Dilemas escrita por Paige Sullivan


Capítulo 28
Capitulo 28


Notas iniciais do capítulo

Boa leituraaa!



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DOMINGO

Bruno estava em sua cozinha fazendo um café da manha reforçado e procurando algo para dor de cabeça. Separou alguns analgésicos para Dominique e foi colocando a mesa e esperando pelo pior. Provavelmente ela ia sair batendo nele quando o visse e iria reclamar que tudo o que fizeram tinha sido uma loucura tremenda.

Dominique abriu os olhos aos poucos. Sentia que sua cabeça parecia estar sendo pisada por uma máquina de concreto. Olhou para os lados, sentiu um cheiro diferente na cama, percebeu que era menor que a sua. Assim que sentiu que estava nua, quase que seu coração parou. O que ela tinha feito mesmo na noite anterior?

Olhou de um lado para o outro, levantou aos poucos e automaticamente colocou a mão na cabeça. A vontade que geralmente tinha de vomitar não era característica, o que imaginou que não fosse uma ressaca muito pesada. Encostou-se à cabeceira da cama e fechou os olhos de novo. Aos poucos as imagens da noite anterior foram se fixando em sua mente e pode perceber que tinha feito muita besteira. Mas quanta besteira boa! Parecia que Bruno tinha melhorado ainda mais depois de tanto tempo e ela não podia negar que tinha gostado de cada detalhe da noite anterior. Mas que tinha ficado atacada, tinha.

– Bom dia. – abriu apenas um olho e mexeu um pouco a cabeça para ver o homem daquela voz que sempre chamava atenção – Estamos bem ai ou precisamos de ajuda? – ao sorrir de canto de boca, lembrou-se de várias vezes quando ele fez o mesmo gesto na noite anterior. Sentiu um tremor percorrer toda sua espinha e fechou os olhos de novo – Você está bem Nique? – Bruno sentou ao lado dela na cama e colocou a mão em sua testa – Meu Deus, você ta fria.

– Você nem sabe porque eu estou assim. – ela bufou – E não me chama pelo apelido.

– Fiz isso varias vezes ontem e você não reclamou. – rapidinho ela abriu os olhos e o encarou – É impressionante como você sabe se recuperar não é?

– Eu preciso de café. – levantou da cama e nem deu mais atenção a ele – Preciso de café.

– Já entendi. – ele riu e a acompanhou segurando o lençol – Vai tomar café assim?

– Oi? – quando se deu conta, ainda estava toda enrolada. Ele jogou uma camisa pra ela e ela prontamente aceitou.

– Vou adiantar as coisas.

Saiu do quarto e chegou na cozinha. Parecia que a ficha ainda não tinha caído e a realidade ainda não estava batendo a sua porta. Mas ao vê-lo tão concentrado colocando algumas torradas no prato, usando apenas aquele moletom dele, cantando uma musica baixinho, entendeu porque tinha se deixado levar. Ela ainda o amava. E como era difícil admitir isso para si mesma. Não queria, não podia.

– Eu comprei essa geleia lá fora e trouxe um estoque... – tirou-a de seus devaneios e chegou com a torrada com geleia perto de sua boca – Experimenta.

– Não quero não. – saiu de perto dele e sentou à mesa – Eu quero o café mesmo. – viu a garrafa e colocou um pouco. Começou a tomar e viu ele a olhando e quando olhou de novo pra mesa, analgésicos e um copo de água – Pensou em tudo não é?

– Você sempre pensou. – chegou perto e ficou parado colocando café também, quando ela se deu conta do estrago que tinha feito. Ele estava com as costas toda marcada.

– Ai meu Deus! – levantou rápido e colocou a mão na cabeça de novo. Ele a segurou antes que caísse sentada e ela o olhou apavorada – Você está todo arranhado! E que pancada é essa aqui? Já estava com ela? Meu Deus isso deve estar doendo. – virou-o de costas e encostou nele sem acreditar – Eu fiz isso?

– Na verdade você fez muito mais coisa. – virou sorrindo e ela estava vermelha que nem um pimentão – Calma Nique!

– Gente, eu virei bicho ontem à noite mesmo? Sério, eu comecei a lembrar de algumas coisas, mas eu não me lembro de ter feito isso não.

– Melhor do que nada então.

– Deixa eu cuidar disso.

– Nique... – ele a segurou na cadeira – Come.

– Eu não to com fome.

– Mas vai comer alguma coisa sim. Toma esse remédio pra dor de cabeça, bebe um pouco de água, toma um café e come. Depois a gente conversa sobre isso.

Vinte minutos e um silencio profundo. Eles dois comiam e vez por outra se olhavam, mas não pronunciavam nada. Dominique empurrava a comida pela garganta, mas finalmente começou a sentir um alivio da dor de cabeça.

