A Última Black escrita por Adrielli de Almeida


Capítulo 17
Afinal, ela era o inimigo.


Notas iniciais do capítulo

Bora deixar comentários binitos, galera?! o/



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Samantha fechou o punho e bateu a varinha duas vezes na xícara de chocolate quente, fazendo ela levitar no lugar. Ela observou a porcelana girar e então uma voz atrás dela:

— Sam? — era Harry Potter. Ela se assustou e a xícara se espatifou no chão. Ambos estavam no Salão Comunal da Grifinória. Ela sentada de costas para a porta em uma das poltronas, recebendo calor da lareira acesa. — Podemos conversar?

Ela limpou a garganta, prestes a dizer não, mas mesmo assim nada saiu. Harry insistiu:

— Sam?

Ela pousou os pés no chão e apontou para xícara em pedaços.

Reparo. — a voz saiu rouca e falha. — Sim, Harry?

— Podemos ou não conversar?

— Sim, claro. Quer dizer, tanto faz.

Ela não se virou, mas ouviu os passos dele vindo em sua direção. Sem levantar os olhos viu Harry se sentar na poltrona a sua frente e se inclinar pra frente. Os olhos verdes escuros, como nunca antes.

— Quer conversar sobre o que? — ela resmungou olhando pra lareira, vendo o fogo estralar.

— Você sabe sobre o que — ele retrucou. Ah, sim. O beijo. É claro que ela não pensava naquele beijo. Nem sonhava com ele. De jeito nenhum. Humpf. Ela não se pegava pensando que fazia exatos 24 horas e 32 minutos que Harry Potter havia a beijado na Biblioteca de Hogwarts, atrás de uma prateleira velha de livros.

Afinal, porque ela iria pensar nisso?

— Na verdade — ela começou — Acho que tenho que fazer um trabalho para o Professor Snape.

— Mentirosa — ela mordeu o lábio, desviando os olhos de Harry. — As aulas DCAT começam amanhã. Vai continuar fugindo de mim? — ela observou o fogo por vários segundos.

— O que quer que eu faça? — ela sussurrou, os olhos castanhos refletindo a luz luminosa do fogo.

— Confie em mim — ele respondeu, simples e fácil. As três palavras em um folego só.

— Desculpe — ela o encarou. — Mas isso eu não posso fazer.

— Black — eles se encaram profundamente. — Confie em mim.

Ela recolheu os pés descalços para cima da poltrona novamente.

— Confio em mim, Potter — ela engoliu em seco. — E em mais ninguém.

— Por favor.

Vários minutos se passaram. Passava do horário de estar na cama, dormindo, mas Samantha andava tendo pesadelos terríveis, então dormir não era bem uma opção.

— Desculpe. — ela mirou o fogo novamente. — Mas não.

— Sam? — Samantha ergueu os olhos. Fred Weasley estava com um cobertor na mão e o cabelo ruivo despenteado.

— Fred — ela ergueu a cabeça, quase dando um sorriso. Ah, céus. Alguém para tirá-la daquela conversa.

— Harry? — Fred andou, ficando de frente com Harry.

— Oi, Fred — disse ele, quase entredentes. Espere... foi entredentes.

Samantha se levantou em um pulo.

— Querem saber? Vou pro meu dormitório. Está tarde.

— É, só que você não... — Fred começou, mas ela o olhou. — Certo. A vontade.

— Sam — Harry chamou quando ela agarrou o cobertor da mão de Fred e virou as costas para subir as escadas para o dormitório das meninas da Grifinória.

— Sim? — ela perguntou por cima do ombro.

— Você não fugir pra sempre de mim.

Ela baixou a cabeça e quando levantou novamente Harry podia ver um sorriso pintando seus lábios.

— Não — ela concordou. — Mas uma hora você vai cansar de mim, Potter.

E subiu.

***

— Segure essa varinha com vontade, pelo amor de Merlim — Sam resmungou para uma menino do quarto ano da Grifinória.

— É verdade que você veio de Beuaxbatons? — ele perguntou.

— Sim, é.

— É verdade que você é meio francesa?

— A-hã.

— É verdade que você...?

— Sim, claro que é. Agora faça esse feitiço direito ou senão você parar no St. Mungus, entendeu?

— Hã, claro, srta. White.

— Bom mesmo.

Hermione arregalou os olhos e fez gestos para Sam, se aproximando.

— Você tem que ser mais compreensiva. — Sam andou entre os alunos que estavam tentando conjurar o Patrono. — E ter um pouquinho mais de paciência.

— Não hoje — reclamou Sam.

— O que houve? — Hermione apertou a própria varinha com força, pensando se devia ou dizer algo à ela. — Teve pesadelos, não teve?

Sam parou, as mechas de cabelo negro caindo na frente de seu rosto sardento.

— Como sabe disso?

— Você chamou um nome no sonho.

Sam cruzou os dedos mentalmente e implorou: Que não tenha sido Voldemort, Que não tenha sido Voldemort...

Sam se virou para Mione.

— Quem eu chamei? — ela questionou, o coração parecendo um tambor dentro de seu peito.

— Harry. — Hermione molhou os lábios. — Você chamou o Harry.

Sam franziu a testa. Não se lembrava do pesadelo.

— Só isso? — questionou com o rosto quente.

— Sim.

— Hum.

— Sonhando com Harry, Sam? — Gina Weasley havia ouvido essa parte da conversa.

— Nada de importante, Gina. — Sam respondeu, o mau-humor de volta. — Apenas conjure o seu Patrono.

Fred e Jorge estavam ali, Cho, Rony, Lila, Harry, todo mundo. Vários alunos da Grifinória, um punhado da Corvinal, dois ou três da Lufa-Lufa. Sam cruzou os braços em cima do peito, as mangas se dobrando, as vestes pretas se erguendo levemente.

Harry estava auxiliando Cho com seu patrono. Sam respirou fundo. Assim que ficasse sozinha no Salão Comunal iria falar com Sirius sobre Harry.

Afinal, ele era seu tio? Certo?

Ele a entenderia.

E, só pra garantir, iria escrever uma carta para tia Maggie.

Lembrou-se de seus avós por um instante, seu patrono que havia se transformado em outro animal, o peito apertado, a garganta fechada.

Pensou seriamente em conversar com Harry — mas o que diria a ele? O que? Que ele não o problema, mas sim ela. Ah, vamos encarar os fatos: aquilo nunca daria certo.

Harry ergueu a cabeça, percebendo que estava sendo observado.

Seus olhos encontraram os de Sam e ela sustentou aquela troca de energia.

Ela não podia amar Harry Potter — podia?

Não, não podia.

Afinal, ela era o inimigo.


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Notas finais do capítulo

Muito bem, tirem suas próprias conclusões. Porque Samantha sonha tanto com Voldemort? Hum? Lálálá ♥



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