Acidentalmente Amor escrita por mebealine


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura! Creio que vocês vão gostar do capítulo.



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Ponto de vista Freddie


Estava em casa, vendo TV na sala quando tia Carmen me chamou.

- Freddie, querido!

- Sim?

- Tem alguém aqui que quer te ver. – Ela sorriu. Fiquei me perguntando quem seria àquela hora da manhã, mas não questionei nada com tia Carmen. Apenas disse que poderia entrar.

E pra minha surpresa, era ela. Sam.

- Oi. – Sorri. Eu esperava que ela sorrisse de volta, mas não o fez. Pelo contrário, seus olhos tinham uma expressão horrível, como se ela quisesse matar alguém. – O que houve?

- Preciso falar com você... Á sós. – Ela falou. E foi completamente fria.

Subimos para meu quarto. Imaginei do que se tratava, já que Sam queria falar ‘’á sós’’ comigo. Confesso até que me senti meio desconfortável com essa situação. Mas se ela queria mesmo falar comigo, era porque era importante.

- Fala.

- Ah, por favor! Não finge que não sabe do que eu to falando!

- Como assim?

- Como assim?! Freddie, você contou! Você contou tudo o que você ouviu ontem pra ela!

- Mas a Carly é sua melhor amiga, Sam! Ela merecia saber!

- Não to falando da Carly, seu animal!

- NÃO ME CHAMA DE ANIMAL!

- FALA BAIXO COMIGO!

- SERÁ QUE VOCÊ NÃO ENTENDE QUE EU SÓ TENTO AJUDAR?

- AJUDAR? COMO? CONTANDO PRA MINHA PIOR INIMIGA?

- O QUÊ?!

- VOCÊ CONTOU PRA AGATHA! VOCÊ CONTOU!

- Eu... Eu não contei nada. – Falei meio confuso.

- Não contou nada?! TEM CERTEZA? ENTÃO COMO ELA SABE DE TUDO? COMO FREDDIE? VOCÊ FOI O ÚNICO QUE OUVIU. COM CERTEZA VOCÊ FALOU PRA ELA!

- EU NÃO FALEI. NÃO ACREDITO QUE VOCÊ REALMENTE ACHA ISSO DE MIM.

- VOCÊ É UM IDIOTA! AS COISAS ERAM BEM MAIS FÁCEIS QUANDO VOCÊ NÃO ESTAVA AQUI. PORQUE VOCÊ NÃO VAI EMBORA E VOLTA PRA SUA CIDADEZINHA IDIOTA DE NERDS? VAI SER BEM MELHOR! NINGUÉM PRECISA DE VOCÊ AQUI, FREDDIE, NINGUÉM. EU PENSEI QUE EU PODIA CONFIAR EM VOCÊ, MAS AÍ VOCÊ FEZ ISSO, VOCÊ SIMPLESMENTE... – Não deixei-a terminar a sua frase. E fiz isso do pior jeito possível. Eu a beijei. Não aguentava mais ouvir sua voz, não conseguia mais suportar ouvir Sam gritando no meu ouvido sendo que o que ela dizia, não era verdade.

Eu praticamente a agarrei. Ela tentava se livrar de mim, mas eu não deixava. Sim, eu estava louco, enquanto fazia isso eu pensava se conhecia algum hospício em Nova York para me internar.

Estava quase parando com aquilo, que já estava ridículo. Sam tentava se livrar dos meus braços, mas eu não deixava. E o pior, é que eu não sei porque não deixava. Naquele momento eu parecia os garotos da minha escola que agarram as meninas á força. Já ia soltá-la e me desculpar mil e uma vezes, quando, por incrível que pareça, ela retribuiu o beijo. Não, você não leu errado... Samantha Puckett retribuiu o beijo.

Não sei quem era mais louco ali. Eu ou ela. O beijo era como algo urgente. Ela não tentava mais se soltar e eu não fazia mais força para mantê-la ali. Era como se estivéssemos fazendo aquilo por pura...Vontade. E o mais impressionante, é que não foi um beijo comum. Um simples beijinho como muitos dizem por aí. Foi um beijo e tanto, com direito até á língua. Sam provavelmente iria me matar depois daquele beijo. Mas naquele momento, parecia até que ela estava gostando.

Nunca tinha beijado alguém daquele jeito, confesso. O beijo dela era tão... Diferente dos outros. Não diferente pra ruim e sim pra... Bom.

