A voar! escrita por NenaSt


Capítulo 22
(Wendy) O Fim de Gancho


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/280035/chapter/22

Eu imaginava a dor de Peter naquele momento. Também já cheguei bem perto de perdê-lo, anos antes, quando Gancho quase o matou. Quando me ofereci para ir para a prancha, sabia que seria o último momento da minha vida, e que o meu maior desejo era que Peter conseguisse salvar Daniel, afinal, eu morreria pelos dois. E assim eu pulei. Mas não por muito tempo. Logo que caí na água, consegui levantar a cabeça. Eu havia sobrevivido! Meu plano funcionou! Encontrei um pedaço de madeira, no qual eu usei para me apoiar.

Nadei direto para perto do barco, para que eu conseguisse escutar a conversa.

- O que você fez, Gancho? – escutei Peter perguntar – agora ela se foi!

- Eu não fiz nada! A escolha toda dela, eu não teria a coragem de...

Antes que Gancho terminasse de falar, Peter pegou a espada de um pirata que estava passando e colocou-a contra o pescoço dele, ameaçando.

- Você já levou minha esposa, agora devolva meu filho e Sininho!

- Ah, sim, obrigado por me lembrar da fada! Eu ainda não sei o que vou fazer com ela... ah, tive uma ideia! Que tal se eu jogasse este vidro no mar?

- Você não ousaria...

- Não, é? Vamos ver se não. Pode jogar a fada!

- Sininho!

E então eu não ouvi mais nada. Escutei apenas barulho de algo caindo no mar, no caso, Sininho. Nadei o mais rápido possível para tirá-la do vidro. Por sorte, cheguei a tempo. O vidro ainda não tinha se enchido de água através do furinho que tinha para ela respirar. As asas ainda não estavam molhadas. Foi aí que eu tive uma ideia.

- Wendy? – tilintou. – você está... Viva? Como?

- É uma longa história, agora vamos, você precisa me ajudar! Eu tenho um plano. Um plano que poderá acabar com Gancho.

- Estou a ouvidos.

Contei pra ela minha ideia, e ela na mesma hora aceitou. Então eu sentei na madeira que estava apoiando enquanto ela jogava seu pozinho em mim. Não precisei de muito esforço dessa vez. Apenas pensei e acreditei que eu podia derrotar Gancho e salvar meu filho. Com isso, voamos até chegar ao navio e nos escondemos. Ao chegar lá, vi que Peter estava chorando. Ele estava realmente fraco dessa vez.

- O que você quer? Por que está fazendo isso? Por que simplesmente não me mata logo?

- Porque se for assim você não sofre. E você merece sofrer, Pan.

- Capitão... – disse uma voz familiar. Era uma voz de criança que eu reconhecia de longe. Daniel.

- Agora não, garoto.

- Mas...

- JÁ FALEI QUE ESTOU OCUPADO!

- Eu vim dizer que quero voltar para casa...

- Você tomou sua decisão, vai ser pirata para sempre.

- Mas...

- Mas nada!

Era agora ou nunca. Peguei a espada de Peter que ele tinha derrubado no chão e me pronunciei.

- Gancho, ninguém, mas ninguém mesmo fala desse jeito com o meu filho!

- Wendy? M-mas como?

- Mamãe! – gritou Daniel, vindo me abraçar. Mas Peter o impediu.

- Achou que fosse se livrar de mim assim tão rápido?

Ele ainda estava pálido. Pelo jeito a resposta era sim. Dei uma risada um tanto fria e continuei:

- Eu não sou burra, Gancho. Ao contrário desse seu assistente, Mr. Smee.

- Como você sobreviveu? – perguntou Gancho.

- Fácil. Apenas peguei a faca de Smee e cortei minhas cordas sem que ninguém visse. E quando você jogou Sininho lá pedi a ajuda dela. – quando eu disse isso, Sininho também voltou. – Acabou, Gancho.

- Eu... Eu...

- Chega! – tentei parecer o mais corajosa possível, embora por dentro eu estivesse tremendo. – Não tem mais o Tic Tac para nos ajudar, então eu mesma deveria fazer o trabalho, não é?

Com um golpe, derrubei-o no chão e coloquei a espada contra seu pescoço. Se eu aproximasse um centímetro a mais, poderia matá-lo. Eu estava muito nervosa. Nunca havia matado ninguém. Odiava ter que fazer isso. Mas era a única alternativa.

- Diga suas últimas palavras, Gancho.

- Por favor... Eu peço desculpas por tudo!

- Não acredito mais nisso! Se lembra que você falou isso pra Peter anos atrás e o enganou? Agora já é tarde para pedir desculpas.

- Não! Não, por favor, não faça isso!

- Ou isso ou a prancha!

- Eu prefiro a prancha.

- Que assim seja, então.

Não tive coragem de levá-lo à prancha, então pedi para Peter fazer o serviço. Mas quando o levantamos, ele pegou uma espada e começou a realmente lutar contra ele. Dessa vez eu não poderia ficar parada. Entrei no meio logo que tive a oportunidade e, quando vi, já estávamos os três na prancha, e Gancho encurralado.

- Tem coragem, Wendy? Ou vai amarelar novamente? – caçoou, então empurrou Peter, que, sem dificuldades, começou a voar. – Isso é entre eu e a garota, Pan.

- Adeus, Gancho. – disse, reunindo toda a minha coragem. Eu não queria fazer isso, não queria empurrá-lo ao mar.

- Tem certeza? Por que está fazendo isso, queridinha? Você era minha melhor pirata, e deixou tudo por causa de um... garoto! Não se arrepende de tudo? Não se arrepende de ter dado toda a sua vida para ele? Se quiser pode voltar à pirataria, tenho certeza que ainda conta ótimas histórias. Afinal, o que esse garoto deu a você? Uma criança que chora todas as noites? Francamente... você não era assim! E agora que é adulta, deve estar perfeita para ser uma verdadeira pirata! O que acha, minha cara?

- Gancho, minha opinião nunca vai mudar. Eu nunca serei como você... – antes que eu pudesse completar a frase, empurrei-o ao mar. Mais lágrimas vieram. -... Gancho Bacalhau...

Eu não conseguia me mexer. Eu havia acabado de matar alguém. Não sabia se aquilo era uma coisa boa ou ruim, mas ainda assim eu tinha matado. Demorei um pouco para perceber o que estava acontecendo. Eu finalmente havia acabado com Capitão James Gancho. E ele nunca mais iria voltar a nos perturbar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Mereço reviews?