Julgava impossível Patrícia ser a vocalista de uma banda de rock, mas confesso que fiquei impaciente enquanto esperava que me responde se , porque a mesma ao invés de dizer algo apenas ficou sorrindo para mim, acho que considerando minha pergunta retorica, se é que uma idiota conhece esse conceito.

___Então oque você esta fazendo aqui? Questionei novamente

___Eu poderia lhe fazer a mesma pergunta, não devia estar em sua festa de aniversario? Respondeu me com outra pergunta, entre todos os momentos que aquela garota teve para bancar a espertinha ela tinha que escolher justo esse.

____Você ainda não respondeu. Disse esquivando-me de sua pergunta.

___Estava a caminho da sua festa, mas o carro quebrou aqui na frente então eu e Marcos meu motorista estamos esperando o guincho. Respondeu apontando para um senhor parado ao lado de um carro preto, do qual eu ainda não tinha reparado a presença.

___Então é isso. Disse mais para mim mesmo do que para ela, achando sua resposta plausível, mas ainda em duvida com tamanha coincidência.

___É realmente uma pena queria poder lhe oferecer uma carona, pois vejo que esta realmente muito atrasado, mas acho que não vou conseguir chegar a sua festa. Lamentou.

___Não diga isso é claro que vai. Ouvi a voz de André dizer, me virei para encara-lo, que me lançou um olhar de deboche enquanto saia, aproximando se de nós.

___Me chamo André, sou amigo de Pither, pelo acaso acabei escutando a conversa de vocês e não posso permitir que a senhorita, nem meu bom amigo percam a festa de aniversario então me ofereço para dar lhes uma carona. Disse dirigindo se a Patrícia.

___Sério! Isso seria maravilhoso! Exclamou radiante, sem notar que André só fazia isso para implicar comigo.

___Do que você esta falando. Perguntei em tom serio, olhando feio para que ele cala se a boca, mas isso só fez com que aumentasse o sorriso sarcástico que tinha no rosto.

___Vou dar lhes uma carona, pense em como sua mãe ficara feliz ao velo, ainda mais acompanhado de uma garota, que se enquadra tão bem no estilo que ela aprecia. Disse por fim fazendo gesto para que Patrícia o seguisse até seu carro que estava estacionado do outro lado da rua.

___O senhor espera o guincho sozinho?... Patrícia perguntou olhando para seu motorista que assentiu sorrindo lhe.___...Vamos então? Continuou agora dirigindo se a mim.

Considerei por alguns segundos, lembrando-me que minha mãe já estava brava comigo e se Patrícia por ventura comentasse que me viu e isso chegasse aos ouvidos dela qualquer desculpa que tentasse usar para explicar o motivo, para não ter ido à festa cairiam por terra, e sabendo que faltei de proposito ela não tornaria minha vida fácil, o mais aconselhável era não, desencadear a cólera do dragão.

____Claro vamos. Disse de contra gosto entrando no carro de André que ainda sorria triunfante, enquanto eu tentava me lembrar porque ainda era amigo daquele miserável.

Depois de alguns minutos ele estacionou o carro em frente ao salão de festas.

___Então tchau e boa festa para vocês. Disse despedindo se tornando a entrar no carro.

___Você não vai entrar? Perguntou Patrícia a ele.

___Até queria mais deixei meus amigos pra traz, sou o único com idade para dirigir então devem estar me esperando. Explicou ainda sarcástico, Patrícia sorriu em resposta se virando e caminhando em direção ao salão.

___Seu imbecil pode me dizer por que fez isso. Perguntei entre dentes segurando o pelo braço.

___Por que é engraçado, mas como eu sempre digo não fique bravo se vingue. Respondeu debochado dando um tapinha no meu ombro antes de sair com o carro. Permaneci parado, vendo seu carro se afastar, pensando nas maneiras mais cruéis que existem para se matar uma pessoa quando meu pensamento foi interrompido por uma voz.

____Você vem ou não? Chamou Patrícia parada do outro lado da rua.

Assim que entramos minha mãe veio direto até mim com uma expressão possessa.

____Onde você estava, e cadê a roupa que comprei para que usasse... Começou nervosa, mudando de expressão e tom de voz assim que viu Patrícia, que entrava ao meu lado___...quem é a linda moça, não me apresenta. Pediu em um tom  doce capaz de causar diabetes.

