Edward acordou na manhã seguinte e foi até o quarto de hóspedes para ver se Tanya ainda estava lá. Mas encontrou o quarto vazio e arrumado.

Edward não a culpava. Não mesmo. Já houve um tempo em que ele gostava mesmo de Tanya. Só que tanta coisa havia mudado... Ele havia mudado.

Edward tentava não pensar em como ele estaria encrencado, se não contasse nada sobre Isabella.

A porta da frente se abriu, Edward assustou-se e desceu as escadas.

"Edward" chamou Carlisle.

"Oi, pai. Me assustou." Disse Edward, passando as mãos nos cabelos cor de bronze. "Como ela está?"

Carlisle suspirou, colocando suas coisas em cima do sofá e sentando-se logo depois.

"Ela está na mesma, Edward" ele o olhou. "Tem certeza que não vai ligar, contar para os pais dela?"

Edward sentou-se ao lado do pai e se recostou no encosto do sofá branco. Ele suspirou pesadamente e fechou os olhos.

"Eu estou pensando realmente em contar, pai. Mas, eu preciso... vê-la." Respondeu Edward. "Antes" completou.

"Tudo bem... mas tome uma decisão logo, filho."

(...)

Ele estava sentado ao lado dela, com a cabeça encostada na grade da cama. Edward levantou a cabeça para olhá-la. Em sua cabeça, a palavra anjo aparaceu. Ela parecia um anjo.

Como ele queria que tudo fosse diferente. Ele daria tudo para que nada tivesse acontecido, faria qualquer coisa para que Isabella não ficasse em coma, para que Alice e Rosalie não tivessem morrido.

Contudo, tudo na vida tinha um propósito. Só que Edward não sabia disso. Ele não via sentido na sua vida sem sua irmã e sua melhor amiga. Por isso, Edward pensava que Isabella poderia mudar isso. Por isso, Edward não saía de perto dela.

Edward lembrou-se do que Tanya dissera "É por causa dela, não é?". O que ela quis dizer com aquilo? Nada fazia sentido.

O medo de perder Isabella o assolava toda vez que se lembrava da irmã e da amiga.

"Sabe, Edward" Edward lembrou-se de Alice falando, quando ele havia perdido sua primeira namorada. "Sempre há alguém perfeito para nós em algum lugar. Só tem de esperar. Não fica assim, tá?" Ele ainda podia escutá-la, como se Alice estivesse ao seu lado.

Edward suspirou. Achava que Tanya era perfeita para ele. Mas terminou com ela na noite passada. Então... onde será que estava a sua alma gêmea?

Inconscientemente, Edward olhou para Isabella. Tão linda, mesmo estando cheia de tubos. Serena, parecia estar em um belo sonho.

"Queria poder escutar sua voz." Sussurrou Edward. "Às vezes, fico me perguntando com é."

O silêncio era incômodo. Ele se perguntava se um dia Isabella o quebraria.

Muitos poderiam dizer que ele deveria desistir - era o que qualquer um diria -, mas Edward há muito perdera a fé e agora que ela voltara com Isabella, ele simplesmente não podia desistir. Ele queria que os outros pudessem sentir o mesmo.

E era por isso que todos queriam que ele ligasse para os pais dela. Pois, só eles decidiriam o destino da filha: deixar que ela viva presa à tubos - sem esperanças - ou deixar que ela morresse - sem esperanças também. Como alguém conseguia pensar assim? Como alguém pode pensar que não havia esperanças?

Edward balançou a cabeça, por sequer pensar que, um dia, ele perdera a esperança. Afinal, ela é a última que morre.

A por ta abriu-se e Edward levantou o rosto, com o coração na boca.

Mas logo se acalmou, quando viu seu pai entrando no quarto.

" O que houve?" perguntou Edward, ao ver a expressão do pai. "Fala!"

Carlisle o olhou e disse:

"Nada. Só ligue para os pais dela."

Edward ficou olhando-o por um longo tempo. Mas logo suspirou.

"Tudo bem."

Carlisle suavizou a expressão e deu um meio sorriso.

"Tudo bem."