Our Forbidden Love escrita por Mah


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

eu tive MUITOS problemas para terminar esse capítulo, porque empacava em uma parte ou outra, por isso, provavelmente está ruim
tenho umas coisas para avisar:
* ainda vai ter mais partes com a Luísa
* a história logo vai focar em Niam
* logo terá mais partes da vida do Harry antes de ser adotado
* tem muitos "---" para não ficar maior do que já está, afinal, tem 4000 palavras ._.
* desculpa pela falta de criatividade do capítulo, tentarei compensar depois
bjbj :*



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- C-Como assim? - Zack perguntou, tentando consolá-la, o que não funcionada pois a menina não conseguia parar o choro.

- Eles tiveram um acidente. Um carro ia ultrapassá-los e bateu em um caminhão, então não deu tempo para meu pai freiar e eles morreram, assim como os outros dois motoristas.

- Meninos, deixem-a comigo. - Minha mãe falou, trazendo um comprimido em sua mão. - Tome-o, você precisa descansar. - E assim que ela fez isso, o moreno deixou-a no meu quarto.

Assim que ele voltou para a sala, Haylor e Harry o acompanhavam. O clima estava tão triste que não sabíamos o que dizer.

- Vocês precisam estar ao lado dela. Isso tudo vai pesar muito na vida dela agora. - Minha mãe disse, nos olhando. - E você, Zack, terá de dar muito carinho, além de compreender se ela não quiser falar sobre os sentimentos em relação à família. - Ele assentiu com a cabeça.

Ouvimos um toque soar e eu olhei ao redor, esperando que alguém atendesse.

- É o dela. - Ele falou e pegou-o. - Alô?... É o Zack, namorado dela... Sim, mas está dormindo... Claro, eu digo que você ligou... Sinto muito... Obrigada, tchau. - E desligou. - Era a vó dela. - Explicou.

Nos sentamos no sofá e ficamos em silêncio, cada um em seus pensamentos. Posso dizer, sem hesitar, que ficamos mais de uma hora ali, parados, encarando o nada.

Ouvi passos baixos e olhei na direção que vinha. Era ela. Seus cabelos loiros estavam bagunçados, seu rosto vermelho e uma expressão de extremo sofrimento. Chegava a dar pena de olhar.

- Amor... - Zack foi se levantando rapidamente, indo até ela e abraçando. - Sua vó ligou. - Em um momento ela deu um pulo.

- Meu irmão. - Falou com pressa. - Preciso do meu telefone. - E logo Hayley entregou a ela, já que estava mais perto. Em dois segundos discou algum número. - Oi? Sim, sou eu... Como o Jake está?... Meu Deus, eu preciso vê-lo... Podem vir me buscar? - Assim que falou isso, minha mãe estava passando e disse que podia levá-la. - Onde vocês estão?... Ok, já chego aí.

- Ele está bem? - Perguntei, curioso.

- Não, ela me falou que ele não diz nada desde que contaram. 

- Sinto muito. - Falei e ela deu um sorriso fraco.

- Querida, vamos lá. - Minha mãe falou.

- Posso ir? - Zack perguntou.

- É melhor não, amor. Mas assim que eu puder, vou voltar aqui. E, se der, trago meu irmão para vocês conhecerem. - Tentou parecer bem, mas todos notaram que não estava. Deu um beijo rápido nele e as duas saíram.

- Não fiquem assim, temos que parecer bem para apoiá-la. - Hayley disse, se levantando.

--

Havíamos chamado Nick e Luke para ajudar a levantar nosso ânimo, porém todos permaneciam em silêncio, menos uma vez ou outra que alguém comentava uma besteira.

Harry estava no seu mundinho próprio, mas, por conta de estar ao meu lado, às vezes mexia na minha mão, fazendo carinhos discretos.

- Queridos, eu trouxe um lanche para vocês. - Minha mãe falou com uma bandeija. Deixou-a na mesa de centro e logo começamos a comer. Isso sim nos fez conversar, nem que por pouco tempo, pois logo a campainha tocou.