– Desculpa por ontem. – falou finalmente com uma voz baixa. Ele percebeu que ela estava envergonhada e riu de novo.

– Eu que deveria pedir. Acabei me aproveitando do momento.

– Então admite que se aproveitou de mim não é? – gargalhou. Ele de nervoso achando que ela iria atacá-lo e ela por estar brincando – Não vou ser idiota e colocar a culpa toda em você. Eu também não dei muita chance pra você se livrar de mim.

– Esse é a questão. – ele já estava sério – Não quero me livrar de você. Tudo bem, ontem foi um momento masoquista atemporal, mas...

– Como assim não quer se livrar de mim? – aquela conversa já caminhava por onde não queria – O que quer dizer com isso?

– Se eu realmente não te quisesse mais, acha mesmo que eu teria dormido com você? Que eu teria aceitado ir a esse jantar? Não somos duas pessoas que se encontraram no bar ontem, nos conhecemos bem demais para ficar fugindo das coisas.

– Eu sei. – ela se encolheu toda – Mas é que existe muito mais envolvido entre nós dois, Bruno e eu prefiro que continue assim.

– Continue assim o que? – a conversa realmente não estava rumando para um caminho bom.

– Eu não quero mais você. – ela o olhou séria. Ficaram naquela troca de olhares por alguns instantes e ele engoliu em seco. Franziu o cenho e negou com a cabeça.

– Não é possível, não depois do que aconteceu ontem...

– Não mistura desejo com amor. Sexo com relacionamento sério. – ela o cortou. Bruno levantou revoltado e começou a andar em direção a cozinha levando seu prato – Vai me dizer que eu sou a única mulher da sua vida? Eu bem me lembro que antes de ter ficado comigo, você estava quase se fundindo com aquela loira na boate.

– E o que isso tem a ver? – jogou o prato na pia e virou-se para ela – Você também ficou com aquele cara na pista de dança e nem por isso estou jogando isso na sua cara. Você tem um ficante que deve estar ligando pro seu telefone agora e nem por isso estou falando dele. Aliás, nem você se lembra dele...

– Não mete o Danilo na conversa. Ele é outra historia.

– Ah é? – Bruno riu sem humor nenhum – O que você quer de mim Dominique? – quando ele falou o nome dela por completo, ela percebeu que ele estava irritado – Sou o sexo fácil que você acha que vai ter só porque eu estou morando perto de você? Pra poder como eram os velhos tempos?

– Ficou maluco Bruno? Eu estou tentando conversar normalmente e você já esta levando a conversa pra outro patamar. – saiu de perto e foi caminhando para o quarto dele catando as roupas – Eu não estou falando de sexo fácil e muito menos de outras pessoas aqui, estou falando de nós dois.

– Que você não quer que exista. – ela ia fechar a porta pra se trocar e ele a segurou com força – Eu te vi nua ontem e conheço esse corpo muito bem para você ficar com essa palhaçada.

– Você está fora de si. Não quero você perto de mim agora.

– Eu estou fora de mim? – ele sabia que estava realmente alterado – Como acha que devo reagir se tem a audácia de me dizer que não me quer mais depois do que aconteceu entre a gente?

– Mas eu já disse que era apenas desejo! – ela se alterou.

– MENTIRA! – e ele também – Eu duvido que você já tenha feito isso com qualquer outro homem.

– Minha vida sexual não te diz respeito!

– Da mesma maneira que não teve no passado? – ela desferiu um tapa tão forte e alto que poderia ser ouvido pelo apartamento todo – FICOU MALUCA?

– Sabia! – fechou a porta em um estrondo e largou tudo no chão – Sabia que você só estava esperando uma brecha pra me jogar na cara o que eu fiz!

– Não é verdade. – ele manteve a mão no rosto porque ardia horrores – Eu tinha me desligado disso há tempos.

– Eu te odeio Bruno! Te odeio de verdade. – ia pegar suas coisas quando ele pegou tudo de sua mão e andou até seu quarto – Hei. – jogou tudo lá dentro e fechou a porta.

– Vamos conversar que nem adultos agora.

– Ué, não foi você que disse que eu ainda não estava pronta pra conversar? – lágrimas já corriam pelos seus olhos – Por que não fala logo que se arrepende de ter me perdoado? Que sua dor teria sido menor?

– Eu te perdoei e estava disposto a tudo por você. – encostou na parede – Mas você teve que fazer uma burrada ainda maior.

– A culpa não foi minha! – a dor de cabeça tinha voltado. Chorava ainda mais do que antes – Minha mãe... Eu... Ela não ia aguentar.

– Onde ele está? – o olhar dele era sofrido – Onde ele está Nique? – ela negou com a cabeça – Por que não me diz e tudo se resolve?

– Porque eu sei que vai matá-lo. – limpou as lágrimas – E eu não posso fazer isso com minha mãe. Você sabe como a saúde dela é muito frágil.

