James POV

-Padfoot não vem mesmo, né?

-Ele não vai conseguir escapar da casa dele, só acho...

-Você é pessimista, sabia?

-James, seja sensato – eu o encarei e ele soltou um sorriso – Ok, sensato não é a palavra. Mas... Entenda. Ele vai pra sua casa antes do ano novo, calma!

-Moony, você não entende!

-Por Merlin, James... Como você é gay!

Ele deu uma risada escandalosa no meio do Três Vassouras e eu lhe dei um soco. Sinceramente, Remus Lupin só parece ser discreto! Eu estava preocupado de verdade com aquele cachorro que eu chamo de amigo... Antes de sairmos do trem, ele me puxou e falou que ia sair de casa duas noites depois do Natal, se desse tudo certo. E que ia tentar escapar de casa hoje pra combinar qualquer coisa, já que cartas são impossíveis. Se ele não estivesse aqui em meia hora, era pra gente desistir. E é, já se passaram vinte minutos do combinado.

Eu tô com medo, de verdade, desse plano com a Malfoy. Emma nem chega a falar muito dela, mas Charlie disse outro dia que ouviu uma conversa entre os meninos da casa dela, já que ela só anda com moleques. E ela não conseguiu ouvir tudo, eles nem chegaram a falar tudo porque foi na aula. Mas, enfim, ela disse que era alguma coisa sobre ela estar vagando pelo castelo de madrugada. Essa menina não pode prestar... E pior que o Sirius gosta disso!

-Ow, acorda! – Moony sussurrou na minha frente. Espera, sussurrou?

-Que foi, lobinho? – perguntei sorrindo e ele revirou os olhos.

-Alguém acabou de entrar e sentar duas mesas atrás de você e, bem, acho que vai te interessar... – ele falou com um sorriso sacana e olhei pra trás, esperando ver qualquer cena menos aquela.

O que Lily Evans estava fazendo com o ogro do Diggory?

-Vou até lá.

-Você gosta dela, James? – Moony irônico quase levou um murro.

Não, eu não gosto da Lily. É uma questão de princípios, ok? Ela é uma garota bonita (muito bonita!), inteligente, legal (mesmo que nervosa)... E, eu sou tudo isso também. E eu queria ficar com ela, porque ela fica se fazendo de durona. Então, ela não pode sair com a bosta ambulante do Diggory que é BEM pior que eu e não sair comigo!

-Olha! Parece que outra pessoa chegou, lobinho – falei sorrindo e ele fechou a cara ao ver Dorcas com o garoto que narra os jogos de quadribol, Jason. Ele é um garoto meio magro, tem um cabelo castanho e as meninas até que gostam dele, porque ele toca violão.

-Ela pode sair com quem ela quiser.

-E lá se vai mais uma caneca de cerveja... Olha, você devia correr atrás dela ao invés de ficar com a Emmie.

-Eu não vou magoar a Emmeline, e a gente se dá bem. Sem contar, que eu não posso arriscar a minha amizade e a saúde da Dorcas! Olha, James, com ela eu ia querer alguma coisa séria... E, bom, eu não sou confiável.

Quando eu estava pensando em qualquer coisa pra falar, ou pedir outra caneca, a loirinha surgiu na mesa.

-Boa tarde, meninos!

-Dorquinhas! – eu levantei e lhe dei um abraço e um beijo na bochecha

-Boa tarde, Dorquinhas – Moony disse sorrindo e lhe deu um beijo na bochecha também.

-Então, o que fazem sem o Sirius?

-Ah, ele não pode vir! Viemos só Remus e eu, sabe, beber e falar. E beber mais.

Ela deu uma risadinha e olhou pra sua mesa. Quando olhei também, Lily olhava. Ela revirou os olhos e voltou-se para aquela bicha enrustida.

-Ham... E a Lily está saindo com aquela coisa ali?

-James, ele é um cara legal, ok?

-Sim, muito legal. Vou dar um beijo nele de tão legal que ele é!

-Que ciúmes infantil, James Potter!

-NÃO. É. CIÚMES – e não mesmo, ok? É que... Ela é minha, simples.

-Eles nem ficaram ainda. Estão, sabe, se conhecendo.

-Ele é uma bicha, por isso não ficaram. Ela merece coisa melhor.

