Fantasia escrita por Suzana San


Capítulo 22
Capítulo 15 – Desejos e Sentimentos (Parte I)


Notas iniciais do capítulo

Oieeeee, minna! ^^ Finalmente, o capítulo ficou pronto! Confesso que nunca pensei que acharia tão difícil escrevê-lo... Foi um exercício contínuo para manter o equilíbrio entre o romance e o desejo. Bem, espero ter conseguido. X) Tomara que gostem. Super beijooooo!!!!



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Capítulo 15 – Desejos e Sentimentos (Parte I)

“Mas onde se deve procurar a liberdade é nos sentimentos.

Esses é que são a essência viva da alma.”

(Johann Goethe)

Suas roupas estavam encharcadas e seus cabelos grudavam em seus rostos enquanto atravessavam o saguão do prédio, em direção ao elevador, deixando um rastro molhado por onde passavam.

Quando chegaram, finalmente, ao apartamento, Keiko fez menção de ligar o interruptor da sala, mas Kakashi não pretendia permanecer ali por muito tempo. Então ele a ergueu nos braços antes que ela conseguisse acender a luz, e a carregou para o quarto, colocando-a no chão aos pés da cama.

O coração de Keiko pulsava num ritmo frenético, tão rápido que ela nem tinha mais certeza se ele estava batendo ou se estava parado. Kakashi puxou-a com carinho pela cintura, colando seu corpo no dele. As mãos dela tremiam, e ela sabia que não era só por causa do frio. Mesmo assim, ela conseguiu tatear em busca da borda do tecido que cobria o rosto do seu shinobi. Quando ela começou a puxá-lo para baixo, Kakashi a impediu, e fez com que ela encontrasse a borda inferior da máscara, aquela que estava na altura das suas clavículas.

Keiko soube na mesma hora o que ele queria. Então ela puxou a máscara para cima, retirando-a completamente, e deixou que caísse no chão.

Assim que se viu livre do tecido que cobria seu rosto, Kakashi encontrou os lábios dela.

O beijo dele tinha o gosto de chuva, de desejo reprimido e de paixão. Keiko se perdeu nas carícias que a língua dele fazia na sua, e suas pernas, esquecidas, enfraqueceram. Ela buscou apoio em seus ombros, e ele a segurou pela cintura, derrubando-a na cama logo depois. Suas mãos habilidosas despiram delicadamente cada peça de roupa que ela usava, e, em um minuto, Keiko estava apenas de lingerie.

Sua pele ainda estava úmida e cada poro do seu corpo estava arrepiado, mas ela não sentia frio algum. O calor de Kakashi a mantinha aquecida, e quanto mais profundamente ele a beijava, mais o seu corpo se aquecia.

Ele ergueu o corpo e tirou a camisa molhada. Keiko não podia vê-lo, pois todas as luzes do apartamento estavam apagadas. Porém, nos breves instantes em que os raios clareavam o céu, a luminosidade que entrava pela janela permitia que ela tivesse pequenos vislumbres do contorno do corpo dele: braços, ombros, tórax... Uma pintura em preto e branco, contraste de luz e sombra, mostrando um corpo esguio, porém atlético, deitando-se por cima do seu.

Kakashi beijou-lhe os lábios, mais uma vez, e depois espalhou beijos pelo seu pescoço, descendo até a altura dos seios. Ali ele parou e se afastou, apenas pelo tempo suficiente para descer as alças do sutiã de Keiko pelos seus braços. Instintivamente ela arqueou o corpo, e ele aproveitou para abrir o fecho às suas costas, jogando a peça íntima no chão.

Os lábios dele voltaram a tocar a sua pele, agora desnuda, e ela deixou escapar um gemido baixo e tímido. Aquele som aumentou ainda mais o desejo de Kakashi, e Keiko pôde senti-lo pressionando suas pernas. Sua boca, faminta, desceu um pouco mais, e alcançou o umbigo dela, depositando ali um único beijo, insinuando o trajeto que pretendia traçar a partir de agora.

Keiko fechou os olhos com força, dominada por sentimentos que ela nem mesmo sabia que podia ter, enquanto Kakashi beijava, provocante, a última peça de tecido que ainda cobria seu corpo.

- Ah, Aka-chan... – A voz dele estava rouca, selvagem, e seu timbre grave fez com que Keiko se arrepiasse ainda mais.

Ele mordeu a renda delicada da calcinha e puxou-a para baixo, devagar, até que, depois de longos segundos de expectativa e desejo, Keiko se encontrou completamente nua. Ele se afastou e ficou de pé, e ela assistiu, com o coração acelerado e sem fôlego, Kakashi se despir por completo.

Ele voltou a deitar-se sobre seu corpo, encontrando um lugar entre suas pernas. Inclinou o corpo, beijou seu pescoço, o lóbulo da sua orelha e deu dois beijos delicados nas pálpebras dos seus olhos. Sua respiração ofegante se misturou com a de Keiko quando seus lábios entreabertos ficaram próximos dos dela. Então, carinhoso, ele a beijou, mais uma vez.

