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Ponto de vista Agatha

Eram 14h e eu não tinha exatamente nada para fazer. Não via Freddie fazia uns quatro dias. A última vez que nos vimos foi quando eu o embebedei. Ele não tocara no assunto e nem eu. Não estava afim de discutir sobre isso, porém se ele me perguntasse quem tinha deixado-o bêbado é claro que minha resposta seria Sam.

Estava pensando sobre isso quando alguém bateu na porta do meu quarto.

- Quem é?

- Freddie.

Ajeitei as coisas e me olhei no espelho penteando o cabelo.

- Ah, sim. Pode entrar, Freddie.

O moreno entrou e quando o vi foi correndo em sua direção para abraçá-lo.

- Que saudades!

Ele não respondeu nada. Estava muito frio, mas eu ignorei isso.

- Então... O que trás você aqui?

- Eu preciso falar com você. E acho que você sabe sobre o que é.

- Eu, ahn... Não faço ideia do que você está falando.

- Ah não? Então deixa eu refrescar a sua memória... Você me embebedou faz uns dias e ainda colocou a culpa em Sam. Está lembrada agora?

- Eu... Eu não fiz isso Freddie!

- Claro que fez! – Ele aumentou o tom da voz. – Eu antes pensava que Sam estava errada ao seu respeito, mas agora eu vejo que ela sempre esteve certa!

- Freddie... Por favor... Não fala assim comigo. Eu não fiz nada do que você está falando. – Deixei algumas lágrimas falsas caírem de meus olhos. – Com certeza a Samantha colocou coisas na sua cabeça.

- Ela não colocou coisas na minha cabeça, Agatha. Eu já entendi tudo. Soube de umas coisas e sinceramente, você me desapontou.

- Que coisas?

- Isso não interessa! Eu só quero que você admita logo que você me embebedou e que conte á minha mãe que não foi a Sam!

- Mas é claro que foi a Sam! Você não se lembra, mas eu estava lá e eu vi... – Ele me interrompeu.

- Deixe de ser mentirosa! Eu conheço a Sam. Sei que ela nunca faria isso.

- Conhece a Sam? Mesmo? Há quanto tempo? Algumas semanas? E você acha que isso é o bastante pra você conhecer uma pessoa? Você simplesmente não sabe o que está falando!

- Posso conhecer a Sam há pouco tempo, mas de uma coisa eu tenho certeza: Ela é melhor que você.

- Vai embora!

- Não! Não vou embora até você dizer pra minha mãe que você me deixou bêbado!

- Isso nunca vai acontecer! Eu não vou admitir uma coisa que eu não fiz!

- Olha Agatha... – Ele ia falar alguma coisa, mas seu celular tocou. Era toque de mensagem. Freddie leu a mensagem rapidamente e depois se voltou para mim. – Você tem 24 horas pra dizer a verdade pra minha mãe.

- E porque? Porque você se importa tanto com a opinião da sua mãe sobre a Samantha?

Freddie me encarou. Parecia que nem ele mesmo sabia a resposta.

- Eu odeio mentiras. E sei que a Sam não merece isso.

- Mas eu...

- 24 HORAS! UM DIA, VOCÊ ENTENDEU? SENÃO EU MESMO CONTO TUDO O QUE VOCÊ FEZ PRA VIZINHANÇA TODA!

- Como assim tudo o que eu fiz?

- Você sabe do que eu estou falando... Eu sei que sabe. – Ele se virou e saiu.

Eu apenas me sentei na minha cama. Será que ele estava falando do que eu fiz com a Sam há uns anos? Não sabia o que fazer, mas uma coisa era certa: Eu não iria admitir o que tinha feito.

Ponto de vista Sam

Estava em casa vendo filmes quando alguém bateu na porta.

- Quem é? – Gritei.

- Oi Sam, é o Freddie! – A voz dele estava animada.

- Ah. – Revirei os olhos e abri a porta. – O que foi nerd?

- Eu preciso te falar uma coisa.

- O que? – Falei com cara de tédio.

