Amor À 19 Vista escrita por RoBerTA


Capítulo 8
Jantar com direito a debates instrutivos. Será?


Notas iniciais do capítulo

Oi amores!! O próximo capítulo vai ser bem grandinho e super bom! Vai ter fesssssta!! ^^ Vocês acham que eu demoro para postar? Ou os capitulos são muito pequenos? Ou estão ruins? Se vocês não falarem, eu não vou poder agradar vocês. Eu perdi alguns leitores, não só dessa fic, e gostaria de saber onde errei... Enfim, boa leitura!



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— Quem tem, um monte de pintinhas?! É a galinha pintadinha! Lala, lalala, lala lalalalaaaaaaaaaa!!!

Ai. Meu. Deus. Como amo tomar banho. Tudo bem, pra quem não entende, acaba pensando que tomo banho uma vez por mês. Mas não acreditem nesses boatos maldosos. Sou super higienilizada. Essa palavra existe? Acho que não, mas e dai? Sou uma cidadã com direitos, portanto posso pensar o que bem entender.

Desligo o chuveiro e me enrolo em uma toalha terrivelmente sexy, do Scooby Doo, meu ídolo. Tenho um momento de decadência ao escorregar em uma poça molhada — caramba, uma poça. Molhada — e dar de bunda no chão. Mas me levanto com muita dignidade. E é com muito orgulho que pego uma roupa de dentro do guarda-roupa. Sim, eu arrumei minhas malas! Isso foi de manhã, quando sol pinicou meus lindos olhos verdes. Acabei ficando sem sono e resolvi fazer um bem para a humanidade. Agindo como a estúpida que sei que sou, ignoro meu passado azarado e ponho um lindo vestido verde, com um efeito degradê deslumbrante na sua barra. E adivinha?! Não preciso pôr sutiã! E é óbvio que coloco uma calcinha preta bem discreta.

— E aí vó, o que a senhora vai fazer hoje?

— Eu tenho uma janta para ir mais tarde. Rafael vai estar lá, então acho que seria legal você ir também.

Por que raios elétricos ela pensaria algo tão destrutivo assim?

— Talvez. Amanhã tem uma festa de aniversário de um tal de Romeu, amigo do Rafael. Eu posso ir, né?

— Sim, Adelina. Por que eu não deixaria?

É né, por que não?

— Beleza.

— Mas com uma condição.

O quê?! Ela tá trapaceando! Humph.

— Só se você ir na janta comigo hoje.

Cruzes, ela quer passar a madrugada na UTI?

— Tá bom... — concordo de má vontade — que horas?

— Daqui meia hora.

Minhas pupilas quase caem da minha cabeça. Como raios de planeta Terra quadrado eu iria me virar em trinta minutos?!

Pois é, se vira nos trinta. Ok, isso não teve a menor graça.

Corro para o guarda-roupa, quando um impulso impulsivo faz com que eu me ponha diante de um espelho, e avalie meu visual.

Dá pro gasto.

Tudo que faço é uma trança embutida, calçando uma sandália prateada. Passo uma maquiagem bem leve, e coloco brincos discretos.

Quando olho para o relógio, desconfio que vou ter câncer nas pupilas. Já passou a meia hora e mais um pouco. Credo, eu nem demorei tanto assim.

— Garotas... – suspiro.

Espera, eu sou uma garota! Caramba, que momento constrangedor. Ok, isso não faz sentido.

Antes que o resto também perca o sentido, vou para a sala, torcendo para que minha vó não esteja de top.

Graças a todos os deuses do Olimpo! Minhas preces forma atendidas, e ela estava em um elegante vestido vermelho.

Sabe, parando para analisar o cenário, juntas parecemos que estamos para receber o papai Noel, com esse verde e vermelho. Ah, dane-se. Que venha o coelhinho da Páscoa também, então.

— Vamos?

— Sim, claro. Gostei da trança.

Vovó entra no taxi que está nos esperando, pois ela provavelmente ligou para ele. Ela diz o endereço, e ele põe o pé no acelerador. Literalmente e com tudo. Sou jogada para trás, e tudo em que consigo pensar é que vou morrer. E que droga, eu nem fiz meu testamento! Porque pelo amor de Deus, aquele que fiz com sete anos não vale! Eu pedi para ser enterrada no castelinho da Barbie. E meu hamister iria ficar com o carteiro, porque simpatizei com ele depois daquela mordida que ele levou no bumbum. Tenha dó, o cara tinha silicone na bunda, imagina a dor! E nos bolsos também... Mas isso é irrelevante.

