Acordei cedo, era meu primeiro dia na escola nova, argh, que sono. Levantei sonolenta e coloquei minha calça jeans velha e uma blusa branca com cortes nas costas em forma de caveira, fiz um coque alto e desci as escadas correndo, realmente não queria encontrar meu "querido" padrásto e minha mãe (ainda não sei se ela se concidera minha mãe) Passei pela cozinha depressa e ouvi a risada da minha mãe na escada, abri a porta e sai.

Não tinha carro e Isabella ainda não tinha voltado, então eu tinha que ir a pé. Podia pedir o carro da minha mãe emprestado mas sei que ela não me emprestaria porque bati o ultimo carro dela.

Fui interrompida da minha tagarelice bizarra, por uma mão masculina me dando um pequeno tapa no ombro, dei um pulo e um gritinho ridiculamente feminino.

-Sorry.

Disse o garoto com nome do cachorro do noite passada, Patch.

-Mas que merda você está fazendo aqui?

disse tentando fazer uma cara de brava, não deu certo.

-Ué, indo pra escola vizinha.

Era ele que se mudou pra casa do lado? Mas que...

-Pensei que você morava longe, beeem longe, pera, você tá me seguindo? Porque nos encontramos de novo?

-Primeiro eu morava longe, segundo eu não estou seguindo você, terceiro deve ser o destino nos unindo e quarto- Ele me olhou da cabeça ao pé- você está gostosa.

Gostosa? Eu nem parecia um ser humano com aquela roupa.

-Então- continou ele- vamos ficar na mesma sala, como disse é o destino.

Destino? Que patético.

-Como você sabe que vamos ficar na mesma sala?

-A minha sala é a unica que tem vaga, da nossa série.

Aff, só o que faltava. Tava distraida quando ele me empurrou de novo, e dessa vez eu cai.

-Desculpa, eu fui empurrado pelo meu amigo otário- ele apontou um garoto do outro lado do corredor. Estendi a mão pra ele me ajudar a levantar, mas ele saiu andando.

-EEEEEEEI!- gritei.

-Que foi? Lenvanta aê, preguiçosa.

Que? Mas que garoto filha da p.... mãe.

-Quanto cavalerismo, senhor Patch!

disse sarcástica.

-Obrigado, senhorita... Preguiça.- ele gritou virando o correndor, me deixando sozinha.

Levantei e mostrei meu lindo dedo torto do meio, mas minha sorte realmente não estava do meu lado, o diretor apareceu na frente bem na hora que mostrei meu dedo. Puta que pariu, ele tá com uma cara muito feia, vish. O que faço agora? Corro?

Fui interrompida dos meus pensamentos pela voz grossa do diretor carrancudo.

-Que gesto é esse senhorita Cabot?

-é um dedo, não sei se o senhor sabe.- Mas que merda eu tava falando, pensei.

Ele ficou mais vermelho do que já tava.

-Eu sei muito bem o que é um dedo, olha senhorita Cabot, eu não ameaço meu alunos, mas já li o seu histórico e acho melhor a senhorita ficar bem comportada ou serei obrigado a ligar para sua mãe.

-Hã, ok, desculpa, er tchau.

Sai deixando ele com sua cara feia e carrancuda. Ótimo  começo, primeiro dia de aula e já arrumei confusão com o velho chato que é chamado de diretor. Entrei na mesma sala que o Patch entrou há 5 minutos atrás.

-Aqui! Preguiça, aqui!- Patch gritou do fundo da sala, ignorei e sentei na carteira da frente. A professora de biologia, senhorita Evans colocou a mão na minha carteira e disse:

-Desculpa senhorita...?

-Cabot- respodi

-Desculpa senhorita Cabot mas essa carteira é da senhorita Chay que faltou, sua carteira é lá atrás, do lado do senhor Marin.

Sorte por que você não esta do meu lado? Pensei.

Enquanto caminhava pra minha carteira, Patch abria um sorriso cada vez maior e sarcático.

-Ooooooi preguiça, pensei que você sentaria na carteira da frente- ele disse.

-Vai ver se estou na esquina.

-Já começou a trabalhar?

De novo, QUE?

-Vai pra puta que te pariu, garoto irritante!- disse entre dentes.

-Nossaaa! Quanta agressividade, boca suja!

Olhei frio pra ele, e ele calou a boca (aprendi esse olhar com a Isabella, sempre funciona)

As aulas foram passando devagar e ele ia tagarelando umas coisas irritantes, as vezes conversavámos civilizadamente, mas nunca durava, sempre acabava com eu mandando ele ir pro inferno e ele dando risada. Nas trocas de salas eu ia sozinha porque ele se juntava com os amigos dele. Finalmente o sinal da ultima sala tocou, guardei meus livros na mochila e sai, Patch tinha saido antes de mim (graças a Deus) voltei caminhando que nem uma lesma pra casa, minha mãe estava no trabalho e meu padrasto também.

Troquei de roupa e coloquei um pijama velho e curto, abri a geladeira e peguei um pote de sorvete e comi na frente da tv, comecei a assisti Pretty Little Liars e acabei dormecendo no sofá, acordei estava acabando Gossip Girl, ou seja dormi pelo menos umas 5 horas, olhei no relógio era  20:30 da noite, joguei o pote vazio de sorvete no lixo e desliguei a tv, quando o telefone tocou.

-Alô?

era minha mãe.

-Alô, ah, Zoey? É.. eu liguei para... ~risos~ Liguei para dizer que estou indo pro cinema e depois vou em um restaurante com o George, tem marmita no forno se ficar com fome.. ~risos~ Tá? Tchau.

Porque ela nunca para em casa? Ela vive saindo com o ridiculo marido dela e me abandona. Minha mãe trabalha como aeromoça e nunca fica em casa e meu padrástro é empresário de uma modelo, Hanna sei lá das quantas, ou seja, ele sempre viaja também e quando os dois estão em casa, eles vivem indo em bares, cinemas, restaurantes e eu fico aqui abandonada, minha mãe vai viajar para Paris semana que vem e o George vai viajar para Milão semana que vem também.

Sozinha de novo.

Subi as escadas e resolvi que não iria fazer tarefa porque estava com raiva, amanhã eu pego as resposta de Patch.

-Patch não me conformo com o nome de cachorro, ele conversa comigo como se fosse intimo, aff, garoto topeira, da onde eu tirei esse topeira? Eu.... Eu tô ficando doida conversando sozinha. Tá vou calar a boca, agora.

Aaaaah chega, deitei na cama e continuei tagarelando, dessa vez por pensamento.

Patch, ele podia ser bonito mas era muuuito infantil, ele podia ter um corpo bem definido mas era muuuito chato.

Fiquei olhando pro teto que nem uma retardada, quando finalmente o sono chegou era umas 21:00. Nunca dormia cedo, mas estava muito cansada então fechei os olhos e dormi.