Fantasia escrita por Suzana San


Capítulo 28
Capítulo 20 - A Verdade


Notas iniciais do capítulo

Peço desculpas pela demora. Tive alguns contratempos nas férias e acabei não tendo tempo para escrever como gostaria. Mas essa semana consegui adiantar bastante a história e já estou com o próximo capítulo bem adiantado. Então acredito que não demorarei a postar a continuação.
Estamos na reta final. Sejam pacientes, por favor. :)
Obrigada a todos que favoritaram e comentaram. Vocês me dão forças para continuar.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/278734/chapter/28

Capítulo 20 – A verdade

“As palavras verdadeiras não são agradáveis e as agradáveis não são verdadeiras.”

(Lao-Tsé)

O dia estava chegando ao fim. Keiko suspirou, pensativa, sentindo um aperto no peito ao ver o sol cada vez mais próximo do horizonte. Havia feito o possível para aproveitar cada segundo daquela silenciosa e solitária despedida, para gravar na memória cada sorriso, cada toque, cada palavra... cada detalhe.

Depois que ele lhe mostrou o rosto, permaneceram diante da janela do quarto, assistindo ao nascer do Sol. Quando os primeiros raios clarearam a manhã, Kakashi olhou para Keiko e disse, com um sorriso:

— Você fica linda com cara de sono.

Ela protestou e corou quando ele continuou afirmando que suas bochechas rosadas evidenciavam ainda mais as marcas deixadas pelo travesseiro, e quando ele disse que sabia uma forma de tirar aquelas marcas, beijando uma por uma, ela suspirou.

Seu suspiro foi respondido com beijos mais demorados que desceram pelo seu queixo e acariciaram a pele sensível da curva do pescoço. Seus olhos se fecharam e ela não conseguiu evitar que o nome dele escapasse num sussurro. Em um piscar de olhos, a boca dele estava na sua, enquanto ele a guiava de volta para a cama.

—x-x-x-

Keiko ainda sentia seu coração bater acelerado e pequenos tremores passavam pelas suas pernas, como pequenas descargas elétricas que aos poucos se dissipavam. Estava deitada na curva do braço de Kakashi e desenhava padrões aleatórios no peito dele com a ponta dos dedos.

Ele acariciava suas costas, seus dedos subindo e descendo, com carícias tão leves que deixavam uma trilha de carocinhos arrepiados por onde passavam.

— Você está com fome? – Ele perguntou.

— Um hum... – ela murmurou preguiçosamente.

— Vou preparar alguma coisa pra você comer – ele disse, se levantando e vestindo as calças de moletom.

Keiko sentou-se na cama, sentindo-se mole e sonolenta, mas sorriu e disse:

— Eu vou junto.

E assim, juntos, eles passaram todo o dia. Prepararam o café da manhã, depois conversaram, abraçados, no sofá da sala. Almoçaram na mesa da cozinha pela primeira vez – já que Kakashi não recolocou mais a máscara – assistiram a um filme na TV, jogaram Shogi(1) e, enfim, viram o pôr do sol na varanda da área de serviço.

Keiko olhou de relance para o homem que a abraçava com carinho. Os cabelos dele estavam alaranjados com a luz do fim da tarde; seu rosto, tão bonito e agora descoberto, estava sereno, e fitava o horizonte distante. Kakashi notou seu olhar, baixou os olhos para ela e sorriu, fazendo-a suspirar.

— Acho que tem alguém apaixonado aqui – ele falou com um sorriso torto.

Ela corou e desviou os olhos, sorrindo timidamente.

— O que te faz pensar que estou apaixonada?

Ele fez com que ela voltasse a olhar para ele, virando levemente seu queixo com as pontas dos dedos. Com o sorriso ainda brincando em seus lábios, disse:

— Eu não estava falando de você...

Keiko sentiu seu peito se enchendo daquela sensação deliciosa que lhe preenchia toda vez que ele falava ou fazia algo assim, declarando sutilmente o que sentia, deixando-a com o coração aquecido. Mas ao mesmo tempo, era doloroso pensar que em poucas horas não poderia mais ouvir sequer a sua voz. Os cantos dos seus olhos arderam com lágrimas contidas, e Keiko aguentou firme, respirando fundo para acalmar o coração que agora batia rápido.