Senti uma falta de ar e pude perceber que ela também se sentia assim. Fomos obrigados á nos separar. Eu respirava ofegante, era como se tivesse acabado de correr numa maratona. Sam também se encontrava no mesmo estado. Não queria olhar nos seus olhos. Não queria falar com ela. Pra falar a verdade, o que eu queria era que ela se esquecesse disso. E se esquecesse que ela provavelmente teria que me matar.

- Porque... Você fez isso? – Ela não parecia estar com raiva e sim assustada.

- É que... – Ia falar alguma coisa, quando fui interrompido por tia Carmen.

- Crianças! – Ela abriu a porta do quarto. – Por que vocês estão gritando?! Tá tudo bem?

- Tá... Tá sim, Sra. Carmen. – Sam tentou sorrir.

- Nossa, porque lá de baixo parecia que estavam se matando com aqueles gritos, e depois eu ouvi um silêncio... Achei mesmo que tinha acontecido alguma coisa.

- Não, tia. Tá tudo bem, Sam e eu estávamos apenas... Rindo. A senhora deve ter interpretado mal.

- Bem... Se foi isso mesmo... – Tia Carmen olhou para nós dois de uma maneira estranha e logo depois sorriu. – Tudo bem. Desculpem por ter interferido.

- Não, não tem problema. – Sam disse. – Eu já estava de saída mesmo.

- Ah, tudo bem. O Freddie te leva até a porta. – Tia Carmen sorriu.

- Oi? – Eu falei meio confuso, mas ela já tinha saído do quarto.

Sam não falou nada, apenas saiu do quarto e eu fui atrás. Quando chegamos na porta da casa, nossos olhos se encontraram.

- Olha Sam... O que aconteceu lá em cima... É que você... Tava falando demais e...

- Freddie, não vamos falar disso agora. Você tem muito o que me explicar, mas vamos deixar pra depois. – Ela falou e em seguida saiu. Eu apenas fiquei paralisado. O que eu tinha acabado de fazer?

Ponto de vista Sam


Saí da casa do Sr. Karl rumo á minha casa. Sabia que minha mãe estaria lá, e eu queria falar logo com ela. Esse assunto era o único que ficava martelando na minha cabeça, antes de Freddie ter simplesmente me agarrado. Não sei se ele estava drogado, bêbado, ou qualquer outra coisa do tipo. Mas prometi á mim mesma que mais tarde conversaríamos.

Quando cheguei em casa, minha mãe estava vendo TV. Era seu dia de folga no trabalho.

- Ah, oi querida! – Ela forçou um sorriso. – Não dormiu em casa ontem...

- Não. Eu fiquei na casa da Carly. – Tentei sorrir. Sem sucesso.

- Ah.

- Mãe, você tem alguma coisa pra me dizer?

- Bem eu... Você está com fome?

- Eu sempre estou com fome.

- Ótimo! Porque eu preparei uma lasanha que você vai adorar, é de queijo e presun...

- Por que mentiu pra mim?! – Fui direto ao ponto.

- Como... Como assim?

- Não se faça de desentendida! Você sabe muito bem do que eu estou falando!

- Eu não...

- Por que escondeu de mim todos esses anos o meu pai? Por quê? E por que não me disse que eu tenho uma irmã?!

- Ele te contou?

- Não. Se tivesse contado, eu acho que seria melhor. Mas eu tive que ouvir a conversa de vocês. Sabe o quanto doeu?!

- Sam... Eu sinto muito. Eu não tinha juízo na época, eu não sabia o que estava fazendo...

- E pelo visto ainda não tem juízo!

- Por favor, não fale assim comigo. – Ela se sentou no sofá, já chorando. Era horrível ver minha mãe naquele estado. Ela estava realmente mal. Mas o que ela tinha feito foi completamente errado.

- Quando você ia me contar?! Daqui há uns anos? – Gritei. – Até quando você ia esconder isso mãe?!

