Pinwheels escrita por Youko Yoru, LilyKat


Capítulo 4
Capítulo 4 - Sake


Notas iniciais do capítulo

Classificação: LIME (NC-12);



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PINWHEELS

Por Lily-kat e Youko Yoru

 

 

Quarta Parte. Sake

Shinsuke e Kotarou se encontravam de quatro escondidos embaixo da mesa da cozinha enquanto Gintoki pegava uma garrafa de sake do professor de um dos armários.


- Isso não é uma boa idéia! - Kotarou sussurrou nervoso. Se o professor os pegasse fazendo aquilo, o castigo não ia ser nenhum pouco leve. Não queria participar e dizia que estava ali só para ficar de olho neles. Gintoki havia inventado de querer beber a "água" do professor. Sem saber que aquilo era álcool, os três só sabiam que o professor ficava bastante alegre quando bebia aquela água e nunca os deixava beber também.


Depois de pegar a garrafa, Gintoki retornou e os três saíram silenciosamente da cozinha engatinhando pela sala. O professor não percebeu nada, estava concentrado sentado de joelhos no chão a uma mesa, enquanto pintava kanjis com um pincel em um pergaminho. Eles saíram pela varanda e foram parar do lado de fora, estava escuro o que era perfeito para se esconderem ali.


- Pronto! - Gintoki falou excitado - Agora a gente pode experimentar essa água que o sensei tanto gosta!! - estendeu a garrafa para Shinsuke - Você bebe primeiro!


- Por que eu!? - perguntou num tom baixo para que o professor não os escutasse.


- Porque fui eu quem pegou! Você bebe primeiro e fala que gosto tem essa água pra mim e pro Zura!


- Tsk. Tá! Daqui!! - pegou tirando a tampa da garrafa e virando num gole, fez uma careta ao sentir o gosto forte - ARGH! Isso não é água!! É forte!! - passou a língua nos lábios - Mas, não é tão ruim assim!!


- Não é água? - Kotarou olhou curioso. Parecia ruim pela cara que Shinsuke havia feito apesar dele ter dito o contrário. Continuou a observá-lo atentamente como se esperasse algo acontecer. Afinal o professor sempre ficava diferente quando bebia aquilo. - Deve ser uma coisa ruim que só os adultos gostam... Mas, não quero beber isso... Vamos devolver a garrafa! Se o sensei descobrir vai ficar muito bravo!


- Ah vai sim!!! - Gintoki pegou a garrafa da mão de Shinsuke, pulando para cima de Kotarou e forçando-o a tomar, ao ver que ele estava engasgando afastou-se para ouví-lo tossir. Riu - Tá vendo!? Nem é tão ruim assim!! - falou bebendo do gargalo também. O gosto era muito amargo. - Eww!!


Shinsuke estava alheio de tudo. Sentia-se um pouco tonto. Encarou Katsura que ainda tossia. Ou melhor os três Katsuras que apareceram repentinamente - O Zura... Não sabia que vô-você tinha irmãos gêmeos!! - cumprimentou - Meu nó-nome é Shin... Shinsuke! E quando eu ficar mais velho eu vou casar com o Zura! - riu embriagado - Vocês são bú-bunitos!!


Kotarou sentia sua garganta queimar, ainda tossia um pouco inclinado com a mão no peito. Estava bravo com Gintoki e não entendia o que Shinsuke estava resmungando. - Gintoki, seu... cof! cof! Eu não vou casar com... nn... - Ele sentiu um calor subindo até seu rosto e pendeu a cabeça para frente, ficando assim por algum tempo. Soltou um soluço balançando a cabeça. - Hic! Não é Zura... é... ahh! Shinsuke! Você vai matá-los hic! - Ele praticamente capotou no chão erguendo o pé de Shinsuke. - Eles vivem num hic! grão de poeira! Vocês não sabem!! Hic! N-Não pisem no chão! Quer dizer... Katsura...hic! - Olhou para o pé de Shinsuke confuso. - Nn... Acho que estou meio tonto... hic!


- Matar?! - Shinsuke indagou a um dos Katsuras que estavam no chão - Quem que vô-vocês querem que eu mate!? Pô-de flar que eu mato! - tropeçou na própria perna caindo em cima de um deles - Ow, desculpa ae! - abraçou a cintura do outro - Cê sabe que eu amo vô-vocês, né!? Vô casar cum todos!


O menino de cabelos brancos estava com a língua ainda pra fora, fazendo caretas de repulsa. - Ahw aquilow éw horrivelw!! - começou a passar a mão freneticamente na língua parar tirar o gosto. Sentiu um gosto ruim vir de seu estômago, colocou a mão na boca para impedir o vômito. Respirou fundo, mas isso fez com que só piorasse - Ahw eu acho que eu vou-BLURRR - não agüentou vomitando próximo a uma moita, ao terminar passou o braço na boca olhando para a garrafa, tomou mais um gole, cambaleando e caindo sentado - Tá vendo, só?! Eu disssse... ah... o que eu disse?! - procurou Katsura e Shinsuke, vendo-os agarrados e no chão - Tsk. OE!? 'Cês dois!! O que eu disse?! Oe!? Eutô flando com-cês! Shinssssuke larga o Zura!! O sen-sensei disse que 'cês num podê fazer o XXXxxX ainda! E eu tô cum-calô!! - falou tirando o kimono.


Embebedado como os outros dois, Kotarou não conseguia acompanhar direito o que estava acontecendo em volta dele. Ele não queria se deitar no chão, mas com Shinsuke caindo sobre ele, não teve jeito. - Hn... Tá pesado hic! Tá tuto girando... zenzeei eu não quero bebê hic! aquilo... - Reclamou. Se sentia ainda mais tonto com a cabeça deitada e com seu corpo todo mole não encontrava forças para levantar dali mais. - XXXxxX não nn... - Estava esparramado no chão com as bochechas e lábios rosados e olhos fechados, não parava de soluçar em pequenos espasmos. - Matzuko, é você?? hic! Eu tô com calor também... - Puxou a gola do kimono.


- E quem é Ma-matzuko!? - Shinsuke indagou bravo - Euvô matar ele!! - levantou a cabeça encarando os três Katsuras tirarem a parte superior do kimono - Voxes zão meus! - puxou o cabelo de um deles dando um beijo. Um não. Vários. Abraçou-o possessivamente - Ahm eu tô com calor tamém!! - mas, a vontade de abraçar Katsura era muito maior. Então, permaneceu alí com o menino em seus braços, dando beijos esporádicos em seu rosto de lábios.


Gintoki, agora nu, abriu os braços e começou a cantar, rodopiando muito feliz. Aquilo era divertido. Entendia o porque do professor beber aquela água amarga. Mas o seu estômago voltou a reclamar com todos aqueles movimentos e acabou no chão. Ria com vontade e sem parar. Era muito engraçado. Só não sabia exatamente o que. Levantou os braços brincando com os dedos - UIiiiiiiiii-NHoooooooowwwwwwww!! Hahaha!! Zurá! Xhin!? Olha!! O meu dedo tá... tá... hahaha!! - gargalhava apontado para os dois amigos - 'Cês vão tê filhinhos!!! ZENZEEEEEEEEEEEEEEI O XHIN TÁ-BLURRRRR - vomitou novamente enjoado, mas não tivera tempo de virar para o lado caindo tudo em cima de si, fez expressão de nojo erguendo os braços -EWWW QUE NOJO!!