– Eu sei, eu sei. – chegou perto dela e a abraçou – Se tudo tivesse sido diferente naquela época... – ela chorava que nem um bebe. Ele a levou para seu quarto de novo, mas ela hesitou.

– Não. Eu não vou ficar mais aqui... – limpou o rosto – Sabia que você voltando as coisas só iam piorar.

– Agora a culpa é minha? – ele se perdeu – O passado sempre volta quando não tá resolvido. Me admira você agir por ai como se fosse tudo normal.

– E é. – já tinha organizado suas coisas de novo – Eu resolvi seguir com minha vida no dia que você embarcou naquele avião e é isso que eu estou fazendo. Não me faça me sentir mais culpada do que já me sinto.

– Olha... – foi andando com ela desesperado por vê-la assim – Eu sei que eu também tenho culpa, que eu...

– Bruno, vamos deixar como está, por favor. Não quero mais pensar nisso, é passado e está enterrado.

– Nosso passado está enterrado? – ele se magoou. Ela pode sentir pelo tom de voz dele – O problema é que eu não tenho como me conformar com isso. Não dá, isso aqui... – apontou para os dois – E o que aconteceu ontem são provas de que ainda existe algum sentimento entre nós dois.

– Que só vão nos fazer sofrer ainda mais.

– Não é verdade.

– Desde que você voltou é a terceira, ou quarta vez que estamos juntos, assim, perto? Não demorou muito pra você apontar muita coisa daquela época, não quero nem ver como vai terminar isso.

– Nique... – ele a segurou delicadamente quando ela abriu a porta – Nos dá mais uma chance. To pedindo isso. Só mais uma.

– Não Bruno, nossa historia já deu.

Assim que chegou no carro, Dominique se viu mais desestabilizada do que sempre esteve naqueles últimos tempos. Já se lembrava de seu passado como apenas uma historia inacabada, mas que estava lá, parada, sem toques, nem retoques. Sabia desde o primeiro momento que quando Bruno estivesse perto dela, as coisas iam mudar e ela não conseguiria mais colocar a cabeça no travesseiro direito.

E não adiantaria. Por mais que depois ela quisesse tê-lo de volta, ele daria um jeito de desencavar tudo isso e resolver até o final. Mas ela não podia deixar as coisas chegarem a um extremo quando ela mesma decidiu que não queria mais nada daquilo. Era doloroso e um sacrifício sem tamanho, mas era o melhor para todos.

****

Charles levantava da cama se sentindo renovado. A noite tinha sido muito boa e ele tinha aproveitado bastante. Sentiu o cheiro de café e de mais alguma coisa característica que ainda não tinha conseguido decifrar. Colocou o roupão que tinha sido deixado cuidadosamente ao lado da cama e saiu do quarto. Não lembrava da suíte de Monalisa ser tão grande, mas também estava com a mente e os olhos concentrados em outra coisa na noite anterior.

E lá estava ela. Com um coque mal feito, um robe de seda que destacava um pouco a cor da sua pele e as curvas de seu corpo... Mesmo tendo todo o seu lado masculino aflorado por ela, era como se em seu coração estivesse traindo Diana. Em todos os sentidos.

– Bom dia, dorminhoco. Aproveitou a cama não é? – ela levantou e lhe deu um beijo rápido – Vem aqui. – levou-o pela mão e sentaram para comer.

– Pediu toda a comida do hotel?

– Ah sim, minha viagem é longa. Preciso estar forte o suficiente. – riram e começaram a comer – Por que não vem comigo Charles?

– Oi? – ele a olhou surpreso – Está me convidando pra ir pra sua casa?

– Por que não? Gostei muito de ficar com você ontem. – ela sorriu encantadora – Sem compromisso. Umas férias... Paris é tão linda!

– Eu sei. – assentiu – Também gosto de lá.

– Melhor ainda. Não vai dar uma de turista! – ela se maravilhou – Podemos ir aos melhores lugares sem que você queira tirar milhares de fotos. – ele gargalhou. Era exatamente assim que as pessoas faziam quando iam viajar pela primeira vez.

– É tentador, mas não posso aceitar. Tenho muito trabalho pra fazer...

– Trabalho? – ela arqueou as sobrancelhas – Apenas isso?

– Também. – sorriu envergonhado – Se eu te dissesse a infinidade de coisas que se passam pela minha cabeça...

– Olha, por mais que ache que essa mulher que você ama é uma idiota por não ser ela a estar aqui na sua frente, devo admitir que ela é uma mulher de sorte. Se eu a conhecesse, diria isso a ela?

– Jura? Parece que ela esta precisando ouvir isso de outra pessoa. – ela riu carinhosa.

– Mas não vejo você desiludido. Acho que ainda acredita nos dois.

– Todos os dias! – respondeu contente e suspirou.

