The 17th Hunger Games escrita por DowneyEvans


Capítulo 2
Despedidas e o Trem


Notas iniciais do capítulo

Ooooi pessoas que estiverem lendo isso (se é que vocês existem) aqui vai mais um Capítulo õ/ Me desculpem se tiver qualquer erro, eu revisei corrndo, sorry :[ Mas eu espero que estejam gostando o-o enfim, bora lá, e boa leitura ^^



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Fiz questão de andar de cabeça erguida e um sorriso cínico no rosto. Não queria demonstrar emoção, aliás, não sabia nem o que estava sentindo. Era uma mistura de ódio, nervosismo e vergonha. Eu fui chamada. Odeio a todos, inclusive minha mãe por isso. Nervosa, minhas pernas custam a se mexer e um frio intenso e desagradável em minha barriga, me faz cruzar os braços. Também para tampar o vestido rasgado, e as manchas horríveis de barro. Sinto vergonha. Toda Panem está me vendo agora. Olho para o lado e vejo um câmera-man me filmando. Dei um tchauzinho para a câmera e logo em seguida fiz aquele sinal, cruzando os braços, que significava ‘’vai se ferrar’’*. Uns pacificadores foram em minha direção, para me jogar no palco de uma vez, mas eu subi por conta própria. Caminhei até Saffra, que estava me olhando com espanto:

–Ahn... É... Você tem um jeito meio que... – ela me analisava enquanto procurava a palavra certa – selvagem.

Devo ter olhado para ela com uma cara muito feia, pois no mesmo instante ela se recompôs e deu uma risadinha sem graça.

– E agora os cavalheiros! – foi outra surpresa bem grande, ninguém havia se voluntariado também. Ela remexeu bem a bola e finalmente tirou um papelzinho.

– Baron Whishart! – ela exclama.

Não conheço esse garoto. Afinal, o Distrito é enorme. Tem centenas de garotos aqui, e eu só conhecia os da escola. Um menino saiu do meio dos outros, com a cara triste, ele estava a ponto de chorar. Uma garota loira que estava do outro lado da praça começou a gritar loucamente e foi correndo em direção ao palco. Dois Pacificadores a pararam e ela só sabia gritar chorando: ‘’Me soltem! Me soltem! Baron! Nãaao!!’’

Deve ser parente dele ou algo do tipo, pensei. A garota chorava e esperneava até que os dois a levaram para fora da praça. Me pergunto o que farão com ela, tomara que não a machuquem. Mas acho que é exatamente isso que vai acontecer.

– Vamos, querido! Vamos! – Saffra apressava o garoto que andava lentamente. Ele subiu no palco de cabeça baixa e logo estava do meu lado. Ele era uns 20 cm mais alto do que eu. Tinha a pele clara e cabelos levemente acobreados. Não era feio.

– Apertem as mãos! – disse Saffra com um sorriso. Nos cumprimentamos e olhei diretamente nos olhos dele. Eram verdes como os meus, mas estavam completamente embaçados com lágrimas. Eu sei o que ele sentia. Que iria morrer logo e não pode fazer nada contra isso. Mas eu não me sentia assim. Pelo contrário, sentia tanto ódio da Capital que tudo o que eu mais queria era vencer. Vencer para provar que se eu morrer, não vai ser por culpa deles.

– Palmas aos nossos Tributos! Sarah Redpath e Baron Wishart!

Não tivemos aquela salva de palmas estrondosa. Somente alguns bateram palmas, bem baixo e logo acabou. Troquei um olhar rápido com Baron, ele estava com aquela cara que dizia: ‘’E agora? O que faremos?’’. Vi que a câmera nos filmava de novo e lancei um olhar tão odioso que dizia: ’’ Hey, você que está assistindo! Eu vou te matar!’’