Sufocado pelo outro, Kotarou até parou de soluçar. Ele gemeu manhoso e se contorceu embaixo do outro que insistia em abraçá-lo e beijá-lo, aquilo até que era gostoso, mas o deixava com mais calor e o fazia resfolegar. - Hn... pára, Shinzuke... me sinto estranho... - Kotarou não parecia perceber o que Shinsuke estava fazendo ou Gintoki indo à loucura e berrando.


Logicamente, com toda essa bagunça, o professor percebeu que havia algo estranho. Ele saiu na varanda e a primeira coisa que avistou foi Gintoki balançando os braços completamente nu e coberto de vômito. Ele arregalou os olhos em choque. - Gin... GINTOKI?! O que aconteceu? Você está bem?? - Ele foi até o menino todo preocupado sem saber o que fazer, até que viu a garrafa de saquê na mão dele. O professor ficou em silêncio por alguns instantes, estava possesso. Tomou a garrafa da mão dele e lhe acertou com um cascudo forte no meio da cabeça. Mas, provavelmente Gintoki só ia sentí-lo mais tarde quando estivesse sóbrio. - Eu não acredito nisso! Você roubou o meu saquê! Isso não é bebida para criança! Olha só pra você!!! - Ele o segurou pelo braço.


Gintoki ao sentir o tapa em sua cabeça olhou para cima vendo o professor, abraçou-o - ZENZEIIIIII!!!!!!! EU TAVA COM SAUdadis! - fez uma expressão séria, beirando o cômico - Zenzei 'cê num vai brigar cu-cumingo, né!? Pús-pusque o Zura e o Xhin tão numaior XXxxxXXX!! - apontou para Shinsuke que movimentava o seu quadril cadencialmente contra a perna de Kotarou, e este resvalando-se da mesma forma. Estavam tão abraçados que mal se conseguia ver um espaço entre eles - Oh lá!


O professor não gostou nada de receber o abraço vomitado de Gintoki no seu kimono, ficou até um pouco enojado. Cabisbaixo, já havia desistido de segurar Gintoki para trás. Ao olhar na direção que o menino apontava, seu queixo caiu, e ficou muito pálido. Não tinha os visto antes porque estavam deitados no chão. - SHINSUKE... KOTAROU! O que vocês estão fazendo?! - Será que eles haviam bebido também? Shinsuke parecia um cachorrinho no cio em cima do outro daquela forma. Suas pequenas crianças, se comportando daquela forma! Levou Gintoki com ele, e puxou Shinsuke pela gola do kimono o erguendo de cima do outro menino. Kotarou continuou esparramado no chão, com o kimono todo aberto, parecia ter caído no sono. - Os três vão tomar um banho frio!! E vão ficar de castigo por uma semana! Não acredito que fizeram isso! - O professor estava muito bravo. Como só conseguia carregar dois de cada vez, pegou Gintoki e Shinsuke primeiro e os levou para o banheiro.


- Nãooo!! Zuraaa!! - Shinsuke gritava manhoso - Zenzei!! Eu quero o Zura!! Qualquer um dos tri-treis!! - esticava os seus braços em direção ao outro - ZURRAAAAAAAAAAA!!!! - gritou choramingando depois que entrou na casa - Eu-SNIF-odeio-cê-SNIF-zensei!!


- Maz eu amo o Zenzei!! Ele é mó legal!! - Gintoki conversava animadamente - ele tá la-levando a zente prapaziar!! - colocou a mão na boca - Zenzei eu num tô legal!! Acho que eu vô-BLUUUUR.


O professor estremeceu ao sentir o vômito quente de Gintoki que escorria pelo seu kimono agora completamente inutilizado. - Ah, muito obrigado, Gintoki. - Disse com sarcasmo. Depois disso nem lavando. Aquilo era muito nojento, fazia de tudo para se concentrar em seu amor por aquelas pestes. Nem mesmo bebês faziam tanta sujeira. Continuou bravamente até o banheiro. Chegando lá colocou Gintoki dentro da banheira. Pegou Shinsuke, removeu o seu kimono e o colocou lá também. Ignorou as reclamações do menino abusado. Abriu o chuveirinho bem forte e foi logo espirrando água fria nos dois, especialmente em Gintoki, tentando lavar todo aquele vômito dele.


Shinsuke ao sentir a ducha de água fria assustou-se, levando as mãos até o rosto, que até então estavam sobre sua virilha escondendo o pequeno volume que alí se instaurara. E muitíssimo envergonhado chamou o professor, ainda com a voz um tanto embriagada - Zenzei?! Eu tô estranho aqui em baixo! - falou baixando o olhar.


Gintoki também olhou para o dele, e depois para o seu. Franziu o cenho indagando ao professor - Zenzei púsque o do Xhin tá grande?! Era púsque ele táva fazendo XXXxxx com o Zura?!


O professor deu um tapa na própria cara cobrindo o rosto com a mão. Aquilo era demais pra ele. Eles eram muito novos. Virou o chuveirinho e ficou espirrando água no rosto de Gintoki. - Você sossega quieto Gintoki! Ahm... isso é natural, Shinsuke. Acontece quando os meninos ficam ehh... muito animados. Mas, logo passa! É só você se acalmar. - Sorriu calorosamente e jogou um pouco mais de água em Shinsuke. - Só não pode se esfregar nos coleguinhas, tá certo? Seja um menino bem comportado. Depois quando for mais velho vai entender melhor. Precisa ter paciência. - O professor se esforçou para dizer aquilo do melhor jeito possível. Estava preocupado em ter deixado Kotarou para trás naquele estado, mas pelo jeito era melhor deixá-lo longe de Shinsuke por enquanto.


- AH!! Zenzei!! PÁRA a água tá zelada!! - Gintoki reclamou empurrando a água. Sem muito sucesso, obviamente.


Shinsuke pressionou os olhos. Ele não estava se esfregando no Zura. Era em um dos irmãos dele - Mas, zensei eu num tava ahm ex-esfregando no Zura!!


- Ah 'cê tava zim!! Eu ví!! - Gintoki falou resoluto - Tava in-ingual aquele ca-caxorro do vizinho!! Lembra que ele gu-grudô na perna do Zura?! - ria - Ele fico gritando!! hahaha - parou de rir instantaneamente - Maz, deza vez ele num gritô!!


Shinsuke ficar muito vermelho. Lembrava muito bem do fato, porque fora ele quem tirou o cachorro da perna de Kotarou. E quase levou uma mordida por causa disso. Ficou se perguntado na época se o cachorro gostava também de Katsura. Teve que tomar atitudes drásticas em relação ao cachorro. Encarou Gintoki retomando a conversa - É pús-púsque num era o Zura! Era um dos-dos... Hn... - se concentrou em seus dedos para formar o número três, mas estava com tantos que indicou apenas um - té-téis irmãos do Zura!! Zenzei pô-pús que zê num disse que ele tinha irmãos!?


O professor que já havia lavado bastante os dois, que pareciam um pouco melhores da cabeça agora, ergueu Shinsuke pelos braços o tirando de dentro da banheira. Enquanto enxugava seu cabelo com a toalha riu do que o menino dizia. - Haha... Não seja bobo, Shinsuke. É claro que o Katsura não tem irmãos. Você só estava tonto por causa da bebida e achou que estava vendo mais de um. - Depois tirou Gintoki também e o enxugou. Agora que o menino estava mais limpinho sem todo aquele vômito, era muito melhor. Mas, o professor ainda estava todo sujo. Precisava se lavar e se trocar urgentemente, mas tinha que cuidar de Kotarou antes. Apontou para os robes felpudos em cima de um banquinho. - Vistam isso aqui! O sensei vai pegar o Kotarou lá fora.