Embora não pudesse vê-lo, Keiko podia senti-lo. E as sensações eram avassaladoras. Quando ele a beijou, ela soube o que iria acontecer, e a sua mente consciente se desligou, deixando-a a mercê dos instintos e dos seus desejos e sentimentos mais profundos.

Murmúrios baixos e desconexos escaparam de suas gargantas, na medida em que seus corpos se uniam cada vez mais, até que sentissem como se fossem uma pessoa só.

As mãos dela encontraram as costas nuas dele, e seus dedos deslizaram por toda a sua extensão, contornando os músculos tensionados e bem definidos. Sua boca procurou a dele e foi recebida com um beijo tão intenso quanto o ritmo com que seus corpos se movimentavam.

Por quanto tempo permaneceram ali? Por toda a eternidade, pois o tempo deixou de correr e o espaço deixou de existir. Naquele momento não havia o mundo de Keiko e nem o mundo de Kakashi. Havia apenas o mundo deles dois, repleto de sensações, de desejos e de sentimentos.

-x-x-x-x-

Os poucos raios de sol que entravam pela janela acariciaram sua pele. Keiko lutou para voltar a dormir e continuar o sonho bom que estava tendo. Nele, ela e Kakashi faziam amor. Ela se mexeu sob o lençol, despertando um pouco mais.

“Não... não quero acordar...”

Mas seu esforço foi em vão, e ela sentiu-se despertar por completo. Aquele sonho estava tão bom... Parecia tão real... Ela tentou se lembrar do que havia acontecido na noite anterior.

Lembrou-se de estar na praia com Kakashi e dos dois voltando para casa, debaixo de uma chuva forte. Mas quando entravam no apartamento, suas lembranças se fundiam com o sonho e ela não conseguia mais distinguir o que era real do que era imaginação.

Tateou a cama ao seu lado e percebeu que estava vazia. Criando coragem, abriu um pouquinho os olhos. O quarto estava silencioso e claro. O céu azulado do outro lado da janela não tinha nenhum vestígio do temporal da noite anterior.

“Foi só um sonho...” – Keiko pensou sonolenta, começando a sentir uma pontada de tristeza.

Ergueu o corpo, sentando-se, e o lençol que a cobria escorregou, revelando sua pele desnuda. No mesmo instante, ela corou.

Não tinha sido um sonho. Tudo o que achava ter sido uma fantasia, fora realidade. Um calor gostoso se instalou no seu ventre quando as lembranças da noite anterior ficaram claras em sua memória. Ela sorriu, fechou os olhos e inspirou a deliciosa brisa matinal que entrava em seu quarto.

Mas onde Kakashi estava? Seus olhos voaram para o travesseiro ao lado do seu. Ele havia dormido em sua cama, ela tinha certeza; agora se lembrava de ter se aninhado no peito dele, envolvida em seu abraço, antes de adormecer profundamente.

Saiu da cama e procurou suas roupas, mas elas não estavam no chão, nem debaixo da cama. Tampouco estavam em qualquer outro lugar visível. Onde teriam ido parar?

Pegando roupas lavadas no guarda-roupa, ela se vestiu e saiu do quarto. Como sempre, o apartamento estava silencioso. Ela já estava se acostumando com isso. A porta do quarto de Kakashi estava entreaberta e ela esticou a mão para empurrá-la, mas desistiu no meio do gesto. O que iria falar pra ele? Como deveria agir? Ela não tinha pensado nisso, e agora se sentia sem jeito e ansiosa.

Invadir o quarto dele não lhe pareceu a coisa mais certa a ser feita. Então ela deu meia volta, caminhou na ponta dos pés até o banheiro e fechou a porta. Erguendo os olhos, olhou-se no espelho. Seu reflexo mostrou uma Keiko corada e levemente ofegante, refém da sua própria mente que insistia em recordar cada detalhe da noite anterior. Seus cabelos ainda estavam despenteados e úmidos, então ela se lembrou do banho de chuva que havia tomado no caminho para casa.

“Preciso de um banho de verdade...”

Keiko se despiu, entrou no chuveiro e deixou que a ducha de água morna massageasse suavemente seus ombros, relaxando seu corpo. Lavou os cabelos com seu xampu de cereja, e depois de um tempo, quando estava sentindo-se devidamente limpa e relaxada, saiu do banho, secou os cabelos e se vestiu.

Só então se deu conta de que estava faminta. Então foi até a cozinha preparar algo para comer.

Ela reparou que a porta da área de serviço estava aberta e seu coração se acelerou. Será que Kakashi estava ali? Keiko não se surpreenderia se ele estivesse fazendo exercícios matinais, mesmo depois de toda a atividade da noite anterior.

