Fantasia escrita por Suzana San


Capítulo 23
Desejos e Sentimentos (Parte II)


Notas iniciais do capítulo

Ohayooooo, minnaaaa!!! Eu quero agradecer a todos os comentários! Vou respondê-los esta semana, sem falta. É que recentemente eu senti muitas dores nos olhos e tive que reduzir o tempo em frente ao computador. :( Mas acredito que tudo vai ficar bem esta semana! ^^ Também quero explicar, mais uma vez, por que eu não posto mais de uma vez na semana, já que alguns comentários nos 3 sites onde posto esta fic me questionaram isso. Gente, eu trabalho, estudo, cuido da minha família... Eu gosto muito de escrever e gosto muito da companhia e do apoio de vocês. Se não fosse por isso, eu não conseguiria espremer o tempo para escrever a fic. ;x Então acho que um capítulo por semana já é uma vitória. X) A Axly-chan, uma amiga que acompanha a fic desde que ela foi publicada pela primeira vez, sabe que eu costumava desaparecer por meses (e anos até kkkk). Então... É. Uma vez por semana está bom demais para os meus padrões. xD Ok, agora chega de papo e vamos para o capítulo!
Ah! Não se esqueçam de que Naruto e seus personagens não me pertencem! Peguei emprestado de Kishimoto Masashi-sensei. *reverência*



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Capítulo 15 – Desejos e Sentimentos (Parte II)

“Mas onde se deve procurar a liberdade é nos sentimentos.

Esses é que são a essência viva da alma.”

(Johann Goethe)

Aquela manhã estava clara, e nuvens brancas flutuavam no céu. O sol aquecia o asfalto e os seus braços desnudos, que estavam ao redor da cintura de Kakashi. Sua mochila estava pesada, cheia de garrafas de água, alguns pacotes de batatas-fritas e doces. O motor da Ninja roncava, potente, enquanto eles se afastavam cada vez mais do agito da grande Tóquio.

Quando as casas ficaram esparsas e o verde da vegetação dominou a paisagem, Kakashi desacelerou e seguiu viagem num ritmo mais lento, dando a Keiko a oportunidade de aproveitar mais um pouco o clima agradável e a bela vista dos campos e das árvores.

A entrada para uma estradinha secundária apareceu ao longe, sinalizada por uma placa onde se lia: “Watanabe”. Keiko indicou o caminho para Kakashi, e ele aquiesceu com um aceno de cabeça. Logo estavam percorrendo uma estrada estreita, cortada no meio das árvores.

Alguns minutos se passaram até que divisaram, ao longe, uma casa antiga, feita de madeira clara, destacando-se contra o verde da floresta. Uma coluna espiralada de fumaça saía da chaminé, mostrando que havia alguém em casa. Keiko sorriu.

Kakashi estacionou a moto em frente à varanda e ajudou Keiko a descer. Colocando os capacetes sobre o banco, eles subiram os degraus de madeira e pararam diante da porta.

- Espero que eles estejam aqui... – Keiko murmurou, e bateu 3 vezes.

Eles ouviram passos dentro da casa, depois ouviram um barulho de chaves, e a porta se abriu. Uma senhora de mais ou menos setenta anos apareceu com um olhar intrigado. Porém, quando seus olhos pousaram em Keiko, o seu rosto se iluminou e ela sorriu.

- Keiko-chan?

O sorriso de Keiko se alargou e ela fez uma reverência.

- Bom dia, Mizuki-san!

A velhinha dispensou as formalidades e puxou Keiko para um abraço apertado e longo. Quando se afastou, colocou a mão no rosto dela, olhando-a como se não acreditasse que ela estava ali.

- Quanto tempo, Keiko-chan... Você está muito parecida com a sua mãe!

Keiko inclinou-se e depositou um beijo no rosto de Mizuki.

- Eu estava com saudades, Mizuki-san.

- Eu também! Você não vem aqui desde a morte dos seus... – Mizuki parou de falar, e abanou a mão no ar, como que deixando o assunto de lado. – Bem, não vamos nos lembrar do passado... Estou muito feliz que tenha vindo hoje! – Ela sorriu e olhou para Kakashi. – Vejo que tem novidades para me contar, hm? – Ela piscou para Keiko, que corou no mesmo instante, e olhou rapidamente para Kakashi. Um sorriso torto brincava em seus lábios cobertos pela máscara.

- Mizuki-san, este é o Hatake Kakashi ele é meu... amigo. – Ela realmente não encontrou uma palavra mais apropriada.

