Pov. Jasper

Eu nunca na minha vida vi tanta poeira, teia de aranha e germes em um só lugar. Argh!
– Caras, o que vocês acham de a gente dar uma geral aqui antes de dormir? – falei segurando minha mochila e dando uma batidinha na cama empoeirada.
Emmett soltou um muxoxo e olhou para Edward com uma sobrancelha arqueada.
Meu irmão deu de ombros e suspirou.
– Olha, Jazz... Foi um dia cheio, amanhã a gente vai embora, certo? Vamos dormir, meus pés foram mastigados por um jegue. – o cabeçudo preguiçoso sentou-se em uma das camas e massageou um dos pés com cara de dor.
– Vocês são todos uns porcos! – exclamei apontando com o dedo bem na fuça dele.
Emmett soltou sua gargalhada estrondosa enquanto rolava pela cama.
– Isso é demais para mim. Eu que não durmo nesse lugar asqueroso. – reclamei e cruzei os braços.
Escutei um bufar dos dois.
– Que seja então. Mas nós... Vamos dormir. – Edward falou.
– É isso aí! – Emmett concordou e os dois bateram um high five e gritaram um “wow!” ao estralar os dedos no ar.
Eu respirei fundo, mas fiquei com medo de inspirar poeira, então automaticamente tapei o nariz e tentei me controlar. Os meninos juntaram as duas camas para ficar mais espaçoso e eu me encolhi tremendo ao notar mais sujeira debaixo da cama.
Emmett gargalhou novamente.
– Olha só para ele, cabeçudo, parece uma garotinha com medo. – falou o armário sem fechadura entre risos.
Encarei-o mortalmente.
– Triste eu não ter trago “A Mosca”, aí sim veríamos quem é a garotinha com medo. – falei e demos a língua um para o outro.
Edward bufou.
– Ai, calem as bocas, pelo do meu santo Spock! – meu irmão cabeçudo disse se jogando no lado esquerdo da cama com as mãos no rosto.
– Foi ele quem começou! – a anta do Emmett quase berrou e se deitou no lado direito da cama.
– Primeiro, foi você quem começou, e segundo, pela milésima vez, Edward, SPOCK NÃO É UM SANTO!
Edward tinha problemas, ele era fascinado por essas coisas de nerd e vivia achando que os personagens que ele ama são santos. Um babaca, claro. As vezes acho que sou o único normal da família.
Alguns minutos depois...
Os dois trogloditas roncavam um de cada lado e eu continuava de pé. Um homem precisa de um lugar tranquilo e limpo para dormir, certo? Como diabos eles conseguiam dormir ali?
Bufando, segurei o cobertor que ganhei de Alice em um cabo de guerra em volta do corpo e passei a caminhar pela casa. Fui ao quarto das meninas e observei uma Rosalie deitada em transversal com os braços em cima do rosto de Bella, essa que colocou as pernas em cima de Alice, que estava de cabeça para baixo com as mãos nas pernas de Bella as usando como travesseiro e usando o corpo de Rosalie como um descanso para os pés.
Virei-me balançando a cabeça e segui meu tour pela casa. Esse povo só podia ser maluco. Meus olhos estavam pesados e o sono estava quase me tomando por inteiro, porém eu não iria dormir naquela casa nem mortinho da estrela, eu prezo pela minha integridade. Segurei firmemente meu álcool em gel nas mãos e caminhei com só um pensamento: Onde eu estava com a cabeça quando resolvi topar essa loucura toda? Se arrependimento matasse eu estaria morto e cremado, porque imagina ser enterrado com aquela terra cheia de decompositores em cima de você? Credo!