A última fração do disco solar alaranjado desapareceu atrás do topo de um dos muitos prédios de Tóquio. O dia estava chegando ao fim. Ela ficou na ponta dos pés e deu um beijo inocente em Kakashi.

— Eu preciso tomar um banho e me arrumar – disse, tentando manter a voz firme apesar do vazio que ameaçava engolir seu coração.

Ele não lhe disse nada, sentindo suas próprias angústias virem à tona, mas reservando-as só para si. Kakashi sabia que Keiko deveria chegar ao IPF antes do início da festa para recepcionar os convidados juntamente com os outros sócios. Eles haviam combinado de se encontrar assim que ela cumprisse sua obrigação. Mas ele não queria deixá-la ir... Queria ficar ali, naquele abraço, por uma eternidade se fosse possível. Porém ele sabia que isso não era possível. Beijando-lhe a testa, afrouxou o abraço, libertando-a, e fez um breve aceno com a cabeça.

Colocando um sorriso suave nos lábios, tentando parecer o mais natural possível, ela saiu do abraço dele e entrou no apartamento, e enquanto caminhava pelo corredor silencioso, em direção ao banheiro, Keiko não conseguiu mais segurar as lágrimas.

—x-x-x-

Ela estava linda em seu vestido de festa. Os fios vermelhos que se soltavam elegantemente do coque no topo de sua cabeça contrastavam com a pele clara dos ombros desnudos, e harmonizavam com o verde escuro do tecido sedoso de tafetá. O drapeado valorizava o busto e se cruzava na cintura fina, abrindo-se depois em uma saia voluptuosa. Kakashi ficou sem fôlego e sem palavras por um tempo.

Keiko sorriu quando viu os olhos de Kakashi se abrirem um pouco mais assim que ela entrou na sala. Ele ficou ali, parado, olhando-a, e só quando ela pigarreou, corando um pouquinho, ele acordou do transe e se levantou do sofá. Com um sorriso torto se delideando no rosto, caminhou até ela e colocou as mãos em sua cintura.

— Linda... – Sussurrou, inclinando a cabeça em direção ao seu pescoço, deslizando a ponta do nariz desde a pele sensível atrás da orelha até a altura de sua clavícula, fazendo-a arrepiar-se.

— Kakashi... – Ela tentou repreendê-lo, mas sua voz saiu mais como um suspiro. Ainda assim, ela continuou: – Não podemos... – Ah, mas como ela queria que pudessem...

— Eu sei... – Ele disse, sorrindo provocante de encontro à sua pele, e se afastou para olhá-la com um brilho no olhar que a forçou a desviar os olhos, com medo de que naquele momento ela desistisse do baile, do plano, de tudo, só para se perder naqueles mar escuro de suas íris.

— Estou me sentindo estranha com essa roupa – Keiko propositalmente mudou o rumo da conversa.

Ele fez uma careta de indignação.

— Não deveria. Não há nada de estranho em você... – Ele ergueu uma sobrancelha, parecendo reconsiderar. – Bem... talvez somente o fato de que ainda esteja de batom...

A testa de Keiko se franziu.

— Como ass...? – Ela se interrompeu, compreendendo o que ele havia dito quando viu o sorriso malicioso e o brilho sedutor em seu olhar.

Um tapa certeiro atingiu-o no ombro.

— Ai! – Ele massageou o local dolorido, rindo.

— Não me provoque... – Ela deu um suspiro resignado e virou o corpo, olhando de relance para o relógio do aparelho de DVD.  – Não temos tempo pra isso... Tenho que me apressar.

— Eu ainda acho que poderia te acompanhar...

Keiko não queria chegar ao instituto com ele. Ela precisava, primeiro, falar com Aki e se certificar de que o plano estava acontecendo conforme haviam combinado.

— Não se preocupe com isso – ela deu um sorrisinho e fez um sinal displicente com a mão. – Vai ser muito chato ficar ouvindo aquele monte de baboseira sobre como tratar os convidados que são investidores em potencial. O conselho administrativo nos faz até memorizar os nomes de seus cônjuges para parecermos mais íntimos. É melhor pra sua saúde mental ficar aqui um pouco mais...