- Amigo? – Mizuki parecia desconfiada e sua expressão dizia que ela não acreditava que Kakashi fosse apenas um amigo.

- Muito prazer em conhecê-la, Mizuki-san. – Kakashi se inclinou, cumprimentando-a.

Mizuki o cumprimentou de volta.

- Prazer em conhecê-lo, Kakashi-kun. Você é muito bonito, pena que esconde metade do rosto. – E piscou para Kakashi.

Keiko engasgou e Kakashi riu, coçando a nuca, sem jeito.

- Eu não entendo essas modas dos jovens de hoje. – Mizuki continuou. - Eles pintam os cabelos de cores esquisitas, e vestem roupas estranhas. A Minha neta é fã de um rapaz que cobre o nariz com um pano... Agora já estão usando máscaras também? Eu acho que nunca vou me acostumar... – E ela sorriu de novo, com aquele seu rosto bondoso e alegre. Depois apontou para os cabelos de Kakashi: – Você me faz lembrar o velho Nobu. Aos 40 anos ele já tinha metade do cabelo todo branco. Mas você ainda é muito jovem! Quantos anos você tem? 25? 30?

Kakashi riu e passou uma mão nos cabelos.

- Isso é herança do meu pai. Ele também tinha cabelos desta cor. – Disse.

- Ah, não tem como nos livrarmos das heranças dos pais não é mesmo? – Disse Mizuki. – Veja a Keiko, por exemplo: essas bochechas rosadas são iguais às da mãe dela. E os olhos castanhos são idênticos aos do pai.

Keiko não sabia para onde olhar.

- Venham! – Mizuki exclamou de repente, mudando o assunto. – Vamos entrar e comer alguma coisa. Eu estava mesmo preparando uns dangos para o velho Nobu.

- Ah... – Keiko disse, sem graça. – Mizuki-san, nós viemos mesmo só dar um olá... Na verdade eu queria levar o Kakashi para conhecer a queda d’água.

- Mas é claro! – Mizuki exclamou, animada. – O Nobu plantou vários crisântemos por lá. Já devem ter florescido. Vocês vão adorar! Mas não vou deixá-los sair sem levar nada para comer.

Keiko sabia que não ia adiantar nada explicar que estava com a mochila cheia de lanches. Então apenas aceitou o embrulho caprichado que Mizuki fez, contendo alguns dangos. Depois de acomodá-los com cuidado na mochila, ela e Kakashi se despediram da velha senhora.

Kakashi fez menção de voltar para onde havia estacionado a Ninja, mas Keiko o deteve, segurando sua mão.

- Não dá pra ir lá de moto. Teremos que caminhar.

O olhar de Kakashi se iluminou e Keiko sentiu-se aquecida por dentro. Ela sabia o quanto Kakashi estava ligado ao verde. Ele havia se criado em meio à enorme e densa floresta de Konoha, então era bem óbvio que ele adoraria qualquer coisa que envolvesse andar no meio de árvores, arbustos e gramíneas.

Ela sorriu e o guiou até a entrada de uma trilha estreita, que sumia numa curva por trás das árvores. Assim que entraram sob a copa das árvores, Kakashi parou, tirou a mochila das costas dela, colocou uma alça em seu ombro e disse:

- Deixe o peso comigo.

-x-x-x-x-

Caminharam por mais de meia hora dentro da mata. Pássaros cantavam sobre suas cabeças e o vento soprava a copa das árvores, fazendo com que elas sussurrassem docemente sempre que ele as acariciava. O som de água corrente se misturava aos outros sons da floresta, indicando que havia um córrego nas proximidades.

Eles seguiram caminhando num ritmo lento, pois Keiko já havia tropeçado nas raízes das árvores mais de duas vezes, e Kakashi aconselhou-a a ir mais devagar, para que não se machucasse.

- Eu posso carregar você no colo, se quiser. – Ele disse a certa altura, e havia malícia e divertimento em seu olhar.

Embora fosse muito tentador aceitar ser carregada por Kakashi, Keiko queria aproveitar aquela caminhada. Além disso, ela queria mostrar que também podia se locomover dentro da floresta, guiando-o até a cachoeira, embora estivesse seguindo a trilha bem marcada no chão. Se não fosse por ela, certamente teria se perdido no meio do caminho.

Ela já estava ficando ofegante e suada quando, enfim, as árvores foram ficando mais distantes umas das outras, até que, finalmente, se abriram numa pequena clareira coberto de grama. Keiko não conseguiu conter uma exclamação ao ver a belíssima plantação de crisântemos que Nobu havia feito ali.

