantam e, saem da fonte, ficando frente a frente com os Mensageiros da Morte. Katherine olha para sua amiga e vê, no fundo dos olhos de Paloma, o misto de emoções, pois, para ela, não deve ser nada fácil ter o pai e a mãe como inimigos.

― Não vi dizer nada, minha querida filha? – provoca Jake, com a voz carregada de ironia.

― O que querem que eu diga? – questiona Paloma, com a voz firme, e que não denuncia todas as emoções que tomam conta de seu coração – Eu não me considero mais filha de vocês desde o momento em eu vocês escolheram o lado das trevas e se tornaram Mensageiros da Morte.

― Filha desnaturada! – fala Paulina, sua voz destilando ódio em cada palavra que ela profere – Se é assim que você quer, vamos manda-la para o inferno com um golpe rápido, junto com esta sua amiguinha!

― Se acham mesmo que vão me matar, estão redondamente enganados! – Paloma volta a falar, tomando cuidado para não proferir as palavras “pai” e “mãe”.

Sem perder tempo, Paulina faz um movimento com as mãos e cria um poderoso chicote, envolvido em ondas e, o lança em direção a sua filha, que tenda desviar, saltando para o lado. Porém, Paulina controla o chicote de modo que ele começa a perseguir Paloma.

Katherine tenta ajudar a amiga, porém Jake se coloca em seu caminho, atirando nela uma esfera rodeada de ondas e a atingindo em cheio, jogando-a contra a parede de um prédio. Em seguida, Jake lança outra esfera contra a sua própria filha, atingindo-a ao mesmo tempo em que Paulina consegue enroscar o seu chicote contra o pescoço de sua filha, começando a sufocá-la.

*****

Merat...

Os pensamentos de Misuki não saem de Caio pois ela, melhor do que ninguém, conhece o Mago das Trevas e sabe do que ele é capaz. Além disso, enquanto ela e Benn caminhavam de volta à casa onde estão Aisha, Hatara e os outros, se lembrou de algo que o Mago das Trevas lhe disse há muito t empo, sobre como ele testa os magos que ele seleciona para se tornarem Mensageiros da Morte.

Se lembrar disso faz com que um frio passe por sua espinha, pois tem medo de Caio não suportar e acabar morrendo ou confessando e, ela ter de carregar a morte dele em suas costas, assim como já carrega as mortes de Andrew e da Pequena Alexya.

Benn percebe que os pensamentos de Misuki estão bem longe e, sente, no mais íntimo de seu coração, que é seu dever ajudar esta mulher que ele simplesmente não consegue tirar de seus pensamentos desde o momento em que a conheceu.

― Qual o problema, Misuki? – questiona o homem – Eu tenho a impressão de que os seus pensamentos estão bem longe.

― E realmente, estão, Benn. – responde a bela mulher – Há algo me incomodando profundamente.

― E o que seria? Sabe que, se for de seu agrado, você pode dividir o que quiser comigo.

― Eu sei, mas...

― Mas o que?

― É complicado, Benn.

― O que é complicado?

― Eu não deveria ter concordado com a ideia de Caio fingir ser um Mensageiro da Morte.

― Por que está dizendo isto agora?

― Porque eu fui tola e egoísta! Só venho pensando em mim mesma e, em nenhum momento pensei em avisar a Caio do que aquele homem é capaz!

― Apesar de ele ser terráqueo, eu acho que ele tem a impressão de que ele sabe perfeitamente bem do que o nosso inimigo é capaz.

― Não! Ele não sabe! Nenhum de vocês sabe na verdade! Eu o conheço melhor do que todos vocês juntos, afinal, eu fui amante do Mago das Trevas durante anos!

― Misuki...

― Me escute! O Mago das Trevas não é enganado facilmente! Ele vai matar o Caio! Jamais vai acreditar que ele mudou de lado!

Enquanto fala, Misuki não consegue segurar as suas lágrimas, que caem em cascata por seu rosto. Querendo protegê-la e fazer com que ela pare de chorar, Benn, em um gesto instintivo, a abraça, envolvendo-a em seus braços protetores. Misuki sente o calor de Benn, escuta as batidas de seu coração, que se tornam cada vez mais rápidas e estranha, pois nunca sentira nada assim em todas as vezes que estava nos braços do Mago das Trevas... Quanto a Benn, tomado por um impulso, toma os lábios de Misuki nos seus, beijando-a com todo o seu coração.

Em um primeiro instante, Misuki é pega de surpresa, mas, entreabre os seus lábios e começa a corresponder ao beijo de Benn.

― Que bonito!! – uma voz masculina se faz ouvir – Então quer dizer que a prostituta particular de Meu Soberano já encontrou outro homem para abrir as pernas?

No mesmo instante, Misuki e Benn s desvencilham e olham para trás, e veem Tom parado com uma esfera de chamas em suas mãos, pronto para atacá-los.

*****

Alexei acorda e, ainda com o rosto mostrando o quanto ele ainda está cansado. O homem olha ao redor, procurando por Lícia e, vendo que ela não está ali e que ele ainda está despido.

Rapidamente, o Mago encontra as suas roupas e se veste, para deixar o local, pensando no que acontecera na noite anterior.

Não sabe dizer, exatamente, quando foi que beijou Lícia e todo o resto. Até onde se lembra, não era para ter feito amor com Lícia e sim destruído esta mulher, pois, ela é a responsável pelas mortes de seu irmão e de sua sobrinha.

Mas, em algum momento no meio de todo o ódio que sente por aquela mulher, as coisas deram errado e, ao invés de matá-la, como ele gostaria de fazer, acabou passando a noite nos braços de sua inimiga e, por mais que ele tente, não consegue esquecer nenhum detalhe de tudo o que vivenciaram, pois, de todas as mulheres com quem já de deitou, nenhuma fora como Lícia... Nenhuma lhe proporcionou o que ela lhe proporcionou, uma das melhores noites de sua vida...!

Mas, sabe que o que houve esta noite deve ser esquecido! Sabe que, Lícia é sua inimiga, que ela é responsável pela morte de sua família e, da próxima vez que a encontrar, não importa o que aconteceu esta noite, ele irá matá-la! Custe o que custar!

Caminha pela floresta, rumando para a casa onde estão todos os seus companheiros e, disposto a tudo para esquecer o que aconteceu esta noite! Pois o que aconteceu dever ser esquecido!

Enquanto continua a caminhar pela floresta voltando para a casa, seus pensamentos a mil. Desde que perdera o irmão e a sobrinha, se sente sozinho no mundo, como uma criança que acaba de perder os pais. Se sente completamente perdido, seu coração clama por vingança, mas, mesmo assim, acabou passando a noite nos braços da mulher que fora a responsável pela morte de sua família e, tem a estranha sensação de que jamais se perdoará por isso.

Está tão distraído em seus pensamentos que, não percebe a aproximação de Tróia e de Cat, que, o chamam, mas, como está perdido com sua dor e com a confusão de sentimentos que tomam conta de seu coração, ele acaba não escutando.

― Alexei! – Cat volta a chamar.

Só então Alexei escuta seu nome sendo chamado e, olha para trás, se deparando com a senhora Cat e com Tróia. Imediatamente ele corre e cobre a distância que existe entre eles e sua voz se faz ouvir:

― Senhora Cat? Pensei que estivesse no mundo chamado Terra.

― E eu estava, Alexei. – responde Cat – Mas, aconteceram várias coisas que me fizeram voltar. Mas, venha comigo, no caminho eu lhe contarei tudo.

― Farei como a senhora quer.


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Notas finais do capítulo

CONTINUA...



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