Saindo do banheiro, foi até a varanda. Chegando lá se deparou com Kotarou cantarolando todo animado com o kimono pendurado na cintura enquanto fazia xixi no jardim bem longe da casa. - Stay by my side! By my side! Woo~ regando as plantinhas! - O professor tentou conter o riso, era muito estranho ver Kotarou que era tão sério normalmente agindo daquele jeito. - Kotarou! Venha pra cá! - Ele chamou.


- Zenzei! Você também tá aqui?! Achei que a ilha tava deserta! - Kotarou pareceu surpreso.


O professor suspirou e foi andando até ele. - Que ilha deserta? Aqui é o jardim, Kotarou. - Tentou explicar, mesmo sabendo que era inútil. Estendeu a mão para o menino. - Vamos agora lá pra dentro?


Kotarou tampou o nariz com a mão e fazendo uma careta se afastou. Sentia-se como se fosse vomitar só de sentir aquele cheiro. - Num quero! O zenzei tá sujo e cheirando mal!!


- Vamos, Kotarou! Não é sujeira, é só o amor do Gintoki que o sensei ganhou! - Ele explicou todo irônico sem muita paciência e avançou para pegar o menino pelo braço.


- Zenzei, o amor do Gintoki é nojento! Ze for assim eu prefiro o amor do Shinzuke! - O menino escapou do alcance do professor, e desviando das investidas correu em volta dele. O professor suspirou frustrado. - Kotarou! Por favor venha com o sensei! - Se fosse Gintoki era mais fácil, era só oferecer um doce. Ele endireitou as costas e pressionou os dedos no nariz entre os olhos, já ficando estressado com aquilo tudo.


Shinsuke estava com o robe em sua cabeça, tentava vestí-lo por cima da cabeça sem muito sucesso. Acabou colocando a cabeça no lugar da manga ficando preso - GIN!! ME AJUDA!!


Gintoki, já vestido, estava encolhido no cantinho do banheiro com as duas mãos na cabeça. Ela latejava horrores e parecia que tinha trocentas toneladas. Não que soubesse o que esse peso significasse, mas como parecia ser muito. Outh. Pensar doía. Ouvir o Shinsuke gritar doía mais ainda - Oe, Shinsuke, cala a boca! Minha cab-


- AHHHHHHHHHH!!! EU TÔ CEGO!!! - Shinsuke gritou mais ainda quando não conseguiu abrir os olhos por estar ainda com a cabeça na manga do robe. Agitava as mãos freneticamente - ZENZEIIIIIIIIIIIIIII EU NUM QUERO FICAR CEGOOOO!!! - choramingou.


- HN!! - Gintoki gemeu de dor, levantando-se irritado e dando um croque na cabeça do amigo - CALA A BOCA!! - sentiu até vertigem de dor quando gritou, mas se não desse um jeito no imbecil moreno jamais teria silêncio, colocou o pé na barriga do outro puxando com força o robe. Fez mais força do que deveria, pois assim que conseguiu tirar da cabeça de Shinsuke foi com tudo para o chão.


- AHHHHHH!!! EU TÔ VENDO!!! - ainda nu, dobrou seu corpo no meio gargalhando de felicidade - AHAHA!! Mô legal!! Tá tudo brilhante!! - tentou alcançar com as mãos algo invisível - OLHA GIN!! TEM VAGALUMES AQUI!!


Gintoki resmungou palavrões em alto e bom tom. Não tão alto. Sua cabeça rodava. Ficou no chão frio, encolhido em posição fetal. Mas que inferno era aquele em sua cabeça!? E o moreno continuava a gritar.


O professor ouviu os berros e suspirou cabisbaixo. Já estava ficando doido com esses três. Primeiro bebiam o seu precioso saquê, vomitavam no seu kimono e ainda ficavam fazendo toda aquela bagunça aquela hora da noite. Queria amarrá-los e jogá-los dentro do armário. Tentando uma última vez alcançar Kotarou, o professor conseguiu segurá-lo pelo kimono fazendo com que o menino capotasse para trás. Pegou-o embaixo do braço e o carregou para dentro enquanto o menino se debatia. - Zenzei! Num quero! Waaahh! - Kotarou choramingava birrento.


Chegando ao banheiro se deparou com a cena. - Mas, vocês não conseguem nem colocar um robe de banho? - Estalou a língua tentando conter a irritação. Deixou Kotarou dentro da banheira vazia, que se sentiu intimidado pelo olhar ameaçador do professor e se sentou quietinho, ainda fungando. Nunca tinha visto ele de tão mau humor. O professor ergueu Shinsuke pelo braço, acertou-lhe com um cascudo para que parasse de berrar. Vestiu o robe de banho nele, amarrando-o pela cintura. Depois pegou Gintoki do chão e fez o mesmo. - Parem de fazer tanta bagunça... isso já está parecendo um asilo pra deficientes mentais!


Shinsuke ainda parado na frente do professor, ao ouvir seu amigo chorar teve ímpetos de começar também, mas ao ver Kotarou sentado dentro da banheira cercado por diversos vaga-lumes, sorriu largamente correndo até ele - ZURAAA!! OLHA OS VAGALUMES!!! - entrou dentro da banheira novamente, abraçou o menino - Tava cum zaudades Zura!! Ozeus irmãos zão mó legais!!


O menino de cabelos claros aumentou seu choro ao ouvir Shinsuke gritar. Por que ninguém entendia que estava com dor?


- Que vaga-lumes... Que irmãos... Wahh... Me zolta... - Kotarou fungou baixinho. Empurrava fracamente a cabeça de Shinsuke, que insistia em agarrá-lo. Sentia-se sufocado e tonto, ainda tinha as faces coradas pela bebida e correria, por isso sua pele estava bem quente. Aquela situação toda em que o professor se encontrava irritado e o barulho do choro de Gintoki, deixavam-no perturbado. Estava com medo e enjoado.


Até mesmo o professor parecia conter as lágrimas. Estava irritado, mas precisava ser paciente, ou aquilo tudo só pioraria. Ele respirou fundo se acalmando aos poucos. Ajoelhou-se perto de Gintoki, colocou as mãos, ligeiramente frias, nas laterais do rosto dele e perguntou docemente. - Gintoki... por que está chorando? Está se sentindo mal?


Kotarou que estava prestes a chorar, pareceu se acalmar um pouco ao ouvir o tom mais calmo do professor, erguendo os olhos lacrimejantes para observar os dois.


Gintoki tentava enxugar as lágrimas com as costas da mão - Snif-Minha cabeça-snif-tá doendo-snif-muito!! - soluçou tremendo os ombros - E-e-Snif-o Shin num-snif-pára de gritar!!


Shinsuke, que ainda estava abraçado a Kotarou, ouviu as infâmias que Gintoki dizia. Era injusto! Ele não estava gritando, só queria mostrar os vaga-lumes para Katsura. O que tinha de errado nisso?! Abriu a boca para reclamar, quando viu o seu companheiro de banheira com os olhos cheios de lágrimas. Abraçou ele mais forte, passando a mão em sua cabeça - Não chora, Zura!! - falou emocionado. Por que estava com vontade de chorar também? Estava se sentindo estranho, triste. Fungou. Por que ninguém dava atenção pra ele? Encarou o professor - Sensei-snif! Você gosta-snif-de mim?


- Shinsuke parou agora, está vendo? Calma, o sensei vai arrumar um remédio pra você. Precisa beber bastante água também. Mas, agora entendeu porque não pode pegar a bebida do sensei? - O professor acariciou a testa e a cabeça de Gintoki, tentando amenizar um pouco a dor.