– L'amour! – ela sorriu ainda mais e parecia viajar em pensamentos – Como eu queria que um homem me amasse desse jeito.

– Você vai achar Monalisa. – ele pegou sua mão que estava na mesa e beijou – É linda, inteligente, encantadora... Me arrisco até a dizer que eu tentaria ter algo com você...

– Mas seu coração é de outra. Não posso acreditar muito nisso. – ele a encarou e fez ela sentir apenas com o olhar o que ele queria dizer.

– Não duvida das minhas palavras. Estou falando sério.

– Depois dessa... – pegou um guardanapo, se abanou e levantou. Sentou em seu colo delicadamente – Não tenho como não acreditar.

SEGUNDA FEIRA

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Charles estava em seu escritório estudando alguns projetos e trabalhando a mil por hora. Stolt havia enchido a mesa deles pra semana inteira e ainda mais um pouco. Já tinha pedido para que não o incomodassem, mas assim que a porta se abriu, e viu o comboio Palmas entrando, suspirou. Sabia que ali vinha bomba.

– Não atende mais minhas ligações não? – Manoel chegou perto dele e pegou uma cadeira ali perto. Tiago e Dennis sorriam de orelha a orelha e Charles já esperava pelo pior.

– Por que estão rindo pra mim assim? Pintei meu rosto de Bozo hoje? – gargalharam.

– Cara, aquela mulher é boa hein? – Tiago começou.

– É mesmo, pra você sumir o final de semana todo. – Dennis continuou e Manoel já ria dos comentários – E eu crente que você estava de trelele com a Diana.

– Que? – Charles e Manoel o olharam sério. Tiago ficou sem acreditar.

– Jura que você e a Diana se encontram? Tá explicado tantas reuniões, jantares...

– Parou!!! – Charles ficou sério – Mais respeito, eu hein!

– Também acho, Monalisa e Diana são mulheres de respeito. – falou incisivo.

– Mas eu não estou destratando ninguém aqui não. – Dennis se retratou – Estava apenas brincando.

– É primo, não é comum vermos você dando em cima de uma mulher daquele jeito.

– E vocês acham que herdaram esse charme todo de quem? – Manoel se levantou e já ia pegar uma bebida – O avô de vocês era o pior de todos. Passou isso pro meu irmão, pra mim e acabamos passando isso pra vocês.

– To vendo. – Tiago olhou pra Charles – E ai primo? Não vai falar nada?

– Por acaso eu pergunto da Leticia e da Aline pra vocês dois? – negaram com a cabeça e sorriram maldosos – Ai meu Deus! Tio, temos dois monstros.

– Ué, eu não vou falar da minha namorada, mas também não sou santo né...

– Isso eu sei. Se não fosse pela Ariana eu ia pegar os dois no flagra. – Tiago enrubesceu e Dennis se escangalhou de rir.

– Que situação! – Charles balançou a cabeça sem acreditar.

– Eu esqueci. E depois ficou tudo certo.

– A namorada dele queria se enfiar no primeiro buraco do jardim. – gargalharam. Não tinha como não rir daquela situação.

– Nem na época da escola hein! – Dennis ria ainda mais – Mas não muda de assunto Charles.

– Que saco vocês dois hein?! – chiou, levantou e pegou uma bebida também – Monalisa é interessante. Inteligente, educada... Mas não passa disso. Ela voltou pra França ontem.

– Vai me dizer que não rolou um convite nem nada disso?

– Você não me deixa terminar!!! – arqueou as sobrancelhas e os olhos dos primos chega brilharam – Rolou sim um convite. Ela até perguntou se eu não poderia tirar férias pra ficar por lá.

– Eita! – os dois vibravam sentados. Manoel se divertia, mas assim que deu, olhou mais efusivo para o sobrinho. Onde ele queria ir com isso afinal?

– Agora que já fofocaram que nem mulherzinha, vão trabalhar, que eu vou fazer o mesmo.

– Que horror! – Tiago levantou reclamando – Um amor pelos primos absurdo.

– É,saí expulsando. – Dennis levantou também – Nunca vi disso, nunca fiz isso com ele...

Assim que a porta foi fechada, Manoel sentou de frente pra ele. Charles sabia que iria ouvir sermão e grande por sinal, e já se sentou, preparado para ouvir.

– Eu não vou sair daqui, porque sou o dono e fico onde quiser.

– Mas eu não falei nada tio... Eu... – parou quando Manoel estalou os dedos.

– Não terminei. – ajeitou o paletó – Sua cabeça de baixo está pensando por aqui?

– Como assim? – ele não entendeu.

– Eu até entendo que você esteja tentando deixar a Diana com ciúmes, mas pensar com a outra cabeça só vai lhe dar motivos para ela te achar um galinha e não um cara doido para tê-la de volta.

– Tio, relaxa. – ele sorriu – Eu sei o que eu estou fazendo.

