The 17th Hunger Games escrita por DowneyEvans


Capítulo 1
A Colheita


Notas iniciais do capítulo

Aqui vai o primeiro Capítulo e eu tô muito nervosa, sério '-' to juntando toda minha coragem pra postar então lá vai -> espero que gostem *u*



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Acordei com minha mãe quase me jogando da cama. Só tive tempo de vê-la pegando um copo d’água e o derramando na minha cara.

– Mãe!! Por que fez isso?! - disse me sentando com muita raiva, mas ainda com muito sono.

– É dia da Colheita minha filha!! E você não queria acordar nunca! Levante logo, já é tarde!! - Ela gritou me sacudindo.

Aah. É o ‘’Dia da Colheita’’. O dia em que são escolhidos 24 infelizes para lhes serem retiradas a vida para a 17th Edição dos Jogos Vorazes. Os ‘’Jogos Vorazes’’ são uma competição doentia criada pelo Capitol, 17 anos atrás, desde que o povo do país resolveu se rebelar e o Distrito 13 explodiu. São sorteadas 2 crianças de cada um dos 12 Distritos de Panem, uma menina e um menino, entre 12 e 18 anos de idade, para batalhar em uma arena até a morte até que reste apenas um ‘’felizardo’’. Como se não bastasse, são transmitidos para todo o país, como um reality show, do qual todos são obrigados a assistir. Os Jogos são uma febre por aqui, as pessoas ao invés de encará-los como um abuso, uma aberração, o que realmente são, não. Elas o veem como uma coisa magnífica! Um novo jogo! Que é uma honra participar e sair de lá o ‘’vitorioso’’. E eu me pergunto: vitória? Que vitória? Desde quando ser levado a um lugar sem saída, e ser obrigado a matar os outros, sendo o ultimo a morrer é uma vitória?!

As pessoas aqui no Distrito 4 são tão hipócritas! Acham mesmo uma coisa inovadora e brilhante... Enquanto que eu (e acredito que o resto dos outros distritos, os mais pobres e miseráveis, porque o 1 e o 2 são ainda mais trouxas do que o povo daqui) acho isso uma humilhação, um desrespeito enorme com os direitos humanos! Não são as pessoas do Capitol que deveriam decidir quem vive e quem morre, deveríamos ser livres para fazer o que quiséssemos! E agora, nem para viver tem opção...

– Aah, sim... A Colheita... Que horas são? - falei com desinteresse.

– São quase 10 da manhã! E ainda temos que dar um jeito nesse seu cabelo que está parecendo uma vassoura! Você tem que ficar linda e confiante caso for sorteada. - A minha mãe é um exemplo daqueles hipócritas. Quero ver se eu for escolhida e morrer, aí sim ela iria ter um pouco de realidade. Ela parecia preocupada, estava andando de um lado para o outro no quarto, mas aposto que nem deve ser com meu futuro próximo, e sim o fato da Colheita ser daqui a 2 horas e eu ainda estou na cama.

– Tudo bem - fiz pouco caso e me levantei. Minha mãe ficou olhando com repulsa para o meu cabelo. Ele é uma das coisas mais, digamos que ‘’marcantes em mim’’. Sou toda magrelinha, mas meus cabelos são muito cheios e ondulados, e ainda tem uma franja estranha e ondulada caindo no meu olho. São difíceis de arrumar, geralmente, eu os prendo de modo que eu divido ele ao meio ,faço duas tranças, enrolo-as como se fosse fazer dois coques laterais, mas na metade dos coques eu junto as duas pontas no meio com um elástico, e depois enfio o resto para baixo, de modo que o elástico fica escondido. Mas como é realmente muito difícil de pentear, eu também os deixo soltos, de qualquer jeito... Ninguém iria me ver mesmo... Mas para minha mãe, até em casa tenho de ficar maravilhosa!

Desci as escadas, tomei meu café e quando ia subir novamente meu irmão entrou na cozinha. Ele é um sortudo. Já tem 21 anos e nunca foi sorteado. Nos seus 18 anos ele iria se voluntariar por pressão da minha mãe, mas um outro jovem o fez primeiro. Coitado, morreu no banho de sangue... Mas o que importa é que agora o meu irmão está livre, diferente de mim que ainda tenho chance 5 vezes.