Ele olhou para Shinsuke um pouco surpreso com a pergunta repentina que o outro fazia. Sorriu gentilmente em resposta. - Mas, é claro, Shinsuke. Vocês tiram o sensei do sério às vezes... e eu posso ficar irritado, mas isso não quer dizer que eu deixe de amá-los.


Kotarou, que estava todo aconchegado nos braços de Shinsuke, apertava o tecido felpudo do robe de banho que o outro estava usando possessivamente. - Eu também gosto do Shinzuke... mas, não é Zura tá, é Katzura. - Disse com a voz abafada por Shinsuke abraçá-lo tão apertado.


Esperem um pouco, que o sensei precisa se lavar também. - O professor disse se erguendo novamente, e removendo o kimono sujo, foi se lavar.


Shinsuke sentiu seu rosto corar com o comentário de Katsura, mas ao ver o corpo adulto do professor parou encarando Gintoki que também o observava. Não conviviam com nenhum adulto para saber como era o corpo de um. O dele era delicado e alongado, parecia não ser muito forte, mas sabiam que ele lutava como ninguém - Sensei!? - chamou - A gente pode tomar banho com você!? - pediu com voz manhosa.


Gintoki permaneceu calado. Não queria admitir, mas queria tomar banho também com o mais velho. Olhou para ele, não ergueu muito a cabeça, pois ainda latejava - Hn.. Sensei.. eu também posso?!


O professor que já se preparava para virar um balde de água sobre o corpo nu, olhou para os dois meninos surpreso. - Tomar banho comigo? Mas, vocês acabaram de se lavar. - Não entendia o por quê daquele ímpeto repentino. Mas, agora que eles estavam mais calmos e comportados, ele não se importava. Sorriu carinhosamente. - Tudo bem, preciso dar banho no Kotarou também. Mas, primeiro tirem o robe de banho.


Ele colocou uma toalha branca em volta da cintura, e esperou que Shinsuke saísse da banheira, ajudando Kotarou a sair também. Lavou a banheira e tampando o ralo, começou a enchê-la de água quente. Enquanto a banheira enchia, ajudou Kotarou a se despir. E ajudou Gintoki também que estava se sentindo mal. Com a banheira cheia, ele virou um balde de água sobre a cabeça de Kotarou, que se encolheu e espremeu os olhos fechados ao ser todo encharcado. Era costume se lavarem antes de entrarem na banheira. Como Gintoki e Shinsuke já haviam se lavado antes, não precisavam. Logo em seguida ajudou tanto Kotarou e Gintoki a entrarem na água quentinha.


O professor então foi se lavar para entrar no banho também. Tirou a toalha e fechando os olhos derramou a água do balde sobre si mesmo, que escorria e molhava toda a pele branca dele e umedecia seus longos cabelos castanhos claros, que logo adquiriam uma tonalidade mais escura. Terminado isso, entrou na banheira também e se sentou ficando com a água na altura do peito. A banheira era grande o suficiente, afinal tomar banho junto com a família era um costume local muito praticado. Claro que quando eram apenas os três meninos ficava muito mais espaçosa.


- Entra também, Shinsuke. Gintoki, venha aqui. - Ele puxou Gintoki para perto de si, entre suas pernas, só que de costas para ele. O professor parecia se divertir. Pegou o frasco de xampu e despejou um pouco sobre os cabelos rebeldes do menino. Então com as pontas dos dedos começou a ensaboar e massagear a cabeça de Gintoki, criando bastante espuma.


Kotarou que estava quieto esse tempo todo, já melhor da bebedeira, parecia segurar o riso. - Pff... o cabelo ruim do Gintoki ficou ainda mais engraçado... parece uma nuvem!


Gintoki emburrou cruzando os braços - Meu cabelo não é ruim, Zura!! O seu é que parece de menina!! Né, Shin?!


Shinsuke bate a mão na água bravo - Gin! O Zura não é menina!! - falou sério mas um pouco tonto. Puxou o outro pelo braço fazendo-o ficar em pé na banheira, e apontando para a pelve, continuou - Olha aqui!! Ele tem pipi que nem a gente!!


Kotarou se assustou, era bom que Shinsuke não achasse que ele era uma menina, mas não era nada agradável ter todos de repente olhando para as suas pequenas partes íntimas. Ficou extremamente envergonhado, suas bochechas coraram. Fechou os olhos se encolhendo todo e se cobrindo com a mão. - Uah! N-Não! Solta! - Choramingou se pendurando e lutando para Shinsuke soltar seu braço, para que ele pudesse afundar na água da banheira de novo.


O professor riu com um pouco de dó. - Não brinquem assim, podem acabar escorregando e caindo. - Advertiu enquanto continuava a ensaboar a cabeça de Gintoki.


- Zura!! Pára quieto!! - Shinsuke reclamou tentando segurar o amigo - O Gin tem que ver!!!


Gintoki cutucou o nariz com o dedo - É, eu ainda não vi! Mostraé, Zura!! - Era engraçado ver como Kotarou ficava sem graça. E quando Shinsuke voltasse a si também ficaria extremamente sem graça pelo que fizera - Segura ele direito, Shin!!


- N-Não quero mostrar! Me solta! Shinsuke! - Kotarou puxava de lado e continuava a se encolher teimosamente e cobrir suas partes. Se retorcia todo vermelho e aflito, sabia que eles estavam tentando atormentá-lo. Pediria para o sensei intervir, mas estava ocupado demais lutando contra o seu constrangimento. Shinsuke devia estar mesmo fora de si, agindo desse jeito com ele.


Shinsuke bufou irritado. Como o Katsura se mexia! Puxou o braço do menino para trás, posicionando-se nas costas dele passando o seu braço pelo tórax, o imobilizando completamente. Kotarou estava completamente exposto. Shinsuke sorriu satisfeito pelo feito, pressionando seu corpo contra o dele - OLHA GIN!! EU CONSEGUI!!


Gintoki ergueu uma sobrancelha. Ok, aquilo estava estranho. Encarou o professor - Sensei, éh.. - não continuou. Não sabia nem o que dizer. Sua cabeça ainda rodava um pouco, mas sabia que já tinha visto duas pessoas daquele jeito... onde era mesmo!? AH! - Sensei! Eles tão igual ao tio quando ele tava XXxxXXX com o outro tio!!


Kotarou ficou todo tenso com Shinsuke o imobilizando, não podia estar mais envergonhado com tudo à mostra. Não conseguia sair daquela posição ou se cobrir mais. - Uhn... - Com o rosto tão corado que estava até quente, curvou os lábios para baixo, seus olhos foram ficando embaçados e lágrimas começaram a se acumular nos cantos dos olhos. Sentia o corpo de Shinsuke pressionado contra as suas costas, mas estava tão nervoso que tremia. Completamente absorto em seu constrangimento, não conseguia ver mais nada além disso.


- Hora de tirar o xampu! - O professor gentilmente, mas com firmeza, forçou Gintoki a mergulhar a cabeça na banheira. Mas, sem forçá-lo a continuar submerso. Mesmo que Gintoki dissesse aquilo, o professor não via nada tão adulto nos dois meninos naquele momento. Ele argumentou com calma, vendo que já tinham ido longe demais, afinal Kotarou começava a chorar. - Shinsuke, vamos lá, solte o Katsura. Você não disse pro sensei que gostava dele outro dia? Então você precisa protegê-lo e não expô-lo dessa forma, não concorda?