Apesar de não ser o dono da casa, Zack se levantou rapidamente. Eu deixei-o ir atender, até porque estava com preguiça de levantar.

A porta de entrada ficava dentro da salinha que estávamos, então pude ver que era a loira entrando. Na verdade, ela não quis entrar de início, mas ele a "forçou".

Todos olhavam o casal, curiosos e com certa pena, esperando para ver o que aconteceria.

- Eu... Eu... - Ela foi começar a dizer e as lágrimas já caíam. O moreno a fez sentar em uma cadeira que estava perto deles e beijou sua testa, olhando-a com paciência. A menina respirou fundo. - Eu vou me mudar.

Posso dizer por todos que ficamos sem reação alguma.

- N-Não entendi. - Ele disse.

- Eu e o meu irmão vamos morar em New York com a minha vó. - Falou enquanto limpava suas lágrimas. Uma hora ou outra um soluço 'pós choro' era ouvido, mas agora ela estava mais calma. Triste, mas calma.

- Mas porque?

- Não tem mais quem cuide de nós dois...

- Você vai me deixar? - Ele perguntou. Tenho certeza que também estava se contendo para não chorar e isso nos deixava mal também. Eu não queria ver nenhum dos dois tristes.

- Eu não posso fazer nada.

- Como não pode fazer nada?! Você pode ficar! Você pode não me largar! - Ele praticamente gritou, irritado. Eu olhei ao redor, esperando que alguém dissesse algo.

- Hey, não fique assi... - Antes do Harry terminar, ele se virou, bravo.

- COMO SE VOCÊ SOUBESSE COMO É SER ABANDONADO! - Tenho certeza que eu teria me metido, se a cena asseguir não tivesse acontecido. Luísa, perplexa com o que ouviu, se levantou, ficando frente a frente com ele.

- Olhe com quem está falando. Você acha que ele não sabe como é isso? E se não soubesse, quem é você para dizer algo! Pensa que eu quero ir?! - Disse irritada. - Pare de olhar para si mesmo e note que nem tudo é como queremos. - Dito isso, saiu pela porta.

Todos ficaram em silêncio.

- Acho que eu vou ir para casa. - Ouvi Harold murmurar para mim. Eu segurei seu braço, mas ele se desfez da minha mão. Eu senti que estava magoado, não comigo, é claro.

- Eu não acredito que você falou aquilo. - Falei em um tom acusador assim que vi o cacheado saíndo.

- E-Eu... Me desculpe. - Colocou a mão na cabeça e se sentou na mesma cadeira ocupada por ela alguns minutos atrás. Me levantei e fui até ele, abraçando-o.

- Vai ficar tudo bem.

- Não vai, eu estraguei tudo.

- Ela vai te perdoar, só está chateada. - Hayley falou.

- Preciso conversar com ela. - E foi se levantando.

- Não, espere um pouco. Agora ela deve estar brava.

- Que tal ir pedir desculpas ao Harold primeiro. - Luke sugeriu.

- Vamos lá, eu vou contigo. - Falei.

- Então nós vamos indo para casa. - Nick disse, dando a entender que Luke iria junto.

- Eu vou com vocês, ainda não ensinei Matemática para o senhor de cachos. - Hayles disse.

Nos despedimos, eu avisei minha mãe e saímos a pé até a casa dos Jane.

Assim que chegamos, pude ver Elizabeth vindo em minha direção rapidamente.

Moooooooooooooooi. - E abraçou-me. - O que a vadia e o indiano fazem aqui?

- Vadia é... - Antes da Hayley terminar, Zack tapou sua boca.

- Já falei para não chamá-los assim. - Disse irritado.

- Ok, me desculpe.

- Onde o Harold está? - O moreno perguntou, ignorando-a.

- No quarto dele, eu acho. - Deu ombros.

- Podem ir, mais tarde eu vou. - E, ao me ouvirem, foram entrando.