– E é isso que me dá medo filho. – ele chegou mais perto – Eu tenho muito medo de você estar subindo demais e depois ter uma queda absurda com a cara direto no chão.

– Não tenho mais 18 anos tio. E não sou igual o Tiago que enfia os pés pelas mãos. Eu sei pesar todas as coisas, sei que é arriscado, mas não tem outro jeito. Se tiver que ser assim, vai ter que ser. E se mesmo assim eu não ficar com ela, só vou poder me conformar.

– Uhum. Você entendeu essa do Dennis?

– Ele jogou verde. Teve um dia realmente que eu Diana ficamos um tempo na sala dela e ele provavelmente deve ter desconfiado. DNA, tio. Nós farejamos bem quando queremos.

– É, eu sei. E da maneira que você falou, parece que somos uma bando de cachorros no cio.

– Não deixa de ser verdade. – riram ao constatar aquilo. Era uma comparação horrível, mas que tinha seu fundo de verdade.

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Diana estava a mil em sua sala. O domingo tinha sido tranquilo e ela tinha passado o dia praticamente todo com Marcelo. Foram visitar a família dele e para não haver nenhum problema de acharem que eram namorados, foram com helena também. Diana acabou contando algumas coisas e sua amiga percebeu o ciúme encruado, mas que ela fazia questão de não demonstrar.

Pensava na conversa dos dois e deles alertando sobre Charles, sobre o passado e de que talvez pudesse ser diferente o futuro, mas nunca a fazendo esquecer das coisas que sobrevieram sobre eles.

– Diana. – Aline entrou na sala – Entregaram os presentes aqui, quer que eu mande direto pra Palmas?

– Não. Pode deixar comigo, amanha eu vou a uma reunião com Stolt por lá e levo todos eles.

– Ok, vou deixar no cofre então.

– Tudo bem.

Na hora do almoço, as três amigas foram juntas para um restaurante ali perto. Letícia ainda estava envergonhada por ter sido pega por Manoel e contava isso pra elas que só sabiam rir da cara dela. Dominique ainda parecia alheia com relação ao final de semana. Nenhuma das três passaram o domingo juntas. Quando Aline chegou em casa, Dominique estava dormindo. E o mesmo se deu com Leticia, porque foi a que chegou mais tarde.

– Acabou fazendo um sol gostoso, arrumei uma loja, comprei um biquíni e passamos o dia por lá.

– Ah, Dennis me levou pra almoçar e depois fomos pro cinema. – olharam pra Dominique que estava séria.

– Eu fiquei o dia todo vendo filme. Depois acabei pegando no sono.

– O que aconteceu entre você e meu irmão? – ela olhou pra Leticia – Liguei pra ele pra saber como tinha sido o final de semana e ele disse que não queria conversar.

– Eu falei pra ela que não ia dar certo os dois saindo junto.

– Eu acho bom, pelo menos assim eles dois se entendem logo e ficam juntos de uma vez.

– Isso não vai acontecer! – ela falou séria cortando as duas – Seu irmão e eu já vimos que isso nunca vai acontecer. Então para de insistir.

– Desculpa! – Leticia abaixou a cabeça e Aline olhou para a amiga.

– Nique, eu sei que vocês dois tiveram um relacionamento difícil, mas se tem tanta certeza disso, porque saiu com ele? Sério, vocês dois se pegaram de um jeito na boate...

– Efeito da bebida. – comentou indiferente.

– Ah parou! –Aline se revoltou – Parou mesmo. – as duas olharam pra ela – Efeito da bebida uma ova. Você mesma disse que estava fazendo aquilo consciente. Dormiu com ele porque queria lembrar do passado e me manda uma dessas agora? Me poupe nique.

– Você não tem nada a ver com minha vida Aline! – ela levantou e respondeu arisca – Eu to me lixando pro que eu fiz, o que importa é que não vamos ficar juntos, ponto e acabou.

Dominique levantou e saiu do restaurante soltando fogo pelas ventas. Elas se olharam sem entender nada, e Aline pediu para o garçom trazer a conta.

– Posso te perguntar uma coisa? – Leticia a olhou pedinte. Aline assentiu – Eu sei que ela ficou chateada porque meu irmão foi pra fora do país, mas foi só isso mesmo?

– Eu acho que não. Ele nunca te contou nada? – ela negou com a cabeça – Comigo também não. Nique sempre foi meio fechada com esse relacionamento deles. Só diz isso, que não vai dar certo, que enterrou o passado e tal, mas eu sei que tem alguma coisa...

– Lembra quando ela sumiu por quase um ano?

– Lembro.

– Acha que isso tem a ver? Porque nessa época meu irmão ficou bem magoado com ela, terminaram e tudo...

– Mas voltaram depois. E pareciam bem...