Shinsuke soltou Katsura imediatamente. Não sabia que estava o machucando. Olhou para o seu rosto triste e vermelho. Abraçou-o sem jeito - E-eu, eu!! Desculpa, Zura!!! Eu só queria mostrar pro Gin que você é menino!!


O menino de cabelos claros, que continuava de baixo d'água, estirou os braços para fora os movimentando freneticamente. O professor não fizera força, mas o empurrou muito bruscamente. Voltou a superfície tossindo e olhando feio para o mais velho - Oe, sensei!! COF-Não faz mais isso!!


O professor não conteve o discreto sorriso diante da cena adorável. Era bom saber que se importavam um com o outro. Voltou os olhos para Gintoki que estava bronqueado com ele e riu. - Ora, me perdoe. Mas, o sensei precisava enxaguar seu cabelo depois de ensaboá-lo. - Disse um tanto irônico, havia feito aquilo mais pelo que Gintoki havia dito. O menino de cabelos ondulados estava sempre a dizer besteiras. - Olha só, ficou um pouco de sabão na sua orelha também. - Batendo a mão na superfície da água, espirrou mais um pouco no rosto de Gintoki.


Kotarou não havia se machucado ou sentido dor, só tinha ficado constrangido. Mas, ser abraçado nu daquele jeito também era muito estranho. - E-Eu não queria mostrar... porque fiquei com vergonha... - Tentou se explicar bastante hesitante. Ainda estava vermelho, porém agora estava assim porque Shinsuke ficava grudado nele daquele jeito. - Eu... eu estou bem! Pode deixar! Não foi nada! - Disse nervoso esperando que Shinsuke o soltasse.


- SENSEI!! - Gintoki exclamou bravo. O professor sabia que ele não tinha como revidar, porque obviamente ele era mais alto. Cruzou os braços emburrado - Quando eu ficar mais grande, vou jogar um monte de água em você, Sensei!!


Shinsuke não soltou-se do abraço com Katsura. Aquilo estava tão bom, ele era tão cheiroso e macio. Ergueu seus olhos até encontrar os dele, segurou seu rosto com as mãos e o beijou.


- Ah hahahaha! - O professor desatou a rir do que Gintoki dizia. - Se é assim é melhor eu aproveitar enquanto você é pequeno! - Espirrou um pouco mais de água nele e riu, não percebendo o que Shinsuke fazia.


- Hm! - Kotarou arregalou os olhos surpreso ao sentir os lábios dele pressionados contra os seus. Sentiu uma palpitação em seu peito, parecia até que tinha borboletas no estômago. Era uma sensação muito estranha. Sem contar que os outros estavam bem ali do lado! Agitado, desvencilhou-se de Shinsuke o mais rápido que pôde. Empurrou-o com toda a sua força para trás e acabou por derrubá-lo para fora da banheira. Olhou para o menino caído e para os lados em pânico, e rapidamente afundou o corpo na água se encolhendo com os joelhos perto do peito.


- Ah! Kot-... - O professor, que só conseguiu ver Kotarou empurrando o outro para fora da banheira, assustou-se. - Shinsuke?? Machucou?! - Levantou-se e foi acudí-lo. - Kotarou, por que fez isso? - Olhou para o menino encolhido na banheira. Kotarou não respondeu, todo vermelho fazia bolhas com a boca abaixo da superfície da água.


Shinsuke sentiu uma dor tão grande em seu peito que apenas por respirar seu corpo quase desfalecia. Seus olhos encheram-se de lágrimas. Kotarou não gostava dele. Ele o empurrara, queria-o longe. Suspirou muito triste, e com o punho fechado sobre o coração, encarou o professor - Tá-snif-Sensei!! Tá doendo muito!! Tá doendo aqui! - apertou a mão contra o peito - Snif-faz parar!!


O menino de cabelos claros encarou o amigo sem entender, mas estava apreensivo por ele. Parecia sofrer bastante. Esperava que o professor tivesse o remédio de que ele precisasse - Ah, sensei!? - falou em tom baixo e preocupado - Quer que eu vá pegar o remédio?!


- Está doendo no peito? Foi quando caiu no chão? - O professor olhou-o preocupado, Shinsuke estava até chorando de dor. Parecia que a queda tinha sido feia. Checou para ver se tinha alguma costela fora do lugar. Não achando nada, ajudou o menino a se sentar e o embrulhou em uma toalha. Não parecia ter nenhuma fratura. Pensativo, o professor olhou para Kotarou na banheira e o menino que chorava. - Hm... é que não há um remédio para isso, Gintoki.


O choro e as reclamações de dor de Shinsuke atingiam Kotarou como punhaladas no peito. Começou a se sentir a pior pessoa do mundo. Mas, não tinha coragem de dizer nada ou de se levantar dali naquele momento. Observava os três nervosamente desviando o olhar vez ou outra.


- Calma, Shinsuke. Não foi nada, já passou. - O professor tentou reconfortá-lo acariciando seus cabelos.


Gintoki encarou o professor perplexo. Será que Shinsuke estava tão doente que não existia um remédio!? Agora sim estava realmente preocupado, mas não podia perguntar nada pro mais velho. Mordeu o lábio nervoso. O que será que ele tinha!? E a culpa era do Katsura!? Viu o amigo trêmulo no colo do professor, chorava copiosamente de encontro com a pele dele. Gintoki se aproximou de Kotarou. Tinha que saber o que acontecera - Oe, Zura! O que você fez com o Shin!? - falou bem baixo.


Kotarou ficou surpreso com a pergunta. Abriu a boca para dizer algo e parou. O que ele fez, todos tinham visto. E foi tudo o que ele fez pelo que sabia. Começou de novo. - Como assim o que eu fiz? Eu empurrei o Shinsuke... - Sua voz foi diminuindo até sumir. - Mas... eu não queria que ele se machucasse, foi sem querer. - Franziu as sobrancelhas aflito. - Mas... É que... - Titubeou, era novo demais para entender o que sentia. - É que eu não quero! O Shinsuke fica fazendo coisas que me deixam estranho e... e eu fico com vergonha. - Cochichou para o outro.


Gintoki franziu o cenho. O que ele queria dizer com vergonha?! Será que estava fugindo do assunto? - Eu sei que você empurrou ele, eu vi! Não foi isso que eu perguntei!! Eu quero saber o que você fez pro Shin ficar doente!!!


Kotarou ficou irritado com a insistência de Gintoki. Mesmo porque ele não fazia idéia do que o outro menino estava dizendo. Ele não tinha feito nada além de empurrar Shinsuke. Se ele estava doente devia ser por causa disso. - Eu não fiz nada!! Foi ele que veio me beijar na boca na frente de todo mundo!! - Descontrolou-se revelando tudo. Não agüentava mais aquela situação. Mas, ao perceber que tinha falado aquilo tão alto, logo ficou vermelho de novo. Abaixou a cabeça pressionando os lábios um contra o outro.


Finalmente o professor entendera o que havia acontecido. Shinsuke estava sofrendo de rejeição. Era um sentimento complicado para uma criança. Com Shinsuke ainda no colo, o professor olhou para o menino de cabelos longos que ainda estava na banheira.


- Kotarou, você odeia o Shinsuke?


Cabisbaixo e envergonhado, o menino balançou a cabeça negativamente.


- Você viu, Shinsuke? Ele disse que não. Ele só ficou sem jeito pela forma direta que você demonstrou seus sentimentos. Ele provavelmente só ficou muito surpreso. Mas, tenho certeza de que o Katsura também gosta de você. Lembra do que o sensei disse uma vez? Você precisa ser mais confiante. - Sorriu gentilmente enxugando as lágrimas do menino com o dedo. - Agora, está doendo por você ter caído da banheira?