- Eu falei com Agatha! – Ele sorriu.

- Você... VOCÊ FEZ O QUE?!

- Calma.

- Calma? Eu confiei em você, eu te falei aquilo tudo e você simplesmente...

- Deixa eu te explicar! – Ele falou mais alto. – Eu falei com ela que se ela não contasse pra minha mãe que foi ela quem me deixou bêbado eu iria contar pra vizinhança toda o que ela fez.

- Ah, palmas. – Ironizei.

- Como assim? Eu tentei ajudar você.

- Me ajudar? Freddie, eu falei pra você não comentar sobre isso com ninguém. Você acha que aquela  vadia liga pra alguma cosia? É claro que se você contar pra vizinhança toda o que ela fez comigo, todos vão te chamar de mentiroso! Pensa!

- Mas eu...

- Você estragou tudo! Agora ela só vai querer piorar as coisas! E porque você quer que sua mãe saiba da verdade? Que diferença isso vai fazer?

- Ela me proibiu de falar com você, Sam! E eu não quero que as pessoas pensem coisas ao seu respeito que não são verdade!

- Olha, Freddie... Me deixa, tá bom? Quando você tenta ajudar, você só piora!

- Você é uma má agradecida!

- Você é um chato que vive se metendo na vida dos outros!

- Louca!

- Idiota!

- O que tá acontecendo aqui?! – Gritou a Carly. Nem tinha percebido que ela havia chegado.

- É que eu ajudei a Sam e ela não reconhece! – Disse Freddie.

- Eu já te disse que não preciso que você me ajude, manezão!

- Ajudou com o que? – Carly falou completamente perdida no assunto.

Passei um olhar para Freddie. Não queria que Carly soubesse do que Agatha me fizera, afinal, ela ia defender a amiguinha como sempre e nós acabaríamos brigando de novo.

- Nada. – Eu falei. – É bobeira do Freduardo.

- Freduardo? – Carly gargalhou. Freddie revirou os olhos e saiu da minha casa sem falar nada.

- Argh! – Bufei, sentando-me no sofá.

- Sam... – Carly se sentou ao meu lado. – Preciso te fazer umas perguntas.

 - Fala.

- Você e o Freddie estão... Ahn... Meio que... Você sabe...

- O que?

- Juntos.

Dei um pulo do sofá e arregalei os olhos.

- O QUÊ?! VOCÊ ACHA MESMO QUE EU IRIA ALGUM DIA ME INTERESSAR POR... ELE? Tudo bem que ele é bonito, é um grande amigo, mas não faz o meu tipo. E nós vivemos brigando. Você sabe muito bem disso Carly.

- É, eu sei mas... Esses dias encontrei vocês tão próximos no estábulo. Aconteceu alguma coisa?

- Nada. Não aconteceu nada.

- E que negócio é esse do Freddie te ajudar?

- É... Com um trabalho escolar.

- Sam, nós estamos de férias e o Freddie não estuda com a gente.

- É que... Eu tinha brigado feio com a minha mãe, mas já estamos bem. – Menti.

- Ah. – Ela sorriu. – Tudo bem então. Era só isso mesmo. Agora eu tenho que ir porque eu vou passar na casa da... Agatha.

- Hm. Ok, a vadia te espera.

Carly revirou os olhos.

- Tchau! – Ela me abraçou e eu retribui. – E Sam... Acho que você devia falar com o Freddie. Ele saiu bem chateado daqui.

Ela foi embora eu apenas fiquei pensando sobre isso. Não podia falar com ele, afinal eu sou Samantha Puckett. Mas por outro lado, eu sabia que as intenções dele foram apenas as melhores. Deitei no sofá e voltei a ver o filme.

...

Ponto de vista Freddie

Um mês. Fazia exatamente um mês exato que eu estava ali. Só de pensar que teria de ficar naquele lugar por mais um mês, eu já entrava meio que em pânico. Tudo bem, não foi tão ruim quanto eu pensei que fosse. Mas é claro que se eu estivesse em Nova York, com meu melhor amigo Gibby ouvindo suas piadas sem graça, seria bem melhor. Por falar em Gibby, eu teria de ligar para ele. Afinal eu prometera que daria notícias e até agora nada. Peguei meu celular e disquei o número.