As flores formavam um verdadeiro arco-íris, com seus tons de rosa, amarelo, laranja, vermelho, lilás, azul e branco. Eram tantas que pareciam formar um tapete. Rasgando o paredão rochoso à frente deles, havia uma pequena cachoeira que se derramava em um lago, de onde saía um riacho que desaparecia floresta adentro.

Keiko já havia estado ali vária vezes em sua infância, mas não se lembrava de ter visto aquele lugar tão lindo como hoje. O clima, as flores, a companhia... Tudo contribuía para que aquele cenário estivesse perfeito.

Kakashi tirou a mochila dos ombros e a colocou no chão. Depois se sentou na grama. Keiko se acomodou ao seu lado.

- Sabe uma coisa que eu gosto de fazer quando estou numa clareira como essa? – Ele perguntou.

- O quê? – Keiko não fazia idéia.

Para sua surpresa, Kakashi deitou-se, cruzou os braços atrás da cabeça e fitou o céu azul.

Keiko fixou ali parada, olhando para ele, sem saber o que fazer.

Os olhos dele encontraram os seus e ele sorriu.

- Você devia experimentar qualquer hora dessas...

Meio sem jeito, ela se deitou também e olhou para o céu.

Ficaram em silêncio, aproveitando aquele momento, ouvindo apenas o canto dos pássaros, o farfalhar das copas das árvores e o som da cachoeira desaguando no lago. A sensação era de uma paz maravilhosa, e Keiko fechou os olhos.

Ela sentiu a mão de Kakashi se entrelaçar na sua, e o seu coração se acelerou, mas ela não abriu os olhos.

- Parece que você gosta muito deste lugar. – Ele disse ao seu lado.

Keiko afirmou com um aceno de cabeça.

- Esta fazenda costumava ser dos meus pais. A Mizuki-san e o Nobu-san eram os caseiros que cuidavam de tudo, até que meus pais morreram. Aí eu transferi este lugar para eles dois.

- Hm...

- Mas mesmo assim, a Vovó Mizuki e o Vovô Nobu nunca tiraram a placa dos Watanabe.

- A Mizuki-san parece gostar muito de você. – Kakashi disse.

Keiko sorriu timidamente.

- É... Acho que ela gosta, sim...

- É difícil não gostar... – A voz dele ficou levemente mais rouca e Keiko se arrepiou, agradecendo intimamente por estar de olhos fechados. Ela não saberia para onde olhar depois dessa declaração.

Permaneceu em silêncio, sem conseguir pensar em nada para dizer.

- Tem outra coisa que eu adoro fazer em dias assim, lá na floresta de Konoha... – Ele quebrou o silêncio.

A memória de Keiko trouxe à tona uma imagem de Kakashi sentado sobre uma árvore, lendo um dos seus livros favoritos. Então ela abriu os olhos, e o encarou.

- Deixa ver se adivinho... Ler os livros da série Icha Icha?

Kakashi riu e concordou coma cabeça.

- Perspicaz, como sempre.

- Hm... Não temos um Icha Icha aqui para você ler, senhor. Peço desculpas. Vou incluir sua sugestão no nosso pacote de serviços. – Ela disse, imitando a entonação das atendentes de agências de viagens.

O sorriso dele ganhou um ar malicioso, de repente, e Keiko sentiu um novo arrepio percorrer seu corpo.

- O que foi? – Ela perguntou.

- Nada... – Ele respondeu, e havia um brilho diferente em seu olhar. – Só que eu acho que existe uma coisa para fazer melhor do que ler Icha Icha, e que está bem aqui, ao meu alcance...

- Ah... – Keiko deixou escapar uma exclamação surpresa, e corou violentamente. Será que era o que ela estava pensando? – Seu pervertido... – Ela estreitou os olhos e Kakashi riu ainda mais.

Então ele se virou, se aproximou dela e sussurrou em seu ouvido:

- Eu não estou falando daquilo, Aka-chan. – E, ficando de pé, ele estendeu a mão para Keiko e completou: - Vem, deixa eu te mostrar...

(Continua...)

~~Glossário dos Termos Japoneses~~

Dango: bolinho da culinária japonesa feito, em geral, de farinha de arroz. Normalmente são servidos em palitinhos.

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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! :D Semana que vem a gente descobre o que o Kakashi queria mostrar para a Keiko. X) Muitos beijos meu fofuxos!!!



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