Seguimos Saffra até o Edifício da Justiça, onde deveríamos esperar numa sala as pessoas para se despedirem de nós. Fiquei em uma e Baron em outra. A minha era bem grande. Paredes de mármore, móveis de mogno e um enorme sofá de couro vermelho. Sentei-me nele e esperei. Fiquei refletindo tudo que havia acontecido hoje. Eu era a Tributa do Distrito 4. Irei para arena. Com o objetivo de ser a única sobrevivente entre outros 23 jovens que eu nem conhecia. Era matar ou morrer. Como eu poderia fazer isso? Até que as aulas de esgrima por esses 2 anos serviriam para alguma coisa afinal. Mas não sei se estou realmente pronta para isso. Quero dizer, até que eu sou bem rápida e esperta, mas quantas espadas haverão na Cornucópia? E se alguém pegar primeiro? Não sei fazer outra coisa!

Estava mergulhada nas minhas hipóteses quando alguém bate na porta.

– Entre! – exclamei se sair do lugar.

Apareceu um pacificador dizendo: - Você tem 3 minutos. – E logo em seguida empurrou alguém para dentro da sala. Era meu irmão. Assim que me viu correu para o sofá e eu dei um pulo para ir ao seu encontro. Nos abraçamos bem forte e depois de um tempo ele falou:

– E aí, como se sente?

– Hum... Selvagem? – falei debochando de Saffra. Ele deu um sorrisinho.

– Mas é verdade Sarah, você estava assustadora na colheita. Aquele batom vermelho te deu um ar de... Sei lá, sanguinária. – Ele só podia estar zoando.

– Culpa da mamãe. – falei revirando os olhos – Mas... você acha mesmo que eu impus medo?

– Claro que sim! E aquele ‘’vai se danar’’ pra câmera? Eu segurei para não dar risada! Mas o que aconteceu com suas roupas?

– Eu caí e me machuquei. Eu me machuquei saindo de casa, e ainda tenho esperanças de ganhar...

– Mas você vai. – Olhei para ele com incerteza. – Por mim. Ganhará por mim baixinha? – ele deu um sorrisinho.

– Ganharei. Por você, e mais ninguém.

Ele ficou pensativo, mas depois perguntou:

– E a mamãe? – no mesmo instante o mesmo Pacificador carrancudo aparece na porta e diz que o tempo acabou. – Se cuida! – meu irmão grita enquanto é arrastado para fora da sala e minha mãe entra.

– Ai filha eu estou tão orgulhosa de você! – ela tenta me abraçar, mas eu desvio.

– Não me toque! Eu não quero falar com você! Eu não quero te ver!

Ela se afastou e calou-se por um segundo e depois começou a falar de novo como se isso não tivesse acontecido.

– Nossa eu adorei a imagem que você passou à Capital! De que você é a mais forte e mais durona das candidatas e com apenas 14 anos! Quando você voltar vai ser fabuloso! Na nossa nova casa vai... – ela ia falar mais, mas eu interrompi.

– E se eu não voltar? – perguntei.

– Mas você vai voltar ué... – ela disse meio confusa.

– Já chega! Você não tem noção das coisas! Senhor! – gritei pelo pacificador e ele logo abre a porta – Leve ela daqui.

– Mas... – ela tentava se soltar enquanto o homem a carregava para fora.

– Espere! – ele parou e se virou – só uma ultima coisa. – ele a soltou no chão. Eu me aproximei e a segurei pela gola da camisa.

– Escuta aqui. Eu vou voltar. Eu vou vencer. E quando eu voltar, nem pense que vai morar na mesma casa do que eu, nem pense que pode ter a audácia de olhar para mim de novo. Eu não voltarei por você. O meu único motivo é mostrar à Capital que quem manda sou eu. E além do mais, eu prometi ao meu irmão, vou lhe dar moradia, dinheiro, comida se for preciso. Já você, eu... Eu não quero nem olhar no seu rosto!!

Acho que fui cruel de mais, mas o que está feito, está feito.