- Porque o i... Zack está com aquela cara?

- Os pais da namorada dele morreram e ela vai se mudar.

- Então eles vão terminar.

- Claro que não, dá para manter um relacionamento em distância.

- Óbvio que não, ele vai trair ela.

- Não necessariamente.

- Você nunca iria me trair, não é? - Perguntou me encarando. Sabe aquele remorso? Pois é, eu estava sentindo e não era nada bom.

- Não vou, é claro.

- Eu sei que não, só estava garantindo. Confio em você. - Sorriu. Minha consciência estava me xingando de tudo que era possível. - Vamos entrar, moi.

~~POV HAROLD~~

Me joguei na cama. Só queria pensar um pouco. Nem tanto no Zack, até porque eu entendia que ele estava irritado e por isso falou aquilo. Eu tive minha vida inteira para filosofar sobre minha família verdadeira e porque merdas eu fui para um orfanato, então aquilo não fez grande diferença na minha cabeça. Eu sabia que tinha sido abandonado, então porque eu ficaria chateado por ouvir isso de outra pessoa?

O que realmente me deixava preso nos meus pensamentos era aquele menino de olhos incrivelmente lindos e azuis. Aquele beijo. Posso dizer que não consigo tirá-lo da minha memória e estou disposto a repetir a qualquer momento.

Sei que ele namora minha meia irmã, então seria arriscado, mas foda-se ela. Eu gosto dele. G-O-S-T-O, não amo. Aliás... Eu espero que não o ame ou estaria ferrado. Completamente ferrado.

- Podemos entrar? - Ouvi uma voz familiar e antes mesmo de concordar, a porta já estava sendo aberta. Era Hayley e Zack. Ela se aproximou da minha cama e se sentou próximo dos meus pés, já o menino preferiu ficar em pé. Ele olhava para o chão, envergonhado.

- Eu... sinto muito, não deveria ter dito aquilo. - Disse rapidamente.

- Ah, fique tranquilo. - Sorri de canto. - Imaginei que era porque estava bravo.

- Já me perdoou? - Perguntou surpreso.

- Claro que sim. Agora vá pensar em um modo de fazer com que ela volte a conversar contigo.

- Eu já tive uma ideia, tenho que ir para casa. - Sorriu animado. - Obrigada por me desculpar, tchau, Hay. - Falou rapidamente e saiu. Olhei para ela que riu. Fiquei sem entender, mas logo notei que ela ria de qualquer coisa.

- Eu vou te ensinar matemática. - Sorriu. Ela era muito bonita do seu modo (http://24.media.tumblr.com/tumblr_mb2ixjc3Rg1ryha0wo1_500.jpg) e parecia que nos daríamos bem. Me levantei e puxei uma cadeira para ela sentar. Preferi ficar deitado na cama, mas dessa vez olhando para ela.

- Como quer começar?

- Não tenho ideia. Que tal se nos conhecermos melhor?

- Pode ser. Você começa.

- Ok, vamos fazer assim, eu pergunto algo e você responde com uma história, então você me pergunta algo e eu faço a mesma coisa. - Ela falava tentando deixar claro.

- Entendi. - Pude vê-la sorrindo.

- E tem que ser detalhado. - Acrescentou. - Quer mesmo que eu comece?

- Sim, pode ir contando... Hm... Como vocês começaram a ser amigos? - Perguntei. Sinceramente, eu não estava interessado, mas preferia saber algo que se referia a ele do que um fato aleatório da vida dela.

E lá se foi meia hora da minha vida ouvindo como ela conheceu o Leonard com uns quatro ou cinco anos. Desde então sua amizade foi muito linda e tudo mais. Confesso que eu a invejei. Viver todo esse tempo ao lado dele, compartilhando lembranças e histórias divertidas deve ser o máximo.

- Sua veeez! - Apontou para mim. - Como descobriu que era gay?

- Como sabe que eu sou?

- Minha vez de fazer perguntas! - Eu revirei os olhos.

