Prelude To Death escrita por Higor M Quinto


Capítulo 3
Loucuras da Madrugada


Notas iniciais do capítulo

Não sei se ficou bom e sei que estou um pouco atrasado. Estive viajando muito e tal, problemas pessoais. Bem, só espero que gostem mesmo e continuem comigo seguindo os passos de Daniel, já que não obedecemos o aviso inicial. -q



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*Início da Gravação*

Guapirama – PR

Sábado, 11 de Outubro de 2014 02:21 A.M

Aquele cheiro pútrido que me despertara do meu sonho. O peso daquele cadáver sobre mim fez minha barriga ficar dormente e dolorida. Ele fedia e era pesado. Quando fui retirar ele de cima de mim escutei algo que me fez mudar de ideia. Escutei passos, pesados passos. Parecia que vinha se arrastando aos poucos. Vi um zumbi entrar no quarto e fiquei imóvel. Ele ficou farejando o ar e fez um barulho semelhante a um grunhido. Entrou no banheiro e ficou olhando em volta, enquanto eu movia lentamente minha mão e com cuidado até a katana, para não fazer barulho. Toquei a katana e a puxei. Ela fez um forte estalo quando ela se desprendeu da sua bainha e o zumbi se virou rapidamente, olhando para mim e fazendo-me cessar qualquer movimento. Ele se aproximou da cama e começou a me farejar. Aproximou seu rosto, mantendo-o perto do meu. Eu via seu rosto roxo e em decomposição muito bem. Prendi a respiração e graças a minha habilidade de ficar vários minutos sem precisar de oxigênio, acabei me salvando. Ele gemeu, parecia que de raiva, e se afastou alguns passos, ainda me olhando. Eu estava tenso. Comecei a suar e ele começou a se agitar. Num milésimo de segundo – momento que decidira o mais rápido -, joguei o cadáver que estava em cima de mim para o lado e puxando a katana com força e em silêncio, cortei-o no meio do seu nariz, matando-o sem ao menos ele perceber o que aconteceu. Meu braço doía pela força, mas compensou, pois o golpe fora tão rápido que nem a lamina se sujou de sangue. Guardei a katana na sua bainha e bati minhas roupas, limpando-as. Quando estava saindo da casa, comecei a sentir uma fome. Fui para a cozinha e revirei os armários. Achei vários enlatados ainda dentro da validade. Abri todos, joguei num vasilhame que eu lavara e comi. Bacon, milho, ervilhas, batatas, feijoada. Tudo em conserva. Comi tudo misturado. Para que modos quando se está comendo sozinho e num apocalipse zumbi? Comi muito bem. Achei umas garrafas de refrigerante na geladeira. A única fechada e ainda dentro da validade fora um de limão. Ótimo. Bebi tudo e depois de limpar tudo, sai da casa. Sai andando pela Rua da Júh e virei a direita, subindo em direção a um mercado e para trás da Igreja/Praça, lugar que estava infestado de zumbis. Chegando a esquina do mercado – um mercado já fechado. O aberto ficava um pouco mais para frente -, dei uma espiada na praça. Ainda havia um numero considerável de zumbis contáveis. Fiz uma estimativa – que estava terrivelmente errada – de 500 zumbis. É eu estava tendo esperanças. Virei à esquerda, descendo por uma rua e depois à direita, subindo outra. Meu alvo era a delegacia. Eu precisava de armas de fogo, afinal, não poderia sobreviver apenas com uma katana. E se eu a perdesse durante uma fuga ou algo assim? O que eu faria? Afinal, que custava? Precaução nunca se é algo demais. Depois de mais algumas ruas vazias, chegara à frente da delegacia. Para minha surpresa, o portão estava com um cadeado. Que beleza. O portão era um pouco difícil de escalar e achei que se eu arrombasse o cadeado, os zumbis da praça não ouviriam. Saquei a espada e a enfiei no cadeado, forçando-o para baixo. Depois de muito esforço ele cedeu, fazendo um barulho ecoar pelas ruas vazias. Fiz silêncio, prestando muita atenção para ver se escutava algo. Nada. Abri o portão e entrei. A porta da delegacia estava aberta. Quando entrei, estava tudo revirado. Mesas, cadeiras. Havia varias celas abertas, todas obviamente abandonadas. Eu já estivera ali de visita e sabia onde ficavam as armas. Fui para uma salinha nos fundos e todas as estantes estavam vazias. Só havia um pequeno armário com grades trancado e algumas armas lá dentro. Aproximei-me, tentando ver que armas tinham lá dentro, mas os buracos da grade eram muito pequenos, impossibilitando a identificação de algo. Escutei ruídos, grunhidos e rosnados. Um calafrio desceu por toda a extensão da minha espinha. Virei-me rapidamente colocando a mão no punho da katana, retirando um pouco a sua ponta, pronto para sacar. Dois Pitbulls grandes, musculosos e manchados de sangue. O maior dos dois estava com a jugular rasgada. O outro estava com o peito aberto na área do coração. Eles encararam-me, rosnando e babando uma saliva negra. Saquei a espada. O brilho da