A Vida de Elizabeth Ashfield escrita por Anonymous


Capítulo 6
Capítulo 6: O Diário




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Após o casamento, Victoria e Teddy residiram por pouco tempo na cidade de Summerlight, pois o homem havia recebido propostas irrecusáveis de emprego em outras cidades, o que resultou na mudança dos dois. Sendo assim,  ambos iniciaram uma nova vida distante de tudo e de todos.

Tempos depois, Elizabeth, que tinha como amigas apenas a mãe, e Carlotta, a própria empregada, se aproximou mais de uma jovem que tinha sido responsável pelos doces e guloseimas da celebração do casamento de Victoria.

Em um belíssimo e quente dia de verão, Elizabeth e Emily convidaram Megan para que passassem o dia juntas as três, na mansão. As três vestiram roupas de banho e sentaram-se sobre cadeiras de praia. Emily, um pouco depois, levantara-se para fazer um rápido lanche.

- Conte-me mais de sua vida. – dizia Elizabeth – Sua família mora por aqui?

- Meus pais moram longe. Eu me mudei para cá por vários motivos. Eu brigava muito com eles e como eu trabalho em um restaurante aqui perto, resolvi me mudar para cá. – A jovem Megan possuía pele parda, cabelos ruivos alaranjados que desciam até os ombros e olhos castanhos de cor semelhante a uma apetitosa barra de chocolate.

- Entendi... Você outro dia mencionou que tinha uma irmã. Vocês duas moram juntas?

Emily se aproximava das duas, sentando-se sobre a cadeira que estava antes.

- Sim, eu tenho. A Margareth... Não, ela não mora comigo. Foi expulsa de casa quando eu era apenas uma pequena garotinha. Se fosse maior eu nunca teria deixado aquilo acontecer. Nunca mais a vi na minha vida. – em um tom solene da voz de Megan, Elizabeth sentia como se a jovem tivesse ensaiado para contar esta história para várias pessoas. Parecia que tinha decorado as falas.

- Sinto muito. Desculpe a indelicadeza de minha parte. Mas vamos falar de coisas boas. Você gosta de seu trabalho?

- Sabe, no início eu não tinha nem um pouco de paciência para culinária, no entanto, depois percebi que era o que eu realmente gostava de fazer. Era o meu dom. – respondia, rindo.

- Também me sentia assim com advocacia e olhe aonde estou agora. Você é bem nova, não é?

- Tenho vinte anos. E você? Quantos anos de idade você tem? Sempre quis saber isso. Parece tão nova, mas fala comigo como se fosse bem mais velha...

- Trinta e três. – respondia Elizabeth, seriamente.

- Nossa, pensei que tivéssemos aproximadamente a mesma idade.

O assunto tinha sido encerrado naquele instante, porém Emily interrompera o silêncio que se esvoaçava naquela paisagem belíssima do jardim da mansão.

- O que vocês acham de irmos ao shopping hoje? – implorava esperançosa. – Faz tanto tempo que não vou comprar roupas.

- Tá aí uma ótima ideia. O que você acha disso, Megan? – empolgada, Elizabeth também não tinha frequentado o shopping há tempos, pois se dedicava demais à carreira.

- Pode ser.

...

Emily fora se arrumar em seu quarto enquanto Elizabeth e Megan tinham ido se trocar juntas, pois a advogada emprestaria algumas roupas para a mais nova amiga cozinheira. Inicialmente, Megan se assustara com o quarto da amiga, porém aos poucos se acostumara com o ambiente.

- Vou verificar o dinheiro que tenho aqui. – afirmava Elizabeth, retirando a pintura na frente de Megan, que  fingia indiferença diante de tudo, porém conseguira memorizar a sequência das teclas pressionadas pela assassina. No interior do cofre, algo brilhante chamou sua atenção. Brilhava intensamente. Era um baú, que continha em seu interior o punhal misterioso que havia sido utilizado para aniquilar a vida de Christopher Lamonier. Nesse baú, também era esculpido o rosto de um leão, o qual Megan reconheceu de imediato. Elizabeth empurrou o baú para tentar evitar que ele chamasse a atenção da jovem, porém, era tarde. Retirou rapidamente uma alta quantia em dinheiro de seu interior, fechando-o rapidamente.

- Oh, céus! Um leão de ouro. Me lembra o daquele caso misterioso, que aconteceu com aquele homem-bomba que morreu esfaqueado. Aquilo não foi resolvido até hoje. Será que... dentro daquele baú... Não, não deve ser. A Elizabeth é um anjo, não seria capaz de tamanha crueldade. – pensava, enquanto Elizabeth contava o dinheiro que tinha retirado do cofre.

As três foram para o shopping e Megan retornara para casa com inúmeras sacolas de roupas novas. Comprar roupas: um vício que muitas mulheres daquela cidade tinham.

...

No dia seguinte, Megan decidiu tirar toda sua história a limpo e acabar de vez com todas as suas dúvidas relacionadas ao misterioso baú dourado. Por um lado, pensava que não deveria se intrometer em assuntos que não eram de sua conta,  mas, uma assassina poderia estar à solta depois de ter cometido muitos crimes.

Afirmando que era uma amiga que chegava de longe, Megan procurava saber, pelos moradores próximos da mansão, como tinha sido toda a vida de Elizabeth. Addams.

