A Vida de Elizabeth Ashfield escrita por Anonymous


Capítulo 7
Capítulo 7: Veronal


Notas iniciais do capítulo

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Elizabeth chegara mais cedo do trabalho e sentara-se ao lado da mãe no grande sofá da sala, descansando por alguns minutos.

– A Megan está lá em cima, filha. Ela disse que queria falar com você. Parece que é coisa séria.

A jovem advogada subiu as escadas e correu até seu quarto. Após abrir a porta, deparou-se com uma jovem ruiva com os cabelos presos em um rabo de cavalo que tinha um punhal nas mãos.

– Megan, o que você...

– Elizabeth, você é um monstro. Como foi capaz de fazer tudo aquilo?

- Do que você está falando, Megan? – Elizabeth fingia surpresa, ao fitar o punhal nas mãos da amiga. Imaginava que deveria realizar a interpretação perfeita para a ocasião, como sempre costumava fazer com as pessoas em difíceis situações, e sempre conseguia tirar a melhor, enganando a todos. Tinha esperanças de conseguir enganar a amiga, para que não precisasse fazer algo pior, mesmo imaginando que Megan já sabia de todos os crimes que cometera, ou, pelo menos, ao atentado contra Christopher Lamonier.

- Você sabe muito bem. Os três assassinatos que você cometeu. Amiga, ainda dá tempo de você se redimir... Se entrega pra polícia, vai! Você tem que entender que não tem o direito de tirar a vida de ninguém.

- Quem é você pra falar de mim, Megan? – Elizabeth finalmente deixara a máscara cair, chorando desesperadamente. – Você sabe o quanto eu sofri nessa minha vida pra me tornar assim? Você não sabe o que eu passei na vida dessa gente.

- Elizabeth, eu sou sua amiga. Eu também sofri muito nas mãos dos meus pais, eu te contei isso. Tô aqui pra te ajudar, pra te proteger. Você tem dinheiro, pode usar disso para diminuir sua pena. Me deixa te ajudar, por favor! Pelo amor de Deus.

- Pelo visto você não vai colaborar comigo... – pronunciava secamente, fuzilando a jovem com o olhar. Megan tentou fugir, porém, Elizabeth a empurrou e a jovem caiu no chão. Conseguiu sair do quarto e trancou a porta pelo lado de fora. Megan se debatia no interior do cômodo e gritava, desesperada.

- Me perdoa... Não vai doer nada! – sussurrava para si mesma, descendo a escadaria, adentrando a cozinha. No interior de um armário jazia dois fracos, um de Veronal e o outro de sonífero simples. Ambos de porte médio. Elizabeth recolheu os dois fracos, guardou o de Veronal no bolso e pôs o de sonífero simples sobre o granito da pia. Despejou algumas gotas desse sonífero em uma pequena taça, logo em seguida despejando suco de uva na mesma. Caminhou até a sala de estar com a taça nas mãos, onde a mãe ainda se encontrava, folheando um de seus livros de leitura.

- Mamãe, olha que divino! Experimente esse delicioso suco! – e entregou a taça nas mãos de Emily, que ingeria a bebida rapidamente o líquido.

- Está... realmente delicioso. – e adormecia aos poucos deitada no grande sofá. Após alguns minutos, adormecera completamente. Elizabeth suspirou, aliviada e retornou à cozinha. A mãe só despertaria no dia seguinte.

- Menos um empecilho... Mamãe ficará bem, agora é a hora da coragem. – pensava, retornando para a cozinha, despejando grande parte do frasco de veronal em outra taça, desta vez com vinho. Separou uma segunda taça de vinho, porém sem o líquido. Subiu as escadas e abriu o quarto onde Megan Wargrave estava exausta devido à tantos berros e batidas na porta.

- Me desculpe, querida. Vamos conversar lá em baixo. – seu tom de voz era de arrependimento, de culpa no cartório. Elizabeth caminhava lentamente e descia tranquilamente a escadaria, se dirigindo à sala de jantar, onde as duas taças jaziam preparadas para a ocasião. Sentou-se próxima à uma delas, a que estava sem o veronal despejado.

- Se eu fugir ela me mata... O jeito vai ser ficar mesmo. Deus, me ajuda a sair dessa, por favor! – e seguiu a amiga, que a aguardava já sentada sobre à mesa.  Sentou-se em frente à Elizabeth, onde se encontrava a outra taça de vinho.