~~flashback~~

Já havia terminado meu trabalho. Pelo que me disseram na aula, eu tinha sorte por ter apenas 13 anos, porque quando fosse maior, o que eu teria que fazer iria aumentar muito, ao contrário de agora, que eu simplesmente varria ou algo assim.

- Harold, vá continuar varrendo. - Grace falava rigidamente.

- Mas eu já terminei.

- Então vá até o jardim e corte a grama. - 'Pediu' e logo saiu para mandar em outra criança.

Até o sinal tocar, ninguém poderia parar de trabalhar.

Fui andando vagarosamente e logo cheguei. Por sorte não era tão grande assim e seria mais ou menos rápido.

Comecei a cortar a grama com aquele aparelho imenso que fazia um barulho horrível.

- EEEEEEEEI! PAAAAAAARE! - Ouvi um grito e, assustado, me movi desastrosamente, cortando algumas plantas que estavam na frente.

- O que houve? - Perguntei.

- Você iria cortar a minha flor favorita. - Fez biquinho e eu iria brigar com ele por ter me feito estragar as plantas e ainda ter me assustado, mas acabei admirando-o.

- Ah, desculpe-me. - Falei bobo, fitando seu lindo sorriso.

- Sem problemas, qual seu nome? - Perguntou.

- Harold e o seu?

- Não é importante agora. - Deu ombros e eu, hipnotizado como o idiota que sou, nem me importei. - Eu vou ir, mas não esqueça de mim. - E, rapidamente pegou a tal flor -ela era linda como ele- e me entregou.

- Não irei. - Falei, segurando-a com carinho, enquanto ele saía caminhando.

Confesso, fiquei olhando para a porta por onde passou por uns dez minutos, pensando se voltaria, mas logo Grace veio me atazanar para voltar ao trabalho.

- Anh... Tem um menino... Ele é mais velho, acho que um ou dois anos... Loiro de olhos verdes... Sabe o nome? - Perguntei a ela, quando terminei.

- Hm... Não tenho certeza, com essas características encontro vários garotos daqui. - Ela falou como se não fosse nada, mas para mim... Ah, era tudo.

Ok, eu estava bobo. Mas é assim quando estamos apaixonados, tudo parece que dá certo...

Paixão, Harold? Eu encontrei-o hoje apenas. A primeira vista? Que coisa mais de filmes românticos. Clichê demais.

- Porque quer saber? - Ela perguntou me tirando dos devaneios.

- Curiosidade. - Murmurei.

- Bom, o sinal tocou, agora vá se arrumar. Quem sabe te adotem. - Sorriu.

- É. - Dei ombros.

---

Seis meses havia se passado. Eu era melhor amigo dele. Amigo. Que palavra mais chata, idiota e insuportável. Apenas um amigo.

Não era isso que eu queria. Por mim seria seu namorado, amante, o que ele quisesse. Eu estava completamente apaixonado.

- Cria, vamos comer algo? - Perguntou. Cria é o meu 'apelido'. Pois é, geralmente ele não consegue ser muito gentil, é mais para grosso e rude, porém não consigo ficar bravo com ele, muito menos magoado. Até hoje não tivemos uma mísera briga. Aliás, nenhuma vindo da MINHA parte, já da dele...

Só que eu não entendo, são DOIS anos de diferença apenas, ele tem dezesseis e eu catorze, só isso.

- Claro. - Sorri. Ele segurou minha mão e me levou até o refeitório, onde não podíamos entrar de jeito algum antes do sinal. - Como iremos pegar a comida?

- Vamos fazer assim, eu fico de guarda e você corre até a cozinha.

- Ok, me avise se alguém vier. - Falei e fui até lá.

Consegui pegar apenas três pães, nada mais, mas já era algo, então saí e quando iria passar pela porta da cozinha, dois homens me seguraram pelos braços.

- Vamos fazer uma vista à Grace. - Um deles falou.

