A voar! escrita por NenaSt


Capítulo 9
(Wendy) Surpresa!


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que ultimamente a fic ta muito água com açúcar, mas espera só mais um pouquinho que a história praticamente nem começou ainda! Reviews?



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Se amar é sofrer, eu sofreria por você.” Me lembro perfeitamente das palavras dele. Mas então depois disso nos separamos. Ficamos seis anos separados, ele à minha procura e eu à sua espera. Quando Alice me levou para a sua casa e eu o vi lá, eu não sei explicar exatamente como me senti. Lá estava ele, com mais ou menos uns dezoito anos bem na minha frente. Nem parecia o mesmo. Mas eu não me importava. Era ele e pronto. Sem percebermos, já estávamos nos beijando.

Pouco depois, eu vi que Alice não sabia se ria, chorava ou ficava sem graça.

– Obrigada, Alice! – Falei, dando um enorme abraço nela – Muito, muito obrigada mesmo! Você é a melhor amiga do mundo!

– Não se esqueça de melhor irmã – Disse Peter, também indo dar um abraço nela.


Desde quando eu tinha treze anos minha tia estava à procura de um marido pra mim. Quando encontrei Peter e vi que ele tinha possibilidades de viver comigo, achava que ela não precisaria mais se preocupar com isso, e sim com os preparativos pro casamento. Mas depois que ele foi embora, perdi as esperanças. Ele poderia voltar pra me ver, mas visitar, nunca.

Com isso, minha tia continuou sua procura. Ela me apresentou a vários garotos de famílias ricas, mas eu não gostei de nenhum deles. Todos eram muito esnobes. E eu sentia falta de um em especial. Sabia que teria de conviver com aquilo. Já que Peter nunca voltaria para ficar comigo, eu tinha que arrumar outra pessoa, e rápido. Bem que eu tentei. A maioria dos que minha tia me apresentava eram bonitos, e alguns eram até cavalheiros. Mas eu não senti nada por nenhum. Ou, se, mesmo que mínimo eu conseguisse sentir algo, eles abandonavam. Decidi ficar com a ideia na cabeça de que era assim que funcionava. E eu provavelmente nunca arranjaria um marido.

Só que a minha tia não estava muito satisfeita com isso. Ela tentou a todo custo me arrumar alguém. Quando eu fiz dezessete anos, ela disse que garotas da minha idade já estavam casadas há muito tempo e que ela mesma iria arrumar um marido pra mim, mesmo que eu tivesse que ser obrigada a casar. Nesse dia, eu falei para os meus pais que minha tia não poderia me obrigar de nada, principalmente de me casar! Eles não concordaram comigo. Disseram apenas que ela estava mais do que certa ao querer que eu me casasse logo, antes que eu ficasse velha demais e ninguém mais me quisesse. Eu falei que tinha apenas dezessete anos, que deveria escolher quando e com quem eu queria casar. Foi a maior briga que já tive com eles.

Pouco depois, escutei meus pais conversarem com minha tia, que, chorando, disse que não conseguiu encontrar ninguém que quisesse se casar com alguém da minha idade, que o máximo era dezesseis, e agora já era tarde, pois eu nunca encontraria ninguém.

Agora, com a volta de Peter, ela parou de implicar. Quando estávamos com um ano de namoro, vi que ele andava conversando muito com meus pais. Um tempo depois, foi o aniversário do meu pai. Fizemos um verdadeiro baile. Minha mãe havia me mandado escolher uma roupa perfeita, pois era um dia muito especial. Estranhei um pouco, já que, apesar de que o aniversário do meu pai fosse especial, o jeito que ela falou parecia que era mais do que isso. Mas apenas ignorei e fui com um vestido de gala azul, cheio de pequenas pedrinhas brilhantes. Apareceu realmente toda a família e amigos dos meus pais. Eles disseram que eu poderia chamar também Alice e Peter, e foi o que eu fiz, embora Alice tenha chegado bem mais cedo que ele

Fiquei lá com Alice e procurei Peter por todos os lugares, mas não o encontrava. Já estávamos namorando há um ano, o tempo havia passado muito rápido. Não éramos mais aquelas criancinhas que sonhavam em nunca crescer. Não. Nós estávamos realmente crescidos e maduros.

– Alice, onde está seu irmão? – Ela olhou nervosa por todos os lados e, por um momento, pareceu estar escondendo algo, mas deve ter sido apenas impressão minha.

– Hmm, não sei. Talvez tenha esquecido.

– Eu fiquei lembrando ele o tempo todo, como ele poderia ter esquecido?

– Ahh, não sei. Vai ver ele ficou doente...

– Mas você não saberia se ele estivesse doente? Moram na mesma casa, lembra?

– Então ele provavelmente está vindo... Eu acho.

Ela estava meio estranha, mas achei melhor nem comentar. Quando Alice fica nervosa com algo é melhor nem tocar muito no assunto até que ela decida contar por sua escolha. Ainda assim eu sabia que tinha alguma coisa errada. Eu estava tentando juntar as peças do quebra-cabeça, mas não tive tempo pra isso, pois minha mãe chegou, me chamando:

– Wendy! Wendy, querida, precisamos de você, agora!

– Pra que?

– Venha.

Fomos até uma espécie de “palco” do salão de festas. Eu já não estava entendendo mais nada. O que eu estava fazendo ali? E estavam precisando de mim para quê? Antes que eu pudesse pensar em qualquer coisa, eu vi Peter chegando. Ele estava mais lindo do que nunca, e parecia também um pouco nervoso. Já estava andando em sua direção para cumprimentá-lo, quando ele pediu atenção de todos e falou que ia fazer um discurso.

– Wendy... - Começou ele. Parecia que o discurso era pra mim, mas eu ainda não estava entendendo - Eu me como se fosse ontem quando ainda éramos duas crianças... Mas muita coisa mudou desde então. Você me ensinou o que era amor. Falou que amar é sofrer. No momento, o que eu estou sentindo passa muito longe de sofrimento. O que eu sinto por você é algo que eu não consigo expressar em palavras. É amor, sim. Mas não é sofrer. Eu quero estar ao seu lado para toda a minha vida, e dessa vez, para isso, não precisamos ir até a Terra do Nunca e permanecer lá para sempre para nunca crescer. – E então se virou pros meus pais. – Senhor e Senhora Darling, aceitariam sua filha como minha legítima esposa?

Aquilo não poderia ser real. Era um sonho. Só podia ser um sonho, não existia a possibilidade de que aquilo estava acontecendo. Mas se fosse um sonho, eu iria implorar para que ninguém me acordasse. Meus pais assentiram, e, com isso eu já estava chorando. Era o melhor dia da minha vida.

Então ele pegou um lindo anel de ouro com um diamante e colocou delicadamente no meu dedo. Ficamos nos beijando por um tempo, ainda lá no palco, enquanto alguns choravam, outros aplaudiam...

Desde que o conheci, esse era o meu maior sonho. Quando ele foi embora, passou a ser um sonho impossível. Agora este sonho estava sendo realizado. Eu seria a futura esposa do meu primeiro amor. Primeiro e único, já que eu nunca amei mais ninguém depois dele. Eu o ensinei o que era amar, mas nunca havia sentido tamanho sentimento por ninguém alem de Peter. O dia do aniversário do meu pai havia se tornado o dia em que o maior sonho da minha vida se realizou. O dia em que Peter Pan me pediu em casamento.


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