lamina fez com que eles recuassem um pouco. Apenas um pouco. O coitado com o buraco no coração avançou para cima de mim. Num gesto mais de desespero do que de habilidade, chutei-o com tal força, que ele foi arremessado para fora da sala, batendo no outro Pitbull e levando-os para fora. Larguei a katana no chão e corri para a porta, batendo-a na hora em que os dois se chocavam contra ela. Ela quase abriu, mas me apoiei numa estante e consegui fechar. A chave estava ali e a tranquei. Os cachorros tentavam arrombar a porta com seus corpos. Peguei a katana e a enfiei no chão, travando ainda mais a porta. Escutei mais barulho de cães. Bateram todos ao mesmo tempo na porta, que começou a rachar e a ceder. Mais um choque de corpos e um dos parafusos saltara para fora. Eu estava desesperado. Fui até o armário com as armas, mas estava trancado com um cadeado. Tentei força-lo, mas era muito fraco para conseguir. Fiquei mais desesperado ainda ao ver um pedaço da porta cair ao chão. Vi todos os cães. A maioria Pitbull, o ultimo deles um Pastor Alemão. Seis ao todo. Corri os olhos pela sala e vi um molho de chaves. Peguei-o e tentei abrir o cadeado desesperado. Uma, duas, três tentativas e nada. Minhas mãos tremiam. Deixei o molho de chaves cair. Eles já haviam arrombado a porta. Só minha katana segurava aquele pobre pedaço de madeira. Achei a chave e abri o armário. Vi várias armas e peguei uma pistola. Era um revolver calibre .38 SPL, um Taurus. É eu conheço armas. Verifiquei seu tambor. Carregada. Engatilhei, esperando o momento de atirar. Aconteceu tudo em milésimos de segundo. A porta caiu e imediatamente os cães pularam sobre mim. Atirei duas vezes, matando os dois Pitbulls de antes. Rolei para frente e os outros quatro bateram na parede, ficando atordoados. Levantei-me e atirei na cabeça de cada um. No ultimo cão, o pastor, eu pisara em sua cabeça para mirar melhor e atirara. Fiquei um tempo com a arma apontada para a cabeça dele. Depois andei até o armário e o olhei. Ele tinha duas Pump CBC 12 – as famosas 12 -, um rifle de caça com mira e mais três revolveres .38. Peguei tudo e joguei numa mochila que estava lá dentro, juntamente com toda munição que achei. Peguei a katana e a guardei na bainha. Corri para fora da delegacia. Os tiros haviam atraído os zumbis da praça e mais alguns outros para essa rua e já estavam pertos de mim. Ainda segurando a minha .38 em uma mão e a katana na outra, comecei a correr, descendo a rua. É mito que os zumbis são lentos. Alguns são, pois machucaram os pés. O resto, correm uma maratona sem se cansar. Pareciam mais rápidos que um humano normal. Quando eu estava perto da esquina, um deles saltou contra mim, querendo me agarrar. Virei a Rua no ultimo segundo e ele passou voando direto. O restante, fizeram a curva derrapando, escorregando e caindo. Eu teria rido, senão estivesse desesperado para sobreviver. Eu não fazia ideia de como escaparia disso. Estava fodido, literalmente. Várias vezes eles pularam sobre mim, mas eu conseguia me esquivar por um milagre. Virei mais algumas ruas e encontrei uma moto. Os zumbis estavam a uma boa distancia e eu estava disposto a parar e tentar ligar ela. Eu estava arfando, sem ar. Estava fora de forma. Cheguei até a moto e pulei nela. A chave estava ali juntamente com a mão do antigo dono. Peguei sua mão fria e girei a chave. A moto pegou na hora. Sai com ela derrapando e graças a algumas aulas que um tio uma vez me dera quando tinha 10 anos, não cai. Sai acelerando feito louco e cheguei há “avenida” em instantes. Virei à direita, querendo voltar para casa. Cheguei até o posto em segundos. Nem desliguei a moto, joguei-a no chão e deixei ligada. Corri até a parte de trás da minha casa e com habilidade, pulei o muro, me ralando um pouco. Encostei-me a parede, arfando e tentando controlar a respiração. Entrei na casa e fui para a sala. Tirei os sapatos antes de pisar no tapete – mania velha – e joguei todo o conteúdo da mochila nele. Organizei as armas para um lado e as balas para outro. Eu tinha 64 balas para as 12, aproximadamente 600 balas para os .38 – não iria contar uma por uma, não sou louco – e 50 balas para o rifle. Era uma boa munição inicial num apocalipse. Acho que até levei sorte. Olhei para o relógio. Já era 05h34min A.M. Eu precisava dormir um pouco. Deixei as coisas ali no chão mesmo e fui para o quarto. Tirei a camiseta suada e me deitei, pensando. Eu precisava ir em frente logo, sair logo daquela cidade. Mas antes, os zumbis precisavam de uma festinha de despedida... Com muitos fogos de artifício.

*Término da Gravação*



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Notas finais do capítulo

Bem, é isso pessoal! Comentem a história, isso me anima a escrever! õ/