Ela deu uma ultima olhada para trás e foi embora. Fiquei parada lá, pensando: Agora eu preciso ganhar, com certeza. Não por meu irmão, claro que não. Apenas para esfregar na cara da minha mãe que tenho uma casa onde ela não é bem vinda. A pergunta é: como irei fazer isso.

Fui até a porta e avisei ao homem para não deixar mais ninguém entrar. Ele, só para acabar com meu orgulho, disse que não tinha mais visita alguma para mim. Ao contrário de Baron, que, no momento em que eu dei uma olhadinha para sua sala, tinham pelo menos mais dez pessoas para se despedir. Pelo que vi, ele era uma pessoa bem querida, diferente de mim...

Logo chega Saffra, ofegante, como se tivesse corrido quilômetros para chegar ali.

– Vamos logo garota, não queremos chegar atrasados não é? – antes que eu pudesse responder, ela me pega pelo braço e me conduz para fora do Edifício da Justiça. Lá vejo que Baron e Lenny – o cara drogado que ganhou alguns anos atrás – já estavam a nossa espera. Fomos de carro até a estação de trem e cara, quando digo que o trem é simplesmente magnífico, não estou exagerando. É o lugar mais moderno e bem equipado que já vi na minha vida! Sala de estar enorme com duas televisões daquelas fininhas – eu acho que o nome é plasma, nunca vi uma antes – era repleta de sofás felpudos, de pele, e qualquer outro material que possa imaginar, e eram bem maiores e confortáveis do que o do Edifício da Justiça. E ainda tinha um grande espaço livre para que possamos circular e ficar bem à vontade. A sala de jantar, ou copa, era maravilhosa! Uma enorme mesa de madeira no centro e várias cadeiras coloridas e de diferentes tamanhos ao seu redor. Em cima da mesa,tinham alguns doces, como bolinhos, biscoitos, e chocolates, dos quais poderíamos nos servir a vontade. Isso foi o que mais gostei. Doces me acalmam, eu amo doces, são minha saída para tudo. Quando consigo dinheiro para comprar um docinho de creme na pequena mercearia da visinha, é alegria para o resto do dia...

Um leve sorriso se estampou em meu rosto em ver tudo aquilo, mas logo se desfez quando me lembrei para onde esse trem lindo está nos levando. Enquanto ainda admirava cada detalhe da decoração, Saffra aparece como um ninja atrás de mim e já vai gritando de um jeito escandaloso:

– Ai meu Deus! Coitadinha! Aposto que foi maltratada a vida toda não é mesmo querida? – ela apalpava meu vestido.

– Ahn... na verdade...

– Ai, sem mais! Vá tomar um banho primeiro, pobrezinha! Está imunda... E você também rapazinho! – só agora percebo que Baron se encontra do meu lado – Aposto que vocês dois vão amar seus quartos! Cada suíte tem um banheiro particular, onde vão encontrar diversos...

– Não. – Lenny resurge das trevas e aparece num ninjismo ainda maior do que de Saffra – Deixe eles comigo que agora é por minha conta. – Ela dá um sorrisinho sem graça e deixa a sala de estar. – Mas não se esqueçam de manter a temperatura da água bem estável, e escolherem um xampu com cheirinho bem gostoso. Qualquer coisa que precisarem estarei em meu quarto. – ela se retirou para seu aposento.

Logo que ela sai, Lenny dá uma gargalhada. – Maluquinha ela, não?

– Pois é! Como se o cheiro do xampu fosse fundamental para nossa sobrevivência! – É a primeira vez que escuto Baron falar. Ele até consegue soltar um riso abafado.

Lenny por um instante me pareceu uma pessoa boa. Quero dizer, não parecia um drogado. Mas eu ainda não confio nesse cara.

– Hum... ér... Então, o que era mesmo que você queria nos falar? - perguntei o cortando.