Com o rosto em brasa, ela arriscou espiar o lado de fora.

O lugar estava vazio. Erguendo os olhos, Keiko viu as suas roupas penduradas no varal ao lado das roupas dele, secando, e ela não conseguiu deixar de sorrir. Ele era um homem muito organizado.

Quando se virou para voltar à cozinha, deu de cara com Kakashi e seu coração falhou uma batida.

- Yo! – Ele disse jovial. Estava mascarado, usando uma regata branca e uma calça azul-marinho de moletom. Um sorriso torto brincava em seus lábios, enquanto ele permanecia de braços cruzados, encostando um dos ombros no umbral da porta. Ele era a personificação da descontração.

- Oi... – Keiko conseguiu dizer em meio ao nervosismo que lhe acometeu. Mas isso foi tudo. Nenhuma outra palavra conseguiu sair da sua boca.

Kakashi riu, divertido, e puxou Keiko para um abraço, pegando-a de surpresa.

- Não me diga que está envergonhada. – Ele disse em meio ao sorriso, murmurando de encontro ao ouvido dela.

- Eu estou. – Keiko sentiu uma vontade instintiva de fazer um beicinho.

- Mesmo depois da noite de ontem?

Ela se afastou um pouco e deu-lhe um tapa no braço.

- Eu não estou acostumada com esse tipo de coisa, ao contrário de você, que vive lendo aqueles livros hentais. – Protestou.

Kakashi riu.

- Acredite, aqueles livros não são nada comparados ao que aconteceu com a gente... – Ele disse, provocante, e Keiko afundou o rosto em sua camiseta, escondendo-se, envergonhada.

- Dá pra parar de ser assim tão pervertido? – Sua voz saiu abafada contra o peito de Kakashi. – Onde está aquele shinobi sério e contido?

- Que shinobi? – Ele fingiu procurar alguém.

Keiko olhou para cima, encarando-o com as sobrancelhas franzidas.

- Não se faça de ingênuo. – Disse, manhosa, e ele riu. – A propósito, onde você estava? Acordei e não vi você...

- Hm... Sentiu saudades?

- Pare de ser convencido. – Ela estreitou os olhos, mas não conseguiu reprimir o sorriso bobo que apareceu em seu rosto. – Fiquei apenas... curiosa.

- Sei... – Ele deu uma risadinha e ganhou um tapa mais forte no braço. – Ai! Você é forte, sabia?

- Eu sou? – Por essa Keiko não esperava. Seus olhos voaram para a marca vermelha no ombro esquerdo de Kakashi. Ela tinha um formato que lembrava a sua mão.

- É. Mas eu aguento. – Ele disse, e aquele ar debochado e malicioso estava de novo no tom da sua voz e em seus olhos.

- Kakashi-kun! – Keiko protestou, tímida. – Você poderia voltar ao assunto, por favor?

- Assunto? – Ele se fez de desentendido, mas quando ela o encarou com seus olhos apertados numa linha fina e ameaçadora, ele riu e disse: - Ah, sim, sim! Onde eu estava quando você acordou...

- Hm. – Keiko murmurou em aprovação.

- Eu acordei quando o sol estava aparecendo no horizonte. Você ainda dormia profundamente, então eu me levantei, tomei um banho, coloquei nossas roupas no varal e senti vontade de pensar um pouco.

- Pensar?

- Sim. Eu não quis acordar você, então fui para o meu quarto.

Keiko leu alguma coisa nas entrelinhas, mas não compreendeu o significado. Então achou melhor tentar esclarecer e perguntou um pouco sem jeito:

- No que você pensou?

Kakashi suspirou, e todo o seu ar divertido de antes desapareceu atrás do seu semblante sério.

- Em nós, no meu mundo, nos meus amigos, nas minhas missões...

Keiko sentiu um nó na garganta. Ela já deveria saber que a realidade, cedo ou tarde, viria para acordá-la do sonho.

Eles ficaram em silêncio por algum tempo até Keiko dizer:

- A Aki conhece uma pessoa que pode te dar alguma informação sobre o Kishimoto. Ela só me pediu um tempo pra ajeitar as coisas e organizar um encontro.

- Hm...

- Você não parece feliz com a notícia. – Ela constatou.

- Eu não estou muito certo do que estou sentindo. – O olhar dele estava perdido ao longe.

- Você acha que o Kishimoto não vai te ajudar a voltar?

Kakashi olhou para Keiko, inclinou-se e deu-lhe um beijo suave.

- Não quero pensar sobre isso agora. – E, com uma expressão suave, completou: - Agora eu quero apenas viver mais um dia com você.

(Continua...)

~~Glossário dos Termos Japoneses~~

Hentai: Erótico.

Shinobi: Ninja.

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Notas finais do capítulo

Estou esperando ansiosamente pelos comentários de vocês! Até semana que vem! Beijocas da tia!



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