More Than This. escrita por Vanessa
Quando abriu ainda mais os olhos, Caroline foi rastejando até ao passeio, e sentou-se. O rapaz olhou para ela, e teve logo a sensação de que a conhecia de algum lado e à imenso tempo. Mas pôs esse pensamento de lado, e levantou-se.
- Quem és tu? - Caroline estava confusa.
- Sou a pessoa te atropelou agora mesmo. Desculpa. Desculpa, a sério. Devia ter tido mais cuidado eu sei... Queres que te leve ao hospital? Estás bem? - Mordeu o lábio.
- Não é preciso, não é preciso! Só tenho a cabeça a andar à roda. E dói-me a perna. - O rapaz olhou para a perna esquerda dela, e viu que ela tinha um corte enorme. Aproximou-se dela, rastejando de joelhos, e agarrou suavemente na sua perna. - O que é que tu pensas que estás a fazer?! - Carol deu uma chapada na mão dele. - Eu nem te conheço, larga-me!
- Estou a ver esse corte. Está feio, já viste? - O rapaz justificou-se.
- Claro que está feio! Esperas o quê? Fui atropelada! - Caroline tornou-se rabugenta.
- Calma miúda! Era muito pior se viesse com mais velocidade. - Ele levantou-se do chão. - Tiveste sorte.
- SORTE?! - Caroline pôs a mão esquerda no chão, e fez força no braço para se tentar levantar. - Só podes estar a gozar comigo!
- Queres ajuda? - O rapaz estendeu-lhe a mão.
- Não quero ajuda de um rapaz como tu! Despistado! - Ele deu uma gargalhada, e ela olhou-o com um ar bastante sério.
- Foi um acidente! Vamos começar tudo de novo como se nada disto tivesse acontecido, está bem?
- Está bem, como queiras. - Caroline revirou os olhos.
- Posso começar?
- Força nisso.
- Olá. Chamo-me Dylan, e tu?
- Estás a brincar, não estás?
- Diz-me só o teu nome, por favor.
- Caroline. - Ela murmurou.
- Então, queres ajuda, Caroline? - Dylan voltou a estender a sua mão.
Caroline bufou e estendeu a sua mão por cima da mão de Dylan. O rapaz puxou-a para cima, e pôs o braço de Caroline à volta do seu para que ela ficasse mais apoiada. Ela ficou um pouco envergonhada. Dylan levou Caroline até à porta de sua casa. Bateram à porta, e antes que alguém a abrisse, Caroline disse baixinho:
- Tens noção que vai dar uma coisinha má ao meu pai quando souber o que aconteceu?
- Não digas o que aconteceu.
- É, e o que é que queres que eu diga oh espertalhão?
- Que caíste e te magoaste.
- Tu... Por acaso, já reparaste neste corte?! É enorme e horrível. O meu pai não vai acreditar.
- Experimenta... Se não acreditar, logo se vê. - Bastou que Dylan dissesse estas palavras, para que o pai de Caroline abrisse a porta.
- Quem é o teu amigo? - Gerard sorriu ligeiramente. - A cara é-me familiar, não sei porquê... - Sussurou.
- Não é nada disso, pai! Caí e fiz um corte na perna, ele viu e veio ajudar-me! - Caroline mostrou o corte ao pai, para comprovar o que estava a dizer.
- Oh amor, isso está enorme, e está muito feio! Onde é que tu caíste, para fazeres isso tudo?! - O pai dela estava aflito.
- Estava a subir aquelas escadinhas ali ao fim da rua, para ir até ao centro comercial, escorreguei e caí com a perna em cima de um vidro.
- Vou-te buscar um saco de gelo, para pores aí. - Gerard foi até à cozinha, super preocupado.
- Ufff, nem acredito que me safei desta! Dá graças a Deus por o meu pai não ser médico.
- Porquê?
- Olha, porque ia topar que isto é tudo mentira.
- Oh, sim, ainda bem mesmo! - Dylan sorriu para Caroline.
Nesse momento, o pai de Caroline voltou com o saco, deu-lho, e voltou para a sala de estar e sentou-se no sofá novamente, pondo-se à conversa. Dylan ouviu uma voz que lhe era bastante familiar. Olhou na direcção de onde vinha a voz, e viu que era o seu pai à conversa com o pai de Carol. Foi aí que Dylan juntou as peças e se lembrou de tudo: A razão pela qual tinha achado que a cara de Caroline lhe era familiar, era o facto de a ter visto na empresa do seu pai. O pai dele e o pai dela eram amigos à uns 30 e tal anos, mas como Caroline e a família estavam nos Estados Unidos, não tinha tido muitas oportunidades para passar muito mais tempo com ela. Como o pai de Caroline decidiu que o melhor era mesmo mudar-se com a filha para Londres, (principalmente depois do divórcio) o seu pai, Carl, decidiu oferecer-lhe emprego. Como já tinha sido à imenso tempo, (quando ambos tinham cerca de 11 anos) não se lembravam um do outro. Dylan sorriu discretamente ao lembrar-se da história toda, mas não disse uma única palavra.
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