- EEEEEEEI, ME AJUUUUUUUUUUDE! - Gritei para ele, que sequer foi ao meu encontro. Provavelmente saiu para não se dar mal, mas não o culpo, afinal eu tinha ido e não ele.

Chegamos na sala dela e eles adentraram rapidamente, largando-me em uma cadeira que ficava em frente à mesa.

- O que houve?

- Nos avisaram de que ele estava roubando à cozinha. - Espera, avisaram? Quem fez isso? Não pode ter sido ele. Claro que não.

- Ah, é verdade, Harold? - Perguntou.

- S-Sim. - Respondi morrendo de medo.

- Então sabe que terá sérias consequências. - Falou com pena. - Roubar é algo que não admitimos aqui.

- M-Me desculpe.

- Tudo bem, agora, rapazes... Não sejam tão malvados. - Falou e eles me levaram até meu quarto.

Admito, doeu muito. 'Ganhei' uma surra bonita. Apanhei até chorar e depois saíram como se fosse super normal.

- Ei, Harold, está tudo bem? - Ouvi uma voz vindo da porta. Nem tentei me virar. Meu corpo doía por completo.

- TUDO BEM? CLARO, EU SIMPLESMENTE AMEI SABER QUE VOCÊ CHAMOU ELES E ME DEDUROU, TAMBÉM AMEI SENTIR A DOR DE DOIS HOMENS ENORMES ME BATENDO, FICA TRANQUILO, ESTÁ TUDO BEM! - E pela primeira vez na vida, gritei enraivado com ele.

- M-Me desculpe. - Falou choroso e uma lágrima caiu. - Eu estava brincando, não sabia que iria se machucar ou me odiar, sinto muito, eu sou horrível. - Falou chorando e iria sair, mas eu o chamei.

- Não, não vá, fique aqui comigo.

- Harold... - Hesitou, mas se sentou ao meu lado. - Eu preciso de dizer algo...

- Fale.

- Eu te amo. - Disse e me beijou. Meu primeiro e único beijo pelo menino que estou apaixonado há um ano. Sou sortudo ou não?!

- Eu também. - Sorri bobo.

- Quer namorar comigo?

- Sim, é o que eu mais quero. - Falei rindo. Sim, eu comecei a rir de tanta felicidade.

---

- Ei, o que é isso? - Perguntou fazendo uma cara de nojo.

- São meus cachos, ora. - Ri, pensando que fosse brincadeira.

- Eles são horríveis.

- Mas você nunca falou nada...

- Claro, mas eu estou namorando contigo faz uma semana já. Vou te dizer três coisas que odeio em você, daí você faz o mesmo comigo e nós prometemos que iremos melhorar.

- Tudo bem. - Falei contragosto. Eu estava me sentinto mal.

- Primeiro: seus cachos. Segundo: sua idade. Terceiro: mais tarde eu lhe falarei. - Sorriu. - Agora fale de mim.

- Nada em você eu odeio. Te amo por inteiro. - Falei ingênuo.

- Então não preciso fazer nada para mudar?

- É.

- Ok, agora você trate de alisar seu cabelo. A idade não podemos fazer nada, já o terceiro sim. - Riu.

---

- Hmmmmm, ficou mais lindo ainda com esses cabelos lisos. - Sorriu.

- Obrigada. - Corei. - Fiz por você.

- E agora temos que conversar sobre a terceira coisa... - Falou no meu ouvido.

- O que é?

- Sua virgindade. - Sussurrou. - Podemos mudar isso fácil, fácil.

- M-Mas eu não estou pronto. - Falei.

- Esse 'papo' de estar pronto ou não é tudo invenção das mulheres que não amam seus namorados e não querem aprofundar a relação. Na antiguidade, todos faziam sexo para reproduzir e você acha que alguém falava "não estou pronta"? Claro que não, é tudo besteira. - Proferiu, bufando. - Mas eu entendo que não me ame o sufici... - Interrompí-o.

- Ei, claro que não, é só me dizer a hora e o lugar.