Kakashi riu e coçou os cabelos atrás da nuca.

— Sendo assim, devo concordar com você.

— Bom garoto – ela piscou um olho, esforçando-se para manter o clima leve, e se inclinou para dar um beijinho casto na boca dele, cuidando para não borrar a maquiagem. Depois pegou a chave do carro que estava em cima da mesinha de centro e disse: – Te vejo mais tarde.

Ele abriu a porta para que ela passasse e esperou que entrasse no elevador, acenando com uma das mãos até ela desaparecer atrás das portas de metal. Keiko sustentou um leve sorriso no rosto até estar completamente sozinha. Quando as portas do elevador se fecharam, ela se recostou na parede e segurou o choro. Estava sendo uma tortura suportar tudo aquilo, mas ela não queria que Kakashi percebesse como estava abatida.

Dirigiu até o IPF sentindo-se angustiada. Estacionou o carro na sua vaga reservada e caminhou com dificuldade pelo cascalho, tentando manter o equilíbrio na sandália de salto agulha que usava. Se Kakashi estivesse ao seu lado, teria lhe oferecido um braço forte para ajudá-la. Ela baniu o pensamento. Depois dessa noite, ela não poderia mais contar com a reconfortante presença dele. Teria que se acostumar novamente à solidão.

Ao chegar ao salão, não teve dificuldade para localizar Aki. A morena de cabelos curtos estava radiante em seu vestido azul-turquesa e conversava animadamente com um dos sócios mais velhos da empresa. Quando as portas do salão se abriram para que Keiko entrasse, ela olhou em sua direção, pediu licença para o velhinho e foi ao seu encontro.

— Você está linda! – Disse com um sorriso sincero, mas notou que a resposta de Keiko foi um mero aceno de cabeça. Puxando-a delicadamente pelo braço, levou-a a um canto mais reservado do salão. – Força, Keiko. Não deixe transparecer tanta tristeza.

— Estou no limite das forças, Aki. Sorrir, dizer coisas simpáticas e divertidas e parecer feliz por fora é um esforço gigante diante de como realmente estou por dentro.

Aki inclinou a cabeça, com uma expressão preocupada, depois correu os olhos pelo salão e perguntou:

— Onde está Kakashi?

— Eu disse a ele que haveria uma reunião do conselho administrativo antes de começar o baile e pedi que ele viesse mais tarde.

— Tudo bem. – Aki apertou levemente sua mão. – É bom que você pode usar esse tempo pra se recompor.

— Na realidade, eu vim mais cedo para... – Keiko se interrompeu e vasculhou o salão com os olhos. – Onde está o Akira? – Perguntou franzindo as sobrancelhas.

— Ele me ligou mais cedo, dizendo que vai se atrasar um pouco.

Keiko não gostou muito de ouvir aquilo.

— Mas ele disse o motivo?

— Era algo sobre terminar de ler o último volume de Naruto que foi lançado. O Akira comprou o mangá há dois dias, mas só teve tempo de ler agora. Ele disse que havia algo importante na história e que precisava saber antes de vir.

Aquilo fez a curiosidade de Keiko se aguçar.

— Algo importante?

— Não me pergunte – Aki respondeu, dando de ombros. – Ele não me deu detalhes – disse, levantando as sobrancelhas dramaticamente – só me disse que não podia encontrar Kakashi antes de ler o bendito mangá.

Um murmúrio começou a preencher o salão quando os primeiros convidados entraram pela porta principal.

— Vamos Keiko, você precisa recepcionar as pessoas. – Aki a guiou para a entrada frontal do enorme salão de festas do Instituto. – Seja forte – ela sussurrou em seu ouvido antes de se afastar e se misturar às pessoas.

Keiko apertou muitas mãos e forçou muitos sorrisos, desejando aos convidados que aproveitassem a festa. Mas a cada minuto, seu coração ficava mais e mais aflito, e ela mais e mais ansiosa e preocupada. O fato de não usar um relógio tornou a passagem do tempo ainda mais lenta, pois não sabia mensurar por quanto tempo ficou ali, em pé, sendo simpática com todos os que chegavam para o baile.

