Ponto de vista Sam

Argh, até que enfim aquela maldita festa acabou! A única coisa boa foram os comes e bebes e quando eu e Carly ficamos vendo a foto de um garoto estranho que usa um chapéu de camarões no celular dela. Tinha milhares de fotos dele e nós morremos de rir.

No final da festa, eu encontrei Tim. Não tinha visto-o a festa inteira. Ele me disse que estava conversando com o famoso Freddie Benson. Eu nem tinha visto esse garoto ainda, mas com certeza ele era daquele tipo de menino mauricinho. Dá até nojo só de pensar!

Eu e Tim começamos a conversar e a rir. Ele não me falou desse tal Benson, e eu não estava a fim de falar dele também. Nós tínhamos uma amizade saudável e isso era bom.

Estávamos falando sobre alguma coisa que ficaram perdidas quando vi um menino me fitando de longe. Tim continuou falando, mas logo parou quando viu que eu não estava prestando atenção.

- O que houve? – Ele perguntou.

- Aquele cara – Olhei na direção do menino – Qual é a dele?

- Ele é o Freddie Benson.

- Ele?

- Sim. Por quê? Gostou dele?

Não dava para ver muito bem o rosto dele, pois estávamos um pouco longe. Mas ele aparentava ser muito bonito e musculoso. Ele estava parado em frente à casa do senhor Karl e depois de alguns segundos entrou.

- Não se preocupe. – Tim falou – Ele está de olho na Carly.

Sorri.

- É, a Carly vai mesmo gostar dele. É exatamente o tipo dela. – Rimos.

- Bom, eu tenho que ir Sam, te vejo amanhã.

- Tudo bem Tim. – Dei um abraço nele e fui para casa.

Ponto de vista Carly

Eu já estava em casa, meu irmão Spencer estava fazendo outra de suas malucas esculturas. Eram 22:30, e eu não estava com nem um pouco de sono. Resolvi ver com Sam se eu poderia dormir na casa dela.

Hey Sam! Já tá em casa? É que eu to morrendo de tédio, posso dormir aí? ;p Xoxo Carls.

Claro, vem cá, já avisei pra minha mãe que vc vem. O Spencer deixou? =) Xoxo Sam

Ele sempre deixa :p Ok amg, já estou chegando!! Xoxo Carlotta

Peguei minhas coisas e desci as escadas.

- Spencie, vou dormir na casa da Sam hoje. Tem problemas?

- Claro que não. Manda um abraço pra ela.

Sorri e saí de casa. A casa da Sam não era tão longe da minha, já que morávamos na mesma ‘’vila’’.

...

Eu e Sam conversamos sobre muita coisa idiota. Mas essa é a graça de ter uma melhor amiga por perto, não é? Já eram 2:30 e nós não estávamos com nem um pouco de sono.

- E aí Sam, já viu o tal Freddie Benson? – Perguntei enquanto via os CDs que ela tinha.

- Bem... Eu vi de longe.

- E como ele é? – Me empolguei.

- Ah... Ele aparenta ser bonito Carls.

- E tem músculos?

- Bem... Aparenta ter. – Ela sorriu – Ah, e eu tenho novidades pra você.

- O que? Conta!

- Bem, o Tim conversou com ele hoje e... O Freddie parece que está de olho em você.

- EM MIM?

- Sim.

- AAAAAH! – Gritei de felicidade. – Não acredito! Amanhã mesmo tenho que ver como esse tal Freddie Benson é.

- Só toma cuidado pra não ficar mais patricinha do que você já é do lado desse mauricinho. – Ela zombou. Joguei um travesseiro nela e ela fez o mesmo.

- Meninas! – A mãe da Sam entrou no quarto – São quase 3:00 e vocês estão gritando! Vão acabar acordando a vizinhança toda. Vão dormir.

- Tudo bem. Desculpe senhora Puckett. – Sorri.

- Chata. – Sam resmungou depois que sua mãe saiu do quarto.

- Sam, acho melhor dormimos, amanhã nós acordamos cedo para andar á cavalo, lembra?

- Argh. – Ela revirou os olhos – Tudo bem. Estou doida pra montar no meu Hensey.

- E eu para montar no meu Alex.

- Quem dá para um cavalo o nome de Alex?

- Eu. – Falei indignada. Alex para mim é um nome perfeito para cavalos.

- Tudo bem Carls, vamos deixar isso para amanhã. Boa noite.

- Boa noite.

Apagamos as luzes e dormimos.

...

Ponto de vista Freddie

Acordei com o barulho de um galo cantando. Puta merda. Eram seis horas da manhã. Quem acorda ás 6:00 nas férias?

Fiz de tudo para não levantar da cama, mas em poucos minutos comecei a escutar vozes dentro da casa. Então todos ali acordavam naquele horário? Suspirei e criei coragem para me levantar.

Fui para o banheiro e lavei meu rosto, em seguida me encarando naquele pequeno espelho.

- Não acredito que estou aqui. – Falei para mim mesmo.