-Tipo você? – Moony perguntou irônico e ela riu. Eles deviam casar! O bolo não vai ter noivos, vai ter cobrinhas!

-Vou lá dar um oi pra ela – disse sorrindo e deixando a cara emburrada da Dorcas pra trás.

POV Sirius

Minha mãe reforçou no recesso pra eu não sair mesmo daqui. O que ela acha que eu vou fazer? Roubar uma moto? Ela nem deve saber o que é uma moto, mas tudo bem. Aliás, eu roubei mesmo uma moto, mas deixa quieto. Prongs me emprestou a capa da invisibilidade e ela está escondida lá em baixo, atrás da mansão e na parte de lixo, porque essa família esnobe não vai lá mesmo e se o Monstro achar, eu suborno ele com o brasão do Salazar que eu ganhei do meu avô e acho ridículo.

Enfim, eu estou preso no quarto mais uma vez. A porta não está trancada, eu posso descer, mas não sei se quero. Só fico aqui, fazendo nada e nada. Sorte que o Natal já é depois de amanhã. E dois dias depois, eu vou embora. Então, eu tive um ataque de ansiedade e comecei a separar coisas que eu preciso. Foda mesmo é levar malão e as coisas normais. Vou ter que arranjar um jeito de falar com Prongs ou com o Moony. Só preciso pensar...

Aí meu estômago roncou. E eu decidi comer porque, ao invés do que eu ouço aqui, eu sou normal sim.

Abri minha porta e ouvi a voz da mãe da Malfoy, olhei pra sala de estar e ela estava conversando com a minha mãe, ou melhor, a mulher que me pariu.

-Então, Roxanne poderia ir com Sirius, não?

-Ah, ele é tão temperamental! Duvido que aceite algo do gênero, mas posso tentar.

-Fico tão preocupada que ela vá sozinha. Você sabe como minha menina é inocente, é frágil... – sim, muito! – E ela indo num lugar desses sem seus amigos da sonserina... Eu não confio. Só a deixarei ir porque implorou, realmente.

-Ah, Valentina, eu vou tentar. Sei que isso deve ser importante par ela. E ela é uma menina tão boa, sei disso.

Resolvi descer as escadas, talvez que colocassem a par de tudo.

-Boa tarde, Sra. Malfoy – sou muito educado, nossa! Mas eu quero de verdade acompanhar essa menina no sei lá o que. É ponto pro Sirius! – Desculpe a intromissão, só vou à cozinha comer uma maçã.

-Sirius, querido.

MINHA MÃE ME CHAMOU DE “QUERIDO”?

-Sim, senhora.

-Você conhece alguma garota chamada Emma Vanity? De Hogwarts?

-Sim, conheço.

-Pois bem. Pelo que a Sra. Malfoy me disse, ela dará uma festa amanhã porque é seu aniversário – Claro que eu sabia do aniversário da Emma! Mas ela nunca me deixaria ir! – E ela me disse que Roxanne se afeiçoou dessa menina, sabe, um ato de solidariedade, foi boa com a menina – Claro! Elas nem são amigas... – E foi convidada para a festa. Certamente que ela quis ir, mas nenhum de seus amigos da sonserina foi convidados, algum problema com o irmão da menina – Mentira, é com a Emma mesmo. Ela estourou a Sala Comunal em bomba de bosta – Mas ela é sonserina, portanto deve ser boa pessoa.

-A senhora quer que eu vá à festa?

-Sim! Ah, você poderia fazer isso, querido?

-Claro, mamãe. Eu farei isso!

-Obrigada, Sirius! – a mãe de Roxie disse e eu sorri pra ela – Vocês podem ir por pó de flu mesmo, não?

-Claro! Se a senhora quiser, vou até sua casa e nos encontramos lá, assim posso ir junto com ela.

-Ah, eu adoraria! Poderia, então, ir às nove horas pra minha casa?

-Claro! – eu ia saindo, mas voltei – Que horas ela deve estar em casa?

-Eu deixarei que fique até uma hora depois da meia noite, ok? – ela sorriu como se aquilo fosse muito bondoso e muito tempo. Eu suspirei. Era a oportunidade perfeita!

-Sim, senhora – sorri, pedi licença e me retirei.

O mundo conspira a favor de Sirius Black. E é tão bom!