No meio do meu devaneio, nem percebi que afinal, não morri. E que nós havíamos chegado.

Saio do taxi cambaleante, tentada a presentear o psicopata com meu dedo médio. Me surpreende que minha vó continue com uma aparência saudável, enquanto eu devo estar verde. Mas isso deve ser saudável, já que a maioria dos vegetais é verde, afinal.

Me apoio no orelhão, enquanto minha vó paga o taxista. Aproveito e dou uma olhada na fachada do lugar. Nada mal, nada mal mesmo. Acho que não corro o risco de encontrar uma barata no meu prato. Por fora, pelo menos, o lugar parece ser bem cuidado e limpinho. As janelas cor vinho, combinam com o a cor creme predominante do lugar. Pequenas plantinhas subiram em alguns lugares da parede. Apertando mais os olhos, vejo que pequenos botões de flores estão prestes a eclodirem. Fico imaginando qual seria a cor.

— Vamos? Está frio aqui fora.

Concordo com um aceno, e então percebo que realmente está frio. Uma brisa acaricia meus ombros nus, enquanto olho para a lua e todo seu esplendor. Lua cheia, simplesmente amo. Tudo parece mágico quando ela está assim. Até as estrelas parecem mais brilhantes.

— Adelina.

Acordo do meu transe, e olho atordoada para minha vó, que está me esperando na porta. Enquanto caminho rumo a sua direção, me pergunto como pode ter escurecido tão rápido. O dia foi curto, mas a noite certamente promete.

Dou um sorriso tímido para o homem que fica na entrada. Ele retribui, enquanto minha vó segue reto. Com medo de me perder, não desgrudo dela. Mas quando passo da recepção, quase me dou um tapa na cara. É impossível se perder aqui, até mesmo para alguém como eu. O lugar é amplo, e é possível ter uma visão geral de todo mundo em qualquer canto. Quando olhos para o teto, quase tenho um surto. O teto é todo de vidro, e se pode ver a lua e as estrelas, as mesmas que quase me fizeram babar antes.

— Nossa Adelina, o que você tem hoje? Parece perdida.

— Hã? — Essa foi minha brilhante resposta. Ok, me processem. E daí se estou parecendo chapada? Vai ver eu andei cheirando leite ninho em pó. Humph.

Quando chegamos à mesa, que a propósito, estava cheia, a primeira pessoa que vejo é Rafael, em seguida Romeu. E sabe quem mais?! Sim, isso mesmo, a Rachel. Nem ligo para os outros, pois não os conheço, fora Joseph, mas ele é sem graça.

Maravilha, minha avó se sentou, deixando o único lugar disponível ao lado de Rafael, de frente para Rachel. Ao seu lado e em frente ao Rafael, um Romeu concentrado tentava fazer uma dobradura no guardanapo, sem sucesso.

Sento de má vontade, provavelmente com a pior cara de emburrada do mundo. Ok, isso foi exagero. Do universo! Melhorou, né?

— Oi Romeu.

Qual é? Com quem mais eu poderia puxar papo? Estou me sentindo agredida com o olhar da ruiva, e Rafael parece estar arquitetando um plano para me ferrar. Só para variar o invariável. E inevitável.

— Oi minha alma gêmea. E aí, sonhou comigo?

Estou com uma dúvida terrível. Será que ele está falando sério mesmo?

— Sim, pesadelo.

Ele abriu a boca chocado.

— Estávamos nos casando, e alguém nos interrompeu! Foi isso, não foi? Meus Deus, que horror! Eu também teria ficado arrasado.

Se eu andei cheirando leite ninho em pó, esse cheirou chocolate em pó. Nem nos meus piores momentos eu falo o que ele fala.

— É...

E o assunto morre aí.

— Você é a Adelina, não é mesmo?

Olho para Rachel, que me fulmina.

— É o que me disseram.

Ela parece rosnar. Cruzes.

— Você se acha engraçadinha, não é mesmo?

— É difícil eu me achar engraçadinha. Sabe, pessoas engraçadinhas, como você, são destituídas de estrogênio. Eu sou superdotada nesse ramo.

Ouço Rafael engasgar com o suco de laranja, mas opto por ignorar. A garota peg o que tem mais próximo de si, que por acaso é a dobradura muito mal feita, mas pronta, de Romeu. Ela simplesmente aperta o guardanapo, o amassando de forma quase demoníaca. Por sorte, não sei de quem, um garçom chega para anotar os pedidos. Peço qualquer coisa, e fico admirada ao perceber que os adultos ou idosos, tanto faz, não perceberam a tensão no lado de cá, onde os jovens estão com os hormônios em crise.