– Ah menina selvagem, sabe como é né? Eu te livrei da chatonilda ali! – Ele. Me. Chamou. De. Menina. Selvagem. Não. Gosta. Mais. De. Sua. Vida. – Ah, e era outra coisa que eu já estava querendo te perguntar, – ele coçou a cabeça – o que houve com suas roupas e seu cabelo? Parece que um guaxinim selvagem vomitou em você. – como se eu soubesse o que é um guaxinim!

– Não... Não é da sua conta! Aliás, que merda é essa de ‘’Menina Selvagem’’ que vocês criaram para mim? – cruzei os braços indignada.

– Não fomos nós quem criamos essa imagem... – ele tira um cigarro e um saquinho de ervas do bolso. Já vai começar a putaria... - Foi a imagem que você passou.

– Mas eu não queria isso! Eu não me mostrei ‘’selvagem’’ ou, saí pulando pelas árvores...

– A primeira imagem que você passa é a que fica para os cidadãos da Capital... – Baron me interrompe.

– O garoto tem razão! – diz Lenny tirando o cigarro da boca. Aaaf! – Mas agora falando sério lindinha, o que você fez nesse seu cabelo?

– Ele está natural – respondi o mais friamente possível.

– Aaah... – ele volta a fumar. Baron solta uma risada pelo jeito que ele disse, mas eu não acho graça nenhuma nisso. Quer dizer então, que agora eu sou retratada como uma doida para todo o país, sem ao menos me conhecerem?! O que eu fiz de tão errado para que isso acontecesse? Foi só a minha aparência mesmo? A aparência é uma coisa assim de tanta influência na personalidade assim, para o povo da Capital? Isso explica as roupas deles, que como as de Saffra, representam que eles são idiotas.

– Bom, se não era nada de mais, então acho melhor fazer o que Saffra disse, já que minha aparência lhe incomoda tanto... – eu já ia andando quando ele me para.

– Espera aí lindinha, agora é importante. Eu preciso conversar sério com você. Com vocês dois.

Ele se senta na mesa da copa e pega um bolinho. Ele come o bolinho com o cigarro na boca! Que nojo! – Sentem – se!

– Então... Como seu mentor, vou dar algumas dicas de como conseguir patrocinadores e como sobreviver na arena. Estou fazendo isso agora porque é tão cansativo para mim, quanto para vocês, e quanto antes acabar, melhor. - Que consideração... - Algum de vocês tem habilidades especiais?

Há mais ou menos uns 2 anos, alguns desesperados do meu Distrito, construíram um pequeno e simples Centro de Treinamento, com medo que seus filhos fossem sorteados, é um lugar para treinarem. Não preciso nem dizer que minha mãe me obrigou a ir para lá...

– Eu pratico esgrima há uns 2 anos. Mas, não sei se...

– Ótimo! Essa vai ser útil! E você garoto? – Lenny me corta.

– Não sei fazer nada de mais... Meu pai é pescador, e eu o ajudo muitas vezes no trabalho, mas isso não vai adiantar muito...

– Sabe fazer nós? – Lenny o interrompe.

– Sei, mas...

– É forte? Consegue erguer, ou manusear algo pesado?

– Sim...

– E o que você e seu pai usam para pescar?

– Bom, temos redes, lanças, anzóis, até tridente se for necessário.

– E se eu te disser que temos tudo isso só que bem mais mortal na Cornucópia? – Os olhos de Baron até brilharam. – É mesmo?

– Para que eu mentiria para você garoto? – ele põe os pés sobre a mesa. Eu estou começando a achar que Lenny não é nada mal, afinal de contas, ele conseguiu animar Baron, que estava sem um pingo de esperança.

– Mas eu também devo lembrar a vocês que a Cornucópia, além de ser onde ficam as armas e suprimentos, é também uma armadilha para os tributos mais fracos, para um banho de sangue. Eles vão até as melhores armas e são mortos pelos carreiristas. Vocês precisam ser rápidos e ágeis. Não é necessário que peguem a maior e mais grandiosa arma de lá, apenas uma mochila com suprimentos estará ótimo. Depois é só cair o fora dali, porque os Carreiristas não perdem tempo.