– Falou bem, pareciam. Porque pelo visto estava tudo indo de mal a pior. – ela suspirou – E eu tenho certeza que tem a ver com esse sumiço dela. Ele ficou obcecado pelo trabalho depois disso, era absurdo. E sem nossos pais também...

– Eu lembro. Foi um baque terrível. Achei meio desumano dela largá-lo e sumir no mundo, mas ela fez isso com todo mundo. Acho que tem algo a ver com a família dela, mas ela nunca me contou e eu nunca quis saber pra não dar problema.

– É. Ainda tentei arrancar do meu irmão, mas ele é muito cabeça dura. E acha que só porque tem aquela pose de militar irritante que pode me amedrontar.

– Bora, que eu tenho trabalho até o topo. – voltaram para o trabalho.

Meia hora depois

Dominique entrou correndo no setor de Aline. O humor que antes estava terrível, mudou para um rosto apavorado. Entregou o jornal na mão dela e Aline se assustou.

– Olha o que aconteceu. – apontou para a página seis, das colunas sociais. Até ai tudo bem, Aline e Dennis foram flagrados na boate e tiraram foto dos dois quando saíram do local. Falaram algo sobre eles e ela só não teve um ataque cardíaco ali porque as pessoas em volta já tinham se alarmado com Dominique chegando.

– O novo casal do mundo da publicidade. – colocou a mão na cabeça – Vou ter um infarto.

– Vai nada. – sentou ao lado dela – Ainda bem que não tiraram foto minha. Como eles entraram na boate? Dennis não falou que são só pessoas exclusivas?

– Alguém exclusivo tirou a foto e vendeu para o jornal não é? – começou a ler o artigo.

“O mundo da publicidade bombando.”

O final de semana foi badalado no Rio de Janeiro. Além de termos vários eventos bombando e sendo bem freqüentados, nos deparamos com novidades interessantes. A boate Nossa Semhora vem sendo uma das mais visitadas pelo moradores da Zona Sul do Rio. Infelizmente, para aqueles que estão esperando entrar ou ficar na fila de espera na porta, enganou-se. Há uma exclusividade entre seus visitantes. Apenas aqueles que recebem por mensagem de texto o convite ou pessoalmente pelos organizadores do lugar, podem entrar.

E numa dessas idas e vindas no local, vimos um dos solteiros mais cobiçados do Rio de Janeiro, Dennis Palmas, com uma morena linda, de cabelos castanhos e olhos azuis tão cristalinos como as praias do Nordeste do Brasil. Ainda não sabemos se ela conseguiu amarrar seu coração, mas fontes nossas garantiram que eles foram vistos não só juntos na boate como no evento feito por Manoel Palmas, pai de Dennis, em sua casa de praia em Ponta Negra, Rio de Janeiro. (...)

E por falar nesse evento particular, conseguimos conversar com um ou dois convidados do evento e tiramos algumas fotos do pessoal por lá. Achamos que esse jantar não só foi bom para o herdeiro Palmas, como também para seu primo Charles Roich, que vimos saindo do local com Monalisa Freire, uma das empreendedoras de sucesso do nosso país. Além de claro, nossas fontes quentíssimas terem dito que ele não só passou a noite no hotel com ela, como a deixou no aeroporto. Será que esse romance irá cruzar as fronteiras de nosso país? (...)

Também soubemos que Tiago Palmas não tem andando pelos lugares característicos por estar namorando. Ainda não sabemos quem é a pessoa, mas não vai demorar muito até ele aparecer por ai de mãos dadas com a outra sortuda. É meninas, parece que são menos dois no páreo para um relacionamento sério.

Aline largou o jornal na mesa assim que terminou de ler o artigo e ver as fotos. O artigo continuou falando no novo empreendimento das empresas e dos rumores da fusão, já que Stolt era muito visto Rio e fazendo ponte por elas.

– Serio, não falou nada sobre Tiago e Letícia?

– Não falou dela, pelo visto nem os viram juntos. – Dominique entendeu – Ela vai entrar em parafuso.

– Com certeza. – ela chegou mais perto dela – Ainda bem que não me viram com o Tiago, imagina no que isso ia dar?

– Nem fala. – ela sorriu – Mas elogiaram muito você, desde as roupas até o cabelo, a maquiagem... Só faltava eles terem chegado perto e descoberto o seu perfume. – gargalharam. Diana saiu de sua sala para checar algumas coisas no setor financeiro, quando se deparou com Dominique sentada e o jornal aberto em cima da mesa. Ao ver a foto de Charles com Monalisa, seu coração parou.

– Desculpa Diana. – Dominique pegou o jornal e se levantou rapidamente – Eu só vim mostrar essa foto pra Aline, me entregaram lá na minha sala.

– Deixa eu ver. – ela estendeu a mão e Aline abaixou a cabeça. Ela não ia gostar nada de ler aquilo sobre Charles – Mas antes, eu preciso ir com você no seu setor. Teria um minuto pra mim? Preciso tirar umas duvidas.

