Eu estava perdida por uma rua estreita e suja, não sabia como tinha parado lá, e não me lembro de ter acordado e nem de ter voltado da escola. Estava perdida em meus pensamentos quando vi uma figura de um homem de costas, meu coração gelou, ele era meu pai, corri em direção de braços abertos pronta pra abraça-lo, mas ele se esquivou.

–Pai sou eu, sou eu a Zoey!

Mas ele não olhava pra mim, virei olhar pro local onde ele olhava e vi uma figura encapuzada com a arma apontada em direção ao meu pai.

–Pai correeeeee! PAI!- gritei.

Mas ele não me escuta, ou melhor ele não me ve. O homem encapuzado aperta o gatilho e dispara, meu pai solta um grito de dor e caiu no chão, minha visão ficou turva e eu comecei a tremer, corri em direção do pai e o abracei forte, senti o gosto amargo de bile na gargante, olhei pro local onde o homem encapuzado tinha atirado, mas ele não estava mas lá.

Acordei suada e tremendo, por que eu estava tendo esses sonhos? Olhei pro relógio da cabeceira, eram 15:05 eu tinha dormido tanto assim? Fiz esforço pra levantar da cama mas minhas pernas tremiam, senti de novo o gosto de bile na boca, levantei da cama e entrei no banheiro do meu quarto e vomitei. Estava deitada no chão, quando ouvi uma batida vindo da porta do meu quarto.

–Filha, vc já acordou? Ouvi barulho de ânsia vindo do seu quarto.

minha mãe e seu "falso" maternalismo.

–Impressão sua, eu tô bem.

menti.

–Ah então tá, vou sai com o Paulo, precisamos comprar algumas coisas na farmácia.

Camisinhas talvez. Depois que casou com o Paulo ela não desgrudava mais dele, sinto nojo disso.

–Tá bom.

–o almoço está na geladeira, se quiser- ela disse com a voz mais doce do mundo, odiava isso também. -Deixei dinheiro em baixo da televisão, se vc quiser comprar alguma coisa...-e ouvi os passos na escada e depois ouvi a porta bater.

Ela Saiu de novo.

Tomei um banho demorado e calmo, vesti um short rasgado e uma camiseta de banda, coloquei um tênis rabiscado de corretivo, e peguei o dinheiro da minha mãe e sai.

......