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Acordei com a minha mãe me dizendo que já tínhamos chegado ao aeroporto de Washington. Me levantei e peguei minhas malas, saindo do avião.

- Quem vem nos buscar?

- Seu tio Karl. Se lembra dele?

- Mais ou menos...

Coloquei meu fone de ouvido e esperei pacientemente pelo meu tio.

- Olha só quem tá aqui, veja só se não é Freddinho e Marissinha! Vamos gente, vamos! – Ouvi um homem ‘’caipira’’ gritar, vindo em nossa direção. Todo o aeroporto parou para nos observar. Então esse seria meu tio Karl?

- Karl! Mas que saudades! – Minha mãe correu para abraçá-lo.

- E aí meu rapaz! – Ele bagunçou meu cabelo. Sorri sem jeito, se tem uma coisa que eu odeio é quando bagunçam meu cabelo.

- Bom, vamos, vocês devem estar muito cansados! – Tio Karl pegou as malas da minha mãe. Eu esperei para que ele fizesse o mesmo com as minhas, mas não fez. Revirei os olhos. Então, eu teria que carregar minhas próprias malas?

Fomos caminhando até o estacionamento do aeroporto, minha mãe e tio Karl conversavam sobre muitas coisas, riam e se divertiam. Acho que o único que não achava graça nenhuma naquilo ali era eu.

Parei no meio do estacionamento quando os vi andando em direção a um... Jipe.  Sim, um jipe. Enquanto o estacionamento estava lotado de carros novos e importados, meu tio Karl tinha um jipe estacionado bem ao lado de uma Ferrari.

Andei até o Jipe e logo entrei, dando graças por não ter ninguém por perto.

Durante toda a viagem minha mãe e meu tio conversavam. Falavam de pessoas que eu nunca tinha ouvido falar na minha vida. Eu apenas escutava minha música e admirava alguns lugares de Washington.

...

- Chegamos! – Exclamou meu tio Karl, saindo do Jipe.

Eu estava de olhos fechados, curtindo a minha música e abri os olhos, na esperança de encontrar um lugar bonito e movimentado. Mas o que eu encontrei foi uma espécie de fazenda. Não sei o nome da cidade, mas sei que era bem no interior de Washington.

- Então... Essa é a cidade? – Fiz essa pergunta para mim mesmo, mas em voz alta.

- Não. Aqui é onde moramos. O interior da cidade. Qualquer dia desses, rapazinho, eu levo você no centro da cidade. – Meu tio Karl sorriu. Então eles moravam no interior de uma cidade do interior de Washington?

Tudo lá era bastante simples. Tinha um estábulo com alguns cavalos e o que mais me chamou a atenção foi um cavalo branco, que em minha opinião era lindo.

O lugar parecia mais uma vila. Tinha várias casas por lá, acho que era uma espécie de condomínio só para a minha família. Caminhamos em direção a uma casa onde tinha uma grande mesa do lado de fora, que já estava enfeitada com comes e bebes.

Várias pessoas estavam lá e todos pararam quando nos viram chegar. Todos muito simples, como eu imaginei...

Vieram correndo em nossa direção e minha mãe abraçou um por um. Eu apenas os cumprimentei com um ‘’Oi’’ ou um ‘’Olá’’ e ouvi muitos dizerem ‘’Nossa, como esse Freddie cresceu’’, ‘’Já está um meninão’’.

Todos eram muito bonitos, bonitos de natureza mesmo, não pareciam usar maquiagem nem nada.

- Bem... Eu sou Pam Puckett, não te vi quando era pequeno, mas já ouvi falar muito de você. Eu e sua mãe éramos melhores amigas, eu moro naquela casa ali - Apontou para uma casa verde que até era bonita – não sou sua tia, mas pode me considerar como uma. Estou aqui para o que precisarem! – Ela sorriu para mim. Era muito bonita e simpática. Apenas retribuí o sorriso e ela foi correndo falar com a minha mãe. Parecia mesmo que elas eram muito amigas.

- Já são 18:00, acho melhor vocês irem tomar um banho, porque 19:00 as pessoas começam a chegar. – Minha tia Carmen, esposa do tio Karl comentou sorrindo.

- Pessoas? – Engoli em seco. Então eu ainda tinha mais parentes por lá?

- Sim. Na verdade são apenas algumas meninas, todos seus parentes já estão por aqui, mas a vizinhança toda vai comemorar esse super jantar de boas-vindas! – Ela exclamou.

Forcei um sorriso e eu e minha mãe fomos em direção a casa do tio Karl – iríamos ficar por lá – para tomarmos banho.

A casa era grande e bonita. Eu tinha um quarto só para mim e minha mãe tinha um só para ela. O quarto era bem pequeno, mas pelo menos tinha banheiro.

Tomei um banho e coloquei minha calça jeans preta, meu all star e a camisa mais simples que eu encontrei. Olhei pela janela e todos já estavam lá, tinha até umas músicas bregas tocando.

Suspirei e desci as escadas, indo em direção a tal ‘’festa’’.