- Peter! – Escutei Wendy gritar. Ela estava emotiva há semanas. Só queria ver o que vinha agora. – Peter... – Começou ela, entre lágrimas.

- O que foi, meu amor?

Depois que eu falei isso ela só me abraçou, morrendo de chorar.

- E se nosso bebê nascer problemático?

Sim, era um motivo besta. Ela tem estado assim desde que completou seis meses de grávida. E agora estava com nove, o bebê poderia nascer a qualquer momento. Vinha tendo medo de muitas coisas, como perder o bebê, ele não aceitá-la como mãe, e agora isso. Não fazia ideia do quanto uma mulher grávida conseguia irritar!

- Calma, Wendy... Eu prometo que nada de ruim vai acontecer ao nosso filho.

- Mas e se acontecer? – Gritou, se soltando do meu abraço.

- Não vai.

Desde que ela descobriu que estava grávida, logo começou a mudança de humor. Primeiro ela ficou estressada, brigando comigo por tudo e colocando a culpa em mim por qualquer coisa. Depois vieram os desejos. Me pedia isso, me pedia aquilo, eu já não aguentava mais! E agora começava a chorar por tudo com medo que qualquer coisa acontecesse ao nosso bebê. Se eu soubesse que era tão complicado ser pai devia ter continuado na Terra do Nunca.

Mas sabia que não conseguiria ficar naquele lugar por mais um dia depois de tanto sonhar com a voz de Wendy. Ela me falou que realmente fazia um desejo à estrela da Terra do Nunca todas as noites me pedindo para voltar, mas que era só uma coisa besta, já que nada acontecia. Mas algo acontecia, sim. Eu escutava. Todas as noites. E essa voz foi o motivo para que eu voltasse.

- Eu estou com medo...

- Calma, você só está nervosa porque o bebê pode nascer a qualquer momento. Mas eu já prometi que não vai acontecer nada, não prometi?

- Prometeu...

- Exatamente. Nosso bebê estará a salvo. Então, já decidiu o nome?

Ela começou a chorar novamente.

- Não! E se nós não decidirmos a tempo e ele fique sem nome?

Só faltava essa. Eu precisava que aquela criança nascesse logo. Não estava mais aguentando Wendy todos os dias chorando por tudo.

- Então... Que tal Lorena, se for menina?

- Lorena??? Não!

- Jenny?

- Ahh, Peter, você não sabe mesmo escolher nomes! Quero saber os nomes masculinos que você pensou.

- Bom, para garoto eu pensei em...

- Não! Não, não, não e não! Não quero nem escutar, Peter, você é péssimo para escolher nomes!

Confesso que mesmo que aquilo fosse apenas os hormônios de grávida dela, eu fiquei ofendido. Eu nem tinha dito nada!

- Deixe que eu mesma escolho. Nem que eu tenha que passar a noite inteira em claro!

Ela realmente não estava nada bem. Já havia perguntado à minha mãe, no começo da gravidez da Wendy, como uma mulher ficava quando estava grávida. Ela não me contou muita coisa, apenas que os hormônios atacavam um pouco e de vez em quando ela chorava por besteira. Mas não contou que era tanto assim, e que ela ficaria gritando comigo mesmo sem eu ter feito nada de errado.

- Mas eu não falei de nenhum...

- Eu já estava adivinhando seus pensamentos, pode deixar que eu escolho!

Achei melhor nem comentar nada. Não via a hora de que aquela criança nascesse logo...