- Megan, por favor, procure me entender... E beba um pouco de vinho. – seu rosto estava sujo pois a maquiagem tinha sido borrada devido à lágrimas de crocodilo.

Inocentemente, a jovem desesperada, tinha dúvidas sobre as palavras da amiga. Apesar de estar insegura, tentava parecer o máximo tranquila possível. Tomou um gole do vinho.

- Eu sei o que você passou. Eu também sofri muito na minha vida, Elizabeth. Tenta compreender... Se você se entregar vai ser melhor pra você. Imagina se eles descobrem sozinhos que você fez tudo isso? Sua penalidade vai ser menor de você confessar! Você sabe disso mais do que ninguém. – E, aos poucos, ao terminar de ingerir todo o vinho contido na taça envenenada, estava ficando cada vez mais sonolenta, até que em um determinado momento caiu sobre o chão, inconsciente.

- Foi preciso, Megan. Foi preciso. Me perdoa! O céu agora receberá uma nova estrela! – gritava desesperada, debulhando-se em lágrimas. – Você foi a única amiga que eu tive de verdade! CARLOTTA, VENHA CÁ!

Segundos depois a empregada chegava, com uma expressão curiosa no rosto que logo em seguida deu lugar a uma assustada.

- Sim, senhora.

- Você é leal a mim, não é? Saiba que nenhuma empregada aqui nessa cidade recebe a metade do seu salário, não é mesmo? Você é muito privilegiada e tem que saber ser grata por isso. – Carlotta balançou positivamente a cabeça. – Tá na hora de você provar que é leal! Me ajude a esconder esse corpo, pelo amor de Deus.

- Mas, dona Eli...

- CARLOTTA! – gritou tão alto que chegara a assustar os pássaros que se encontravam do lado de fora no jardim próximo à cozinha. – Quer ser demitida?! Olha que fui eu que te tirei daquela sua vidinha miserável de antes. E você também não é santinha. Sei de todos os seus podres. É isso que você quer?!

- Não, senhora. – Seus olhos se arregalaram. A jovem empregada tinha verdadeiro terror e espanto da patroa. – Me desculpe.

- Acho muito bom, agora me ajude. Pegue aquele tapete velho que está nos fundos e me traga ele!

Pouco depois, Carlotta retornava com o mesmo tapete que Elizabeth tinha usado para aniquilar a vida de Christopher Lamonier, o maldito homem-bomba que a chantageara e quase destruíra sua vida. As duas, com o uso de luvas, conduziram o tapete, com o corpo de Megan amarrado em seu interior.

Esconderam o corpo no porta-malas do grande veículo de Elizabeth. As duas partiram para o maior e mais alto barranco da cidade. Abriram o porta-malas e arrastaram o corpo de Megan até a ponta do local.

- Adeus, Megan. Me perdoa, por favor. – e empurrou o tapete, que caiu e rolou barranco abaixo.

E esse tinha sido o fim de Megan Wargrave, a melhor amiga de Elizabeth Addams. Chorando emocionada, enquanto dirigia o veículo, Elizabeth retornava para casa, livre mais uma vez da prisão.

- Carlotta, você nunca vai abrir esse bocão pra ninguém. Eu não quero te fazer mal, e quero que você saiba disso. Sou muito boa com você, e você vai ser boa comigo.

...

Poucos meses se passaram e Elizabeth tinha muito sucesso em sua carreira e suas finanças, porém tinha fracasso em relação aos relacionamentos. Nunca mais tinha se apaixonado por ninguém, pois se tornara extremamente amargurada e nenhum dos homens da cidade ainda tinha conquistado seu interesse.

- Dona Elizabeth, veja só quem a espera no portão. – gritava Carlotta, com uma voz que era de irritar qualquer patroa, ainda mais quando essa patroa era Elizabeth. Extremamente curiosa, desceu rapidamente as escadas, correndo para o exterior da mansão, alegre ao ver de quem se tratavam as figuras que vinham visitá-la tão cedo durante aquele dia.

Era ela, sua irmã mais nova, que tinha se mudado para outra cidade devido à propostas irrecusáveis de emprego, que foram muito essenciais na sua nova vida na carreira de medicina. Não só a ela, mas também ao marido, que seguira pela mesma carreira.

- Victoria, você voltou! Que saudade, irmãzinha! Mamãe vai adorar te ver de novo.


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Notas finais do capítulo

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