Corridors De Deversorium escrita por Rdxsan


Capítulo 2
Capítulo 01 - Exterius Vitrum, Lignum Interno.


Notas iniciais do capítulo

:)
Primeiro cap.



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Eu já tinha arrumado as malas, mas ainda estava com muito, muito sono mesmo. A ligação de Gustavo não me deixou dormir. Só o que dormi foram alguns minutos desregulados ao longo da noite. Saí do meu apartamento, tranquei a porta e fui descendo pelas escadas, afinal morava no segundo andar. Logo na portaria, pedi para abrirem a porta, saí. Logo um táxi já estava ali, pois o tinha pedido para hoje, a essa hora.

- Olá, senhor motorista. Acho que todas as informações foram dadas a você. - digo.

- Sim... Habbo Hotel, certo? - ele pergunto. Balanço a cabeça dizendo que sim, e seguimos. As paisagens tão belas do bairro já ficam foscas, tudo por causa daquela ligação. O Gustavo ia ver só. Até a hora que o motorista puxou conversa:

- Conhece a história do corredor proibido? - gelei. Não acreditei no que ouvi. Sem minha resposta, ele apenas perguntou "está aí", e consegui falar algo que se parecia com um "sim". Ele refez a pergunta. Eu apenas falei um não. E ele começou a falar como uma torrente.

- É o Corredor de Merubruclaflum. É uma história bem estranha... Lá há quatro quartos, todos abandonados. A entrada nesse corredor é proibida... e...
- Em que andar fica o corredor? - interrompi fazendo uma pergunta. Ele me olhou pelo espelho de cima, com uma cara de "você não vai lá né, idiota?", mas percebeu minha expressão séria, e apenas disse:

- Fica no 13° andar, o terceiro corredor à direita. Mas até a entrada nesse andar está proibida. Lá só é aberto quando todo o hotel está lotado, mas nem o corredor proibido é aberto, apenas os outros.

Eu fiquei pálida, mas ao mesmo tempo decidida. Aquilo não se passava de uma lenda, e a única forma desse medo passar era desvendando tudo. Até porque -


CRASH !



Meus olhos arregalaram e eu paralisei. Minha respiração ficou irregular, assim como meus batimentos. Um acidente de carro aconteceu bem na outra rua, na minha frente. Foi possível ver toda a lataria do carro se amassar. Logo, o trânsito parou. Pessoas gritando, era um alvoroço só. Voltei ao meu estado normal e fiquei ofegante. 

- Está bem? - o motorista fez uma pergunta meio idiota. Por mais que tenha coerência física, não tinha sentido psicológico. Quem iria ficar bem vendo um acidente acontecer bem diante de seus olhos?! - Olhe, eu vou virar na contramão e seguir outro caminho, ok? - eu não respondi nada, ele apenas fez a loucura de manobrar o carro e ir na contramão. Seguiu e virou em outra rua, onde já seguíamos pelo sentido correto. Logo alguns quilômetros a mais, chegamos. Um hotel lindo. Todo coberto de vidro, era um hotel aparentemente moderno. Uma cerca de folhas e um jardim na frente. Paguei a corrida e agradeci ao motorista. Segui em frente pelo jardim e entrei. Por dentro, o hotel era o oposto de fora. Chão de madeira e paredes revestidas com papéis de parede meio depressivos, também com detalhes em madeira. Logo me dei conta que hoje é véspera do dia das bruxas, e o Habbo Hotel era conhecido por se adequar à época em que estava, com várias coleções de temas diferentes. Uma placa dizia "Habboween", logo fiquei mais calma. Eram muitas coincidências após aquela ligação. Fui à recepção, entreguei as malas e indiquei meu quarto, confirmei o pagamento e recebi as chaves.

- Obrigada. - agradeci e segui por uma escada que me levou até uma sala cheia de elevadores. O meu quarto era o 1108. Entrei em um elevador, e fiquei esperando. Alguns minutos depois, chegou. E para o meu desespero, era completamente revestido de espelhos. Tenho quase que fobia de espelhos. Claro que o chão não era de espelho... mas sim de vidro, com metal quadriculado em baixo. Apertei o botão do andar 11 e fiquei esperando. Por várias vezes o elevador parava. Eram outras pessoas, que normalmente iam para baixo, avisei que estava subindo. Até que uma entrou, pegou uma chave, colocou-a no painél e a girou. Quando percebi, a chave abria algo para o andar 13. Parecia que o botão do andar 13 só era acionado pela chave. Eu fiquei me perguntando o que aquele homem sério e alto queria lá. Eu apenas saí na hora que chegou o meu andar. E na hora que saí a luz piscou, e depois apagou por pouco mais de quatro segundos. A porta do elevador ficou entreaberta, e dava para ver o cubículo em si, com o homem lá dentro. Até a hora que meu coração disparou. Tive a sensação de que algo puxava meu cabelo. E era a mão dele. Até que a luz voltou e voltei ao normal. O elevador seguiu seu caminho. Eu já estava quase chorando, estava ficando louca?

- Eu... não aguento isso... eu sentei no chão do corredor e comecei a chorar. Eu estava soluçando tão alto, que não percebi que a porta do meu lado se abriu por causa disso.

- Que choradeira é essa? - alguém falou. Eu olhei para cima, era um homem. Ou garoto? Aparentava ter 18 ou 19 anos. - Ah, desculpe pela grosseria... é que não suporto choro. O que houve? - ele me estende a mão, a qual eu pego para me levantar. - Nada... - digo. Ele me olha como se estivesse dizendo "acha que eu sou idiota?", eu apenas abaixei a cabeça e ele me convidou para entrar. Logo me lembrei das malas. 

- Eu tenho que pegar as malas primeiro... espera um pouco? - pergunto. - Claro. O meu quarto é o 1301, sou Leandro Silva. - ele entrou de volta, mas ouvi ele sussurrar algo parecido com "Merublu". O frio na espinha retornou.


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Notas finais do capítulo

:D
Em breve, capítulo 02:
Fabulis MCCCVIII, Ferro Tangite.