Os Semideuses e a Árvore De Sangue escrita por DennysOMarshall, Robert Zhang, HenryDixon


Capítulo 3
XAVIER


Notas iniciais do capítulo

O capítulo que foi escrito pelo administrador Xavier teve de ser editado por questões técnicas.



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Doros acabara de ser derrubado no chão. O vulto que Xavier viu atrás de si foi um borrão preto. Mal se concentrava no menino esguio a quem estava ameaçando segundos atrás. Doros se remoía em dor quando ouviu quem lhe atacou gritar para Oliver correr em busca da bandeira.

"Estige..." pensou Xavier, que não podia se concentrar em duas coisas ao mesmo tempo.

Girou seu anel negro, que se transformou em sua espada de ferro estígio. Aprontou-se e ordenou que os colegas que ainda estavam de pé corressem. Agora identificara perfeitamente quem era aquele vulto, seu antigo companheiro de trabalho num projeto sobre ciclopes, Dakota Marshall, filho de Dionísio.

Impulsionou todo o peso contra o bastão negro, que ao se chocarem, produziu uma faísca, e ao mesmo tempo o bastão de Dakota se transformou numa espada de ébano incrivelmente detalhada. Ambos foram impulsionados para trás.

— Marshall! — Xavier apertou forte o punho da espada — eu não te vi chegar ao acampamento!

Sem responder, Dakota golpeou-o com força, tentando atingir o braço. Xavier abaixou-se e impulsionou a sua espada contra a dele. Dakota o olhou nos olhos. — É, eu me atrasei um pouco — respondeu finalmente Dakota.

Ambos se envolveram num jogo de pés e mãos. Todas as habilidades de espadachim estavam em teste. Não haviam mais pausas demoradas para olhares desafiadores. Os dois se atacavam com rapidez, furtividade e força. Os olhos castanho-claros de Xavier brilhavam a cada tintilar de espadas.

Naaaaaaahhhh!

Nenhum dos dois focava-se na arte do espadachim. Xavier tinha uma preferência lógica por arcos, já que era filho de Apolo. Dakota tinha interesses gerais, mas quando se tratava de arco e flecha, ele apresentava um desejo ardente de tomar conhecimento e profissionalidade sobre tal armamento. Seria uma luta infindável de conhecimentos, não fosse a flecha dourada que atravessou as duas espadas, desarmando ambos. Ainda no ar, a espada de Xavier se transformou em um anel negro com inscrições em grego antigo, e a de Dakota transformou-se numa esfera de ébano.

— O suficiente por agora, heróis — Turbanus empinou com o arco — a bandeira foi capturada. Oliver, filho de Hipnos, foi vitorioso nesta sexta-feira.

Xavier olhou de relance para Dakota. Não estava se mordendo de ódio, mas ficou irritado. Seu time perdera, mas o máximo que podia fazer era aceitar a derrota de bom grado. Sabia perder e respeitar quem havia ganhado, mas se tivesse a chance, era um ganhador exímio.

— Você melhorou — Falou Xavier enquanto pegava seu anel e o colocava no dedo indicador direito — Dakota Marshall... — disse, jogando a esfera de Dakota à ele.

Turbanus bateu o casco e desapareceu na floresta, deixando os dois sozinhos.

— Ainda assim — continuou Xavier — não acho que Oliver ganharia sem a sua ajuda. — olhou para Doros como se mostrasse que se não fosse Dakota, Doros ainda estaria bem e eles teriam ganhado aquele jogo.

— Eu, se fosse você — olhou para Doros, com pena — ainda mais se fosse ele, não subestimaria Oliver. Ele tem muito contato com o pai. Se esse aí o irritasse muito, eu não gostaria de estar na pele dele... Nesse momento.

— É — Xavier riu — Com certeza não.

Ambos caminharam juntos para fora da floresta. Ao chegarem lá, viram Oliver. Seu semblante não estava tão alegre como o que imaginaram. Na verdade, estavam todos ao lado de Turbanus. Os dois se entreolharam e correram até Oliver.

— Oliver? — Dakota o puxou pelo ombro — O que...?

— A filha de Poseidon — ele falou para Dakota, sem ao menos olhar pra ele — os filhos de Ares estão dizendo que ela usou a água para feri-los — Oliver olhou para Dakota — muito gravemente.

Xavier ficou na ponta dos pés para tentar enxergar alguma coisa entre a multidão. Então pôde ver que três rapazes robustos e altos ao mesmo tempo, usando seus elmos com plumas vermelhas berravam com Turbanus, apontando para uma garota que se apoiava num pilar como quem ouve calado uma bronca dos pais.

Xavier relaxou os pés. Dakota e ele apertaram as mãos de Oliver o parabenizando silenciosamente pela vitória, que agora parecia menos importante. Xavier, que já havia batido num ponto da sua armadura que agora estava na forma de sua pulseira de couro, se espremeu meio a multidão, para ver e ouvir mais de perto.

— Mas é claro que não! — berrou o garoto, com sua voz grossa — Espera só até Própon saber disso. Na verdade, eu não gostaria de estar na sua pele, centauro, se o meu pai for notificado de que quase fui estrangulado por um riacho. — e o garoto, que falava como se tivesse um Big Mac entulhado na boca, olhou emburrado para a garota.

A garota que ali sentava, olhou nos olhos de Xavier, mas logo se concentrou nos de Dakota. Seus cabelos eram de um castanho claro como uma árvore de carvalho no outono. Eram longos e terminavam nas costas, com pontas finas e assimétricas. Os olhos tinham uma cor de amêndoas estonteante. Os lábios avermelhados contrastavam perfeitamente com as bochechas rosadas. Usava um casaco listrado por cima da camisa do acampamento, a qual qualquer um poderia perceber que se tratava de uma campista nova pela falta de arranhões, bordados ou costuras. Então uma lembrança veio na sua memória. Lembrou-se de quando a campista chegou, e de quando foi reclamada. Não prestara muita atenção. Que ela era bonita era verdade. Mas para Xavier, só havia Julie.

O transe na análise da garota se interrompeu com uma voz. Uma voz rouca, absoluta e firme. A voz da ordem no acampamento. A voz de Própon. O filho de Zeus vestia um terno de grife, com linhas na vertical de cor cinza-escuro azulado. Sua gravata era negra. O seu bigode estava penteado para baixo, e seu cabelo molhado, totalmente penteado para trás como de costume. Darkholme chegou junto dele e se posicionou num banco. Estava sem o seu arco. Lançou um olhar seco para a filha de Poseidon.

— Eu tenho certeza que alguém pode me dar uma razão bem plausível para um campista falar num tom de voz tão desrespeitoso assim com o diretor de atividades deste acampamento. — Própon aproximou-se do filho de Ares e o olhou nos olhos. Em seguida virou-se para a filha de Poseidon, como se nem mesmo tivesse presenciado a cena, soubesse toda a situação ao analisar os olhos do garoto — Alice. Alice D'Vince, filha de Poseidon, senhor dos mares e dos cavalos. Disciplina. Entendemos que para uma semideusa recém-chegada, é difícil controlar os poderes, por isso não lhe serão aplicadas punições. Ao invés disso, um campista lhe ensinará a ter autocontrole, disciplina e ordem.

Própon olhou para a plateia que assistia. Algumas cabeças sumiram. Muita gente se escondeu, até mesmo Xavier queria se esconder, mas resistiu. "Se ele me escolher, que se dane. Pelo menos assim, não terei que ir para as aulas de grego antigo! Além do mais, Poseidon é até um cara legal." Pesou ele. Mas Própon logo fixou os olhos em um rapaz e deu um sorriso.



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