Os Carreiristas, são a aliança geralmente dos tributos do 1, do 2, e do 4. São os mais fortes, por virem dos Distritos respectivamente mais ‘’ricos’’, e terem consequentemente, uma alimentação e físico melhor do que os outros tributos. E também porque há idiotas para os apoiarem e incentivarem a lutar. Tais como a minha mãe.

– Falando em Carreiristas... Vão se unir a eles esse ano?

– Provavelmente não... – respondi

– Eles nunca iriam me querer como aliado. – diz Baron. Eu fiquei até com um pouco de pena dele. Se ele for assim tão ruim como diz, vai morrer logo no banho de sangue.

– Alianças nos Jogos Vorazes são muito importantes, porém perigosas. Você se vira por um segundo, e é atingido por uma faca nas costas. Se forem mudar de ideia, escolham muito bem seus parceiros, alguém que vocês achem ser mais ‘’confiável’’.

– Okay, essa parte eu já entendi. Mas o que faremos depois do Banho de Sangue?

– Ué, se vocês sobreviverem, corram loucamente para a floresta como se não houvesse amanhã. Quando estiverem em um ponto bem afastado da Cornucópia, certifiquem-se de que não têm companhia, só então, abram suas mochilas, e vasculhem todos os suprimentos que vocês conseguiram. Alguns podem parecer desnecessários no momento, mas todos tem uma utilidade. Em seguida procure por uma nascente. Água é muito importante. Caso não tenham conseguido nenhuma arma ou suprimento, vão direto para lá, só tomem cuidado, porque é para lá que vão a maioria dos tributos também. Então se disfarcem entre as plantas, e tentem passar por despercebido. Lá no Centro de Treinamento, vocês vão aprender como se camuflar, acender uma fogueira sem ser percebido, achar um abrigo seguro, e procurar alimento, entre outras coisas. Mas isso é só o básico, para já manter vocês atentos. Quando chegarmos na Capital, eu explico tudo direitinho para vocês. Entendido? Mais alguma pergunta?

– Aan... não, depois você nos conta mais – cocei a cabeça, era muita informação para mim.

– E como fazemos para arrumar patrocinadores? – pergunta Baron.

– Aah, sim, sim. Patrocinadores são importantíssimos. Para consegui – los basta fazer com que o público goste de vocês.

Ótimo. Perdi todas as esperanças agora.

– Mas e eu? Por culpa suas, não, não é minha, é suas, eu agora sou a ‘’menina selvagem’’!! Como irei conquistar a plateia com esse título? Todos agora acham que eu sou problemática sem eu ter feito nada! Isso é injusto! – eu estava indignada! E ainda por cima colocaram a culpa em mim.

– E quem disse que as pessoas não gostaram de você? Você realmente precisava ver a reação da Capital quando você mandou o câmera se danar, eles te acharam hilária!

Mas como????

– Heeein?

– Cada um conquista as pessoas de um jeito. Você não necessariamente tem de ser simpática ou charmosa, você só precisa dar a eles o que eles querem, no seu caso eles adoraram o humor negro.

Legal! Agora sou uma imagem de humor negro também!

– Olha, muito obrigada pelas dicas, mas eu acho que vou mesmo tomar um banho e descansar um pouco, mais tarde a gente conversa, okay? – disse me retirando.

– Claro, mas lembrem –se de que isso foi apenas a ‘’introdução’’. Depois entraremos em mais detalhes.

– Tudo bem – eu e Baron dissemos em um uníssono, e cada um foi para seu quarto. Cara, eu não tenho nem palavras para descrever esse quarto! É maravilhoso! E É MEU!