Pov. Alice

– BOM DIA, RAIOS DE SOL! – gritei pulando sobre a cama e Rosalie me fuzilou com os olhos.
– Alice, você é minha irmã e eu te amo, mas se não parar com isso eu juro que mato você! – Bella ameaçou falando com a voz... fanha? E o nariz... vermelho?
Dei risada dela e Rosalie assim que percebeu me acompanhou.
– Acordou linda, hein, Bellinha. – Rosalie disse rindo mais e levantando da cama.
– Vão se ferrar as duas! – a fanha, vulgo, Bella fanha, puxou o lençol fazendo eu precisar sair da cama e cobriu a própria cabeça.
– Eu acordei vocês porque estou com fome. Vamos logo! – saltitei pelo quarto fazendo Rosalie se arrumar em tempo recorde.
Bella continuou na cama, por isso nem insistimos e deixamos ela continuar ali. Fomos até o quarto dos meninos encontrando Edward acordado e olhando para o nada enquanto Jasper e Emmett ainda dormiam.
– BOM DIA, SEUS FILHOS DE UMA PREGUIÇA! – gritei alegremente e pegando uma almofada saí batendo em todos eles até todos estarem de pé.
– Alice, por que você não vai para o inferno? – Jasper resmungou coçando a cabeça.
– Ué, simples... A gente já está nele. – vociferei irritada.
Eu quero ir para casa!
Emmett levantou, fez umas poses de fisioculturismo e soltava uns grunhidos. No final ele deu um soco no peito e todos estávamos de olhos escancarados.
– Uau. – consegui dizer. – Olha, você é meu irmão e eu ainda não me acostumei com isso.
– Onde está a Bella? – Edward Nerdonaldo perguntou.
– A fanha do nariz de palhaço? Ela tá jogada na cama com o cobertor de poeira no rosto. – Rosalie disse rindo. – Vamos logo descer. Estou com fome.
(...)
– SEU NARIZ PARECE UM TOMATE! – Emmett berrou ao ver uma Bella de nariz vermelho e fungando na escada.
Ela lhe deu o dedo do meio e desceu as escadas.
– Tem certeza que parece um tomate? Olha bem porque eu acho que parece o nariz DE UMA MOSCA GIGANTE! – ela disse bem próxima ao rosto de Emm que mudou do sorriso para uma cara de choro.
Emmett odiava moscas.
– Tecnicamente, moscas tem nariz bem pequeno e quase não visível, e na cor preta ainda. – adivinha quem disse isso?
– Cala a boca, Nerdward! - Bella vociferou se jogando no sofá.
Com aquela voz fanha tudo o que ela dizia soava assustador. Credo!
– Eu gosto da sua nova voz. Será que você poderia dizer “Oh my God” separadamente? – Edward pediu sorrindo.
Percebi a referência e gargalhei. Ele estava comparando ela com a personagem de F.R.I.E.N.D.S, a Janice.
Bella percebeu e lhe lançou um olhar maligno.
– Só não mando você tomar bem no buraco onde o sol na bate porque temos crianças aqui. – minha mana fanha respondeu olhando sugestivamente para Emmett e eu.
– Ei! – reclamei. – Emmett, nos defenda!
Emmett olhava para ela e eu pude ver sua cabeça tentando funcionar.
– Olha só, eu só não respondo como se deve por dois motivos. – o idiota começou a numerar - Letra número um: eu não sei onde fica esse buraco que o sol na bate, e número b: porque eu não entendi.
Rosalie, Bella e Edward explodiram na gargalhada enquanto eu dei um tapa na minha própria testa.
– Emmett, na distribuição de cérebros a sua senha é um papel em branco, seu idiota! – dei um tapinha em seu ombro.
– E na de altura você nem chegou a ir. – ele respondeu dando língua.
– REPETE, SEU INFELIZ! – pulei no pescoço dele, fazendo-o cair do sofá.
– EU APOSTO DEZ PRATAS NA ALICE! – escutei Edward falar de longe.
– E lá vamos nós de novo... – a voz fanha da Bellinha soou sendo abafada pelos gritos que Emmett deu assim que puxei seus cabelos.

Pov. Edward

– Só sobrou isso? – perguntei olhando as quatro garrafas d’água, dois pacotes de biscoitos que Alice havia trago, três pacotes de macarrão instantâneo, e um pacote de salgadinhos.
– Precisamos dar um jeito naquele pneu. Eu preciso ir para casa. – a fadinha resmungou.
– E eu preciso de um banho! – a barbie soltou um muxoxo e fez bico.
– Meu celular já está sem bateria e essas tomadas não funcionam! – Bella exclamou segurando o celular nas mãos.
Entendi a agonia da Swan em partes. Eu estava sem meus eletrônicos também, isso era o dilúvio para mim, era como ser escolhido para trazer equilíbrio à força e me unir aos Sith!
– Emmett está vendo o que pode fazer com o carro. Podemos procurar comida naqueles armários, acho que não vamos morrer com isso. – tentei soar confiante e remexi os óculos.
– Você remexeu os óculos! Nem você acredita nisso! – Bella apontou o dedo para mim.
– GENTE! Segurem os corações porque “Emmett: o Salvador” tem uma notícia ótima! – o armário passou pela porta sorrindo de orelha a orelha e começou a fazer uma dancinha estranha. – Acho que consigo dar um jeito no pneu!
A comemoração foi mútua, juntamente com o alívio. Graças ao bom Lorde Vader sairíamos dali!
– Isso é ótimo! – exclamei, até me dar conta de algo que antecedeu essa cena. – Espera... Como sabe sobre o remexer dos óculos? – perguntei de olhos semicerrado para Bella que abriu e fechou a boca sem falar nada.
– Dá para parar? Tem coisa mais interessante acontecendo aqui. – Rosalie reclamou alto e olhou para todos nós e pareceu pensar em algo por um momento. – Espera aí... Está faltando um.
Nos entreolhamos procurando algum desaparecido.
Fiz as contas rapidamente, repassando cada nome e a ficha pareceu cair para cada um de nós, nos fazendo berrar exasperados em uníssono:
– CADÊ O JASPER?!