- Samantha, eu sei que eu fiz errado! Eu carrego essa culpa por 16 anos! E sabe por que eu não te contei? Porque eu sei que você não me entenderia. Ninguém me entende. Ninguém entende meus motivos, minhas razões! E eu tinha medo de perder você também. Tinha e ainda tenho. Sam, você é a única coisa que eu tenho aqui. Seu pai me deixou e levou sua irmã. Se ele soubesse que tinha outra filha, com certeza tentaria levar você também. E você acha que foi fácil? Acha que foi fácil ver a Melanie e ele indo embora e ainda sim ficar calada? Não foi! Eu era irresponsável, tinha apenas 17 anos. Minha mãe e meu pai me expulsaram de casa depois da minha gravidez! E eu fui morar com a minha melhor amiga, Marissa. Eu sei filha, que é difícil pra você tentar me entender, mas tente se colocar no meu lugar, por favor.

- Olha mãe... Eu preciso raciocinar um pouco. Tem muita coisa acontecendo. Eu descubro que tenho uma irmã, o Freddie me beija... Eu simplesmente preciso pensar!

- Você disse... O quê?! O Freddie te beijou? – Por um momento muito raro, ela sorriu.

- Vou pro meu quarto. – Falei e subi as escadas, ignorando sua última pergunta.

Eu simplesmente não sabia o que fazer com tudo aquilo. Não sabia se devia ligar pra Carly e contar á ela que já tinha conversado com a minha mãe e que Freddie tinha simplesmente me agarrado, ou devia ficar quieta e não compartilhar isso com ninguém.

Enquanto pensava sobre isso, recebi um SMS de Tim.

Hey Sammy! O que acha de vir aqui em casa pra jogarmos vídeo-game?


Não sabia o que responder. Tim mal sabia da situação e eu me senti um pouco mal por isso, afinal ele e eu éramos muito amigos e ele me contava tudo praticamente. Mas pra falar a verdade, eu não queria vê-lo. Não queria ver ninguém. Só queria ficar sozinha, pensando na minha vida. E por outro lado, eu já estava cansada de jogar vídeo game com ele toda tarde.

Recebi outro SMS. Dessa vez, era de Carly.

Como foi????????? Me conta amg, por favor! :P


Desliguei o celular e deitei na cama. Com alguns minutos, acabei adormecendo.

Ponto de vista Freddie


Mais tarde, depois de tomar um banho e tentar esfriar a cabeça, resolvi ir à casa de Agatha. Precisávamos conversar seriamente.

Ao chegar lá, toquei a campainha umas três vezes e ninguém respondeu. Estava quase desistindo, quando ouvi sua voz.

- Freddie Benson. Eu sabia que você viria mais cedo ou mais tarde. – Falou com um sorriso no rosto. – Enfim... Aposto que você quer falar sobre aquele prazo que você me deu para falar com a sua mãe, não é?

- Sim. Sobre isso e sobre outra coisa.

- Quer entrar?

- Não. – Fui direto. – Espero que você já tenha dito a verdade pra minha mãe.

- Pois é... Eu não disse.

- Eu te dei 24h! E você sabe o que vai acontecer? Vou contar pra todos que...

- Cala a sua boca, seu idiota! – Ela me interrompeu. – Só tenho um aviso: Tente me ameaçar, contar á todos o que eu fiz, que eu espalho o segredo de Sam por toda a cidade!

Um silêncio se formou. Eu não sabia o que dizer.

- Como você soube, sua cobra?

Agatha riu.

- Eu também ouvi a conversa, Freddie. Agora eu sei de tudo. E se você tentar fazer algo contra mim, ou você ou aquela Samantha, eu conto pra todo mundo esse segredinho idiota dela, entendeu?

- Como você pode ser tão malvada?

- Eu não sou malvada! – Ela gritou. – Mas enfim... Eu acho que como você gosta muito da Sam, não vai querer vê-la triste, não é?

- Não. – Olhei pra baixo.

- Bem... Foi só por isso que você veio?

- Você é uma nojenta. Só consegue ficar feliz vendo as pessoas mal. Você me dá nojo! Nojo!

- Ótimo. – Ela olhou para as unhas fingindo não estar me ouvindo. – Já terminou?

- Cobra. – Falei e depois dei as costas, indo embora. Não acreditava no que estava acontecendo. Eu não podia deixar Agatha simplesmente controlar tudo. Eu tinha que fazer alguma coisa, mas... Como?

Resolvi falar com Sam. Explicar á ela que eu não tinha contado nada á Agatha e... Me explicar sobre o beijo. Com certeza essa seria a parte mais difícil. Fui em direção à casa de Sam, tentando ensaiar comigo mesmo o que eu teria que dizer pra convencê-la de não me matar.

