A voar! escrita por NenaSt


Capítulo 11
(Wendy) Futuro novo membro da família


Notas iniciais do capítulo

Amo esse capítulo, mas aquele do reencontro não se compara!



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Os meses foram se passando, e, no fim, acabamos decidindo que realmente era melhor esquecer Gancho e deixar pra lembrar novamente quando ele reaparecesse.

Depois do desastre que houve no casamento, nada mais aconteceu. Começamos a ficar realmente felizes com nosso casamento. Mas nossas férias não duraram muito. Logo Peter começou a trabalhar enquanto eu ficava em casa o dia inteiro. Era sempre a mesma rotina: acordávamos, ele ia trabalhar, eu almoçava com a família e a tarde visitava Alice (que também já estava comprometida) e quando voltava fazia o jantar, só então ele chegava e tínhamos tempo para ficar juntos. Algumas vezes, à noite, meus irmãos iam para a nossa casa escutar minhas histórias. Diziam que mesmo que eu já tivesse casada, eles não queriam perder os hábitos.

Lembrei-me de quando éramos crianças. Ninguém trabalhava na Terra do Nunca. Todos tinham todo o tempo do mundo para fazer o que quisesse. Como eu queria que fosse assim para sempre... Ah! Me peguei sonhando de novo! Não acredito que ainda não coloquei na cabeça que eu tive essa escolha... Mas preferi voltar pra casa, com meus pais.

Estava conversando com Alice sobre isso um dia, quando de repente senti um enorme enjoo. Ela estava falando que eu fiz o certo e tudo mais, mas a essa altura eu já estava praticamente verde.

– Wendy, você está bem?

Nem consegui falar. Não, eu não estava nada bem. Corri para o banheiro e coloquei tudo pra fora. Quando voltei, ela ainda estava com uma cara meio assustada.

– O que houve? Está doente? – Perguntou ela

– Eu não sei... – Respondi, ainda meio tonta – Já faz um tempo que eu estou me sentindo assim, não sei o que está acontecendo. Praticamente todos os dias eu sinto enjoo, e Peter tem reclamado muito do meu humor ultimamente. Alice, me conta! O que está acontecendo comigo??

Ela então pareceu entender o que havia acontecido e deu um enorme sorriso.

– Wendy... Eu sei exatamente o que está acontecendo com você! Você está grávida!

– Grávida? Sonha, Alice! Como é que eu poderia estar grávida? Não! Não tem como! Peter e eu casamos a apenas alguns meses e... Não! Não, eu não posso estar grávida, eu... Eu...

Ela me olhou como quem diz: “já acabou?”.

– Eu estou grávida. – Falei, ainda sem acreditar. – Eu estou... Grávida! – Repeti mais alto, já começando a me animar. Alice logo me abraçou.

– Parabéns! Então, como vai ser o nome?

– O nome? Eu acabei de descobrir que estou grávida e você já quer saber o nome? Não sei... Ainda tenho que dar a notícia a Peter primeiro.

– Ah, eu quero estar lá pra ver a cara que ele vai fazer quando souber! Nem acredito que vou ser tia!

E eu ia ser mãe. Ainda não conseguia acreditar direito. Quando voltei pra casa levei Alice junto, já que ela falou que não perderia por nada a reação dele quando descobrisse que seria pai. Cheguei em casa e fiz o jantar, agora tudo o que podíamos fazer era esperar que ele chegasse. Assim que ele chegou, Alice logo ficou empolgada.

– Oi, amor! – Disse ele, indo em minha direção me beijar.

– Como foi o trabalho?

– Cansativo... Alice! – Gritou, assim que encontrou sua irmã.

– Finalmente! Olá, Peter, há quanto tempo!

Os dois se abraçaram e colocaram um pouco o assunto em dia, até que Peter perguntou o motivo da ida de Alice à nossa casa.

– Conta logo, Wendy!

