Ponto de vista Tim

Estava em casa jogando no vídeo game quando recebi uma mensagem de Sam me chamando para ir ao centro da cidade no dia seguinte. Respondi-a na hora dizendo que eu aceitava, é claro.

Não vou negar, eu amava a Sam. Convivíamos juntos desde pequenos, seria impossível não me apegar a ela. Essa paixão só se despertou dentro de mim há alguns anos. Sam tinha um jeito meio grosseiro de ser, digamos que não seja um jeito que os garotos procuram encontrar em uma menina... Mas aqueles olhos azuis... Ah, aqueles olhos azuis são completamente tudo para mim.

Deitei-me e demorei para adormecer. Fiquei pensando em Sam, como eu fazia todas as noites.

...

Ponto de vista Carly

Já estávamos todos dentro do carro de Spencer, apenas esperando Freddie. Ligava para o celular dele, mas estava desligado.

- Cadê esse nerd? – Disse Sam comendo um pedaço de bacon.

- Calma, ele já deve estar chegando. – Tentei acalmá-la.

- Ei Carls, eu tenho que agir umas coisas no Museu de Esculturas e tenho horário para chegar. Se Freddie se atrasar muito, vamos ter que acabar indo sem ele. Tudo bem? – Disse Spencer.

Olhei para baixo. É claro que não estava nada bem. Mas mesmo assim eu menti. Sabia o quanto aquilo era importante para Spencer.

-  Tudo bem. – Sorri.

- EI! GENTE! EU TO AQUI! – Ouvimos Freddie gritar vindo em direção ao carro.

- Argh. – Sam bufou revirando os olhos.

Freddie chegou com pressa no carro e logo entrou.

- Desculpem, eu estava tentando me livrar da minha mãe. – Ele falou colocando o cinto de segurança.

- Como assim? – O olhei assustada.

- Bem... É que ela não queria que eu saísse com a Samantha e... – Parou de falar quando percebeu que não devia ter dito aquilo. Olhou para Sam e logo se calou.

- Bom, vamos? – Disse Spencer tirando aquele silêncio que ficou no carro.

- Vamos. – Disse Tim. Ele ficou quieto durante todo o trajeto. Se eu não o conhecesse bem, até diria que alguma coisa estava acontecendo. Mas ele sempre foi assim. Quieto.

Depois que chagamos na cidade, a primeira coisa que Sam quis fazer foi ir á uma lanchonete. Spencer nos deixou andando por lá enquanto ia ao Museu.

- Então... O que vamos fazer agora? – Perguntou Tim.

- Poderíamos mostrar a cidade para Freddie. – Sorri.

- Ah não! Eu sabia que se esse nerd viesse nós não poderíamos fazer as coisas que eu quero.

- Samantha, o mundo não gira ao seu redor! – Freddie atacou.

Vendo que ia sair uma briga ali, eu resolvi separar os dois.

- Olha, por que eu não mostro o centro da cidade para Freddie e Sam vai fazer o que quer com Tim?

- Tudo bem. Vamos Tim.

Pude ver Tim sorrir. Eles foram em direção á um novo restaurante que estava aberto.

- Bom... Vamos? – Perguntei á Freddie.

- Claro. – Ele sorriu e nós fomos andando. A cada lugar que passava eu apontava e contava alguma coisa. Aquela tarde estava boa, mas eu mal sabia o que estava por vir.

Ponto de vista Sam

Eu e Tim andávamos pelas ruas procurando alguma lanchonete ou algo semelhante. Não sei como ele me aguentava, até eu confesso que sou chata com isso de comida. Mas ele não reclama, ele é o único que não reclama.

Estávamos conversando quando esbarrei em uma garota que acabou derramando todo seu suco em mim.

- Ai! Quem é a idiota, otária que fez isso comi... – Parei de falar quando vi quem era. – Você?

- Oi Sam! – Ela sorriu. – Me desculpe pelo suco.

- Oi Carol. – Sorri sem animação. Ela era a ex namorada de Tim. Eu não gostava dela, só era simpática porque quando ela e Tim namoravam ele pedia para eu ser legal.

- Oi Tim. – Piscou o olho esquerdo dando um sorriso malicioso.

- Oi... Carol. – Ele falou sem graça.

- Bom... Se vocês quiserem, eu posso sair. – Falei olhando para Tim.

- Não! Não sai...

- Ah deixe de bobeira Tim. Vamos andar um pouco, eu estou com saudades. – Ela sorriu.

- Olha Carol, o que nós tivemos foi apenas um namoro, um simples namoro, foi bom enquanto durou mas agora acabou! Quando terminamos eu expliquei que seríamos apenas amigos!

- Mas eu... Pensei que você ainda me amasse. – Ela olhou para baixo. Confesso que nesse momento eu senti um pouco de pena.

- Não. Eu sinto muito mas... – Tim olhou para mim rapidamente e voltou a olhar para ela. – Eu não te amo mais Carol.

- Tudo bem. – Ela forçou um sorriso. – Já entendi tudo. Felicidades ao casal! Foi bom encontrar vocês por aqui! – Saiu correndo.

