No dia seguinte, Lia acordou cedo e ao invés de comer o seu café da manhã, ela o engoliu. Sabia que quando Ju estava brava com ela nem fazia questão de ir com ela até a escola e dessa vez a culpa da briga tinha sido toda dela, queria pedir desculpas. Faltavam uns dez minutos para o horário de Ju sair de casa e ela já estava lá sentada na frente da porta da amiga, esperando.

“Sai de uma vez, amiga” – Lia pensava, já aflita e cuidando o relógio de pulso – que usava propositalmente no dia – de cinco em cinco segundos.

– Lia? O que você tá fazendo ai? – Ju perguntou espantada enquanto saía de sua casa. Lia estava com tanto sono que Ju acabou foi a acordando de um cochilo no corredor. É, nada mal, Lia.
– Eu tava te esperando – A rebelde se levantou do chão – Tá tudo bem entre a gente? – E então fez uma carinha de cachorro que acabou de cair do caminhão da mudança. Ju a olhou de canto de olho.
– Não sei...
– A Ju, por favor, vai.. Me desculpa. Eu não fiz por mal, é que você sabe que eu odeio o Adriano e ele é um idiota e eu não soube o que falar quando você disse que estava gostando dele – Lia falava rapidamente e Ju continuava com uma cara desconfiada, cara de quem realmente não estava disposta a perdoar a amiga – E poxa, amiga... Eu quase madruguei pra poder vir aqui falar com você e você sabe como gosto da minha caminha e de o quanto odeio acordar cedo e vai Ju, perdoa euuuuuuuuuu.
– Aí, sua chata – Ju riu – Isso é chantagem emocional, mas ok ok eu te desculpo. – Lia pulou em cima de Ju e as duas se abraçaram.

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Quando estavam chegando no Colégio Quadrante, as duas foram barradas por dois garotos, Dinho e Orelha.

– Sai da minha frente, garoto. Quero nem papo contigo! – Lia falava com ódio para Dinho.
– Meu papo não é com você não, se quiser ir indo, eu vou ficar muito feliz – Dinho olhou para Ju e sorriu – Sabia que você é muito bonita? – Ju corou.
– Muito obrigada, Dinho. Você também é. – Ju se derretia e tinha um sorriso enorme no rosto.
– Ju, vamos... – Lia tentava puxar ela.
– Vai indo, Lia. Depois a gente se encontra. – Ju disse empurrando Lia e nem se dando ao trabalho de tirar os olhos de Dinho.
– Então, Ju... Você tá afim de sair comigo qualquer dia desses? – A boca de Lia se abriu em surpresa e ela resolveu sair dali antes que matasse Dinho.
– Cl..ar..o – Ju sorriu – quando você quiser!
– Pra essa semana nem vai dar porque tenho que arrumar a pracinha...
– Com a Lia, é, ela me contou.
– Então, é. Arrumar a pracinha com a mala da Lia, mas quem sabe pra semana que vem? – Dinho sorriu, estava se divertindo em conseguir mais uma pra sua lista e de quebra ainda conseguiu que fosse a melhor amiga de Lia, nada realmente melhor que aquela jogada de mestre.
– Pode ser – Ju aceitou.
– Ok, então a gente combina. Tchau, Ju. – Dinho deu um beijo na bochecha dela – que corou – e depois saiu, com Orelha a seu tiracolo.