– Claro, vamos.

Saíram do setor e assim que viraram o corredor, Aline virou-se logo para seu computador. Quando pegou seu celular e ligou para Dennis, só deu desligado. Não teve outra alternativa a não ser mandar um e-mail pra ele.

Dennis,

Viu a página seis da coluna social? Precisamos conversar.

Beijos, Aline.

Diana tinha terminado de tirar suas duvidas com Dominique e para não dar vista do que estava fazendo, resolveu descer e ir para o jardim do prédio. Abriu bem o jornal e ficou olhando a noticia. Já cogitavam a possibilidade de Charles estar de caso com essa tal Monalisa, o que a deixou incomodada. Eles só se conheceram naquela festa... Ou será que não?

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– Faz esse favor pra mim e pega a pasta na minha sala? – Dennis pediu ao irmão – E aproveita e imprime o e-mail da produtora que eles estão pedindo aqui.

– Tá, to indo. – Tiago saiu da sala de reuniões e foi para a do irmão pegar o que ele pedia. Ele percebeu que o irmão estava atolado com os clientes e resolveu ajudar. Chegou na sala dele e pegou a pasta. Sentou em frente ao seu computador e procurou pelo e-mail quando recebeu o de Aline. Como estava escrito urgente, ele não sabia se tinha alguma relação com trabalho ou se era pessoal.

Pensou, analisou e colocou a seta do mouse em cima do e-mail para abri-lo. A tentação era grande, mas seria muita invasão de privacidade ler o e-mail dela para o irmão. Vai que era algo intimo e ela colocou como urgente apenas para disfarçar ate na empresa dela? Acabou abrindo e lendo. Curto e grosso. Por que eles dois precisariam conversar? E o que de tão importante tinha saído no jornal? Há uns tempos que nenhum dos dois apareciam nas manchetes das colunas e isso nem os afetava mais, estavam acostumados.

Marcou o e-mail como não lido, imprimiu o e-mail que era realmente necessário.

Saiu da sala e viu a secretaria lendo uma revista. Ela o viu e ficou sem graça por estar mareando no trabalho ao invés de fazer algo útil pela empresa.

– Você comprou o jornal de hoje?

– Comprei alguns Tiago. – ela sorriu – Mas deixei todos na sala do senhor Charles. Ele me pediu.

– Ok, obrigado. Faz um favor e daqui a cinco minutos me chama na sala dizendo que tem uma ligação muito importante e eu que preciso atender na minha sala.

– Ok.

Entrou na sala de reuniões e entregou o que o irmão tinha pedido. Continuaram com os clientes, até que ele recebeu a tal ligação urgente e saiu da sua sala. Correu para a sala de Charles e aproveitou que ele não estava, provavelmente fazendo algo pela rua e pegou o jornal. Procurou pelas colunas sociais e não sabia se levava o jornal embora, já que ninguém AL lia aquilo. Depois que abriu e leu o que queria, Charles adentrou sua sala e estanhou ele ali parado em pé.

– Já que invadiu minha sala e está lendo o meu jornal, não seria mais fácil se sentar?

– Olha isso. – entregou para ele ler e só de ver a foto dele, já foi estranho – Eu saio dos jornais e você entra não é? – Tiago riu de nervoso. Houve até um comentário sobre ele, mas quando viu a foto do irmão e os comentários sobre o relacionamento dele com Aline, sentiu um ciúme que não pensou que fosse sentir.

– Pelo visto eles estavam sabendo do jantar mesmo.

– E como? Meu pai não ia sair divulgando isso pra ninguém. Sabe muito bem que ele só usa a mídia quando quer.

– Alguem deu com a língua nos dentes. O que me admira é eles estarem mais preocupados comigo do com você.

– Por que será? Ninguém nunca te viu com ninguém.

– Mentira. Já fui a vários restaurantes com um monte de mulheres. Por que só agora que iam tirar foto minha? Deviam tirar a sua já que agora está amarrado.

– Também acho. – ele cruzou os braços – Viu o tamanho da foto dos dois?

– Se Aline viu isso, deve estar surtando.

– E provavelmente Leticia também. – Tiago comentou e Charles arqueou as sobrancelhas – Porque ela não está no jornal.

– Ah. – concordou e Dennis entrou na sala.

– Morreu Tiago? Eu tive que me virar sozinho. Mas deu tudo certo, eles vão fechar a campanha e amanha nós dois temos que ir lá assinar o contrato.

– Vão levar o advogado não é? Geralmente só assinamos os contratos aqui. – Charles disse.

– Sim, claro, mas o que aconteceu?

– Veja você mesmo. – entregaram o jornal pra ele. Leu o artigo e se surpreendeu mais com o fato de Charles estar ali do que ele.

– E o que tem?

– Não está vendo não? – Tiago apontou parecendo irritado – Já esta dizendo que vocês dois estão namorando.