- Espera aí, nós não estamos... – Não deu tempo de terminar a frase, Carol já tinha desaparecido no meio das pessoas. Tim soltou uma gargalhada.

- Não acredito nisso. – Ele falou.

- Eu que não acredito! Ela pensa que estamos namorando, Tim.

- Ah, qual é o problema? Nós sabemos que não é verdade.

- Eu sei que não... Mas ela é fofoqueira e provavelmente vai falar isso para a cidade inteira!

- Fica calma. Ok? – Ele sorriu. – Vem, vou pagar um lanche pra você.

- Agora sim eu estou calma. – Sorrimos e fomos em direção a uma lanchonete ali perto.

Ponto de vista Freddie

Eu e Carly estávamos andando por todo aquele lugar. Ela me mostrava os lugares que ela sempre ia, me apresentava algumas pessoas que ela me conhecia e me contava algumas histórias de quando ela era pequena. Na maioria do tempo eu ficava quieto, apenas assentia com a cabeça o que ela dizia, dava um sorriso e só abria a boca uma vez ou outra.

Paramos em frente á um carrinho de sorvete. Paguei um para Carly, já que ela estava sem dinheiro. Cavalheirismo é sempre bom. A garota sorriu, mas seu sorriso logo se desfez ao olhar para um garoto, um pouco longe de nós conversando com seus amigos.

- O que foi? – Perguntei.

- Ele... – Ela olhou para baixo. Olhei na direção do menino mais uma vez tentando entender o que estava acontecendo ali. – Ah, não! Ele está se aproximando. Merda.

- Mas quem é ele?

- Ele... – Ela não teve tempo de terminar a sua frase. O garoto de olhos azuis e cabelos loiros logo chegou para nos cumprimentar.

- Carly Shay! – Ele sorriu. – Quanto tempo.

- Bradlay... – Ela sussurrou, ainda olhando para baixo.

- Ahn... Me chame de Brad, não gosto de Bradley. Você sabe.

- É, eu sei.

- Esse é o se namorado?

- O que? Namorado? Não, não. Somos apenas amigos. – Sorri sem graça.

- Ah... – Ele sorriu. – Bom, eu tenho que ir. Tchau Carly, espero que a gente se veja de novo. E tchau...

- Freddie. – Completei.

- Freddie. – Ele sorriu e voltou para seu ‘’bolinho’’ de amigos.

- Carly, o que exatamente aconteceu aqui?

- Me deixa Freddie. Ok? Me deixa! – Ela saiu correndo me deixando sozinho ali.

Não sabia para onde ir, tentei ir atrás dela mas ela simplesmente sumiu no meio das pessoas. Estava parado em frente a uma lanchonete. Entrei lá e pude ver Sam e Tim conversando. Resolvi me juntar á eles.

- Oi gente. – Sorri. Percebi que Tim me passou um olhar não muito bom. – Ahn... Estou atrapalhando alguma coisa?

- Não. Senta aí Freddoca. – Sam sorriu e depois deu uma mordida em seu sanduíche.

- Então... Vocês viram a Carly?

- Não. – Responderam em uníssono.

- Bem é que ela... Saiu correndo e me deixou sozinho. Não tive tempo de segui-la.

- Ah, ela deve ter ido ao museu encontrar Spencer. – Tim falou.

- Não. Teve algum motivo pra ela sair correndo. Aconteceu alguma coisa Freddie?

- Bom... Ela só encontrou um tal de Bradley... Ou Brad, tanto faz. E depois que se falaram, ela saiu correndo.

- AI MEU DEUS! – Sam se levantou. – Ela deve estar super mal agora. Temos que ir procurá-la.

- Tudo bem, vamos. – Me levantei também. Eu e Sam já estávamos na porta da lanchonete quando fomos barrados por uma garçonete.

- Ei, seus moleques fedorentos! Não vão sair sem pagar!

- Olha aqui sua... – Sam começou a falar mais eu interrompi.

- Sam, a Carly está precisando de você. Não comece uma discussão agora.

A loira olhou pra mim e assentiu com a cabeça.

- Tim, você paga? – Ela perguntou para Tim que me passou novamente aquele olhar.

- Sim, claro. – Ele forçou um sorriso.

- Ótimo, eu e Freddie vamos na frente, depois você nos encontra. Tchau! – Ela saiu e eu fui atrás, deixando Tim na lanchonete. Percebi que ele não tinha gostado muito disso.

Eu e Sam andávamos por todo aquele lugar procurando por Carly. Ela não aparecia. Eu sugeri que contássemos á Spencer, já que ele era o responsável por nós, mas Sam disse que ele não poderia se preocupar agora que tinha seu sonho quase realizado. Pensei bem e vi que ela estava certa.

Estávamos cansados e resolvemos sentar um pouco. Tinha uma praça com uma grande árvore no centro e, em volta dessa árvore tinham vários bancos para as pessoas sentarem. Uma boa sombra de árvore. Era disso que eu estava precisando.