- Hoje às onze. No meu quarto. - Sorriu, travesso e eu concordei.

--

Eram dez e meia. Eu estava nervoso ao quadrado e não conseguia me acalmar de jeito algum. Preferia que ele tivesse esperado um pouco, mas já que esse negócio de 'estar pronto' não existe...

Fui ao quarto dele quando completou onze horas em ponto. Isso claro, com muito cuidado para que ninguém me pegasse no caminho.

Entrei e ele estava deitado na cama, sem camisa. Meu Deus, que perfeito.

- O-Oi. - Murmurei.

- Está nervoso?

- Muito. - Ri para descontrair.

- Não precisa ficar assim, confie em mim. - Sorriu e eu acabei indo na 'dele'.

--

Dei graças quando terminou. Sequei minhas lágrimas e o olhei, magoado.

Ele não havia sido gentil como eu esperava, apenas me machucou e se deu prazer com o MEU corpo.

- E-Eu vou indo. - Murmurei, com certa dor e saí sem ouvir sua resposta. Eu realmente não deveria ter feito isso. Como ele pode me convencer?

Argh, agora já passou, só espero que não tenha que fazer isso mais uma vez.

--

Acordei pensando: "depois daquilo, aguento qualquer coisa". Como eu estava errado...

Me troquei, trabalhei e fui para a 'aula'. Ele geralmente me encontra em frente à minha sala, mas hoje não estava lá.

O estranho é que vários garotos me olhavam com nojo e riam de mim. Entrei e me sentei, procurando entender o que havia acontecido para me tratarem assim. Ok, nunca fui muito popular, mas sempre me dei bem com todos e tinha alguns amigos por aí.

- Ei, Mathew, o que houve? - Perguntei a um deles.

- Olhe esse vídeo. - Falou e me entregou seu celular. Ele o tinha escondido, assim como alguns dos meus colegas.

Dei play e quase o derrubei no chão, tamanha fora a surpresa que tive.

Era eu... Ele havia nos gravado fazendo sexo e mandou para todos... Não acredito nisso.

- Grace quer falar com você. - Uma das novas secretárias avisou-me.

- Boa sorte. - Ele falou e eu agradeci, saíndo da sala. Realmente, todos apontavam para mim e eu me senti mal. Muito mal.

- Posso entrar? - Perguntei, batendo na porta.

- Sim. - Ouvi a voz dela. - Sente-se.

- Grace, me desculpe por tudo, nem sei como foi acont... - Me interrompeu.

- Não quero lhe ouvir. Saiba que está de castigo por tempo indeterminado e não irá jantar, apenas almoçar, isso se trabalhar direito. E, sem gastar tempo comendo a noite, trabalhará mais. - Sorriu cínica. Como ela pode se transformar nisso? Sempre fora tão legal comigo...

- Mas...

- Nada de 'mas', nosso orfanato não está aqui para abrigar gays. - Disse com nojo. Ela era homofóbica?!

- Onde ele está?

- Eu tive que o adotar... Para que não sofresse bullying por SUA culpa.

- M-M-Mas e eu? Ele que me forçou, eu fui a vítima.

- Ele me explicou tudo já, não se faça de santo. Obrigá-lo a fazer aquilo é nojento. - Disse. - Como pôde ameaçá-lo?! Até agora não entendo, mas sei que irá sofrer para pagar isso. Tem sorte por não o tirarmos do orfanato, mas não podemos colocar ninguém na rua.

~~flashback off~~

- E-Eu não imaginava. - Dizia de, literalmente, boca aberta. - Qual o nome desse infeliz? Eu vou castrá-lo! - Disse me fazendo rir.

- Não adianta fazermos nada.

- Você não sente raiva?

- Claro que sinto, ele simplesmente estragou todos os anos que eu fiquei naquele orfanato, pois, desde aquele dia, não tive amigos, afinal todos pensavam que eu era o "cara pervertido que gravou e abusou de um menino".

