Conectados escrita por Nathalia S


Capítulo 17
XVI- Verdades bêbadas


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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No dia seguinte ao ''incidente'' com o ônibus, Rafael tratou Agatha de forma estritamente profissional. Falou com a jovem apenas quando era realmente necessário e almoçou em sua sala, para não correr o risco de encontrá-la em algum restaurante das proximidades.

Agatha trabalhou o dia todo de forma concentrada. Percebera o tratamento frio que estava recebendo de Rafael e, por mais que aquilo a agoniasse, não podia negar que merecia e deveria agradecer por aquilo.

Depois de um exaustivo dia de trabalho, Agatha optou por ir à um bar que havia perto da empresa. Era um local simples, mas elegante e aconchegante, com boas músicas. A moça nunca tivera o costume de beber, mas estava realmente necessitada de um pouco de álcool naquele dia. Seus músculos estavam tensos e ela sabia que existiam duas formas dela relaxar: com uma massagem, o que era impossível, já que ela não conhecia ninguém intimo o suficiente para lhe prestar um favor desse, e beber, que era, naquele momento, a melhor alternativa.

Assim que entrou no bar, a jovem sentou-se em uma mesa afastada. Logo fez seu pedido a um garçom. Não estava com fome, só com vontade de beber. Estava enchendo seu terceiro copo quando alguém sentou-se em sua frente. Os olhos da jovem arregalaram-se um pouco. Sua primeira pergunta mental foi: ''O que Rafael está fazendo aqui?''

A verdade é que Rafael saíra antes que Agatha da empresa. Pensara em ir embora, mas ao receber um telefonema de Kate, perguntando-lhe se ele estava em casa, resolveu mentir dizendo que teria de trabalhar até mais tarde. Não estava com paciência para mulheres naquele dia. Não estava...até ver Agatha entrando no mesmo bar em que ele resolvera passar um tempo, para o caso de Kate ir até seu apartamento ver se ele realmente não estava em casa. Por um momento, ao ver a senhorita Jeicks entrar no bar, pensou que ela fora atrás dele. Mas ao ver que ela nem reparara em sua presença no local, ficou observando-a enquanto bebia.

O organismo do jovem Suvens já era bem acostumado a alta quantidade de álcool, mas naquela noite ele excedeu tudo o que já havia bebido anteriormente. Nunca Rafael saberia dizer se foi até a mesa de Agatha porque queria ou porque a bebida o impulsionara aquilo. Ou talvez fosse uma mistura dos dois...dizem que a bebida nos dá coragem para fazer coisas que nunca faríamos sóbrios, ela revela nossos mais profundos desejos. Talvez tenha sido isso que sucedeu-se a Rafael.

-Rafael? O que faz aqui? - Perguntou Agatha, depois do choque inicial de vê-lo naquele bar.

-Vim falar com você, minha linda! - Afirmou ele. Agatha sentiu-se levemente incomodada com a situação. Afinal ele passara o dia todo ignorando-a e quando tomava coragem de falar com ela...estava bêbado.

-Vá embora, você está bêbado!

-Vai me expulsar assim de sua vida? - Perguntou ele.

''Pelo menos, diferente da maioria dos bêbados, ele fala baixo'', pensou Agatha.

-Não estou expulsando-lhe de minha vida Rafael, apenas acho que deveria ir embora descansar.

-Eu irei só se você for comigo. - Disse ele, estendendo a mão por cima da mesa e acariciando a face da jovem. Ela afastou-lhe a mão.

-Você não sabe o que está falando. - Disse Agatha.

-Sei sim. Eu sei que te amo! Sempre te amei, Kate nunca foi nada para mim sabe...quero dizer ela é uma amiga muito boa, se é que me entende, mas nunca será mais do que isso!