- Ótimo. – Disse Sam. – Carly deve estar péssima agora e não vamos encontrá-la. Spencer vai perder a chance de ser um grande escultor. E nós estamos andando faz quase 1 hora.

- Isso tudo é culpa minha. – Olhei para baixo. – Se eu não tivesse vindo, Carly não iria querer me mostrar a cidade e nada disso teria acontecido. Eu sou um perfeito idiota.

- Olha Freddie, que você é um idiota nós já sabemos. – Ela brincou mas parou quando viu que eu estava sério. – Não fica assim. A culpa não foi sua. Acontece que Carly teria que encontrar Brad mais cedo ou mais tarde.

- E o que esse Brad fez pra ela? Por que ela saiu correndo?

- Bem... Brad e Carly tiveram um lance. Quer dizer, eles apenas se beijaram um dia em uma festa. Ele estava bêbado e ela também. Eles quase transaram, mas eu impedi. Sabia que minha amiga estava fazendo errado. – Contou. – Enfim, Carly estava fora de si e eu a levei para minha casa. Se Spencer soubesse que ela se encontrava naquele estado, provavelmente surtaria. E no dia seguinte, ela falou que se lembrava apenas do beijo. E que tinha se apaixonado por ele.

- Nossa. E ela se apaixonou?

- No início, eu não acreditei. Mas depois eu vi que sim, era verdade. Acredite, eu conheço a Carls muito bem. Ela se apaixona por qualquer olhar, qualquer toque, qualquer coisinha... O problema foi no outro dia, quando eles se viram novamente na escola e ele a ignorou completamente. Ela se sentiu um lixo, se cortava, e ela só parou agora nas férias. Ela o ama, muito, demais. Quando você chegou, eu pensei que fosse uma chance dela parar de amá-lo. Era por isso que eu não queria Agatha perto de você. Porque ela poderia tirar a única chance da Carly ser feliz de novo.

- Eu... Não sei o que dizer.

- Não precisa dizer nada. Apenas não a conte que você sabe disso, ok?

- Tudo bem. Você é uma ótima amiga, Sam. – Sorri. A loira me encarou com uma expressão confusa no olhar.

- Você me chamou de Sam. – Ela fechou a cara.

- É... Me desculpe eu só...

- Tudo bem. – Riu. – Pode me chamar de Sam agora.

- E porque só agora?

- Por que agora você é meu... amigo. – Ela me encarou e eu sorri.

- Tim falou algo de mim para você?

- Não. Por quê?

- Nada... Ele me passou uns olhares hoje e... enfim. Deixa pra lá.

Sam pareceu refletir por um tempo,mas permaneceu calada.

- GENTE! GENTE! – Ouvimos Tim gritar. Ele veio correndo até nós.

- O que foi? – Sam perguntou preocupada.

- Encontrei a Carly. Ela estava bebendo em um bar.

- Ela está bêbada? – Perguntei.

- Por sorte não. Mas ela estava chorando muito. Avisei Spencer e ele a levou para o carro. Vim chamar vocês, para voltarmos.

- Ai meu Deus... – Sam fechou os olhos, como se estivesse rezando. – VAMOS!

Ela saiu correndo e eu e Tim fomos atrás, empurrando pessoas, esbarrando nas coisas, nós não ligávamos.

Ponto de vista Carly

Eu pensei que tudo tinha se resolvido e que meu amor por Brad tinha acabado, ido embora... Mas estava errada. Tudo voltou como uma avalanche quando o olhei. Não sei o que deu em mim, mas saí correndo. Senti uma vontade de chorar imensa e não queria que Freddie me visse assim. Sobre Freddie, eu estava enganada. O amor da minha vida foi e sempre será Brad. E o mais irônico disso tudo é que ele não sabe que eu o amo. Pra ele, foi apenas uma noite comum, mas pra mim foi a melhor noite da minha vida.

Estava pensando nisso quando Sam entrou no quarto com um copo de água.

- Hey Carls. – Ela me entregou o copo. – Está melhor?

- Sim. – Sorri.

- Eu não sabia que ele estaria lá... – Ela olhou para baixo como se estivesse com medo de tocar neste assunto.

- Eu também não sabia. Mas tudo bem. Eu teria que vê-lo um dia. Só que eu pensei que esse dia fosse ser nas voltas aulas, daqui a dois meses.

- As coisas não são como planejamos Carly. – Ela me olhou. – Não quero te ver sofrendo por esse desgraçado. Se eu ver você chorando por ele de novo, vou ter que acertar a cara dele.

- Obrigada. – Sorri. – Bem, agora que eu descansei um pouco e estou melhor, o que acha de montarmos amanhã?

- Só eu e você ou a vadia vai junto?

- Só eu e você. – Revirei os olhos.

- Tudo bem Carls. – Ela sorriu se levantando. – Amanhã de manhã nos encontramos no estábulo. Certo?

- Certo. – Afirmei com a cabeça e vi Sam sair do quarto. Deviam ser umas 23:00. Deitei a cabeça no travesseiro e voltei a dormir.