Shinsuke esfregou as costas das mãos nos olhos, fungando - Ma-mas o Zura não gosta de mim!! E-ele nunca deixa eu abraçar ele!! Ele tá mentindo!! - soluçou - Eu sou co-confiante, mas a-assim fica difícil!!


Gintoki rolou os olhos. Não acreditava que se preocupou com o amigo. Era só frescura - Tsk! Vocês são um saco com isso!!! - fechou a cara - Ficam ai de nhem-nhem-nhem e não resolvem nada!! E pra piorar deixam o sensei e e-CAHAM preocupado! - Vocês não tem vergonha?!


Kotarou que ouvia tudo sem dizer nada, sentia-se pressionado. Se fosse só um abraço o que Shinsuke queria, tudo bem. Ele não se importava de ser abraçado. Mas, não era só um abraço, Shinsuke fazia todas aquelas coisas estranhas que o deixavam encabulado, não sabia explicar por quê. E ainda por cima Gintoki dizia que eles tinham que resolver aquilo. Resolver como? Kotarou era obrigado a deixar o outro fazer o que quisesse? Kotarou também não era o tipo de pessoa que demonstrava seus sentimentos abertamente, ele era bastante retraído e reservado. Sua vontade era ficar ali dentro da banheira pra sempre.


Logo percebeu o olhar do professor sobre ele que praticamente demandava que fizesse algo. Droga, pensou. No final teria que ceder, Shinsuke era tão mimado. Saiu da banheira e pegou uma toalha para se enrolar. Hesitante, foi até o professor que tinha Shinsuke no colo e parou de pé ao lado deles. Desviou o olhar levemente corado, demonstrando certa resistência, e estendeu os braços para Shinsuke. - Nã-... Não ligo de você me abraçar, Shinsuke... Hm... Desculpa eu ter te empurrado...


Nos olhos de Shinsuke resplandecia a alegria que sentira ao ouvir o amigo dizer aquilo. Ele gostava dele. Saiu do colo do professor abraçando o menino cabeludo com muito entusiasmo - Eu te perdôo, Zura!! Só não faz de novo, porque senão eu vou ficar muito triste!


Gintoki bufou. Odiava cenas melodramáticas. Cutucou o ombro do professor - Oe, sensei?! Fala pra esses dois pararem, porque se eles não pararem eu vou vomitar!!


Kotarou deixou que Shinsuke o abraçasse um pouco surpreso com todo o entusiasmo dele já que ele estava tão deprimido apenas alguns segundos antes. Ficou um pouco embaraçado, mas ser abraçado assim não era ruim. Colocou as mãos nas costas do outro com estranha cautela. Pelo menos Shinsuke parecia bem melhor agora. Ficou bastante indeciso ao ouvir o pedido, mas não podia negá-lo. - Hn... Tá... - Respondeu timidamente.


O professor riu e brincou. - Ora, está com ciúmes, Gintoki? Você ainda tem o sensei pra abraçar! - Envolveu o menino com os braços, aproveitando que ele estava bem próximo e o puxou para perto de si, assim como Shinsuke estava antes. O cabelo de Gintoki que secava muito rápido já estava todo rebelde e encaracolado de novo, nem adiantava tentar penteá-lo agora, mas estava bastante cheiroso. - Passou a dor de cabeça? Que tal colocar a roupa agora? - Olhou-o carinhosamente.


O mini-samurai de cabelos claros encarou chocado seu professor de seu colo - Eu?! Com ciúmes desses dois!? Claro que não!! - colocou o dedo no nariz o cutucando nervoso, mas aproveitando o cafuné em sua cabeça - E a dor de cabeça não passou, Sensei!! Esses aí ficam gritando! - fez bico - acho que ela só vai passar depois de um leite de morango!


Shinsuke estava muito feliz. Radiante. Realizado. E excitado, apesar de não entender muito bem o incômodo em suas partes baixas. Aninhou-se contra Kotarou. Colocou seu rosto entre o pescoço e a omoplata do menino. Resvalava-se no corpo dele. Suspirou o nome dele - Zura!


- Tudo bem, o sensei deixa você beber leite de morango. - Apertou o nariz dele com os nós dos dedos. - Mas, primeiro precisa prometer que não vai mais roubar a bebida do sensei! Mas, você aprendeu né? Beber aquilo faz mal para crianças! - Deslizou as pontas dos dedos pelas raízes dos cabelos do menino. Gintoki limpinho era muito mais adorável. Pegou o robe de banho macio de antes e colocou sobre os ombros dele.


Kotarou estremeceu e se arrepiou todo ao sentir a respiração de Shinsuke contra o seu pescoço. Fechou os olhos apertados. Estava ficando nervoso, era isso mesmo que temia, Shinsuke começava a fazer aquelas coisas estranhas. - É... não é Zura, sabe... é Ka-... Ka-... hn! - Calou-se ao sentir Shinsuke se esfregando contra ele. Foi ficando cada vez mais vermelho e constrangido. Aquilo o deixava incomodado de uma forma que não entendia e fazia seu coração acelerar. Queria se desvencilhar de novo, mas havia dito que não o faria, além de ter causado todo aquele problema. Tinha que deixá-lo.


Gintoki respondeu resoluto - Eu nunca na minha vida eu vou colocar aquele negócio na boca, sensei!! Eu juro! - fez uma careta - Não sei como você consegue beber aquilo!! É ruim!! O Shin qu- - parou de falar ao olhar pro amigo enroscado mais uma vez em Kotarou. Ficou boquiaberto, pois desta vez, Katsura parecia estar interagindo. Fechou a boca. Será que deveria avisar o professor? Se avisasse eles iam voltar a ficar gritando e reclamado. Mas, perderia a oportunidade de atazanar os dois. Pensou por instantes - Hn, Sensei? A gente pode ir tomar o leite de morango agora?! - permaneceu sério. Sua cabeça latejava ainda. Teria outras oportunidades para infernizá-los.


- Hã? Nós podemos. - O professor estranhou quando Gintoki parou de falar de repente. Se perguntou se a cabeça do menino ainda doía muito. Pelo menos ele havia aprendido a sua lição. O professor se ergueu colocando um robe de banho maior ele mesmo. Olhou de relance para Kotarou e Shinsuke, mas não percebeu nada de estranho, só que os dois ainda estavam abraçados. - Kotarou, Shinsuke, ponham a roupa logo e saiam, está bem?


O professor deixou o banheiro segurando Gintoki pela mão.


Kotarou observou os dois saindo pela porta. Não sabia se isso era bom ou ruim. - Ahn... Shinsuke... o professor falou pra gente pôr a roupa né? - Esforçou-se para desconversar, todo corado.


Shinsuke gemeu muito baixo, era quase um sussurro. Não queria afastar-se de Kotarou. O incômodo em sua virilha não era tão ruim que não pudesse agüentar mais um pouco – Ah não, Zura! – pressionou mais seu corpo contra o do outro. Ao fazer isso o calor parecia aumentar. Mas, não conseguia parar! Estava se sentindo muito confuso.


