P.O.V Sam

Fui até o banheiro e respirei fundo. Calma, Sam, tudo vai dar certo. Aja como o Freddie... Joguei um pouco de água no rosto, e tentei relaxar, mas não conseguia. O relógio marcava que faltavam trinta minutos para eu ir para a escola, e era obvio que não era muito típico de Freddie se atrasar. Antes, tinha me dado uma vontade tremenda de fazer xixi... Porém, eu não tinha a menor noção de como fazer isso. Tentei imaginar por um instante como é que os garotos fazem (o que não foi difícil, porque eu já passei três horas em um banheiro masculino) e comecei a desabotoar o botão da calça do pijama do Nerd. Uma cueca Box azul-marinho estava por baixo, e era confortável, como eu sentia falta disso (sim, eu já usei cueca Box)... Abaixei a cueca e me espantei com a quantidade de pelos e o tamanho do membro. Era enorme! Caramba, o Lesado escondia uma baita cobra aqui em baixo! Não era hora de analisar isso, segurei firme e mirei no vaso, tentando não espirrar xixi para fora do vaso. Quando eu pensei que tinha acabado, já ia devolver a serpente para o seu devido lugar, mas tive uma surpresa, a pobre coitada não tinha eliminado tudo que pretendia! Acabei mijando toda a cueca dele. Ótimo. Tentei me secar o máximo possível.

Voltei para o quarto.

Peguei uma roupa que imaginei que Freddie usaria e vesti rapidamente. Cuequinha de super-herói? Pelo amor do Presunto...

- Rápido com isso, meu bem. – falou a mãe do Freddie, tentando não parecer nervosa.

Respirei fundo e abri a porta do quarto. Agir como o Noob. Agir como o Noob...

- Bom dia, mamãe! – eu falei, abrindo os braços, apesar de ter medo dessa mulher macabra.

- Ora, ora, ora. Vejo que alguém acordou de muito bom humor por aqui, não é? – ela disse, vindo para o abraço também. Ai, senti algo gelado em minha nuca...

- O que é que...? – eu ia perguntar, mas então eu li o rótulo: A doida estava com um tubo de pomada em uma das mãos que dizia: “Pomada para a nuca. Evite bactérias em sua nuca e deixe-a com um cheiro delicioso de amora: Tudo isso em um produto só!” A outra mão esfregava minha nuca. Tentei fugir da mão de pomada mas ela era tão rápida quanto uma cobra.

- Mãaaaaaaaae... Para com... Isso! – eu exclamei, finalmente me afastando dela e de sua mão ágil de pomada. – quem iria cheirar minha nuca? – eu perguntei, realmente curiosa pela resposta. E tinha outra coisa que eu estava curiosa para saber: Será que eu estava me passando por um bom Freddie?

- A sua namoradinha que você viu ontem à noite, seu bobinho! Você pensa que eu não sei quando garotos ficam felizes assim, de repente? – ela disse, passando a mão nos fios Freddonios* Mistura de Freddie com medonhos, apesar do Freddie já ser medonho.

- Eu não sei do que você está falando. – eu disse, olhando para o chão.

- Sei... Freddie anda meu amor, você vai se atrasar! Não se esqueça do protetor solar de unha, não vamos querer raios ultravioleta manchando suas unhas outra vez, não é?

Outra vez? Meu Deus, o que há de errado com Freddie...

Ignorei o comentário e assenti, como se eu fosse ele. A mãe abriu um sorrisinho, e me entregou um tubo, que por sua vez lia-se: Protetor Solar para a unha fator 100 fp. Protege das irradiações solares Ultravioletas. Peguei o tubinho e coloquei na parte da frente da mochila, como se eu fosse usar.

- Tchau, mãe. – eu disse. – tenho que ir.

- Calma, querido! A mamãe leva você!

- Tudo bem. – eu falei.

A viagem até a escola foi um tanto chata. Muitas músicas infantis e conversas. Agh, como eu odeio conversar de manha. Mas ao invés de resmungar, dar foras e ficar brigando, como eu faço com a minha mãe, eu nem prestava atenção na Sra. B. Eu só assentia e dava um sorrisinho. Depois do que se pareceram anos ela decretou:

- Chegamos, meu amor! Boa escola, qualquer coisa liga para a mamãe, ok? – eu fiz que sim com a cabeça, já saindo do carro, mas então ela pegou minha mão e falou relativamente baixo – Freddie, querido. Me escute: Fique longe dela, entendeu? Você não pode namorá-la.

Eu arregalei os olhos quase que instantaneamente. Será que ela falava de... De mim? Mesmo assim, como ela sabia?

- D-Do que você está falando? – eu perguntei ainda chocada.

- Da loirinha. Eu vi você saindo do prédio com ela ontem. Eu não sou tonta, Freddinho... – não, tonta não, só desequilibrada. Essa doida estava nos bisbilhotando. Ah meu Deus, será que ela...? – Mas eu não vi o que aconteceu depois do abraço, seu avô me puxou para dar janta a ele, pois ele me disse que você não deu...

- Certo, mãe. Tchau! – eu disse, pondo fim nesse assunto estranho.

Ela falou algo do tipo “Estou de olho em você”, porém, eu não consegui entender muito bem, mas deve ter sido isso. Entrei na escola e fui direto procurar Freddie, no caso, me procurar.