Bati na porta de sua casa e pra minha surpresa quem atendeu foi Pam. Imaginei como tinha sido sua conversa com Sam, pois seu rosto estava vermelho, parecia que tinha chorado a tarde toda.

- Sim? – Ela deu um sorriso.

- Eu queria ver a Sam.

- Ah... Claro. Creio que vocês tenham coisas para conversar. Entre, ela está lá em cima no quarto, é o primeiro á esquerda!

Eu apenas entrei, estranhando o que Pam tinha dito sobre termos ''coisas para conversar''. Subi as escadas e fui ao primeiro quarto á esquerda, como Pam dissera. Bati na porta, minhas mãos estavam suadas.

Não demorou muito e Sam abriu a porta, seu cabelo estava meio bagunçado e ela estava com cara de quem tinha acabado de acordar.

- Ahn... Oi. – Eu falei meio sem graça.

- Nerd! – Ela gritou. – Como você entrou aqui?!

- Sua mãe falou que eu podia subir.

- Ugh. – Sam revirou os olhos. – O que quer?

- Conversar.

- Agora?

- É... Acho que você estava dormindo. Me desculpe, eu posso voltar outra hora.

- Ah, jura? Como percebeu que eu estava dormindo? Pelo meu cabelo bagunçado ou pelo bafo que tá vindo da minha boca?

- Eu... Nem ia comentar sobre o bafo. – Sorri e Sam pareceu sorrir também.

- Entra, nerd. Eu vou escovar os dentes e prender o cabelo.

Entrei e me sentei na sua cama. Sam não estava vestindo pijamas, ela estava com a mesma roupa de hoje cedo. Parecia que estava dormindo fazia horas. Pude notar que seu quarto era meio arrumado. Tinha uma prateleira com alguns CDs perto da cama. Tomei a liberdade de ir até lá e olhar.

Me impressionei com os CDs. Sam tinha o mesmo gosto musical que eu.

- Você gosta? – Ela pareceu atrás de mim. Eu praticamente dei um pulo, não tinha notado que ela estava ali.

- Sim, eu... adoro. The Beatles. ColdPlay. Nirvana. Metallica. Evanescence. Panic At The Disco. Você realmente tem todos esses CDs?

- Se você tá vendo, eu tenho manezão.

- Nossa isso é... incrível! Onde você encontra?

- Tem uma loja no centro da cidade que vende. Tem todos CDs que você puder imaginar.

- Meu Deus... Eu quero visitar essa loja! – Falei um tanto deslumbrado.

- Enfim... Você veio aqui pra isso? – Sam me encarou.

- Não. – Coloquei os CDs de volta no lugar. – Eu falei com Agatha.

- E daí? Já marcaram o dia pra espalhar pra todo mundo meu segredinho?

- Não é isso Sam. Deixa eu te explicar. Eu não contei nada pra ela! Aquela cobra ouviu tudo também.

- Como? Nós não a vimos lá.

- Eu sei, ela devia estar do outro lado da casa ou em algum lugar que não pudéssemos enxergar.

- Então... Você não contou nada pra ela?

- Não.

- Ótimo. Eu acredito em você. – Ela falou e eu sorri.

- E sobre o que aconteceu lá em casa, eu... Me desculpe, eu não queria simplesmente ter agarrado você, mas parece que foi o único jeito de fazer você calar a boca.

Sam riu.

- É, ás vezes eu falo demais.

Sorrimos.

- Então, já falou com sua mãe?

- Já. E sinceramente, eu não sei o que fazer. Não sei se a perdôo, não sei de mais nada.

- Porque você não tenta perdoá-la e tenta conhecer melhor o seu pai? – Sam me encarou. – Vai ser melhor. Acredite em mim. E essa sua irmã pode ser legal.

- É... Deve ser.

- Bom eu... Já vou indo. – Me levantei.

- Ok. – Sam sorriu.

- Tchau.

- Tchau.

Ficamos meio sem graça para nos despedir com um abraço, um beijo no rosto, um aperto de mão ou qualquer outra coisa do tipo. Eu simplesmente saí e me despedi de sua mãe, que me passou uma piscadinha que eu não entendi muito bem. 


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Notas finais do capítulo

Não se esqueçam de deixar reviews, por favor,e obrigada pelas leitoras fantasmas que estão aparecendo ♥