- Dylan. Podes entrar. - Disse ela, deixando a porta aberta, e indo de seguida deitar-se na cama novamente. 
- Eu não queria incomodar. - Dylan entrou no quarto de Caroline, fechou a porta e sentou-se no puff. 
- Se me incomodasses não tinha ido abrir a porta, não achas? 
- Sim, mas mesmo assim, eu n... 
- Já te disse que não me estás a incomodar, porra! 
- Porque é que me estás a responder mal? 
- Como se tu não soubesses... 
- Eu não te fiz mal nenhum. Se estás na situação em que estás, a culpa não é minha, está bem?! Não fui eu que te traí. 
- Era escusado lembrares-me da traição, Dylan. 
- Também era escusado estares a falar assim comigo, quando eu só vim aqui para saber se precisavas de alguma coisa. Acho que me vou embora. - Dylan levantou-se do puff, e abriu a porta. 
- NÃO! Não vás. Desculpa ter-te falado mal, mas eu preciso de ti Dylan. Por favor fica aqui comigo. 
- Promete que não me voltas a responder mal. 
- Eu prometo! 
- Está bem... - Fechou a porta e voltou a sentar-se no puff. - Então, queres falar? 
- Preciso de falar com alguém, se não dou em maluca. 
- Então fala comigo, estou aqui para te ouvir... 
- Não te quero aborrecer. 
- Não sejas parvinha, achas mesmo que se me aborrecesses, eu estava aqui? Podes apostar que não estava. Desembucha. 
- Estou magoada com isto tudo. - Ajeitou-se na cama. - Estou magoada, mas não é por ele me ter traído. É, mas não é só. É principalmente por eu ter feito tudo por ele, por eu lhe ter dado tudo o que tinha e tudo o que não tinha, só para o fazer sorrir e para o ver feliz, e ele simplesmente ter deitado tudo isso fora, por um caso de uma noite. Eu pensei mesmo que ele gostava de mim, sabes? Pelos vistos enganei-me, que parva que sou. 
- Primeiro, tu não és parva. Segundo, às vezes cometemos o erro de dar demasiado às pessoas que não nos merecem. Terceiro, eu acredito que ele gostasse de ti, mas sabes, ele estava lá e tu aqui, e nós rapazes às vezes temos necessidade de... Exercitar, se é que tu me percebes, e acabamos por cometer o erro de fazer isso com quem não devemos. 
- Estás-me a dizer que devo desculpá-lo? 
- NÃO! Não, claro que não! Não deixou de ser uma traição, não te esqueças disso. Propositada ou não. 
- De qualquer maneira, já tomei a minha decisão. 
- E qual foi a decisão que tomaste? 
- Não vou desculpá-lo, acabou. Posso sofrer muito com isso, mas prefiro sofrer assim do que estar com ele e sofrer o dobro, sempre que me lembrar do que ele me fez. 
- Acho que fazes muito bem, Caroline. A sério. 
- Dylan? 
- Diz. 
- Tu já tiveste namoradas... 
- Sim... 
- Tu alguma vez traíste alguma? 
- Não. Não me perguntes porquê, mas.. Não, espera, afinal já. Calma, não foi nada tão grave como o que ele te fez, mas não deixou de ser uma traição. 
- Conta-me. Como é que foi? 
- Então... Estávamos numa festa, eu, uns amigos e a minha namorada. E o meu melhor amigo, que é o Fred como tu sabes, veio ter comigo e disse-me que uma rapariga que estava connosco na festa também, gostava de mim e não sei quê. Ao longo da festa fui tentando ignorá-la, porque não queria que ela tivesse problemas com a minha namorada. A rapariga era bonita sim, mas se a minha namorada soubesse, era bem capaz de a matar. Pois, ela era um bocadinho obcecada por mim. Em demasia, se é que me percebes. Mas sei lá, numa altura em que ela foi à casa de banho, eu não consegui evitar, aproximei-me da rapariga que gostava de mim, e beijei-a. Curti com ela, pronto. Mas entretanto a minha namorada chegou, e as coisas correram um bocado mal... 
- Ela fez mal à rapariga?! 
- Não. Não lhe fez nada, porque eu disse-lhe que tinha sido eu a ir ter com ela, e que ela não tinha tido oportunidade de se afastar de mim, porque eu a tinha agarrado. Ela acreditou em mim, e entre elas as duas ficou tudo bem. Nós os dois acabámos naquela noite, e desde aí não tive mais namoradas, porque enfim, não me consegui interessar em mais ninguém. 
- Oh.. 
- O que foi? Pareces desanimada. 
- Não é nada, não é nada. - Caroline, na sua cabeça perguntava-se "Não te consegues interessar em mais ninguém? E só conseguia pensar "Sinceramente sempre pensei queestivesses interessado em mim. Pára Caroline, pára! Tu gostas do Michael. Ai mas o Dylan é tão lindo, é tão difícil resistir-lhe. Tens que o beijar. Beija-o já. Beija-o! Não, não o beijes, vais acabar por afastá-lo, e vais dar-lhe um estalo daqueles que só tu sabes dar. Queres beijá-lo não queres? Então força. Se não o beijares, nunca vais saber como será tua reacção, e muito menos a dele. BEIJA-O JÁ". 
- CAROLINE! - Diz, desculpa Dylan. 
- Estavas na Lua, tu...