- Sim, estava um bocado distraída. 
- Um bocado? Estavas a pensar no quê? 
- Queres mesmo que eu te diga? 
- Claro, se não quisesse não te tinha perguntado. 
- Estava a pensar se devia fazer uma coisa ou não.. 
- E que coisa era essa? 
- Demasiado privada, percebes? 
- Ah, desculpa, desculpa. Não insisto mais. 


Caroline continuou com os mesmos pensamentos de à instantes antes. "Beija-o" "Não, não beijes" "Ele gosta de ti" "Não gosta nada, não sejas tola" "Ele gosta de ti" "Cala-te, não penses nisso, ele não sente nada por ti. Ele é como os outros rapazes, usa-te e depois deita-te fora" "Olha para ti, estás caidinha por ele" "Ele é lindo, aproveita" "Ele faz-te sentir bem, não faz? Isso quer dizer alguma coisa" "Quer dizer que vocês são amigos, e que ele simpatiza contigo, só isso" "Não te iludas" "Ele é como os outros" "Ele fez-te uma declaração de amor, ele disse-te que gostava de ti estúpida. Vais desperdiçar isso! Aproveita" "Vai-te magoar assim que tiver oportunidade" "Ele não é como os outros, já tiveste muitas provas disso. Ele gosta mesmo de ti. Se não o beijares, como é que vais saber o que ele sente? Tenta, só assim saberás". - Tenho que fazer isto antes que me arrependa. - Disse Caroline, destapando-se. 

- Isto o quê? - Perguntou Dylan, um pouco confuso. 

Caroline levantou-se da cama de repente, para beijá-lo. Dylan, claro, retribuiu o beijo. Depois, Caroline desviou-se dele e virou-se de costas para ele, ficando de frente para a parede. 

- Desculpa Dylan. 
- Desculpa pelo quê? 
- Por isto. 
- Estás arrependida, é? 
- Não, porquê? 
- Porque só deves pedir desculpa por algo do qual te arrependes. 
- Ah, então, retiro o pedido de desculpas. 
- AHAH, és mesmo tonta. 
- Ai vá lá, não piores a situação. Não acredito que te beijei, oh meu Deus. Onde é que eu estava com a cabeça ao pensar que tu podias sentir alguma coisa por mim? Onde? Eu realmente não existo. Devo ter sido inventada, mesmo. É claro que era praticamente impossível, mas como precisava de ter certezas, beijei-te, e agora tenho plena certeza de que não sentes nada. 
- Hey, acalma-te Caroline! Tu achavas que eu sentia alguma coisa por ti?! A sério? 
- Claro que é a sério! Sou uma parva, podes dizer. 
- És uma parva. Das grandes. 
- Obrigada, realmente sabe bem ouvir isso.. 
- Tu é que pediste. Bem, voltando ao que disseste. O que é que te garante que eu não sinto mesmo nada por ti? 
- Porque o nosso beijo foi estranho.. Se tu sentisses alguma coisa por mim, teria sido... Menos estranho. 

Dylan levantou-se do puff, virou Caroline de frente para ele, encostou-a à parede, e os dois beijaram-se novamente. Desta vez de uma maneira mais apaixonada e intensa. Depois, voltou a sentar-se no puff calmamente, deixando Caroline boquiaberta e a olhar para ele. 

- Então e agora, já tens a certeza de que sinto mesmo alguma coisa por ti? Caroline, eu sou doido por ti, e realmente só tu é que ainda não tinhas a certeza absoluta disso. Eu não sei se tu te lembras, mas eu confirmei-te hoje de que sim, gostava de ti! Achas que disse isso em vão? Até a Emma e o Fred já sabiam que gosto de ti. Não consegui esconder deles, e não sei se ia aguentar muito mais tempo a escondê-lo de ti também. A verdade é que percebi que me estava a apaixonar por ti, desde o nosso beijo no dia em que viémos para cá, não sei se ainda te lembras.. Bem, eu lembro-me. 
- Eu lembro-me Dylan, mas se gostas assim tanto de mim como dizes, porque é que não me disseste? 
- Eu tentei mostrar-te, mas tu davas-me para trás, e só querias saber do Michael. Não te julgo, na tua posição, se calhar também fazia o mesmo, mas doía, sempre que me tentava aproximar de ti, e tu simplesmente me ignoravas ou não reparavas na minha existência. 
- Desculpa, nunca quis fazer-te sofrer Dylan. Desculpa-me. Posso contar-te uma coisa? 
- Sim, claro que podes.