Depositou pequena quantia em dinheiro no bolso de um jovem mercador.

- A outra parte vou te entregar somente depois que você me contar tudo sobre ela. Tudo.

- Pois bem. Como você deve saber, ela é a mais famosa advogada da cidade. Mas, antes disso, ela sofreu um bocado. Na faculdade, teve um namorado que prometia se casar com ela após os estudos. Em uma noite, ela acabou se entregando para ele e engravidou.

- E depois, o que houve depois? – perguntava preocupada com que fim aquela história levaria.

- Esse namorado a abandonou grávida, mas ela recebeu o apoio da mãe da irmã, mas foi atropelada logo depois e perdeu o bebê que esperava.

- Que horror! Como essa mulher sofreu! – lamentava aflita, pois ainda se sentia como amiga de Elizabeth, e a vida da mulher realmente não tinha sido absolutamente nada fácil.

- Pois é, mas não acaba por aí não, moça. Esse infeliz teve o que mereceu: morreu em uma explosão causada por um vazamento de gás. Não sei se a senhorita sabe porque faz um tempinho já... Lembra-se desse caso? Foi bastante comentado por aqui.

- Acho que me recordo um pouco sim... Que tragédia! Isso é tudo?

- É tudo o que sei, senhorita. O homem assentiu, respondendo sinceramente. Megan retirou a quantia restante do dinheiro que tinha para oferecer a quem tirasse suas dúvidas.

- Obrigada.

...

- Compreendo! Foi a Elizabeth que matou o Andrey e o Joseph naquela explosão, com a ajuda do homem bomba.  Eu sempre via aqueles dois fazendo alguma besteira pelas ruas, eles não eram mole... Depois ela matou o próprio cúmplice, usando uma faca... Queima de arquivo! Ela é uma perigosa assassina! Meu Deus, com quem eu fui lidar?!

Correu até o quarto, que era bem decorado com paredes pintadas de rosa-claro, móveis brancos e vários bichinhos de pelúcia de todas as cores que alguém poderia imaginar. Abriu a gaveta de uma das cômodas, retirando desta um pequeno caderno, um diário.

“Querido diário,

Apesar de ter sido criada por aquele tipo de gente, os meus pais, me considero uma boa pessoa e costumo agir seguindo a lei. Não procuro cometer nenhuma injustiça...

Estou diante de um sério problema. Uma amiga minha, Elizabeth, é na verdade uma grande assassina. Ela causou uma explosão que matou o ex-namorado e seu irmão e tirou a vida do cúmplice que a ajudou nos outros assassinatos. Não posso deixar essa assassina à solta por aí, podendo tirar a vida de mais alguém além desses três. Mas também, como amiga dela, me vejo no dever de alertá-la a ser entregar à polícia, para que se redima. Posso me dar mal nessa história, mas também não posso ficar guardando esse ressentimento de culpa.

Adeus,

Megan Wargrave”

...

Aproveitando um dia de semana de folga que Elizabeth trabalhava, Megan se dirigiu à mansão, porém fora interceptada pelo segurança do local.

- Somente às ordens da dona Elizabeth. Conheço a senhorita, mas aguarde um instante, telefonarei para ela.

- Não é necessário, Patrick. Deixe ela entrar – ordenava Emily, se aproximando do portão. – Quando ela vier, nem precisa ficar pedindo permissão. A casa também é sua, querida. Vamos tomar um pouco de chá.

- Ótimo, dona Emily. Preciso conversar um pouco com você e a Elizabeth. Vou esperar ela chegar.

E tomaram chá durante praticamente a tarde inteira. Geralmente as jovens se sentiam impacientes ao lidar com idosas, mas não era o caso de Megan, que sempre quisera uma mãe do jeito de Emily, que cuidasse bem, amasse e protegesse a filha de qualquer coisa, custe o que custar.


Megan abriu a mochila, exibindo as roupas de Elizabeth para a mãe da milionária.

- Estou com as roupas que ela me emprestou. Vou colocar no guarda-roupa e já retorno. Está bem?

Emily assentiu e Megan subiu as escadas rapidamente, se dirigindo ao quarto escuro e assombroso da mansão. Dobrou as roupas e as guardou rapidamente no interior de um guarda-roupa escuro.

Retirou a grande pintura que escondia a entrada do cofre. Digitou lentamente a sequência numérica que tinha decorado no outro dia. O cofre se abriu.

Megan suspirou e apanhou o pequeno baú dourado. Sentou-se na cama com o objeto em seu colo e o abriu. Em seu interior havia um punhal reluzente e o rosto de um leão esculpido em seu centro.

- Bem que eu desconfiava!

...

Elizabeth chegara mais cedo do trabalho e sentara-se ao lado da mãe no grande sofá da sala, descansando por alguns minutos.

- A Megan está lá em cima, filha. Ela disse que queria falar com você. Parece que é coisa séria.

A jovem advogada subiu as escadas e correu até seu quarto. Após abrir a porta, deparou-se com uma jovem ruiva com os cabelos presos em um rabo de cavalo que tinha um punhal nas mãos.

- Megan, o que você...

- Elizabeth, você é um monstro. Como foi capaz de fazer tudo aquilo?



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