— Afinal, o que é esse jantar?

Me dirijo para Rafael, pela primeira vez no dia.

— Eles são amigos antigos e íntimos, e fazem essa janta uma vez por mês. E sempre resolvem arrastar pobres jovens consigo, para poder nos ensinar as melhores coisas da vida.

— Que bizarro.

— Nem tanto. Se for analisar, o restaurante é incrível. E eles servem uma sobremesa... Delícia dos deuses, é esse o nome, e o significado também.

Caramba, nem acredito que acabei de travar um diálogo civilizado com o ser, sem voar nada.

Nessa hora chega nossos pedidos. Olho para meu prato e me dou um tiro mental. Verde, é assim que meu prato está. Completamente verde. Salada e mais salada. E só salada.

— Você come isso?

A ruiva possui uma expressão de nojo no rosto.

— Eu me distraí contigo, enquanto você tinha aquela crise ridícula com o guardanapo. Deve estar muito carente, para ficar alisando assim o coitadinho. Já eu — passo um braço por cima dos ombros do meu inimigo, que engasga pela segunda vez com o suco — estou muito bem acompanhada, não é mesmo meu Rafinha?

Ele ergue as sobrancelhas, que parecem sumir de sua testa. Me olha como se dissesse: o que deu em você, maluca?

Eu posso odiá-lo, mas não fui com a cara dessa biscate, que me fez pegar um monte de mato verde.

Ela não se controla e joga sua água na minha cara. Agora, o povo de lá notou a tensão aqui.

Conto até três, não para me acalmar, mas para me preparar para o ataque.

Agarro seus cabelos de fogo por cima da mesa mesmo, enquanto ela solta um grito agudo. Sinto sua mão contra meu rosto, o que apenas aumenta minha ira. Chuto por baixo da mesa e me deleito quando ela geme de dor. Muito cedo sinto mãos na minha cintura me puxando para longe. Romeu segura uma Rachel possessa, enquanto Rafael usa toda sua força em mim.

Todos no restaurante nos encarram perplexos.

— Adelina! Eu não acredito nisso!

Olho constrangida para minha vó, que parece verdadeiramente braba. Até suas bochechas estão vermelhas.

Baixo a cabeça e paro de lutar contra Rafael.

— Rachel, você está de castigo.

Um homem de terno e cabelos grisalhos olha para a garota de forma autoritária. Ela se encolhe.

— Parece que vamos ter que cancelar o jantar, por causa de vocês...

— Não — ouço Rafael falar atrás de mim, e quando sua voz chega até mim, acompanhada de seu calor, me arrepio — eu levo Adelina para casa e Romeu leva Rachel. Assim vocês podem terminar aqui.

Todos parecem concordar, e então sou puxada pelo braço por Rafael.

— Mas eu nem tinha chegado à parte boa ainda — choramingo — eu pretendia jogar aquele mato verde nela e dizer: pasto para uma vaca.

— Caminha, Adelina.

Ele me empurra, e eu me apresso.

Todo o trajeto é banhado em silêncio, e quando chegamos ao apartamento, Rafael fala ligeiramente com André, e depois entramos no elevador.

Mais silêncio.

A porta se abre e ele me acompanha até à entrada do apartamento da vovó. Rafael mexe no molho de chaves até pegar uma chave pequenina e abrir a porta sem maior dificuldade.

— Emergências. — Ele explica resumidamente.

— Hnm.

— Olha, sinto muito pela Rachel.

— Não, tá tudo bem, você não deve falar mal de sua namorada.

— Ex.

— Hnm?

— Ex-namorada.

Dou um meio sorriso.

— Agora é ex? Não faz muito tempo que você estava correndo atrás dela.

Ele dá de ombros despreocupado.

Congelo quando ele se aproxima, e cola seus lábios nos meus, causando um salto olímpico no meu peito. Depois encosta o nariz no meu pescoço.

— Isso absolutamente não é uma trégua, ok? Nem nada do tipo — ele sussurra contra minha pele nua.

Concordo tonta.

— Ainda somos inimigos — murmuro.

— Jurados — ele complementa.

— Declarados — finalizo.

Ele concordada, e com um último beijo, vai embora.

Agora me digam, que tipos de inimigos ficam trocando beijos e sussurros?


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Notas finais do capítulo

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