O fluxo de pessoas chegando na festa diminuiu, e as cadeiras distribuídas ao redor das mesas circulares já estavam quase todas lotadas. Keiko se distraiu olhando para os convidados que sorriam, conversavam, apertavam mãos e bebiam animadamente, e se sobressaltou quando sentiu uma mão morna tocar a sua. Ela se virou rapidamente, a tempo de ver um elegante homem mascarado deixar um beijo suave na curva dos seus dedos. A visão de Kakashi vestido a caráter, usando o smoking que eles haviam encomendado sob medida alguns dias antes, a deixou sem fôlego.

— Demorei muito?

Ela quase não conseguiu conter a ardência súbita em seus olhos, então desviou o olhar, forçando um sorriso tímido, e dizendo baixinho, para que só ele escutasse:

— Pensei que não viria mais.

Ele sorriu de volta, coçando os cabelos da nuca, e replicou:

— Ah... No meio do caminho eu tive que parar para salvar um gatinho que subiu em uma árvore.

Inacreditável como ele conseguia fazer com que seu humor flutuasse entre a angústia e o divertimento com apenas algumas palavras. Keiko estreitou os olhos em sua direção, a ardência nos olhos desaparecendo milagrosamente.

— Suas desculpas nunca convencem ninguém, você sabia disso?

Ele riu, sua risada grave deixando-a tonta, e a encarou de uma forma que fez com que seu coração batesse duas vezes mais rápido. Ah, aquela flutuação de sentimentos de novo...

— Quanto tempo mais você tem que ficar aqui?

Ela voltou o olhar para o salão lotado, e depois para os outros sócios que já se dispersavam, indo em direção às mesas.

— Ao que parece, minha missão já terminou, sensei. – Ela sorriu quando um brilho divertido cintilou nos olhos dele. Mas logo se arrependeu, pois se lembrou da última vez que o havia chamado assim, no tatame da academia, quando ele estava lhe ensinando autodefesa e eles ainda tinham algum tempo para aproveitar antes do dia do baile. Ela lutou de novo contra as lágrimas e sentiu-se aliviada quando Kakashi apertou sua mão, trazendo-a para o momento presente. Um segundo depois, o semblante dele ficou mais sério, e ele disse:

— Falando em missão... Ele já chegou?

Keiko sabia a quem ele se referia. O autor. Na realidade, Akira. Ela se perguntava a mesma coisa. Ele não havia entrado pela porta principal, ou ela saberia, porque estivera ali o tempo todo. Mas era possível que tivesse passado por uma das inúmeras portas laterais e já estivesse misturado na multidão.

— Eu ainda não o vi. Aki me disse que o receberia assim que ele chegasse e eu estava esperando você chegar para procurarmos por ele juntos.

— Sendo assim, acho que poderíamos começar nossa busca – ele disse, oferecendo-lhe o braço.

Keiko enlaçou seu braço no dele, e eles caminharam pelas extremidades do salão. Ela buscava o rosto familiar de Aki e mais de uma vez um vestido azul-turquesa chamou sua atenção, mas nenhum deles era o vestido da sua amiga. A ansiedade começou a tomar conta dela. Nada poderia dar errado... Caso contrário, o que aconteceria depois?

A Miko havia lhe dito que deveria retornar ao templo essa noite, mas não tinha lhe dito nada sobre o que aconteceria se perdesse a chance, e ela não sabia se teria forças para aguentar esperar mais para colocar um ponto final em toda angústia que sentia. Quando Kakashi voltasse para Konoha, ela sofreria, mas saberia que ele estava em casa, e finalmente se sentiria mais leve por não ter mais que mentir para ele. Ou pelo menos era isso o que ela esperava.

O ninja percebeu que Keiko estava agitada.

— Não consegue encontrá-los?

Ela acenou negativamente com a cabeça.

— Eles podem estar lá fora – Kakashi sugeriu.

— Eu não tinha pensado nisso... – Ela respondeu, olhando de relance para uma das portas. – Vamos por aqui – disse, puxando-o pela mão.