Vesti uma roupa meio comum, pelo menos pra mim. Uma calça jeans preta, um all star e uma camisa quadriculada. Ajeitei meu cabelo e passei meu perfume. Me encarei no espelho pela última vez e desci, com meu fone de ouvido e meu celular, é claro.

- Bom dia! – Exclamou tia Carmen. – Sua mãe e seu tio Karl já estão na mesa. Vamos Freddie, vamos tomar um café da manhã!

Apenas sorri com minha cara de sono, que com certeza não estava nada agradável. Como eles conseguiam ser tão ‘’sorridentes’’ ás 6:00?

Juntei-me á eles na mesa. Estava só o meu tio Karl, minha mãe e minha tia Carmen. O café da manhã era pão com ovo. Sim, pão com ovo. Não me pergunte como eu consegui comer aquilo.

Tia Carmen começou a contar coisas que eu fazia quando era bebê, como por exemplo ficar chorando a noite toda e acordar a todos, não deixar minha mãe em paz e puxar o cabelo dos outros. Típico de todo bebê.

Eu apenas sorria e assentia com a cabeça, não queria que me achassem antipático.

Desviei meu olhar da mesa para a janela e pude ver uma garota  montada naquele cavalo branco que antes eu achara tão bonito. Sorri e me levantei, saindo da casa do tio Karl e indo em sua direção. 

Mesmo que Tim tenha me dito que ela não era ‘’meu tipo’’ de garota, ou que eu não era o ‘’tipo dela’’, eu queria arriscar. Talvez ele estivesse errado.

Parei na sua frente e ela apenas me encarou. O vento bateu forte em sua direção e balançou  seus cachos cor de ouro. Ela me olhava com aqueles olhos azuis, que diante do sol ficavam meio esverdeados.

- Dá licença. – Falou com a cara fechada. Uma voz doce para uma menina grossa.

- Calma. – Sorri de lado.

- Olha, é melhor você sair da minha frente se não quiser que eu passe por cima de você com esse cavalo em 3 segundos.

- Você pode pelo menos me dizer seu nome?

- Um... Dois... Não vai mesmo sair?

Não sabia se ela falava sério ou não, confesso que fiquei com medo. Saí da frente dando espaço para ela passar com o cavalo.

- Mas que menina doida. – Falei para mim mesmo.

- Não liga, ela é assim. – Ouvi uma voz fina atrás de mim. Me virei e me deparei com a tal ‘’Carly’’  que Tim falara na noite anterior.

- Tudo bem. – Sorri. – Carly, não é mesmo?

- Sim, sou eu. E você é o filho da Marissa, não é?

- Sim. Sou Freddie, Freddie Benson. – Estendi a mão.

- Ok Freddie, é um prazer. – Ela apertou minha mão. – Então... Você também anda á cavalo?

- Bem... Um dia eu fui ver um hipismo, mas nunca pratiquei.

Ela riu.

- Bem, se você quiser, podemos andar algum dia, eu te ensino.

- Você também anda?

- Sim. Tenho um cavalo. Você quer ver?

- Bem... Sim – Sorri. Eu não estava fazendo nada mesmo.

Carly pegou minha mão e me levou até o estábulo. Apenas fui sendo guiado por ela, durante o caminho não conversamos sobre muitas coisas. Minha sorte era que o estábulo não ficava tão longe, aquela falta de assunto entre nós já estava constrangedora.

- Gostei do anel.

- Obrigada. – Ela sorriu.

- Então... Qual desses é o seu? – Perguntei.

- Calma. – Ela riu. – Este aqui. – Acariciou a cabeça do cavalo. Era realmente muito bonito.

- Ele é... Bonito. – Sorri sem graça. Nunca tinha elogiado um cavalo antes.

- Eu sei. O nome dele é Alex.

- Alex? – Estranhei. Nenhum cavalo tem o nome de Alex.

- É, Alex. – Ela fez uma cara de brava. Pelo visto as meninas por aqui são muito estressadas.

- Ah... Desculpe. Não que Alex seja um nome feio... É que... Nunca vi um cavalo com esse nome.

- Tudo bem. – Ela riu – Todos estranham. A Sam vive me zoando por causa disso, mas eu nem ligo. Foi o nome que eu escolhi.

- Sam?

- Sim. Sam, a menina que foi grossa com você há uns minutos.

Então... O nome dela era Sam.

- Ah... – Sorri. – Espere o que está fazendo?

- Hoje eu vou andar á cavalo e eu gostaria que você viesse junto.

- Sério? – Arregalei os olhos – Mesmo? Mas e se eu... Cair?

- Fica calmo seu bobinho. – Carly riu – Eu não vou te deixar cair.

Sorri e depois ela montou no cavalo e nós saímos para andar ‘’por aí’’. Tim tinha razão, Carly era muito legal e completamente diferente de Sam, era simpática e não era grossa. Passei a tarde toda com ela, almoçamos juntos. Ela e Spencer – seu irmão – foram almoçar na casa de tio Karl.

Carly e eu estávamos nos dando bem, e eu gostava disso. Ela poderia ser uma grande amiga.