Agatha não conseguia entender direito aquela conversa. A voz de Rafael estava um pouco enrolada, mas não era por isso que ela estava confusa. Ele acabara de dizer que à amava. Tudo bem que ele estava fora da casinha, mas ele dissera aquilo à ela. Mas a dúvida que mais preenchia sua mente era:

-Quem é Kate? - Perguntou ela, em voz alta.

Rafael olhou-a surpreso, como se não acreditasse que ela estava lhe fazendo uma pergunta daquelas.

-Como que você não sabe quem é Kate? - Aquela pergunta irritou-a.

-Não sou obrigada a saber o nome de todas as mulheres que você leva para a cama.

-Não precisa ficar com ciumes amor, você pode ser a única se quiser. - Falou Rafael, rindo bobamente e acariciando o rosto da jovem novamente. E ela afastou-se de novo.

-Só quero saber quem é Kate!

-Kate é a mulher que estava comigo na festa da empresa. - Respondeu ele, dando-se por vencido. - É a garota que você me viu beijar no dia da formatura.

Agatha não conseguiu conter seu olhar de incredulidade. Como assim a vadia que havia roubado seu anjo era a mesma vadia daquela festa?

-Parece surpresa. - Falou Rafael, tentando mais uma vez acariciar a face da garota. Ela escapou novamente.

-Impressão sua. - Respondeu ela, fingindo indiferença e levantando-se. - Venha, vou lhe levar para casa.

Rafael levantou-se, mas suas pernas cederam e ele quase caiu ao chão. Por sorte Agatha segurou-o e amparou-o até a rua.

-Onde está seu carro? - perguntou Agatha, torcendo para que ele se lembrasse de onde o estacionara.

-Está na empresa. -Respondeu Rafael, quase caindo e quase derrubando Agatha também. Ela firmou as pernas e o manteve de pé.

-Vamos de taxi então. - Falou a jovem Jeicks, ao ver um taxi estacionado a poucos metros dos dois.

Com um pouco de dificuldade a moça colocou Rafael em um dos bancos traseiros do carro e depois sentou-se ao lado dele. Por sorte ele lembrava-se de seu endereço, e Agatha pediu que o taxista o levasse embora primeiro.

Quando chegou no belo prédio onde Rafael morava, Agatha não pode evitar um suspiro. Aquele lugar era um sonho. Mas, acordando de seus pensamentos, ela ajudou o rapaz a sair do táxi e entregou-o ao porteiro do prédio, que o levaria para seu próprio apartamento. Depois voltou ao taxi e forneceu seu endereço.

Assim que chegou em seu lar tomou um banho. Queria tirar o cheiro de Rafael que ficara entranhado em sua pele. Após o banho, deitou-se, mas não dormiu logo. As coisas que Rafael haviam lhe dito não saiam de sua cabeça. Desde o fato de Kate ser a mesma garota do fundamental e da festa da empresa-afinal, isso dizia que eles mantinham um relacionamento? - Até o fato de que Rafael havia dito que amava-a.

Por mais que dissesse para si mesma que era idiota e imaturo acreditar em palavras como aquelas...seu coração teimava em querer acreditar. Sabia que aquilo não tinha futuro. Mas desejava que tivesse.

Por um momento em sua vida vira-se livre de Rafael. Haviam sido os melhores anos de sua vida, mas foram incompletos. Em seu íntimo sabia que Rafael era o que faltava para ela completar-se, mas nunca admitiria aquilo, já era difícil admitir para si mesma, imagina para outra pessoa.

Antes de adormecer perguntou-se por que aquilo ocorrera. Por que ele tivera de ser o filho do chefe dela. Seria tão mais simples se ela voltasse para a cidade e nunca o encontrasse. Mas o destino não quisera que aquilo ocorresse.

''Parece que o destino teima em conectar nós dois.'' Esse foi o último pensamento de Agatha, então ela adormeceu.


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Notas finais do capítulo

Comentem meus fantasminhas, juro que não mordo. kkkk.
Beijos. *-*



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