- Me desculpa ter perguntado como você tinha se tornado, eu não imaginava que seria algo do tipo... - Ela olhou para o chão, arrependida.

- Sem problemas.

- Você ainda o odeia? - Suspirei. Se era para ser sincero, eu vou ser.

- Realmente... Eu sinto que ainda o amo. - Ao vê-la arregalar os olhos até pensei se não tinha dito besteiras.

- Eu achei que estivesse ficando com o Leonard, meu Deus, como posso ser tão estúpida. - E começou a rir de si própria.

- Eu fiquei com ele ontem...

Pronto. Sua expressão mudou totalmente, ela ficou séria de repente.

- Como assim?

- Eu estou... gostando dele.

- Mas não como ama o outro garoto?

- Não, eu gosto do Leonard e amo o outro. - Tentei deixar claro.

- Você está ficando com ele porque então?

- Sinceramente... Eu quero esquecê-lo.

- Então está usando o meu melhor amigo?

- Não olhe desse jeito... - Eu falei, mordendo meu lábio. Ela se levantou e me olhou com certa raiva.

- Não olhar desse jeito? Já pensou por um minuto sequer que ele pode se apaixonar por você, enquanto está nisso apenas para esquecer outro garoto? Já pensou também que ele está arriscando um relacionamento de meses? Já pensou que o pai dele pode fazer coisas horríveis se ele terminar com ela? Não, você não pensou nisso, pois está pensando apenas em si mesmo! - Confesso que era verdade o que ela havia dito, mas queria que eu fizesse o que? E como assim o pai dele ficaria bravo por terminar com a Elizabeth?

- Eu sinto muito. - Disse envergonhado, no mínimo. Ela respirou fundo e tornou a sentar. Antes que pudesse falar algo, ouvimos uma batida na porta e eu fui abrir.

- Preciso conversar com você. - Ele murmurou. Estava tenso e triste ao mesmo tempo.

- Pode falar. - Me aproximei, colocando minhas mãos na sua cintura. Ao ver o menino recuar, eu sabia que algo tinha acontecido.

- O que rolou entre nós está acabado. - Ele sequer me olhava nos olhos.

- Como assim? Porque isso?

- E-Eu amo a Elizabeth e não quero traí-la. Tudo que aconteceu entre nós dois foi um erro, então me desculpe, mas acho que não vai fazer grande diferença na sua vida, afinal, foi só um beijo. - Falou friamente.

- Mas... - Me interrompeu.

- Peça para que quando a Hayley terminar aqui, ela vá para a minha casa. Obrigado. - Se virou e saiu.

Confesso, eu quis chorar. A primeira pessoa que tinha sido legal comigo em tanto tempo estava indo embora.

Entrei no meu quarto e me joguei na cama. Hayles se levantou e me olhou.

- O que houve?

- Acabou.

- O que?

- Eu e o Leonard. Não teremos mais nada juntos. Ele acabou de me dispensar porque ama a Elizabeth.

Ela pensou, pensou e pensou, dava pra notar que estava concentrada em algo pois seu olhar estava vago e ela ficava mordendo os lábios, como se ajudasse em alguma coisa.

- É mentira.

- Como assim? - Me sentei na cama, prestando atenção.

- Ele ouviu. Está tão na cara. Ouviu você dizendo que não o amava, apenas queria usá-lo para esquecer o outro garoto. - Com licença, alguém aí quer me bater? Eu deixo.

- Eu estraguei tudo.

- É, realmente estragou.


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Notas finais do capítulo

espero que não tenham odiado :)
tentarei postar o mais rápido possível, então me mandem reviews logo!
e outra coisa, eu queria saber se vocês querem um pov do harry falando sobre como foi quando eles decidiram adotá-lo, assim podem saber mais sobre como é ela no orfanato besta. Quero todos respondendo o que eu acabei de falar u.u estou mandando
bjbj :*
P.S. MDS, O HARRY FEZ UMA FESTA PARA O LOUIS! AWN, AWN ♥ CASEM LOGO U.U