– E aí maninha, está preparada? – ele pergunta.

– Para que? A tortura que vou ter que sobreviver da nossa mãe penteando meu cabelo? – ele riu, mas depois me olhou sério.

– Mas agora é sério, me diz que não vai se voluntariar como a mamãe quer né?

– Claro que não, não sou tão estúpida quanto o resto do Distrito... – falei com tom de superioridade. – e além do mais, o 4 só ganhou uma vez nesses 17 anos, e hoje em dia o cara está louco! Deixou com que a Capital mudasse ele, e está totalmente dependente de drogas!

– Aah... Seja lá o que for então... Que a sorte esteja sempre a seu favor! – ele falou sem graça, encerrando o assunto. Ouvi minha mãe gritando histericamente para eu subir e me trocar. – Que assim seja então! – me despedi dele, que deu uma piscadinha.

Ao entrar no meu quarto vejo minha mãe com um vestido verde água ridículo de renda nas mãos. Logo que me vê faz sinal para eu entrar.

– Anda minha filha, entre no banho rápido, não temos o dia todo! – ela praticamente me joga no banheiro e fecha a porta atrás de mim. Ela abre a porta de novo, e me adverte – Aah, e não lave o cabelo. – Tanto faz, pensei. Quem terá dificuldades vai ser ela.

Tomei um banho longo e despreocupado. Fiquei enrolando e pensando na vida até que minha mãe abre a porta bruscamente gritando:

– MAS O QUE ACONTECEU?? MORREU AÍ DENTRO??!

Saí da banheira quase que correndo e me sequei rapidamente, sem dizer nada. Vi que ela já tinha separado o vestido, meias, sapato e uma fitinha da qual acho que pretendia prender meu cabelo, mas ela terá sorte se conseguisse passar um dedo entre os fios. Minha mãe foi me ajudando a me arrumar e não falei nem sequer uma palavra. Estava nervosa. Já estive em duas colheitas antes, mas desta vez estou um pouco preocupada. E se eu não for tão sortuda quanto o meu irmão? Ou, Se der alguma coisa errada? Eram pensamentos que não saiam da minha mente. Minha expressão deveria ser de preocupação pois minha mãe foi logo falando:

– Ai mas que cara é essa? Hoje será um dia cheio de alegrias e você aí com essa cara de morte!

– Mas o que você tem na cabeça mulher?? – gritei me levantando, já que estava sentada na beirada da cama, enquanto minha mãe penava para pentear meu cabelo – Você realmente acha isso muito engraçado não é? Já que não é você quem vai perder sua vida batalhando nas próximas semanas! Já pensou na dor que essas 24 crianças vão sentir ao ouvirem seu nome ser chamado?? E nas famílias? Saber que seu filho irá morrer de uma forma sangrenta e dolorosa sem poder fazer nada contra isso?!

– Bom... eu me orgulharia de minha filha, afinal, ela teria a honra de representar todo o distrito. – ela deu de ombros.

– Você... você... – não conseguia encontrar palavras para o que eu sentia agora – é horrível! - saí do quarto, desci as escadas correndo e fui até a porta. Já estava toda vestida. Tinha somente um matagal na minha cabeça, fora isso estava toda pronta, quero dizer, sem nenhuma maquiagem, meu rosto estava muito pálido, com olheiras profundíssimas e minha boca totalmente rachada. Mas eu não ligo, quero chegar lá o quanto antes melhor, acabar logo com essa desgraça e não quero ver minha mãe de novo. Fui tentar pular todos os degraus da escadinha de uma vez e dei de cara com o chão. Havia chovido na noite passada e o chão estava cheio de barro. Ótimo! Além de tudo fiquei imunda! Me levantei e vi que o meu vestido que antes era verde clarinho e delicado se transformou em um tom de bosta camuflado. Ficou realmente estranho. E ainda por cima se rasgou todo. Do que é feito esse chão? Cimento ou um ralador? Senti um gostinho de sangue na boca e logo minha mãe chegou na porta e olhou para mim apavorada.

– Mas o que é isso!! – ela parecia furiosa, mas eu não ligo – o que você fez? – ela se aproximou colocando a mão em meu rosto. Eu a tirei rapidamente, não queria a ajuda dela.