____Patrícia essa é minha mãe, mãe essa é Patrícia. Disse de qualquer jeito, enquanto cumprimentavam se trocando beijinhos no rosto, minha mãe depois guiando-nos a uma das mesas espalhadas pelo enorme salão, me dava enjoo ver o jeito como estava sendo amável, porque será que mães tratam o filho dos outros melhor do que seus próprios filhos dando a impressão que são as melhores e mais legais mães mundo.

___Então de onde você e Pither se conhecem? Perguntou interessada enquanto nos sentávamos.

___Sou uma amiga do colégio e ele me convidou para estar aqui hoje. Respondeu amigável lançando-me um olhar rápido quando me citou.

____Ele te convidou pessoalmente que ótimo. Disse minha mão com um sorriso estranho no rosto, ela já sabia que Edgar tinha distribuído os convites, então saber que entreguei um para Patrícia já a fazia imaginar coisas, pois exatamente como André afirmou, ela com certeza se enquadrava no tipo de garota que agradaria a minha mãe.

___Vocês ficam conversando, que vou dar uma volta. Disse me levantando, não aguentando a musica que tocava e a qualquer momento poderia começar a rodar o CD do balão magico, baseado no repertorio de até então.

____Não, você vai ficar aqui e conversar com sua amiga, eu vou embora para que fiquem a vontade. Disse minha mãe segurando meu braço impedindo que me afastasse. Tornei a sentar após ela me puxar quase me jogando sobre a cadeira, antes de sair.

Olhei em volta reparando o salão todo decorado em preto e roxo, lugar apesar de grande estava lotado, entre os rostos conhecidos estavam os indivíduos de minha escola com os quais eu não trocava nenhuma palavra, e meus parentes grande parte deles, que só havia encontrado em velórios.

___Quer dançar? Perguntou Patrícia me olhando sorridente

____Não. Respondi apenas

___Vai, não esta com nem um pouquinho de vontade de dançar. Perguntou novamente.

___Não estou com vontade. Respondi já me irritando

___Nem um pouquinho de vontade. Insistiu, segurando meu braço que estava sobre a mesa.

___Deixa eu te explicar uma coisa eu quero dançar tanto quanto quero pular do decimo quinto andar de um prédio e cair de olho em cima de um prego. Expliquei cruzando os braços.

____Isso seria doloroso. Concluiu

____Exatamente, era a esse ponto que queria chegar. Expliquei sorrindo irônico

____Sei de algo que vai melhorar seu humor... Começou, depois enfiando a mão dentro de sua bolça.______... aqui isso é para você espero que goste. Disse por fim me entregando uma caixinha preta com um laço vermelho.

____Um Cd do Sirenia autografado. Disse surpreso ao abrir o embrulho.

____Reparei que gosta dessa banda foi difícil conseguir, mas pelo sorriso em seu rosto vejo que valeu a pena. Disse contente, eu só ai percebendo que estava sorrindo.

____Obrigado. Disse mudando mais que depressa minha expressão.

Passei grande parte da festa sentado com a cabeça apoiada sobre a mesa, Patrícia logo se encontrou com suas amigas e foi conversar com elas, já estava pensando na hipótese de me matar com um garfo quando Julia apareceu parando do meu lado, com as mãos cheias de brigadeiro.

____Porque esta aqui sozinho. Perguntou enfiando um na boca.

____Estou de mal humor. Respondi.

___Quer um brigadeiro peguei quando não tinha ninguém olhando. Ofereceu, confessando-me seu pequeno crime. Peguei um de suas mãos levando o a boca antes de Julia começar.

____Mamãe pediu para eu te chamar porque já vão cantar o parabéns e cortar o bolo. Explicou já puxando meu braço.

Após um suspiro caminhei juntamente a Julia a um local que lembrava muito um palco sobre o qual estava o bolo. Tive que tirar diversas fotos, com minha mãe saindo em todas elas, às luzes se apagaram e todos cantaram parabéns enquanto eu permanecia em pé de frente ao bolo, quando acabaram pediram para que apagasse as velinhas e fizesse um pedido, ao qual se si tornasse realidade com certeza todos ali presentes não estariam tão felizes.