Uma cama de casal toda e inteiramente para mim, um armário enorme com milhões de roupas ao meu dispor, com um simples toque. Uma penteadeira lotada de maquiagens e produtos de beleza – não que eu me importe com isso, mas é realmente fascinante – e como Saffra disse, um banheiro só para mim.

Tiro a roupa melada de barro e entro na ducha. Tem vários botões, eu aperto qualquer um e logo vem um jato de água fervendo em mim. Agora entendo o que ela quis dizer com ‘’temperatura instável’’. Quero dizer, tem um botão com esse nome bem ali. A temperatura da água ficou agradável. Havia centenas de xampus e sabonetes, de todas as cores e aromas possíveis. Era até difícil de escolher, mas usei um kit que cheirava a rosas. Saí do banho e vesti um short jeans e uma blusa azul. Fiquei descalça, pois o chão era incrivelmente limpo e encerado. Peguei uma escova da penteadeira e fui andando/escovando o cabelo até a sala. Caraca, esses produtos funcionam mesmo! Coloquei só um pouquinho de condicionador nas pontas, e meu cabelo estava macio e sedoso! Como eles conseguem? Ah é, são da Capital.

– Olá Lenny.

– Ah, oi. Está precisando de alguma coisa?

– Não, obrigada. Na verdade... Eu queria saber se tem alguma coisa que eu possa fazer para passar o tempo, sei lá.

– Se o seu quarto já não foi entretenimento de mais para você... Hum... Você pode assistir às fitas das Edições passadas.

Eu não queria. Na verdade estava com medo. Não queria ver as lutas e todo aquele sangue, já bastava eu ter que enfrentar isso pessoalmente em questão de dias. Mas era preciso. Eu precisava saber todas as estratégias, as arenas, com quem eu estaria lidando.

– Obrigada. – peguei uma caixa de DVDs que Lenny me entregara, fui para o meu quarto e fechei a porta. Cada um tinha o nome e o Distrito de onde veio o vencedor da Edição, mas nem liguei muito para isso. Queria mesmo era ver como acontecem as batalhas. Comecei do primeiro, óbvio e fui assistindo todos em sequência. ‘’Que horror!’’ Eram as únicas palavras que conseguiam descrever os Jogos. É uma coisa assim, desumana.

Passei a tarde inteira assistindo. Só quando Saffra entra no meu quarto me chamando para o jantar, noto que já são 8:00PM. Segui com ela até a sala de jantar, onde Baron, Lenny e muita comida já nos esperavam. Era uma fartura imensa! Comi uma carne que acho ser de vaca, é deliciosa, nunca tinha comido outra a não ser de peixe em toda minha vida; batatas fritas, purê de abóbora, cenouras raladas, um cozido que acredito ser de carneiro (novamente, nunca estive no Distrito 10), espaguete ao molho de alho com nozes e suco de laranja. Estava tudo simplesmente divino!

Terminei de comer e me bateu um sono! Saffra percebeu isso em mim e em Baron e nos aconselhou dormir. Ela disse que amanhã cedinho, chegaríamos à Capital, então eu não discuto. Deitei-me com a mesma roupa em minha cama e adormeci um sono profundo.

**

Abro meus olhos, que ainda ardiam de sono e vejo a figura de Saffra à minha frente.

– Vem, Sarah, acho que vai querer ver isso. – ela falava calmamente enquanto me ajudava a me levantar. Segui ela até a grande janela do vagão da sala. Prédios, luzes, carros, cores. Chegamos.



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Notas finais do capítulo

*O thcauzinho pra câmera e o sinal com os braços de ''vai se ferrar'', eu me inspirei naquela cena do filme Mean Girls kkkkkk aqui um gif-> http://25.media.tumblr.com/a2412e9db2296c02d64b71663b1e6769/tumblr_mft1rrpRpO1riso1po1_500.gif
Mereço reviews??? *-* Sei que o Capítulo ficou grande, vou tentar melhorar nisso ^^ -amanhã estou postando outro capítulo ^^



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