– Ai meu Deus! Que corte é esse na sua boca? – agora está explicado o gosto de sangue. – vem cá – ela falou tirando um batom de sua bolsa – Eu não preciso disso! – falei a empurrando – Já é tarde, não dá tempo para você trocar de roupa! Mas pelo menos isso deixe eu arrumar! Ou melhor, disfarçar! – ela prendeu meu rosto com uma mão e foi passando com a outra. Eu resisti um pouco, mas deixei ela passar. Afinal, deveria estar horrível mesmo, dava para sentir o volume da futura cicatriz enquanto ela ia passando o batom.

– Prontinho – ela disse fechando o mesmo e me entregando um espelhinho. Eu estava mais ridícula do que antes! O batom era vermelho. VERMELHO! E não era um vermelho normal, era um vermelho vivo! Cor de sangue! Eu estava parecendo uma louca, psicopata com aquela roupa rasgada!

Bufei e passei a mão ao redor da boca, o que só fez com que o batom borrasse ainda mais – olha, eu não preciso da sua ajuda! - Corri dali antes que ela pudesse me alcançar e fui em direção à grande praça, onde aconteciam os sorteios.

Depois de um longo tempo de caminhada cheguei lá. Estava mais perdida do que tudo, procurando loucamente por alguém conhecido, quando dois pacificadores mal encarados me empurraram até o local onde estavam as demais meninas da minha idade. Algumas ficaram me encarando, talvez pelo meu visual de louca, mas a maioria nem sequer notou minha presença, estavam apavoradas de mais para prestar atenção em alguma coisa, além das grandes bolas de vidro que os pacificadores acabaram de colocar no palco e que continham o nome de cada uma de nós.

Logo em seguida entrou uma mulher totalmente e ridiculamente colorida – Saffra Fairbain, só podia ser da Capital – usava um vestido rosa fluorescente mais armado que meu cabelo, uma peruca encaracolada verde ridiculamente falsa, e uma maquiagem tão horrenda que fazia meu batom parecer um nada perto dela.

– Olá! Bem vindos à 17th Edição dos Jogos Vorazes! – ela falava com tanta empolgação...

– Como todos já sabem, os Jogos são uma consequência... – enquanto ela falava um monte de babaquices olhei ao redor para tentar encontrar meus familiares. Achei minha mãe, que estava num ponto bem distante, mas olhava fixamente para mim. Cretina. Estava louca para os Jogos começarem, ver sangue derramar, gente inocente ser morta. Eu realmente a odeio.

Estava passando um vídeo de como a Capital nos ‘’ama’’ e que foi ‘’preciso’’ destruir um Distrito para nos dar uma lição... Logo que o vídeo acabou, Saffra se direcionou a uma das bolas de vidro e disse:

– Primeiro as damas! – todos calados e tensos. Ela remexeu bem a bola e pegou um dos cartões com os nomes bem do fundo. Dava para se ouvir o coração de cada um batendo, acelerado, com medo, com medo da morte.

– Sarah Redpath! – Ela gritou com alegria.

Eu conhecia Sarah... Era uma garota da qual todos evitavam. Na escola era a estranha, a revoltada. Odiava a tudo e a todos, principalmente a Capital. Apenas tinha pensamentos diferentes, e eu a respeitava por isso. Por não ser um marionete da Capital, e ter opinião própria. Não ligava para aparência, andava sempre descabelada e com roupas velhas e surradas pela rua. Sempre foi durona, mas, nesse momento, acho que seu coração gelou.

Todos olhavam em volta, procurando por Sarah, porém ninguém se moveu. Está esperando o que Sarah? Pensei. Anda logo! Tenha dignidade e caminhe em direção à sua morte!

Respirei fundo e me direcionei ao palco.

Fodeu.

A sorte com certeza não está em meu favor.



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Notas finais do capítulo

Final mais top u-u kkkkkkkkkk -não
Entãaaaao, me digam o que acharam!!! Sei que esse Capítulo ficou bem chatinho, mas os próximos serão melhores, eu prometo!! Me digam, gostaram? Odiaram? Mereço um review??? (pf né gente, eu sou novata aqui, me deem um crédito u-u)