Passando pela porta lateral mais próxima, eles se viram de frente para o pátio onde vários carros estavam estacionados. Alguns poucos convidados atrasados ainda desciam de seus veículos e, a poucos metros de distância, ela visualizou um vulto azul-turquesa muito familiar.

Aki os viu aparecer pela porta e acenou animadamente para eles, andando depressa pelo estacionamento, apontando para um carro que se aproximava e fazendo um sinal para que esperassem um momento. O homem no carro só podia ser Akira e Keiko sentiu um certo alívio misturado com expectativa.

A morena sorriu para o rapaz que acabava de sair do carro e, quando ele se inclinou em sua direção, ela se afastou, fazendo uma mesura rápida, e apontou para o casal que os observava de uma das portas laterais do salão, sussurrando:

— Nada de beijos... Lembre-se do seu papel. – E sorriu educadamente, – de uma maneira um pouco forçada – como se tivesse acabado de encontrar uma pessoa importante.

Observando-os com um olhar sério, Kakashi perguntou para Keiko:

— Aquele é o autor? – Keiko simplesmente afirmou com um aceno de cabeça. Ele, mais uma vez, notou seu nervosismo e acrescentou: – Você quer esperar por eles lá dentro?

Ela encarou o ninja mascarado, enquanto seu cérebro tentava organizar os pensamentos. Depois de um tempo, ela finalmente respondeu:

— Não... É melhor ficarmos aqui. Está muito cheio lá e talvez você não consiga conversar com ele apropriadamente.

Eles voltaram a olhar na direção de Aki, que ainda estava parada ao lado do carro do rapaz, conversando com ele. Keiko começou a ficar impaciente. Por que estavam demorando tanto?

— Você demorou, Akira! – Aki reclamou. – O que era tão importante nesse novo volume do mangá? – Perguntou, franzindo as sobrancelhas.

Mesmo sendo impossível que alguém os ouvisse naquela distância, Akira baixou o tom de voz e começou a narrar para Aki tudo o que havia descoberto na sequência da história que se revelava no novo volume do livro.

Keiko observou Akira conversando com Aki, o semblante sério e a postura de quem confidencia um segredo, então ela se deu conta de que ele estava falando sobre a misteriosa informação que havia obtido com o novo volume do mangá. Os olhos de sua amiga ficavam maiores a cada minuto, e em determinado momento, ela chegou a cobrir a boca com uma das mãos, olhando de relance para Keiko.

— Há algo errado?

A voz de Kakashi a despertou de seu foco de atenção em cada pequeno movimento do casal parado no estacionamento.

— Eu não sei... – ela conseguiu murmurar.

Keiko percebeu que por trás do semblante tranquilo, Kakashi também estava ansioso. Aquele momento era importante para ele. Ainda que não soubesse que seu retorno para casa seria esta noite, conversar com o suposto autor dos livros que contavam sua história era a única pista que ele poderia seguir.

— Mas que casal mais lindo...

Uma voz feminina carregada de ironia soou arrastada atrás de Keiko. Automaticamente, ela e Kakashi se voltaram para ver quem havia falado. Uma mulher de cabelos negros, usando um decote que deveria ser proibido por atentado ao pudor, sorria com maldade para eles.

— Kakashi-san, – ela se inclinou perigosamente em direção ao ninja – é um prazer finalmente conhecê-lo.

Educado, Kakashi inclinou a cabeça num breve aceno, mas suas sobrancelhas estavam franzidas. Notando a dúvida em seu olhar, a morena apressou-se em dizer:

— Oh, perdão, não me apresentei. – Ela deu um sorriso afetado, levando uma das mãos ao peito. – Sou Natsume, colega de trabalho de Keiko.

Natsume... Kakashi sabia quem ela era. A rival da qual Keiko havia lhe falado antes. Ele sentiu a tensão enrijecer o corpo da ruiva ao seu lado, e antes mesmo que pudesse responder à apresentação, a morena acrescentou:

— Preciso lhe contar algo a respeito de sua namorada...

—x-x-x-

(Continua no próximo capítulo...)

(1) Shogi: Versão japonesa do xadrez.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Vejo vocês em breve!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Fantasia" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.