– Contar o quê? – Perguntou ele, olhando pra mim curioso.

– Alice, você estragou a surpresa!

– Que surpresa?

Dei um sorriso pra ele e falei:

– Estou grávida.

A reação foi muito melhor do que eu imaginava. Claro que eu sabia que ele não iria brigar comigo nem nada, afinal, a culpa não era minha. Mas não fazia ideia de que ele fosse ficar tão feliz!

– Não acredito... – Começou ele, sorrindo um pouco. – Não acredito! – Repetiu, dessa vez com um enorme sorriso – Vamos ser pais! Temos que contar para a família inteira, Wendy!

Dizendo isso, ele me beijou e disse que tínhamos que comemorar. Eu, que não estava tão animada assim, comecei a me empolgar também. A animação dele me contagiou, e eu decidi que era realmente uma coisa ótima que eu estivesse grávida! Eu finalmente seria mãe! Teria meu próprio filho para contar histórias. E o melhor de tudo: Peter seria o pai dele ou dela.

Visitamos a casa dos meus pais e a dos pais deles para chamá-los a um jantar e contarmos a novidade. Todos aceitaram. Jantamos na minha casa mesmo, já que eu já tinha feito o jantar, e dessa vez era especial, pois já sabia que teríamos que comemorar, nem que fosse apenas com Peter. Logo todos estavam lá em casa ansiosos. Mas primeiro, só para aumentar a ansiedade deles, decidi por o jantar na mesa. Começamos a jantar em silêncio, até que meu pai não aguentou e perguntou:

– Wendy, o que é isso? Conte-nos logo porque nos trouxe aqui.

Dei um enorme sorriso e lancei um olhar questionador para Peter, que apenas fez que “sim” com a cabeça.

– Estão prontos? – Perguntei e todos assentiram. Peter segurou minha mão, como se fosse para dar força, e todos ficaram ainda mais curiosos. – Bom... Parece que vamos ser pais!

Cada um teve uma reação diferente. Meu pai ficou apenas com os olhos arregalados, minha mãe e a de Peter começaram a gritar comemorando, o que nos fez começar a rir. Minha mãe foi a primeira a me abraçar e me dar os parabéns.

– Filha... Não acredito! Minha filhinha está grávida! Aquela que um dia me falou que não queria crescer agora já cresceu... – Disse ela, limpando uma lágrima que insistia em cair do seu olho.

Meu pai apenas me deu os parabéns. Parecia não estar tão animado quanto os outros. Todos foram sentar no sofá e pediram para Peter contar como ele estava se sentindo sobre isso, enquanto eu lavava a louça. Todos, menos meu pai. Vi que ele estava com uma expressão meio triste.

– Pai, o que houve? Não está comemorando...

– Wendy, filha, senta aqui. – Obedeci. – Quando você se casou, eu já não fiquei muito feliz. Eu ia ter que ser dividido com outro rapaz... – Ele lançou um olhar para Peter. – E agora já tem mais um para tomar minha atenção. – Disse ele, alisando minha barriga.

– Pai... Ninguém vai tomar o seu lugar. Nunca vi um pai com ciúmes do neto... O senhor será o único avô dessa criança, tenho certeza de que irá adorá-lo! E quanto a mim... Claro, vou ter que visitar vocês um pouco menos por causa do bebê quando ele nascer, mas... Quem se importa? Não deixarei de amar você e a mamãe!

Assim que eu disse isso, ele me abraçou e decidiu se juntar à família, enquanto eu terminava a louça. Olhei para Peter, que parecia estar contando algo bem empolgado, com um enorme sorriso no rosto. Acho que a última vez que o vi tão feliz foi no nosso reencontro. Dei um suspiro ao me lembrar daquele dia. Realmente ficaria marcado pelo resto de nossas vidas e com certeza será a primeira história que eu contarei para meu filho ou filha... A nossa história. De repente, eu já não via mais a hora de que essa criança nascesse.



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