- Alô?

- Ei gordão.

- Freddie! Cara, porque você sumiu?

- Você sabe que eu viajei Gibby.

- E também sei que você falou que ia ligar pra me dizer como estão as coisas por aí.

- Ah, é... Sobre isso... Eu esqueci.

- Jura? – Ironizou. – Mas enfim, como tá aí? Muita gente pegando no seu pé? Muitas garotas? Muito mato?

Sorri.

- Até que as pessoas aqui não pegam tanto no meu pé. E tem umas garotas aqui. Ah, provavelmente tem muito mato.

- Sério? E as garotas, como são?

- Não quer falar sobre o mato?

- Não, seu idiota. Me diz como são essas garotas.

Suspirei.

- Elas são... Legais. Quer dizer, tem uma que vive pegando no meu pé, colocando apelidos em mim, mas eu sei que no fundo ela é uma boa amiga, apesar que ela não dá valor pro que eu faço e vive me machucando a maior parte do tempo. E quando eu digo machucar, eu quero dizer de verdade, ela tem uma força que eu nunca vi igual.

- Nossa. E sobre as outras?

- Bem... A outra é simpática, legal... Acho que é isso. E a terceira, ela é uma verdadeira amiga-da-onça.

- Nossa. – Gibby riu. – Acho que das três, a que mais combina com você é a segunda.

- Eu não acho. Quer dizer, Carly é legal mais... Não acho que daríamos certo juntos. Ela ama outro cara também.

- Você gosta dela?

- Eu? Claro que não. Somos apenas bons amigos, gordão.

- Sei... E essa aí que vive pegando no seu pé?

- O que que tem?

- Quero saber se você gosta dela, cara!

- Eu... Eu não... – Ouvi alguém batendo na porta.

- Freddinho, querido, vamos logo! Seu tio Karl está nos esperando no carro! – Falou a minha mãe.

- Aí gordão, eu tenho que ir. Vou no centro com a minha mãe e o meu tio.

Gibby riu.

- Boa sorte aí então cara.

- Valeu.

Desliguei o telefone e fui em direção ao carro do tio Karl que já nos esperava. Provavelmente seria um longo dia.

Ponto de vista Tim

Passei a tarde com Sam, como de costume. Carly e Agatha estavam vendo filme, até me convidaram para ir, mas eu sabia que se fosse Sam iria ficar sozinha, então resolvi deixar pra depois.

Já era de noite, Sam estava saindo da minha casa.

- Já disse que não precisa me acompanhar, Tim. Nós moramos no mesmo condomínio, lembra?

- Argh... Tudo bem.

- Tchau. – Ela me deu um abraço e eu retribuí. Vi Sam virando as costas e indo embora. E aquilo me deu um aperto no coração. Toda vez que tinha que me despedir dela, eu me sentia mal. Talvez seja porque eu a queira aqui do meu lado o tempo todo.

Ponto de vista Freddie

Tinha chegado em casa fazia algumas horas e, como sempre, estava no tédio. Não sei o que me deu, mas resolvi ir na casa da Sam. Eu sei que eu deveria estar louco, bêbado ou qualquer coisa do tipo, mas algo me dizia que ela precisaria de mim. Não pensei duas vezes e fui.

Ponto de vista Pam

Mais um dia comum. Pelo menos foi isso o que eu pensei. Cheguei em casa e não encontrei minha filha. Com certeza devia estar com seus amigos, como sempre. Deitei no sofá e liguei a televisão. Nada de bom passando. Resolvi tomar um banho, quando escutei alguém batendo na porta.

Fui atender, achando meio estranho. E quando abri a porta, vi a última pessoa que eu esperava encontrar ali.

- Você? – O olhei assustada.

- Sim. – Ele sorriu. – Saudades de mim, Pam?