– Essa palavra não foi mencionada aqui. – Dennis disse calmo.

– Mas quando aparecíamos no jornal, eles diziam que tínhamos affairs, não que estávamos enlaçados.

– Mas você está namorando. – ele sentou – E Charles hein? Quer dizer que você vai pra França? – o primo gargalhou.

– É, eles devem ter uma vidente lá que fica criando essas coisas. Eu não ligo pra isso mesmo.

– Nem eu. Se Aline quiser namorar, porque não?

É, Tiago já estava certo de que não tinha gostado nenhum pouco disso.

TERÇA FEIRA

Aline, Dominique e Diana estavam na porta da empresa conversando. Foram chamadas para irem ao andar da diretoria e assim que subiram, Aline foi reconhecida por uma menina no elevador. Ela sorriu e agradeceu o elogio por ela ter lhe dito que era muito bonita e assim que saíram do elevador, quase teve um surto.

Foram encaminhadas diretamente para a sala de reuniões e Dennis entrou com Tiago, e Manoel. Este, pediu desculpas por Charles que não pode estar na reunião, já que estava resolvendo alguns problemas pessoais. Diana queria saber se esses problemas tinham relação com Monalisa, mas não falou nada. Aline olhava para Dennis que até o dia anterior não tinha atendido suas ligações e muito menos respondido seu e-mail. Isso a deixou chateada. Tiago olhava para ela e antes que pudesse comentar qualquer coisa, resolveu ficar na dele. Só a maneira como ela encarou o irmão não foi uma grande coisa, ele comentar algo só iria agravar a situação.

Nem ele entendia porque Dennis não tinha feito nada. Achou sinceramente que ele daria pulos de alegria e que correria para o apartamento dela para contar a novidade, mas ele simplesmente não fez nada. Foi para a casa, continuou trabalhando e depois foi dormir.

A reunião foi tranquila. Conversaram sobre todos os assuntos mais importantes do inicio do projeto e resolveram algumas datas e pendências.

Quando estavam saindo da empresa, Aline olhou bem séria para Dennis e ele apenas a levou para a sala dele. Tiago perguntou a Dominique de Letícia, que só fez dizer que ela tinha ficado um pouco irritada com a nota no jornal, mas que depois passaria. Que era uma crise pós-adolescência. Ele riu. Não era mentira mesmo o que ela estava falando. Diana pediu a Dominique que voltasse para empresa, ela iria pra casa e iria resolver outras coisas pessoais. Pediu pra avisar isso a Aline e foi embora.

– E agora? – Dominique olhou para a porta de Dennis sendo fechada – Fico aqui esperando ou chuto o balde e vou pro prédio?

– Vai perder o show. – Tiago lhe olhou – Que tal um café? Estou querendo perguntar umas coisas.

– Tudo bem. – desceram de elevador até a cafeteria do prédio.

Aline colocou sua bolsa na poltrona e assim que virou, Dennis a beijou com todas as suas forças. Ela perdeu um pouco a noção do espaço tempo e acabou se deixando levar. Ele era bom mesmo para conseguir fazê-la não ficar com raiva, mas mesmo aproveitando o beijo gostoso que ele lhe dava, quase caindo em cima poltrona, ela o largou.

– Por que não me respondeu? – perguntou ainda arfante e ele a encarou sério. Ficaram naquela troca de olhares um pouco constrangedora e ela engoliu em seco – Tudo bem, se vai ser assim... – ia pegar suas coisas quando ele a fez ficar no mesmo lugar.

– Eu estou com medo Aline. – ela prendeu a respiração. Como assim ele estava com medo? Não era ela que devia dizer isso? As situações tinham se revertido e ela nem tinha percebido?

– Me perdi.

– Estou com medo de estar me apaixonando por você e o mesmo não estar acontecendo.

– Nós combinamos que iríamos devagar não é? – ele assentiu – Não precisa ficar com medo, eu só falei da noticia no jornal porque, poxa, é a primeira vez que apareço em um. E é uma foto nossa, de mãos dadas, dento da boate... Não falaram da gente como duas pessoas se conhecendo, já deram um ultimato praticamente de que estamos namorando.

– Eu sei. Eles têm essa mania.

– Só não precisava me ignorar. – ela parecia sentida.

– Desculpa, mas depois que eu vi a foto, minha ficha caiu. O problema não é você, é que eu estou sentindo que eu mesmo estou indo rápido demais. Como se meus sentimentos quisessem ultrapassar a razão. E eu não aguento mais...

– O que você...

– Eu estou apaixonado por você.


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Notas finais do capítulo

Será que agora Dennis e Aline vão engatar de vez?

E quem disse que só nos EUA que temos nossa famosa Page Six? Claro que não, nós também temos aqui... Nem que seja porque eu quis! ashuashuashuahuahua



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