Kotarou estava muito nervoso. Shinsuke ao roçar o corpo contra ele tão grudado despertava sensações estranhas, a respiração e os gemidos dele em seu pescoço também não ajudavam muito. - Shin... Shinsuke... hn... es-pera um pouco!! - Ele se afobou e tentou dar um passo para trás, mas Shinsuke não o soltava de jeito nenhum. Sentia a pele dele bem quente. Shinsuke estava completamente nu depois de ter caído da banheira, apenas uma toalha na qual Kotarou tinha tido tempo de se enrolar os separava. Kotarou sentia um pequeno volume pressionado contra a sua perna pela toalha, mas não sabia o que era. Tentou dar mais um passo para trás, aflito. Ter Kotarou fugindo de seus braços, só fez com que Shinsuke o segurasse mais firmemente. Esfregava seu corpo mais abertamente, queria sentir mais aquela sensação tão angustiante e prazerosa – Zura?! – Gemeu. Não entendia toda aquela torrência de sensações. Mas, precisava acabar com ela. Segurou na cintura do cabeludo, puxando-o para mais perto de si, o beijando ofegante.


Kotarou tentava manter inutilmente alguma distância com as mãos nos ombros dele, mas Shinsuke o puxava para perto com muita insistência. Ao receber o beijo quente nos lábios, ficou todo tenso num misto de surpresa e confusão, mas à medida que Shinsuke continuava com aquilo, esfregando seu corpo contra o dele e gemendo, sentia sua resolução se enfraquecendo. Sua respiração também se tornava irregular. Aos poucos contagiado pelo outro, sentia-se inebriado. Inclinou-se contra ele deixando de resistir, começava a se deleitar na sensação da pele dele e dos movimentos que fazia, segurando-o perto de si também. Acariciou o rosto de Shinsuke com o seu, chegando perto da orelha dele, sentindo os cabelos curtos agora quase secos e cheirosos e o calor que emanava dele.


Shinsuke puxou a toalha que Kotarou usava em meio ao beijo e carícias. Aquilo estava atrapalhando o contato com a pele macia do outro. Assim que o fez, direcionou seu olhar para baixo, vendo os pênis eretos. Nunca os vira daquela forma. Hn. O seu próprio já, principalmente quando tinha sonhos gostosos como este com Katsura. Tocou-o hesitante. A expressão de prazer do menino de cabelos cumpridos fez com que o outro ficasse mais decidido ao tocá-lo. Massageava levemente observando a boca e a respiração entrecortada - Zura?! Faz no meu também!! - pediu num sussurro.


Como nunca havia se tocado antes dessa forma, Kotarou eriçou-se todo. Mas, aquilo era estranhamente bom. Não sabia o que estava fazendo direito, mas se sentia compelido a continuar, indo de encontro ao toque de Shinsuke, fechou os olhos gemendo baixinho. Ao ouvir o pedido, olhou-o por olhos semicerrados. - Ah... tá... - Tateou a pequena ereção do outro menino desajeitadamente de início e o acariciou tentando imitar os movimentos que o outro fazia, hesitante vez ou outra por não conseguir controlar a si próprio muito bem ao sentir aquelas sensações.


Shinsuke estava fora de si de tanta excitação. Katsura o tocava. Sentiu uma fisgada em sua virilha. Mordeu o lábio, não queria ter seu gozo ainda, queria ficar daquele jeito com Kotarou para o resto de sua vida. Gemeu no ouvido do outro menino - Hn. Zura! Eu-eu!! - Mal teve tempo para pedir que parasse. Seu orgasmo chegou sem que pudesse prolongá-lo. Ofegante continuou a bombear o cabeludo. Estava ansioso para ver a expressões de prazer dele.


Kotarou que estava todo corado, arquejava e gemia com as carícias, arqueando as sobrancelhas levemente. Ao perceber como Shinsuke o olhava tão fixamente ficou um tanto encabulado. Aninhou-se mais perto dele e tentou esconder o rosto ao colocar o queixo no ombro dele. Mas, não conseguia se conter, seus gemidos escapavam vez ou outra do seu controle. Inclinava-se em direção a ele, não querendo que o outro parasse, a sensação de prazer só aumentava. Sentiu seu corpo ficar mais tenso, e em um pequeno espasmo chegou ao orgasmo. Sua respiração estava descompassada e seu coração acelerado, sentia o corpo todo quente e tremia um pouco. Sem saber o que tinha acontecido direito, continuava a segurar Shinsuke perto de si. Ficaram assim até seus olhos pesarem e o cansaço bater. Desabaram no chão frio do banheiro, aninhando-se um no outro.

 

~oOo~


No dia seguinte, Shinsuke abriu seus olhos com muita dificuldade por conta da luminosidade em seu futon com a cabeça muito pesada e dolorida. Não conseguia recordar-se de nada do dia anterior. Riu consigo corando. Mas, lembrava-se muito bem do sonho que tivera com Katsura. Foi o melhor de todos os sonhos. As expressões, os gemidos, a respiração em sua orelha. Suspirou longamente, se não se controlasse seu nariz começaria a sangrar. Sorriu, acordara de muito bom humor. Sentou-se vendo Gintoki deitado no futon ao lado ressonar com a boca semi-aberta e babando. Olhou para o outro lado, avistando Kotarou todo esparramado com metade da coberta sobre sua cintura, e a outra jogada no chão.


Correu os olhos por todo o corpo dele recordando-se do sonho. Sentiu o rosto esquentar de uma forma tão abrupta, que teve que desviar o olhar. E sua virilha dava sinais de existência.


Kotarou, incomodado pela luminosidade do dia, despertou ao poucos. Resmungou alguma coisa sonolento e se sentou lentamente no futon. Esfregou os olhos preguiçosamente antes de abrí-los. Seus longos cabelos estavam bastante desalinhados. Olhou para os lados como se tentasse lembrar aonde estava. Ao se deparar com Shinsuke que estava virado para o outro lado, ficou pensativo. E então tudo voltou a sua mente em um lampejo e ele arregalou os olhos ao se recordar do acontecido do dia anterior. Entrou em pânico, não sabia direito o que eles tinham feito, mas se sentia extremamente envergonhado. E quem tinha os colocado no futon depois? Tinham dormido daquele jeito no banheiro? Será que Gintoki sabia também? E o que Shinsuke estaria pensando? Milhares de perguntas surgiam na cabeça dele. Não podia deixar que isso acontecesse de novo.


Shinsuke ao ouvir os resmungos de Katsura, virou-se novamente. Ele não parecia muito bem. Estava pálido e muito pensativo, ajoelhou-se em seu futon aproximando-se do cabeludo visivelmente perturbado. Tocou em seu ombro o chamando - Zura?! 'Cê tá bem!?


Kotarou eriçou-se dos pés à cabeça ao sentir a mão em seu ombro. Virou a cabeça rapidamente para Shinsuke e ergueu os braços como se quisesse se proteger. - Ah! Sh-Shinsuke!! Eu... eu tô bem...! - Balançou a cabeça afirmativamente, pressionando os lábios um contra o outro como costumava fazer quando estava nervoso. Foi ficando vermelho. Ficou de pé em um pulo, antes que piorasse. - Nossa! Que horas será que são?! Haha... - Virou-se para sair andando, mas acabou enroscando os pés na coberta e caiu em cima de Gintoki que ainda dormia.


Gintoki dobrou seu corpo no meio, ao sentir Katsura cair com tudo em cima de sua barriga. Tossiu buscando por ar - COF-ZURA-COF!! 'CÊ-COF QUER ME-COF-MATAR!? - gritou sendo despertado de maneira tão inusitada.


- ZURA!!! - Shinsuke se aproximou correndo para ajudar o menino de cabelos compridos a se levantar. Foi tudo tão rápido que mal teve tempo para raciocinar o que acontecera - Machucou!? - perguntou preocupado, e encarando o outro bravo - Pô, Gin! Toma cuidado onde você dorme!! 'Cê podia ter machucado o Zura!!


