Ponto de vista Freddie

- Anda Freddie Benson! – Ela gritava.

- Argh. Merda! – resmunguei para mim mesmo – Já estou indo mamãe!

Terminei de arrumar a mala, com muita dificuldade para fechar. Tinha que ter cuidado, afinal ali se encontravam meu MacBook, Notebook, iPod, entre outros.

Olhei pro quarto pela última vez e desci as escadas com um pouco de pressa, minha mãe já me esperava impaciente.

- Mas que demora foi essa, filho?

- Bem, eu estava guardando as coisas na mala e...

- Tudo bem, não quero saber de você e seus objetos tecnológicos. Vamos, entre no carro!

Entrei no carro, colocando minha mala no porta-malas. Um homem já estava sentado no banco do motorista, e assim que me viu, deu um sorriso. Argh, Petter miserável! Ainda bem que ele não iria viajar conosco para Washington.

- Olá amor! – Ela deu um selinho nele.

- Ah meu Deus, posso vomitar? – Fiz uma cara de nojo.

- Freddie, o que nós conversamos ontem?

- Que eu iria tratar todos bem em Washington.

- Não foi só isso. Conversamos também que você teria que tratar Petter bem, porque ele é meu namorado.

- Ah, por favor, não diga isso novamente!

- M-e-u n-a-m-o-r-a-d-o. – Ela soletrou.

- Ok, agora podemos ir? Temos que chegar na casa da vovó antes das 19:00, porque nesse horário tem o super jantar de boas-vindas que eles estão fazendo.

- Antes, você tem que pedir desculpas para Petter.

- O que? Claro que não!

- Freddie Benson, peça desculpas! – Ela aumentou o tom da voz. Revirei os olhos. A última coisa que eu queria era começar a discutir com a minha mãe pelo fato dela me tratar como um bebê, sendo que eu já tenho 16 anos.

- Me desculpe... Petter – Falei quase cuspindo de tanto ódio.

Eu não gostava de Petter, nunca gostei, não sei por quê. Mesmo que ele viva se esforçando para ter uma boa relação comigo. Esse cara não me parecia ser leal á minha mãe, não parecia ser o tipo de cara com quem ela ia passar o resto da vida.

Resto da vida? Claro que não, isso é só um simples namoro que com certeza vai durar uns meses. Logo, logo minha mãe irá descobrir como Petter é falso... Espero.

- Tudo bem, garotão! – Ele sorriu e começou a dirigir, nos levando para o aeroporto. Revirei os olhos novamente. Odiava quando ele me chamava de garotão, como se eu tivesse 7 anos de idade. Eu queria meu pai por perto novamente, mesmo que eu nunca tenha o conhecido – ele morreu 14 dias depois do meu nascimento – com certeza ele era uma pessoa melhor que esse namorado idiota da minha mãe.

...

- E aqui estamos nós! Pena que tenho reuniões de trabalho e não posso ir com vocês. – Disse Petter, estacionando o carro em frente ao aeroporto.

- Oh Petter, não tem problema meu amor, outro dia nós vamos todos juntos. Eu, você e Freddie, como uma família. – Eles se beijaram novamente.

- Querem que eu saia do carro ou posso vomitar aqui mesmo? – Eu disse, ironizando e com certeza tirando todo o clima entre os dois. Eu odiava ver minha mãe com esses namorados ridículos que ela sempre arrumava.

- Bom, tchau Marissa! Eu te amo. – Ele a abraçou.  – E tchau garotão, espero que quando você volte possamos nos dar bem. – Ele estendeu a mão.

Apenas olhei para sua mão, com certeza ele esperava um aperto de mão, mas é claro que eu não ia dar.

- E eu espero que quando eu volte você não esteja mais namorando a minha mãe. – Falei essas palavras com gosto, e Petter fechou a cara.

- Bem... É... Então, tchau pra vocês, divirtam-se! – Ele entrou no carro e ficou nos observando entrar no aeroporto.

Minha mãe acenou e nos viramos. Estava quase na hora do nosso vôo.

- Não sei por que você ainda está com esse cara. – Resmunguei.

- Ele tem nome, Freddie.

- Eu sei, mas você me ensinou que não devo falar coisas feias, lembra mãe?

Ela revirou os olhos.

- Bom, vamos logo que daqui a pouco sai o nosso vôo.

Andamos até o portão que correspondia ao nosso vôo. Estávamos indo para uma cidade no interior de Washington. Lá moravam todos meus parentes. Minha avó, meu avô e diversos tios meus. Fazia tempo que eu não ia lá, a lembrança mais recente que eu tinha era de quando eu tinha ido com sete anos. 

...

Não demorou muito e já estávamos dentro do avião, indo para Washington. Aconcheguei-me no banco e adormeci.