- MAS FOI ELE QUE CAIU EM CIMA DE MIM!!! - retrucou revoltado. Afinal ele não tinha feito nada.


Kotarou se levantou de cima de Gintoki bastante afobado. Dispensou a ajuda de Shinsuke. - N-Não se preocupe! Estou bem! O Gintoki amorteceu a minha queda. - Não costumava ser tão desajeitado. Ajeitou-se. - D-Desculpa, Gintoki! Foi sem querer! - Ele tentou se desculpar, estava bem vermelho. Não podia ficar assim, tinha que agir normalmente! Mas, sem se dar conta, já estava evitando olhar para Shinsuke e encarando o chão na maior concentração.


Gintoki encarou Katsura. Ele estava estranho. Muito estranho - Ok. Hn. Zura, 'cê tá legal?! - indagou esfregando os olhos. O menino não parecia bem. Será que depois da bebedeira ele ficar-. Parou e olhou para Shinsuke que tentava se aproximar do cabeludo, que se esquivava todas as vezes. Tsk. Foi o XxxXX que eles fizeram... mas, era só Kotarou que - Oe, Shin?!


- Quê!? - indagou mal humorado. Katsura não o deixava ver se estava ferido - Pára quieto, Zura!


O mini-samurai de cabelos prateados franziu o cenho. Era muita agitação para uma manhã. Coçou a cabeça e bocejou - Oe, deixa o Zura em paz! Você não cansa não!?


- Cansar de quê!? - indagou confuso. Será que Gintoki ainda estava dormindo!? Como ia cansar do Katsura!?

Suspirou. Como cansava explicar as coisas - De ficar agarrando ele o tempo todo!! 'Cê não tá vendo que ele não quer! Também depois de ontem, o Zura deve ter cansado de você!


Shinsuke estava chocado. Encarou Kotarou - VOCÊ NÃO QUER QUE EU TE AJUDE POR QUÊ?!! - virou-se para o outro da mesma forma - E COMO ASSIM 'DEPOIS DE ONTEM'?!?!


Kotarou gelou, então Gintoki sabia também!! Que vergonha. Abaixou a cabeça, constrangido. Mas, então assustou-se com os berros de Shinsuke. Ele estava bem mau humorado para uma manhã. Normalmente só Gintoki acordava de mau humor. Shinsuke era bastante sensível, tinha que tomar cuidado com o que dizia. - N-Não é isso, é que não preciso ajuda! Estou bem! Não estou... - No entanto, ficou surpreso com a outra pergunta dele. Era como se Shinsuke não se lembrasse de nada! Era uma coisa tão insignificante assim para ele? Ou talvez fosse um efeito da bebida... mas, de qualquer forma, como assim?? Então era só ele que se lembrava e estava todo ansioso? Por alguma razão, isso o deixou muito irritado. Tremia de nervoso com a franja caindo sobre seus olhos. Ele fazia aquelas coisas com ele e depois nem se lembrava! E ainda ficavam discutindo sobre isso! Kotarou tinha orgulho também! Não tinha que ficar fazendo as vontades dele. - SHINSUKE IDIOTA! - Pegou um travesseiro e tacou com força na cabeça do menino.


Ficou de pé e falou em um tom muito sério e frio. - Não diga mais nada, Gintoki. Eu não quero mais saber dessa pessoa irritante. - Esnobou-o, Kotarou podia ser bastante metido também às vezes.


Shinsuke deixou cair o travesseiro no chão. Não estava acreditando. Kotarou estava o ignorando, chamou-o de idiota. Mas, por quê?! - Zura... o que eu fiz!?


Gintoki não gostava de se envolver em brigas, principalmente daquele tipo. Coçou a cabeça novamente. Não sabia o que fazer. Principalmente ao ver a expressão de abandono de Shinsuke. Tsk. Saco. Levantou-se e saiu do quarto - Vô no banheiro! - mentiu. Iria procurar o professor. Ele era adulto, tinha que saber resolver aquilo. Por que se não, o dia ia ser muito chato.


- O que você fez? Nada, nada mesmo. - Kotarou desconversou em tom de indiferença, agia tão friamente de repente que até parecia outra pessoa, um principezinho. - E quantas vezes eu preciso dizer, meu nome não é Zura, é Katsura! - Cerrou os punhos e olhou para Shinsuke percebendo a expressão de cachorrinho abandonado dele. Contraiu-se, aquela expressão era uma fraqueza dele. Mas, logo apontou o dedo para ele indignado e resoluto. - E-Eu não vou cair nessa de novo! Eu não preciso fazer tudo que você quer! Você... você... é tão irritante!


Shinsuke segurou o choro. Não entendia o que estava acontecendo - Ma-mas, Zura... e-eu não fiz nada!! - esfregou os olhos com os cós dos dedos. Fungou - A última co-coisa que e-eu lembro foi a-a gente en-entrar na-na cozinha!! Se eu te ma-machuquei, de-desculpa! E-eu não lembro!! - começou a chorar sentidamente. Aquilo era muito cruel. Ele não sabia o por quê do menino estar tão bravo com ele. Gostava tanto dele.


- Hn... - O menino de cabelos longos franziu as sobrancelhas já aflito. Shinsuke começava a chorar novamente. Parecia que ele sempre causava essa reação nele. Sentia-se culpado. Desviou o olhar envergonhado. Shinsuke não se lembrava de nada mesmo, não adiantava ele ficar irritado. Ficou incomodado com isso, mas talvez fosse melhor assim. Aproximou-se dele entristecido por vê-lo chorando. Colocou a mão na cabeça dele. - Tá... não chora, Shinsuke.... desculpa... você não me machucou nem nada... Não foi nada importante...


O menino segurou nas mãos de Katsura - Ma-mas, se você ficou bravo deve ter sido importante, Zura!! - encarou-o nos olhos pedindo - Por favor, fala!!


- Ah, como você é chato, Shin!! - Gintoki retornara sem a presença do professor. O procurara por todos os cantos, mas nada. Encarou Katsura, que já parecia ter cedido as vontades do outro. Tsk. Acordaram ele de besteira, fizeram o maior escândalo, e já voltaram a ser namoradinhos?! Não, não iria deixar barato. Sorriu sacana - Oe, Shin, 'cê quer saber mesmo do que o Zura tá falando!?


- Claro que quero!!


Gintoki acenou para que ele se aproximasse - Chegaê! - fez um formato de concha com sua mão, cochichando no ouvido do outro o que vira na noite anterior. Assim, que terminou afastou-se, mas Shinsuke continuava na mesma posição incandescente de tão vermelho que estava. O menino de cabelos claros o viu rodar os olhos e desabar no chão. Suspirou, cutucando-o com o pé - Oe, Shin!?


- Shinsuke! - Kotarou se assustou ao ver o menino desabando. Correu para socorrê-lo. - Gintoki, o que foi que você disse? - Mesmo que Gintoki tivesse dito alguma coisa, aquela reação era estranha, a não ser que Shinsuke tivesse se lembrado de tudo de verdade. Shinsuke estava quente, parecia com aquela vez que ele desmaiou no banheiro. Kotarou chamava por ele enquanto dava pequenos tapas em seus rosto. Shinsuke ouvia a voz dele o chamando à distância. Aparentemente aqueles dois não se resolveriam tão cedo. Gintoki se divertia com as reações exageradas deles. E esse era mais um dia na pacífica vida dos meninos, que aos poucos amadureciam.

Continua...


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